Missão de Paz no Haiti

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Vinicius Pimenta
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#736 Mensagem por Vinicius Pimenta » Ter Set 04, 2007 5:02 pm

A Força Aérea também participa da missão. Esqueceram? Quem faz o rodízio dos contingentes, quem faz os vôos de suprimento? Além disso, se não me engano, há oficiais da Força participando do Comando/Estado-Maior da missão.




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zela
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#737 Mensagem por zela » Sex Set 07, 2007 2:01 pm

07/09/2007 - 12h04
Tropas do Brasil já fazem patrulhas a pé no Haiti
Bruno Garcez
BBC Brasil
Enviado especial ao Haiti

Há dois meses, as tropas do Brasil, que comandam a Minustah (Missão de Estabilização da ONU no Haiti, na sigla em francês), passaram a fazer patrulhas a pé ou a bordo de veículos leves na favela haitiana de Cité Soleil, que já foi descrita pela ONU como um dos lugares mais perigosos do mundo.

O local, na capital do Haiti, Porto Príncipe, abriga cerca de 250 mil moradores e foi palco de alguns dos mais violentos combates travados pelos militares brasileiros, desde o início da missão de paz no país caribenho, em 2004.

O centro de emergências mantido pela ONG Médicos Sem Fronteira (MSF) em Cité Soleil atendeu em janeiro de 2006 um total de 106 vítimas de ferimentos com armas de fogo. Em março deste ano, no entanto, o hospital não registrou um único caso de pessoas feridas à bala.

Até o início deste ano, as incursões a Cité Soleil eram feitas em carros blindados. Mas os militares contam não ter sofrido um único disparo nas incursões por favelas haitianas nos últimos meses e afirmam também que somente um homicídio foi registrado nesse período.

Segundo a ONG de direitos humanos haitiana Reseau National de Defense des Droits Humains, um total de 1.821 civis foram mortos no Haiti no período que vai desde a chega das tropas da Minustah, em 2004, até 2006.

Cité Soleil
A BBC Brasil acompanhou uma dessas patrulhas a Cité Soleil. A despeito do suposto aumento na segurança local, as tropas brasileiras sugerem que jornalistas que queiram visitar a favela usem coletes à prova de balas e capacetes, cedidos pelos militares, e não se desgarrem do grupo de soldados que os acompanham.

Mas o ministro da Defesa, Nelson Jobim, que visitou Porto Príncipe nesta semana, esteve em Cité Soleil na segunda-feira e não recorreu aos dispositivos de segurança recomendados pelos militares.

Cité Soleil é cheia de vielas estreitas, que são percorridas por grupos de soldados durante as patrulhas, realizadas em turnos diurnos e noturnos, ao longo das 24 horas do dia.

O local conta com diversas casas destroçadas e as marcas de tiro ainda são visíveis em diversas residências. Até recentemente, Cité Soleil era aterrorizada por gangues de criminosos, que controlavam a região.

Os soldados brasileiros contam ter preso a maior parte das lideranças das gangues, mas um dos líderes de uma das mais poderosas facções criminosas de Cité Soleil, Amaral Duclona, ainda está foragido.

De acordo com os militares, muitos dos ex-integrantes das gangues ainda vivem normalmente na favela, apenas ocultaram as suas armas. Alguns, contam militares, trocaram as armas de fogo por facões e usam-nos para intimidar moradores e dominar bolsões de Cité Soleil.

Nas três ocasiões em que a reportagem foi a Cité Soleil na companhia das tropas do Brasil, a reação foi a mesma. Os moradores receberam os soldados com sorrisos e, muitas vezes, saudações em português, ensinadas pelos brasileiros.

O carinho demonstrado para com os brasileiros não se estende a todos. Em uma das visitas, um morador fez queixas sobre a polícia haitiana, dizendo que os policiais tentaram prendê-lo injustamente.

A polícia haitiana conta com escasso treinamento e, segundo a ONG haitiana Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos, há diversas denúncias de execuções sumárias, tráfico de drogas e seqüestros contra a polícia do país.

Mesmo alguns dos soldados brasileiros relatam que os policiais do Haiti pecam pelo excesso de força contra os habitantes das regiões mais pobres.

Um oficial brasileiro afirmou que quando as tropas do Brasil e os policiais do Haiti fazem missões conjuntas os haitianos se sentem intimidados em recorrer a práticas abusivas contra moradores de favelas.

Militares também relatam que mesmo alguns soldados das forças de paz da Minustah cometem ações abusivas.

É o caso de forças jordanianas, que, durante o período de combates mais intensos contra gangues criminosas, responderam a tiros com rajadas de metralhadoras que atravessaram várias casas, colocando em risco a vida de inocentes.

Pelas regras de engajamento da ONU, os soldados da Minustah podem disparar contra qualquer um que aponta uma arma contra eles ou atirar na direção de alguém que julgam estar ameaçando outro morador.

Aqueles que são detidos pelos militares são levados para chefaturas de polícia de Porto Príncipe.

O ministro Nelson Jobim quer utilizar a experiência do Exército brasileiro em favelas de Porto Príncipe, como Cité Soleil e Belair, em ações similares no combate ao crime em favelas como as do Rio de Janeiro.

Mas, para que isso ocorra, ele já disse que seria necessário discutir reformas das leis brasileiras.


http://noticias.uol.com.br/bbc/reporter/2007/09/07/ult4909u549.jhtm




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#738 Mensagem por César » Sáb Set 08, 2007 2:27 pm

08/09/2007
Há vida no Haiti

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai em novembro ao Haiti, num momento em que a ONU e o próprio Brasil discutem os próximos passos para tentar salvar o pequeno e miserável país do Caribe. O pior, que era a violência, passou. Quer dizer, melhorou. Mas e agora?

A Minustah (missão da ONU para a estabilização do Haiti), é uma missão militar liderada pelo Brasil, com envio de tropas militares para combater as gangues urbanas e garantir, como garantiu, as eleições diretas e democráticas. Mas acuar as gangues foi só um passo. Se não houver recuperação institucional, econômica e social, volta tudo ao que era - e sem o Quartel de Arantes.

O brasileiro Ugo Fasano, representante do FMI no Haiti, recorre a dados para mostrar o efeito da pacificação sobre a economia. Desde 2004, quando começou a missão, a inflação caiu de quase 40% ao ano para 8%; o crescimento, que era negativo (o menor da América Latina), está entre 2,5% e 3% e as reservas internacionais foram de US$ 30 milhões para US$ 270 milhões.

Mas ele diz que tudo ainda está começando e não se pode tirar as tropas de lá: "A estabilização política e a garantia de segurança são fundamentais para atrair investimentos para o Haiti. Sem investimentos, o país nunca vai se desenvolver", diz Fasano.

A questão é que há muito o que fazer e pouco de onde tirar os recursos para ampliar a ajuda. O também brasileiro Luiz Carlos da Costa, representante da ONU no país, deixa bem claro: "Conseguir manter o número atual das forças já um esforço muito grande, muito importante. Não dá para aumentar".

Foi uma resposta à discussão aberta pelo sub-comandante do Batalhão Brasileiro, coronel do Exército Tomás Miguel Miné Paiva. Ele diz que a violência está sob controle, mas é fundamental investir agora em infra-estrutura: estradas, edificações, água, poços e luz (a capital fica às escuras à noite, porque não tem energia!).

Para isso, o coronel, que é recebido aos gritos de "Tomás, Tomás" pelas crianças (muitas nuas) de Citée Soleil, o bairro mais miserável de Porto Príncipe, defende que, em vez de reduzir o efetivo brasileiro na região, como pregam alguns, o ideal seria fazer o contrário: aumentar. Não de qualquer jeito, mas sim o número do pessoal da Engenharia. Conforme o ministro Nelson Jobim (Defesa) não cansa de repetir, o Exército brasileiro tem boa performance em construção de estradas, por exemplo.

A questão é que cada país e cada setor envolvido no Haiti quer uma coisa. O próprio governo haitiano quer ajuda para institucionalizar o país, com reforço das áreas de Justiça e polícia, como disse o primeiro-ministro Jacques Edouard Alexis aos nove ministros de Defesa de países das forças de estabilização e que se reuniram em Porto Príncipe na terça e na quarta-feira passada.

E os Estados Unidos, que são grandes financiadores da ONU - e, portanto, da Minustah - querem ajudar o Haiti, mas querem muito mais ainda atender a seus próprios interesses. Quais sejam: aumentar a vigilância nas fronteiras terrestres, marítimas e aéreas do Haiti, por onde flui boa parte da droga que é depois desembarcada às toneladas em solo americano.

Os EUA, aliás, estão terminando uma instalação própria na capital haitiana que mais parece uma fortaleza. Ocupa todo um quarteirão, é inteiramente cercada e... fica de frente para o Batalhão Brasileiro. Não deve ser por acaso.

A visita de Lula em novembro será oportuna, inclusive para mostrar que o Brasil está no Haiti porque é bom para o Brasil, em primeiro lugar, e para o Haiti, em segundo. Não para se pau-mandado de Washington.

É ali, naquele pequeno país pobre e sujo, com gente bonita e agora cheia de esperança, que o Brasil testa seu sonho de real liderança (ou "protagonismo") na América Latina e treina suas Forças Armadas para agir numa área delicadíssima: o combate à violência urbana, como no Rio.

Esse é um debate que veio para ficar e será liderado certamente por Jobim. Logo, logo, o Haiti será aqui.

PS - Se eu estive no Haiti? Sim, estive. Vi, gostei e acho que o Brasil não deve sair. Deve ficar, ajudar e, principalmente, aprender.

Eliane Cantanhêde é colunista da Folha e assina a coluna "Brasília" aos domingos, terças, quintas e sextas. Formada pela UnB, foi diretora das sucursais de "O Globo", "Gazeta Mercantil" e da Folha em Brasília. Escreve para a Folha Online às quartas.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/pens ... 6761.shtml




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#739 Mensagem por César » Seg Set 10, 2007 4:31 pm

10/09/2007 - 07h34
Tropas do Brasil são saudadas como "gente boa" no Haiti
da BBC Brasil

Assim que os militares brasileiros entram na favela de Cité Soleil, na capital haitiana, Porto Príncipe, os moradores os saúdam com o termo no dialeto creole "bon bagay", que, em tradução livre, significa "gente boa".

Alguns chegam até a arriscar alguns termos em português, que aprenderam com os soldados. Nas diferentes ocasiões em que a reportagem da BBC Brasil acompanhou incursões dos militares pela favela, ouviu com freqüência os haitianos dizerem em português, com sotaque carregado, expressões como "zente boa", "beleza" e "zangue bom".

Uma jovem que abordou um dos comandantes brasileiros usou seu escasso português para pedir "dinheilô". Diante da negativa do oficial, ela acrescentou: "ok, depois, depois".

Em um país que conta com 70% de desemprego e 80% dos habitantes vivem abaixo da linha de pobreza, tais abordagens são corriqueiras por parte dos mais pobres, em especial as crianças.

Quando tomam ciência de que estão diante de um brasileiro, muitas vezes assediam-no dizendo, em português, "amigo, um dólar, por favor". Um menino de pouco menos de 10 anos pediu essa quantia ao repórter e acrescentou, ao apontar para seus quatro amiguinhos: "é para dividir".

Um rapaz, que se identificou como Robertson, disse que ele e os moradores de Cité Soleil "estão muito felizes, porque os soldados do Brasil trouxeram a paz à Cidade Sol". Mas acrescentou, "meu problema é que os soldados nunca me deram nada. E as casas daqui ainda estão muito ruins".

A maior parte das habitações locais não conta com eletricidade, gás ou água corrente. Há verdadeiras montanhas de lixo espalhadas por vários cantos, porque a coleta foi interrompida, uma vez que, até março deste ano, a favela era palco de diversas confrontações violentas entre as forças de paz e gangues que a controlavam.

O Exército brasileiro diz que promover assistência social não é uma de suas atribuições no comando da Minustah (Missão de Estabilização da ONU no Haiti, na sigla em francês). Mas afirma ter ido muito além de suas atribuições, ao se envolver em obras de infra-estrutura, como a reconstrução de casas arrasadas por tiroteios, a pavimentação de ruas e a perfuração de poços e até a criação de uma escolinha de futebol.

O morador Joseph Jean, que foi empregado pelas forças brasileiras em uma dessas obras, que o Exército qualifica como sendo de ação cívico-social, disse: "Eu amo o Brasil, vocês fizeram muitas coisas boas por aqui".

ONGs locais contam ter recebido no passado denúncias de excesso de força praticado por militares do Brasil contra os habitantes, mas afirmam que a situação mudou por conta do aumento da segurança nas áreas de favelas e das obras de reconstrução realizadas pelos soldados.

Pierre Esperance, diretor da organização de direitos humanos haitiana Reseau National de Defense des Droits Humains, afirma ter recebido denúncias de que no passado as forças do Brasil cometeram abusos contra moradores, em ações realizadas nas favelas de Belair e Cité Soleil.

''Acreditamos que a ONU não responde com rigor quando é implicada em acusações de desrespeito aos direitos humanos. Desde o início deste ano, a situação melhorou muito, com os habitantes das regiões pobres se sentindo livres para circular novamente.''

Esperance acrescenta que, "no passado, quando os soldados intervinham, as vítimas acabavam não sendo os líderes de gangues, mas sim crianças e mulheres grávidas. E as tropas da Minustah nada faziam para auxiliar as vítimas, e isso é grave".

O coronel Tomás Miné Ribeiro Paiva refuta as acusações. "Além de havermos treinado intensamente durante seis meses para esse tipo de operação, para garantir que daríamos tiros certeiros, é importante lembrar que sempre prestamos socorro às vítimas inocentes", diz.

O coronel Tomás é um dos militares brasileiros que parecem desfrutar de popularidade entre os moradores de Cité Soleil. Quando ele percorre as vielas da favela, muitos sorriem e gritam seu nome. Alguns aproveitam para fazer queixas, como um jovem que disse que a polícia haitiana tentou prendê-lo injustamente.

O coronel tranqüilizou-o, dizendo que ele era"um amigo dos brasileiros". Em Cité Soleil, muitos já se referem ao coronel como "Tomás Bon Bagay";.

Para os militares, o tratamento carinhoso é plenamente justificável. "O povo se entusiasma ao ver a reconstrução de suas casas e de sua comunidade", comenta o comandante Ricardo Henrique Santos do Pilar.

Ele também atribui a popularidade entre os habitantes à "personalidade do brasileiro" e explica: "Ao mesmo tempo em que exigimos o cumprimento da lei, somos flexíveis ao conduzirmos ações sociais. A população reconhece isso e trata nossos oficiais pelo nome".

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ ... 7038.shtml




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#740 Mensagem por trabuco » Seg Set 10, 2007 8:25 pm

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Viaturas Land Rover 130 das Forças Especiais (FEs)

Fonte: Defesanet

Interessante esses LR, com blindagem será?




jauro
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#741 Mensagem por jauro » Ter Set 25, 2007 5:15 pm

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24 Set 07

Brasil aceita proposta da ONU para manter liderança no Haiti

A pedido da ONU, general gaúcho fica mais um ano no comando das tropas internacionais

Tahiane Stochero, do estadao.com.br

SÃO PAULO - O Brasil aceitou uma proposta das Nações Unidas para manter em 2008 a liderança militar da missão de paz no Haiti (Minustah), sob seu poder desde que foi criada, em maio de 2004. A ONU quer que o atual comandante das tropas internacionais, o general gaúcho Carlos Alberto dos Santos Cruz, que pacificou a região mais violenta do país caribenho, fique no cargo também no próximo ano. O acordo é único nas atuais missões de paz e pode gerar problemas diplomáticos.

A consulta chegou ao Itamaraty por meio da embaixada brasileira em Porto Príncipe e surgiu de uma iniciativa do ex-representante das Nações Unidas no Haiti e hoje número dois do Departamento de Operações de Paz (DPKO), Edmond Mulet, que trabalhou com o general gaúcho até agosto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, concordaram, e Santos Cruz terá seu mandato renovado até 10 de janeiro de 2009.

O acordo é único nas atuais 19 missões de paz que a ONU possui pelo mundo: em nenhuma outra operação de paz das Nações Unidas um país ficou dois anos seguidos no comando militar: a cada ano, um novo comandante da Força (Force-Commander) é escolhido, de um país diferente. Com a renovação do contrato de Santos Cruz, o Brasil completa quatro anos ininterruptos à frente da Minustah e, em todos os anos, um novo general diferente foi escolhido.

A proposta da ONU abrange também o Uruguai, que mantém o segundo maior contingente na missão e que mantém atualmente o subcomandante da Força, com o general Raul Gloodovcki, e que também ficará no cargo em 2008.

O principal motivo do general brasileiro permanecer no cargo é a iniciativa frente à violência no Haiti. De janeiro a abril, 11 operações militares lideradas pelo Brasil prenderam mais de 400 pessoas, expulsaram os principais líderes de gangues e pacificaram Cité Soleil, reduto histórico do crime no Haiti. A comunidade internacional vinha pressionando o Brasil para uma ação mais forte do ponto de vista militar desde maio de 2006, após as eleições presidenciais, quando uma nova onda de violência e seqüestros irrompeu no país mais pobre das Américas.



Acordo pode gerar desconforto diplomático

A decisão pode gerar uma briga entre os países latino-americanos que contribuem com tropas no Haiti: Chile e Argentina já demonstraram interesse em comandar a missão e estariam dispostos a lutar por isso. Diante disso, a intenção da ONU era manter sob sigilo o acerto, buscando evitar transtornos diplomáticos agora, quando o mandato da Minustah entra em discussão no Conselho de Segurança para mudar de contexto, passando da imposição da paz (peace-enforcment) para a construção e institucionalização do país (peace-building).

A liderança da missão no Haiti trouxe ao Brasil prestígio internacional. Desde 2004, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou o envio de militares, o País tem se empenhado na busca desenfreada por uma vaga permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidos, que dá direito a veto nas principais discussões sobre a política internacional. Agora, com o relativo êxito dos trabalhos, a manutenção da liderança consolidaria o reconhecimento global do ponto de vista diplomático e militar, além de uma posição privilegiada de influência sobre os países da América Latina frente aos avanços do venezuelano Hugo Chávez.

Atualmente, o general gaúcho comanda 7.100 militares de 19 países, dos quais o maior contingente é brasileiro, cerca de 1.200 homens. Até hoje, todos os chefes militares foram brasileiros.




"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
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#742 Mensagem por Bolovo » Seg Out 01, 2007 3:22 pm

Patrulha com Forças Especiais da Marinha do Brasil no Haiti

Essa é a primeira vez que um repórter acompanha uma Missão real de Forças Especiais do Brasil


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Cara, que gambiarra está essa M-4...


http://www.defesanet.com.br/missao/haiti_07_9.htm




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#743 Mensagem por zela » Seg Out 01, 2007 4:19 pm

Tá tão surrada, parece ser a primeira M-4 fabricada... :shock:




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Jornalista da RBS narra sua estada no Haiti

#744 Mensagem por jambockrs » Qua Out 03, 2007 12:28 am

Meus prezados:
Jornalista da RBS narra sua estada no Haiti, acompanhando o contingente brasileiro.
http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/defa ... o=3951.dwt
Um abraço e até mais...




Um abraço e até mais...
Cláudio Severino da Silva
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#745 Mensagem por Pablo Maica » Qui Out 04, 2007 12:08 am

Bolovo escreveu:Patrulha com Forças Especiais da Marinha do Brasil no Haiti

Essa é a primeira vez que um repórter acompanha uma Missão real de Forças Especiais do Brasil


Imagem
Cara, que gambiarra está essa M-4...


http://www.defesanet.com.br/missao/haiti_07_9.htm


Os Comanfs e Mecs estão precisando urgentemento de armas e equipamentos novos!


Um abraço e t+ :D




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#746 Mensagem por ademir » Qui Out 04, 2007 12:15 am

Bolovo escreveu:Patrulha com Forças Especiais da Marinha do Brasil no Haiti

Essa é a primeira vez que um repórter acompanha uma Missão real de Forças Especiais do Brasil


Imagem
Cara, que gambiarra está essa M-4...


http://www.defesanet.com.br/missao/haiti_07_9.htm


Numa parte desta materia ta escrito:
Após alguns minutos de caminhada, entramos numa pequena viela cercada de casas. Aqui não se enxerga nada. Como preciso fazer imagens não estou usando o equipamento de visão noturna, por isso tenho dificuldade de me locomover em meio à escuridão. Minha referência são os capacetes azuis, que revelam até de longe a presença e localização dos soldados.


Uma duvida que eu tenho, por que esses capacetes não são de alguma outra cor, se a azul os torna alvo facil mesmo de longe?




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#747 Mensagem por Piffer » Qui Out 04, 2007 12:17 am

Tropas da ONU têm que estar claramente identificadas. É essencial para a legitimidade da missão.




Carpe noctem!
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#748 Mensagem por ademir » Qui Out 04, 2007 12:18 am

Piffer escreveu:Tropas da ONU têm que estar claramente identificadas. É essencial para a legitimidade da missão.


Mas em territorios hostis isso não pode acabar sendo revertido em vantagem para ''inimigos''?




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#749 Mensagem por Pablo Maica » Qui Out 04, 2007 12:19 am

Segundo a Onu os soldados tem que ser notados, poi se trata de uma missão de pacificação e não de carater ofensivo ou algo assim... eu creio que um patch no braço seria melhor.


Um abraço e t+ :D




Piffer
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#750 Mensagem por Piffer » Qui Out 04, 2007 7:42 am

Temos que diferenciar as missões de manutenção da paz (que é o caso do Haiti) das missões de imposição da paz (como foi em Kosovo)

No primeiro caso, a idenfiticação tem que ser muito nítida, em qualquer situação, a qualquer distância. As tropas estão lá com consentimento do governo e, a princípio, não existem "inimigos".

No segundo caso, de uma intervenção realmente, essas regras não se aplicam.

Abraços,




Carpe noctem!
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