O Sea Gripen
Desde 2001 que os engenheiros da Saab pensavam na versão naval do Gripen, apesar da Suécia não possuir um porta-aviões. Com o desenvolvimento do Gripen NG percebeu-se a possibilidade de uma versão naval e, em 2009, a Saab recebeu da Marinha da Índia um RFP – Request for Proposal, para uma versão embarcada do Gripen.
Sea Gripen 2- NAe São Paulo
Em 2011, a Saab abriu seus novos escritórios em Londres, chefiado pelo Capitão-de-Fragata da reserva da Marinha Britânica Tony Ogilvy, piloto naval com experiência em Buccaneer e Harier, Gerente Geral do Centro de Design do Sea Gripen (CDSG). Uma equipe de engenheiros especialistas do Reino Unido foi então contratada para a equipe do CDSG a fim de aproveitar a expertise britânica na área de operações aeroembarcadas. Esta equipe está conectada aos engenheiros em Linköping em tempo real para finalizar o projeto, que tem como alvo possíveis encomendas na Índia, Brasil, Tailândia e Itália.
Sea Gripen no elevador da maquete do NAe São Paulo
Após testar e aprovar, todas as modificações requeridas para as versões E/F no Gripen NG, o caminho para o Sea Gripen estava aberto.
O Sea Gripen oferecerá uma capacidade multifunção dia e noite, podendo ser considerado o caça ideal para operar no ambiente de um porta-aviões, aumentando enormemente a capacidade do navio em manter operações aéreas por longos períodos, dada a sua alta taxa de disponibilidade.
O projeto foi concluído em agosto de 2012 e com um cliente apoiando este programa, o próximo passo será a produção de um protótipo para ensaios de vôo e operações a bordo de um porta-aviões, realizando catapultagens e pousos a bordo.
Capacidades
O Sea Gripen foi projetado para operar pelos sistemas CATOBAR (Decolagem Assistida por Catapulta e Recuperação por Arresto) e STOBAR (Decolagem Curta e Recuperação por Arresto). Ele poderá operar com catapultas, sendo capaz de decolar com o seu peso máximo (16,5 toneladas). Sem a ajuda da catapulta, a Saab informa que o Sea Gripen poderá decolar com uma carga útil muito alta a partir de um convoo de 200 metros e 14° na rampa de saída. O Sea Gripen terá o mesmo limite de carga operacional do Gripen E/F, que é de 9G, com limite máximo de 13,5 Gs.
Sea Gripen no convoo da maquete do NAe São Paulo
Estas características irão proporcionar desempenho e capacidade ideais para marinhas que operem porta-aviões de dimensões menores, podendo operar em PA’s com deslocamento a partir de 25.000 toneladas. A Marinha da Índia poderá operar o Sea Gripen a partir do INS Vikramaditya (45.400t) e nos futuros INS Vikrant (40.000t) e INS Vishal (60.000t). A Marinha do Brasil também poderá operar o Sea Gripen a partir do NAe São Paulo (33.000t) e do futuro porta-aviões brasileiro, que já está em estudos no PRONAE ( Programa Navio Aérodromo), e a Marinha Italiana, com o seu Porta Aviões Cavour (27.100t), poderá substituir seus AV-8B Harrier II pelo Sea Gripen.
Imagem computadorizada do NAe São Paulo operando com o Sea Gripen
A diferença de peso do Sea Gripen para o GripenE/F deverá ser da ordem de 500kg. Não será necessário o redesenho do nariz. A célula sofrerá reforços estruturais em pontos, como por exemplo, o trem de pouso do nariz, o trem de pouso principal, o gancho de parada (já existente) e os pilones nas asas e o ventral.
Todos os sensores e aviônicos serão os mesmos do Gripen E/F. O motor será o General Eletric F-414-400 que já é navalizado com 22.500lbs de empuxo, o que lhe permitirá decolar full load com 16.500Kg, sendo 3.500kg de combustível/armamento e poder retornar com 3.000Kg de armamento a bordo. Estão previstos 6.200 pousos a bordo durante as 8.000 horas de vida útil de cada célula.
A capacidade do Gripen E/F de pousar em estradas curtas e cercadas de árvores (formando um funil onde erros não são permitidos), é muito semelhante ao pouso a bordo de um PA. Semelhante quando levamos em consideração a “sink rate” de 13 a 14 pés por segundo para pouso em estradas, e de 18 a 20 pés por segundo para pouso em PA’s. Importante mencionar que as aeronaves que não possuem capacidade STOL pousam com 8 pés por segundo de velocidade vertical.
Um caça moderno pousa em porta-aviões com uma velocidade entre 130 e 140 nós, enquanto o Sea Gripen, com suas características STOL, pousará com 125 nós. Essa diferença não é desprezível em operações a bordo de porta-aviões.
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