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Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Set 06, 2009 10:07 pm
por Bourne
Vou utilizar o post do Véio Túlio por que fica mais fácil comentar em cima dele.

Bueno,

Esses eixos vistos pelo Soultrain apresentam problemas de concepção semelhante ao dos BRICs. Pois pressupõe a necessidade de criar eixos para formar blocos fortes. O que não quer dizer que seja uma necessidade de todos os países para prosperarem, mas que nem sempre existe.

Os chamados BRICs são autônomos o suficiente para não precisar se integrar totalmente a outros. Os seus objetivos no cenário internacional tem como foco a si mesmo, a relação com os demais se dá por questões pontuais em nome do seu objetivo maior. Não tem a necessidade de se alinhar automaticamente com algum outro país.

Também não se pode confundir grandes relações comerciais e financeiras com alinhamento político. Pode parecer esquizofranico, mas não é. Antes da Primeira Guerra Mundial, as três grandes potências européias eram extremamente interligadas, mas não impediu que existissem conflitos na esfera militar e política, prtagonizados por Grã-Bretanha e França de um lado e Alemanha de outro. Além dos desgarrados que tinham grandes relações com os dois lados e tiveram que abandonar um dos dois quando a Guerra precipitou-se.
Túlio escreveu:Valews, Bender!!! :D :D :D :D

Bueno, começo pondo em questão as possíveis blocos citados pelo Soultrain:

:arrow: 1-América, China, Japão e Coreia;

A 'bola-fora aí é precisamente o Japão: há diferenças demais deles com os Coreanos e Chineses que, a meu ver, transcendem meras questões econômicas (afinal, são três concorrentes ao outrora faminto mercado norte-americano de manufaturados, hoje bastante combalido e que tende a piorar ainda mais, ao menos nos anos da próxima década, quando finalmente a conta das 'ajudas' e 'estímulos' for devidamente apresentada), são incompatibilidades históricas praticamente incontornáveis, ao menos para logo (falo agora deste século inteiro). Ademais, a China dificilmente aceitaria um 'protagonismo-a-dois' com os EUA, ambos parecem estar delimitando claramente seu 'território' (áreas de influência). A iniciativa de Obama me parece mais uma tentativa de manter um protagonismo em evidente declínio...
Nesse fica evidenciado a confusão entre integração econômica e alinhamento político. É verdade que a China, Córeia e Japão tem diferenças e rivalidades milenares, mas a integração econômica entre eles estão bombando. Pelo que lembro, o comércio bilateral entre China e Córeia foi de mais de 100 bi de dólares. É uma relação de conveniência em busca de benefícios conjuntos, visando inicialmente produzir para o mercado norte-americano, mas que hoje também representa enormes mercados internos e ligação estrutural das economias. Entretanto, os objetivos políticos e estratégicos dos três entram em conflito, pois tem visões muito diferentes de mundo.

Os EUA são o grande mercado e parceiro econômico desses três. Porém tem uma relação carnal com a Córeia e Japão que transcende a economia. E com a China tem uma antagonismo de visões na arena internacional, envolvendo grandes interesses globais.
:arrow: 2-Rússia e Índia;

Parece haver algum futuro aí, embora limitado. O quê tem a Rússia a comerciar com a Índia além de armamentos e tecnologia bélica? Na realidade atual, os principais parceiros comerciais da Índia são os EUA, Japão, países da U.E. (sobretudo Reino Unido, Alemanha e Bélgica) e países da OPEP. Ah, o Inglês é muito difundido por lá, já o Russo...
Não faz sentido. A Índia é uma país que preza pela a autonomia e busca de parceiros que satisfaçam as suas necessidades, não importa quem. A Rússia também tem uma visão soberana do mundo e busca parceiros para se satisfazer, mas ainda com visão "a la" URSS e superpotência.
:arrow: 3-Brasil e UE;

Também vejo problemas aí: uma kôza é a gente se acupinchar com a França e amigos tradicionais, como Portugal e Espanha. Mas a UE gravita entre dois eixos, França e Alemanha, e com estes não estamos tão bem. Claro que pode ser só fase, mas já dura faz tempo. O principal parceiro comercial da Alemanha (já deficitária em seu comércio conosco) é justamente a França e estamos caminhando para morder uma fatia desse bolo. Sei não, para mim há DUAS UEs...

Eu veria como muito mais natural uma aproximação da RÚSSIA com a UE, talvez até, com os anos, vindo a integrar o bloco (se superar a resistência, no mínimo, dos Alemães mas, se bobear, dos próprios Franceses também).
Também não faz sentido. O Brasil é grande de mais para se sentir obrigado a formar um eixo com a UE. O Brasil pode sim atrair os países simpáticos da América Latina para formar o seu bloco de influência, dada a integração crescente e o Brasil ser o maior país da região. Ainda, não consigo ver vantagens em formar um eixo com a UE.

Além do mais a UE nem um país é. Os próprios membros brigam entre si e não formam um bloco coerente caminhando verdadeiramente para ser um país único. Sem isso até o euro está ameaçado de implodir na primeira pancada mais forte, pois não existe um poder central que sustente o bloco unido. Sem contar que a Europa deu o que tinha que dar a muito tempo.

Dúvido que a a Rússia venha a se integrar a UE, no máximo acordo de livre comércio na esfera econômica. Na esfera estratégica os russos tem uma visão autônoma e não parece ter vantagens em ser alinhado com a UE.

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Ao Brasil cabe, a meu ver, abrir à força seu caminho para Grande Potência (não necessariamente manu militari, embora esta opção, a médio/longo prazo, não possa nem deva ser descartada*): terá de disputar espaço com os Chineses na África, com os ianques na América Latina e com os Alemães na Europa (a EU é o maior parceiro comercial dos Alemães, que consome metade de suas exportações, e todos sabem que a Alemanha ou exporta ou morre)...
É a visão de que o brasil precisa agir com autonomia e buscar vantagens para si, em que o parceiro em uma área pode ser o adversário em outro. Contudo, faz parte do jogo de poder internacional e da atual fase do capitalismo mundial [094]
* A opção militar, em minha opinião, terá a forma de IMPOSIÇÃO DE PAZ em alguma região particularmente conturbada, EM NOSSA ÁREA DE INTERESSE, como algum vizinho - chuto numa Bolívia balcanizada - ou na África, aí não serão mais Capacetes Azuis sorridentes e bonzinhos mas gente armada até os dentes e com vontade de deixar fincada a nossa Bandeira como mensagem "AQUI É NOSSO QUINTAL"!

Po-por enquanto é só, pe-pessoal... :mrgreen:

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Set 06, 2009 11:25 pm
por Penguin
Uma coisa são as alianças e parcerias econômicas.

Outra são as alianças militares onde os países participantes se comprometem a se defender mutuamente: OTAN, ANZAC, EUA-Israel, EUA-Japão, EUA-Coreia do Sul, Reino Unido-Belize, China-Coréia do Norte, etc.

A integração econômica embora não evite conflitos, torna-os muito menos interessantes e até mesmo inviáveis.

Claramente o "eixo" de relacionamento estratégico prioritário (econômico e militar) buscado pelo Brasil está orientado para a America do Sul. Sem paz e integração regional, as possibilidades brasileiras de expansão econômica na sua própria "casa" ficam limitadas.

Desde o pós-guerra, o Brasil desenvolveu "alianças" (prefiro o termo acordo para aquisição de armas e/ou tecnologias) militares com EUA, Alemanha, Itália e agora com a França. Cada qual com suas particularidades em função dos momentos históricos. A França está ocupando a posição hoje porque seu governo atual aceitou o exigido pelo Brasil. No futuro o cenário poderá ser diferente e o parceiro outro. Já os nossos vizinhos serão os mesmos.

[]s

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Set 06, 2009 11:28 pm
por Bender
Muitas opiniões interessantes :D

A aproximação que o Carlos cita entre Russia e França,já se manifesta,na minha visão não vai ser politico/estratégica mas industrial e comercial,acredito que possa dar frutos sim,como esses frutos vão se contrapor aos nossos frutos no mercado mundial futuro,ainda veremos.

Bourne,não acho que os eixos a que o Soutrain se referia,indicavam para hipótese de "integração" total(Blocos econômicos) de uns com outros,acho que indicavam somente a formação de "ilhas" bem definidas de interesses economicos, comerciais e politicos,e por afinidade histórica indica um caminho para nós,aliás depois de tudo que andou acontecendo esse ano,não sei avaliar o futuro de todas essas "integrações" em blocos já feitas,acho que depois dessa marolinha,vai haver mais pragmatismo nos interesses entre países.

Tulio,quanto a EUAxChina,voce sabe que pode até ser uma falta de visão clara da minha parte ou uma visão distorcida,mas esse tal protagonismo a dois que voce cita como dificil de ser aceito,é justamente o que eu vislumbro como muito possível de acontecer. :wink:

Antunes concordo contigo,que a Coreia me parece presa por muito tempo a situação atual,flutuando na maré,que não venha um tsunami do norte. :wink:

O Japão deverá começar a esticar a coleira,não tenho dúvida,resta saber se vai querer pagar o preço para rompê-la. :wink: ,e esse preço inclui sem dúvida questões políticas de mea culpa, espinhosas,se quiser fortalecer suas relações com os parceiros econômicos da Asia .

Agora o que me coça a cabeça mesmo,é a nossa vizinhança,possivelmente cada vez mais dependentes economicamente de nós,e nós com um protagonismo evidente, :| Como disse o Antunes seria interessante antever o que nos espera,mas é bem complicado imaginar,um quadro partindo do que vemos hoje,com bolivarianismo,e disputas de egos pueris.

Possivelmente varios cenários já estão na mente dos estudiosos,na minha nenhum é claro o suficiente para formar uma idéia lógica,falta eruditismo da minha parte nessa área.

Sds.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Set 06, 2009 11:49 pm
por Penguin
No 1o semestre de 2010 o Brasil poderá estar participando do CS da ONU como membro rotativo. Muito provavelmente nesse período será votadas novas resoluções contra o Irã, devido ao seu programa nuclear.

EUA, França e Reino Unido são favoráveis a intensificar as sansões.
Rússia e China em tese são contra.
E o Brasil como se comportará?

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Set 06, 2009 11:59 pm
por Bender
Essa questão é facil de ser respondida pelo nosso histórico diplomático.

O Brasil vai votar contra as sansões,a favor de novas negociações,para inspeções da onu as instalações iranianas,que respeitem a soberania e a livre determinação do povo iraniano.

Um excelente voto. [009]

Sds

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Seg Set 07, 2009 12:04 am
por Carlos Mathias
Ia escrever isso mesmo. :wink:

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Seg Set 07, 2009 7:14 am
por soultrain
Mais uma opinião:



06 Setembro 2009 - 00h00
Grande Entrevista: Loureiro dos Santos
“O Mundo está a ficar mais multipolar”
Desde o 11 de Setembro de 2001, o mundo mudou: Os estados unidos perderam poder. Portugal, por seu turno, manteve-se fiel ao seu principal aliado.

- Ainda lhe parece óbvio que haja um Mundo antes e outro após os ataques de 11 de Setembro de 2001?

Sim. Aliás, acentuou-se porque antes não havia dúvidas de que os EUA eram a maior potência mundial distanciada das outras e agora sim. Não havia o perigo de atentados terroristas em qualquer lugar. Não se conhecia uma zona que é o ovo da serpente terrorista, com armas nucleares – é o caso da região Afeganistão-Paquistão. Antes, o Iraque equilibrava as ambições e objectivos do Irão, pelo contrário, tende a ser cada vez mais influenciado pelo Irão.

- Quem são essas potências próximas de ultrapassarem os EUA?

- A China é indispensável em termos financeiros. A Rússia recuperou parte do poder que tinha na Europa de Leste e do Centro. O Brasil. A Índia. Depois, há outras potências menores que se estão a afirmar: como o Irão, a Alemanha – que está a surgir no seio da Europa como a potência que decide. O Mundo está a ficar mais multipolar.

- Obama garantiu que, caso fosse eleito, poderia invadir o Paquistão; ainda lhe parece um cenário provável?

- É pouco provável. Por um lado, neste momento, os EUA não têm forças militares terrestres para o fazer. Por outro lado, é possível uma aliança com o governo paquistanês, conforme está a haver.

- O que irá acontecer aos iraquianos após a retirada dos americanos?

- O Iraque vai ter de resolver os seus próprios problemas, que são de natureza política interna. Não é possível estar lá nenhuma potência, permanentemente, a resolver esses problemas. O Iraque vai ser um país governado por xiitas com grande influência do Irão.

- O que é feito do 'eixo do mal'?

- Não com esse nome, mas mantém-se activo. No Iraque são os problemas que conhecemos; o Irão continua sem solução – e sabe-se que todas as facções iranianas desejam enriquecer o urânio para ter capacidade nuclear; a Coreia do Norte está pior porque já fez ensaios nucleares.

- Quem são hoje os aliados naturais e os novos aliados dos EUA?

- Aliados naturais são os europeus. É o Japão. E, além dos aliados Atlânticos, agora são os países entre a antiga Europa Ocidental e a Rússia, porque se sentem mais ameaçados pela Rússia e não perdem de vista a ameaça histórica da Alemanha.

- O terrorismo poderá ser apontado como razão para o declínio da economia norte-americana – e consequentemente a economia mundial?

- Não o terrorismo. Mas a forma como invocando o terrorismo, Bush respondeu – se não tivesse atacado o Iraque, que foi um grande erro estratégico, os custos seriam muito inferiores.

- Já lhe parece evidente que a eleição de Obama tenha atenuado tensões entre os EUA e o mundo islâmico?

- Julgo que sim. O caso do Irão, onde no poder executivo está um homem da linha dura, nota-se que está a actuar de maneira diferente. E nota-se uma postura dos diferentes líderes, até no próprio Hamas, que olham para Obama com uma certa esperança e isso ainda não se atenuou.

- Quais as consequências com que teremos de viver com as grandes disputas geopolíticas do início do séc. XXI e que advêm desta onda terrorista?

- O terrorismo continua a ser uma ameaça estratégica por causa da não-solução, ainda, da instabilidade da região do Afeganistão-Paquistão. As questões que se vão colocar em termos geopolíticos são, em primeiro lugar, a escassez de recursos de energia e depois todas as consequências das alterações climáticas.

- É possível capturar bin Laden?

- Sim. Está nas mãos do Paquistão: o que implica que retire forças da fronteira com a Índia e que coloque corpos de exércitos na zona tribal. Essa zona ficaria estável e a al-Qaeda, mesmo que o bin Laden continuasse a existir, não tendo terreno propício, seria de eficácia muito menor.

- Depois dos ataques terroristas, restringiu-se a liberdade dos europeus?

- Nunca notei. Embora algumas medidas tomadas sejam intrusivas na privacidade, temos de comparar esse inconveniente com outros maiores, que seriam a impossibilidade de não podermos detectar e abortar ataques terroristas.

- Aconteceu também em Portugal?

- Eu acho que sim. Portugal tem participado ao mesmo nível, e com igual eficácia, do que outros serviços de informações da União Europeia. Mas tem um grande problema: é o único serviço de informações do Mundo que não pode fazer escutas telefónicas. Sabe-se que 60 a 70% das informações úteis para evitar ataques terroristas são obtidas em escutas telefónicas.

- O que vai mudar nas relações transatlânticas, agora, com o fecho da prisão de Guantanamo?

- A maneira como os países europeus procuraram ajudar Obama a resolver esse problema é importante para o reforço dos laços transatlânticos. E acho que os EUA vão distinguir entre os países que aceitaram colaborar e os que não aceitaram.

- O que significa Portugal ter recebido dois presos de Guantanamo?

- É uma manifestação de boa vontade para com o nosso principal aliado.

- Em que medida as leis restritivas para a liberdade dos cidadãos e o desrespeito pelos direitos humanos de suspeitos de ligações à al-Qaeda comprometem o normal funcionamento das instituições democráticas?

- Grande parte do poder que os EUA perderam, com Bush, foi por causa disso.

- Mesmo tendo em Portugal o Ministério Público mandado arquivar o caso dos voos da CIA, acredita que se venham a apurar responsabilidades?

- Vi nos jornais que foi arquivado porque não havia provas; eu acho que essas provas vão surgir porque os EUA, de vez em quando, libertam o sigilo dos seus documentos. O que é triste é que será já eventualmente tarde para punir os responsáveis, por causa das prescrições.

- Portugal poderá ter falhado?

- Eu acho que falhou. Ou havia conhecimento e fez-se de conta que não se sabia, ou então a estrutura de controlo não estava em condições. Claro que sei que entre dois aliados tão fortes é evidente que há uma postura de princípio de confiança.

- Quais são os compromissos que Portugal poderá assumir, nomeadamente, no Iraque e no Afeganistão?

- Aqueles que tem assumido. No caso do Iraque, colaborar no apoio à instrução, logístico e apoio operacional, numa dimensão suficientemente visível para ser destacada e considerada – como é o caso da nossa participação no Afeganistão.

PERFIL

Loureiro dos Santos nasceu em Vilela do Douro, Vila Real, há 72 anos. O General foi Chefe de Estado do Exército e desempenhou cargos ministeriais em diversos governos.

http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx ... 0000000019

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Seg Set 07, 2009 10:10 am
por Penguin
Bender escreveu:Essa questão é facil de ser respondida pelo nosso histórico diplomático.

O Brasil vai votar contra as sansões,a favor de novas negociações,para inspeções da onu as instalações iranianas,que respeitem a soberania e a livre determinação do povo iraniano.

Um excelente voto. [009]

Sds
Com muita probabilidade estaremos em lados opostos do nosso novo parceiro estratégico militar e da UE.

[]s

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Seg Set 07, 2009 10:34 am
por Bender
Estar do lado oposto,quando a questão passa pela "auto-determinação de um país soberano" ,é regra para o Brasil,já que o que querem as potências dominantes,é justamente barrar qualquer tipo de desenvolvimento científico e tecnológico de países do "3.o mundo",que fuja ao contrôle dessas mesmas potências.

Estávamos do lado oposto aos EUA quando da invasão do Iraque,por uma coincidência do memo lado que a França.

Quanto ao nosso novo parceiro estratégico,é ele por incrível que pareça :shock: que vai nos ajudar a dar um salto importante rumo a uma auto-suficiência tecnológica futura,que virá a fortalecer ainda mais nossa independência de "opinião".

Mas se já honradamente tinhamos posições "independentes",mesmo sem manter qualquer aliança de desenvolvimento com alguma potência,e sendo do "3.o mundo",o fato de estabelecer uma agora,e começarmos a adquirir maior importância no mundo,e continuar mantendo a "coerência" com as nossas posições,só nos engrandece mais,assim será também percebido pelo nosso "parceiro estratégico militar e da UE",assim como eles, temos opinião própria e soberana.

Sds.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Seg Set 07, 2009 10:57 am
por Bender
Zero Hora/Notimp

O que está por trás da aliança

O contrato que será assinado hoje entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy marca, na avaliação de especialistas, a principal parceria militar brasileira desde o governo de Getúlio Vargas, quando o país apoiou os Aliados na II Guerra Mundial. Pelo acordo, o Brasil pagará em torno de R$ 24 bilhões à França para a aquisição de submarinos e helicópteros. A maior parte do dinheiro será financiada por bancos estrangeiros.

A segunda visita do presidente da França, Nicolas Sarkozy, ao Brasil em menos de um ano reforça, neste 7 de Setembro, uma parceria estratégica que vai muito além do acordo de compra de submarinos e de helicópteros franceses, no valor de R$ 24 bilhões. Nessa aliança, o Brasil de Luiz Inácio Lula da Silva vê a França como o amigo rico e preferido do Norte.

A França virou aliada preferencial no mundo desenvolvido no momento em que o Brasil ambiciona colocar em prática uma política industrial de defesa, além de alavancar sua presença em organizações internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Sarkozy, por sua vez, explora as oportunidades de negócios no país que ambiciona tornar-se hegemônico na América Latina.

O presidente francês, que desembarcou em Brasília ontem à noite, será o convidado de honra do desfile militar do Dia da Independência, hoje, na Esplanada dos Ministérios. Escoltado por seis ministros e, desta vez, sem a companhia da primeira-dama, Carla Bruni, Sarkozy terá grandes chances de ouvir de Lula, mesmo que informalmente, o resultado favorável à francesa Dassault no processo de licitação para a compra de 36 caças pela Força aérea Brasileira (FAB) (leia mais sobre o tema na página ao lado).

O diferencial na relação Brasil-França, comparando com as demais parcerias estratégicas firmadas pelo governo brasileiro nos últimos anos, está inegavelmente na área militar, segundo a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, diretora do Departamento de Europa do Itamaraty. Para a diplomata, trata-se de um caso feliz de exploração de um momento favorável a tais iniciativas.

França apoia pretensões brasileiras

Para Marcos Azambuja, ex-embaixador do Brasil em Paris, esse diferencial alcança também as posições convergentes dos países nos debates relevantes da agenda internacional, azeitadas por uma afinidade cultural e de mútua curiosidade.

– Não existe afinidade do Brasil com Angela Merkel ou com o Gordon Brown – disse o ex-embaixador, ao referir-se à chanceler da Alemanha e ao primeiro-ministro da Grã-Bretanha.

E completou:

– Mas há muita afinidade com Sarkozy. Sobretudo, com madame Sarkozy – completou ele, dono de inconfundível humor.
(Olha aqui,soultrain! :mrgreen: )

A França foi uma das pioneiras vozes do Primeiro Mundo a apoiar uma reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o que pode permitir o ingresso do Brasil entre seus membros permanentes – ambição cultivada especialmente pelo governo Lula. Nos últimos anos, passou a defender a ampliação do G-8, as sete economias mais industrializadas e a Rússia, para a formação de um G-14 que incluiria, além do Brasil, a África do Sul, a China, a Índia, o México e o Egito.

Lula, em um gesto pouco usual, esperou ontem à noite o presidente francês na Base aérea de Brasília. De lá, se dirigiram para o Palácio da Alvorada, onde foi organizado um jantar em sua homenagem.

Pela manhã de hoje, os dois líderes assistirão a um desfile cívico-militar em comemoração ao Dia da Independência e terão uma reunião de trabalho em seguida, na qual diferentes assuntos da agenda bilateral e internacional serão abordados. Depois, representantes dos dois governos assinarão uma série de acordos nas áreas de defesa, cooperação policial, imigração, transportes, agricultura, tecnologia, entre outras.
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Sds.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Seg Set 07, 2009 11:50 am
por Bourne
Santiago escreveu:
Com muita probabilidade estaremos em lados opostos do nosso novo parceiro estratégico militar e da UE.

[]s
Esse parceiro estratégico militar está mais a lojinha que compramos as nossas bugigangas militares (tudo, inclusive tecnologia :lol: ) do que qualquer outra coisa.

Não engulo essas "similaridades culturais". Todo o mundo ocidental tem similaridades culturais, nem pois são todos amiguinhos e aliados estratégicos. Além do que como já elocubrei, a UE é um balaido de gato em que os membros não se entendem. Ainda, a maioria dos países são muito mais próximos culturalmente da América do Norte (Canadá e EUA) do que Brasil. Assim, a suposta posição de simpatia da França com o Brasil aparece como uma evidência da zona que a UE.

Ademais, a França é um dos grandes entraves a liberalização do comércio agrícola, preferem pagar para as vaquinhas não produzirem. O que também reflete na liberalização do comércio como um todo.

Portanto, o caminho é nós na fita e nós relacionamentos com todo mundo para obter os objetivos nacionais. Se quiserem, os decadentes que nos sigam. :mrgreen:

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Seg Set 07, 2009 9:40 pm
por cvn73
Interessante opinião da Globovision !
Paisitos


Danilo Arbilla
Globovisión
04/09/2009 2:03:03 p.m.


“Brasil es la potencia del futuro“. Este es un pronóstico, que ya parece un , que data desde hace mucho. Se lo decía Nixon a Edward Heath hace 40 años- Brasil es la llave del futuro- según unos documentos secretos recientemente desclasificados. Lo repiten cada tanto la Cancillería ( Itamaratí) y las Fuerzas Armadas brasileñas a través de sus voceros de turno. Esta vez fue el presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Sus palabras :“ Brasil tiene que lograr, en el siglo XXI , convertirse en una gran potencia“. Y no se frenó ahí Lula, sino que con un cierto alarde afirmó que tiene “ todo lo que necesita“ para ello y que además , según dijo textualmente, “ no estamos hablando de un paisito cualquiera “.

Lo de Brasil y su futuro ya lo tenemos claro; la interrogante es ¿ cuales son para Lula, Brasil, Itamarati y sus FFAA, “ los paisitos cualquiera“?

Serán Bolivia, Paraguay, Uruguay, quizás Ecuador, y hasta Argentina, por ahora y en la región , y eventualmente algunos países africanos?

Puede que efectivamente sean esos los mentados “paisitos“ . No es la primera vez que funcionarios del gobierno brasileño , con subida soberbia y tono despreciativo tratan de “ petiso“ o “ enanos“ a alguno de sus pequeños vecinos.

Y en esta materia, mas elocuentes que las palabras son los hechos, reflejados y consumados en las formas con que Brasil negocia con sus vecinos. Ya sea buscando fijar los precios del gas y petróleo con Bolivia y de la energía con Paraguay o con condiciones draconianas y decisiones arbitrarias inconsultas en las relaciones comerciales con esos países más Uruguay, Argentina, o cambiando privilegios – no nacionalización ni ningún tipo de límite a las empresas brasileñas- por apoyo político como ocurre con Chávez.

Es notorio que ese repetido anuncio de “Brasil potencia“, trasunta el sueño imperial brasileño, que para muchos, muchísimos latinoamericanos, es una realidad innegable y una amenaza latente.

En ese afán, también como es sabido, Brasil cuenta con el respaldo de los EEUU, pero no pasa lo mismo con las mayoría de los países latinoamericanos.

Al estar debilitada Argentina, parte de la vigencia de un Chávez, se debe, increíblemente, a ese rechazo y temor a una supremacía de Brasil en el continente. Para muchos países como Paraguay, Bolivia, Ecuador y hasta la misma Argentina de los Kirchner, su alineamiento “ bolivariano“ no es ideológico, y más que al tema “ negocios“ y financiamiento electoral, que importa, se debe a una forma de contención de las aspiraciones de Lula y su mandantes.

Por mas que el ex metalúrgico cada tanto le pase la mano por el lomo a Chávez , hay hechos que hablan de “ trancadas “ fuertes a los impulsos bolivarianos, como pasa con el ingreso de Venezuela al Mercosur, que no termina de ser aceptado por los legislativos brasileños y paraguayo y más reciente con lo resuelto en la UNASUR, en la que todas las pretensiones de Chávez de condena , repudio o lo que sea a Uribe y a los EEUU, no paso de los discursos. En los hechos lo que se resolvió fue no meterse en los asuntos de Colombia y el rechazo a los ejércitos extrarregionales fue mas genérico , -fue para todos- y además abarcó a otro tipo de amenazas bélicas como el apoyo financiero y venta de armas a grupos terroristas.

De la UNASUR Uribe salio bastante airoso y eso fue porque contó con el apoyo de Brasil. A Chávez le tocó irse con las maletas casi vacías .En la pulseada por el liderazgo continental, esta vez, el que avanzó fue Brasil.

De todas formas parecería que la meta “ Brasil potencia“ todavía esta lejos, y que tendrá que pelear mucho. Incluso con paisitos cualquiera.
http://www.globovision.com/news.php?nid=126472

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Seg Set 07, 2009 9:43 pm
por Bourne
Já que ninguém respondeu até agora, complemento o post com os grandes engodos das negociações internacionais.

:arrow: Temos que nos aliar por que temos similaridades culturais históricas

:arrow: Vamos firmar um acordo estratégico e vocês sempre tiveram prioridade

:arrow: Consideramos muito o seu país nesse subcontinente, inclusive nosso governo reafirma a intenção de cooperarmos. Temos que esquecer os problemas do passado.

:arrow: nós, junto, podemos dominar o mundo

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Seg Set 07, 2009 10:51 pm
por Penguin
Bourne escreveu:
Santiago escreveu:
Com muita probabilidade estaremos em lados opostos do nosso novo parceiro estratégico militar e da UE.

[]s
Esse parceiro estratégico militar está mais a lojinha que compramos as nossas bugigangas militares (tudo, inclusive tecnologia :lol: ) do que qualquer outra coisa.

Não engulo essas "similaridades culturais". Todo o mundo ocidental tem similaridades culturais, nem pois são todos amiguinhos e aliados estratégicos. Além do que como já elocubrei, a UE é um balaido de gato em que os membros não se entendem. Ainda, a maioria dos países são muito mais próximos culturalmente da América do Norte (Canadá e EUA) do que Brasil. Assim, a suposta posição de simpatia da França com o Brasil aparece como uma evidência da zona que a UE.

Ademais, a França é um dos grandes entraves a liberalização do comércio agrícola, preferem pagar para as vaquinhas não produzirem. O que também reflete na liberalização do comércio como um todo.

Portanto, o caminho é nós na fita e nós relacionamentos com todo mundo para obter os objetivos nacionais. Se quiserem, os decadentes que nos sigam. :mrgreen:
É por ai.
Similaridades culturais e históricas temos com nossos vizinhos da América do Sul, África e europeus, Portugal principalmente!
Pode-se incluir tb japoneses, alemães, italianos, espanhois, etc.

[]s

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Ter Set 08, 2009 9:09 am
por FOXTROT
O Brasil deve se abster de votar a favor de qualquer sanção contra o Irã, em primeiro porque não há provas concretas que estejam desenvolvendo armas atômicas, segundo porque as potências não querem que mais um país domine o ciclo nuclear assim rompendo com a coleira, terceiro porque se desenvolverem uma arma nuclear, o único que corre risco é Israel, o que pela política de confrontação adotada por esse país, não surpreenderia ninguém se eclodisse uma guerra entre Israel e Irã, enfim não é problema nosso....