Missão de Paz no Haiti
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Exército e PM do Rio treinam estratégia conjunta em favela
Militares sobem morro do Rio para simular ação na missão de paz no Haiti; PMs do Bope fazem papel de bandidos
RIO - Recebidos a tiros pelos traficantes, 26 militares do Exército realizaram uma operação secreta em uma favela do Rio de Janeiro. Objetivo: libertar três pessoas mantidas em um cativeiro e prender Amaral Duclonas, 27 anos, criminoso hábil que aterroriza a população, com extorsões, assassinatos e seqüestros.
A ação poderia ter ocorrido de verdade, mas não passou de um treino, realizado na quarta-feira, dia 15. Amaral é o último grande líder de gangue que ainda não foi preso pelos brasileiros no Haiti. Conseguiu escapar de várias operações realizadas pelas tropas internacionais das Nações Unidas e tornou-se o objeto de desejo dos oficiais do 8° contingente do Brasil que, com 1.200 homens, embarca em dezembro para o Haiti.
A sede do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), no Rio, tornou-se cenário para a base do Brasil em Cité Soleil, região da capital haitiana, Porto Príncipe, pacificada pelos brasileiros nos últimos oito meses e área de atuação de Amaral. O treinamento, de cerca de três horas, ocorreu na favela Tavares Bastos, na zona sul da capital fluminense. A favela é considerada pelo governo do Estado como a única onde o tráfico não domina e onde não há violência, devido à presença ostensiva da tropa de elite da Polícia Militar, que há sete anos tem um quartel no topo do morro.
Os oficiais, provenientes do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, estavam pisando pela primeira vez na Tavares Bastos, desconhecendo os caminhos da favela e podendo facilmente ser alvo de emboscadas dos bandidos, representados pelos policiais do Bope, conhecidos pelo poder de atuação nos morros cariocas com o famoso "caveirão".
Tudo reproduziu nos mínimos detalhes as operações no Haiti. Antes de saírem para a missão, os militares fizeram uma reunião, onde o capitão Domingues, escolhido para o comando da operação do Exército brasileiro, entregou mapas e detalhou a estratégia de ataque. Quem faria o quê, quem iria por onde, quem faria o cerco e como se dividiriam nas estreitas vielas para evitarem o "fogo amigo", termo utilizado quando se é alvo de tiros de homens que estão lutando do mesmo lado.
Snipers posicionados
Dois "caçadores" (snipers), atiradores do Exército que conseguem acertar um alvo a até 600 metros, foram estrategicamente posicionados no mais alto prédio no topo do morro: com uma visão ampla, eles são os primeiros a avistar os inimigos, podendo eliminá-los ou alertar os companheiros. Se a distância é maior, os caçadores vão buscar o alvo com a luneta e tentam acertar o inimigo o mais próximo possível. Um tiro a alguns palmos ou metros de distância consegue aterrorizar o oponente, que fica perdido, sem saber de onde vem o perigo.
Segundo o tenente-coronel André Novaes, comandante do Centro de Instrução de Operações de Paz (CIOPaz) do Exército, o posicionamento dos atiradores é uma estratégia adotada em todas as operações e patrulhas no Haiti e já salvou a vida de muitos brasileiros na missão. Novaes comandou as tropas do Exército do terceiro contingente brasileiro, no segundo semestre de 2005, e quando voltou do Haiti teve a tarefa de chefiar a ação do Exército na Mangueira, quando militares subiram os morros do Rio, em maio de 2006, para recuperarem armas roubadas.
Alinhados, os soldados tomam suas posições e saem correndo "no lanço": um faz a cobertura contra tiros e o outro avança de dois a quinze metros, tocando no ombro do companheiro da frente, para que ele avance também.
'Vai morrer!
Ouve-se um grito de um bandido, seguido de inúmeros estopins de tiros de festim. "Vai morrer!".
"Centauro para Dragão. De onde veio? De onde veio?", pergunta pelo rádio, encurralado em um beco, o capitão Domingues, usando seu codinome.
"Aqui em cima, aqui em cima. Na laje, na laje", responde alguém.
"Atira! Atira!", ordena Domingues.
O PM do Bope, que representa o criminoso procurado, esbeira-se entre as ruelas da Tavares Bastos, sobe em uma laje, salta entre a marquise de duas casas e consegue escapar dos militares. Corre alguns metros, mete-se em outras ruelas que não conhecia e vai parar lá na frente dos militares, rindo à toa por ter conseguido fugir. "Vi como é fácil ser bandido no Rio", comemora o policial.
Em meio à confusão e à gritaria, o comandante Domingues avista a casa que, conforme o mapa que tem em mãos, é o reduto de Amaral. Os oficiais cercam o local e engatilham os fuzis."É esta porta de ferro, a de ferro. Arromba, arromba. Estoura logo!", ordena Domingues.
Um militar empurra a porta e avança. "Entra, entra", grita Domingues. "Faz segurança aqui. Cobre ele ali", acrescenta.
Os soldados avançam por uma construção inacabada de três andares, com lajes irregulares. A mira do fuzil acompanha o olhar. A casa é revistada e Amaral, pelo menos na ficção, preso.
"Mão na cabeça ou leva tiro na testa", grita um oficial para Amaral. O criminoso porta uma arma e, segundo as regras de engajamento da ONU, os militares podem atirar quando há risco para sua segurança ou a de civis.
Avaliação
A avaliação do treino: "Matamos muitos, mas também perdemos gente. Demos muito tiro, vamos ter que avaliar isso. Pelo menos pegamos o Amaral", diz Domingues, com o suor escorrendo pelo rosto e o carômetro no bolso, uma espécie de fichário com foto dos bandidos procurados.
"Por isso é que sou voluntário para ir ao Haiti. Passamos anos aprendendo sem poder agir. Participar da missão é uma grande experiência profissional e oportunidade ímpar de colocarmos em prática o que a gente passa a vida inteira só treinando", acrescenta o capitão.
Como a ação não utilizou DSET, simuladores que apontam mortos e feridos nos confrontos, o coronel Novaes não conseguiu precisar o número de vítimas.
"Para um teste, foi bom. Eles começaram o treinamento há poucos dias, tem mais quatro meses de preparação pela frente. Com o tempo, eles se conhecerão e apenas com um olhar já sabem o que tem de fazer. Todos os militares que vão para o Haiti são experientes. O que a gente faz é aprofundar o conhecimento e dar técnicas especiais para o combate urbano desenvolvidas nestes três anos de experiência. A gente sabe como fazer e tem dado certo. Graças ao treinamento até hoje não perdemos nenhum soldado em combate", afirma Novaes.
VIDEO:
http://www.estadao.com.br/interatividad ... 5271447DA1
Militares sobem morro do Rio para simular ação na missão de paz no Haiti; PMs do Bope fazem papel de bandidos
RIO - Recebidos a tiros pelos traficantes, 26 militares do Exército realizaram uma operação secreta em uma favela do Rio de Janeiro. Objetivo: libertar três pessoas mantidas em um cativeiro e prender Amaral Duclonas, 27 anos, criminoso hábil que aterroriza a população, com extorsões, assassinatos e seqüestros.
A ação poderia ter ocorrido de verdade, mas não passou de um treino, realizado na quarta-feira, dia 15. Amaral é o último grande líder de gangue que ainda não foi preso pelos brasileiros no Haiti. Conseguiu escapar de várias operações realizadas pelas tropas internacionais das Nações Unidas e tornou-se o objeto de desejo dos oficiais do 8° contingente do Brasil que, com 1.200 homens, embarca em dezembro para o Haiti.
A sede do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), no Rio, tornou-se cenário para a base do Brasil em Cité Soleil, região da capital haitiana, Porto Príncipe, pacificada pelos brasileiros nos últimos oito meses e área de atuação de Amaral. O treinamento, de cerca de três horas, ocorreu na favela Tavares Bastos, na zona sul da capital fluminense. A favela é considerada pelo governo do Estado como a única onde o tráfico não domina e onde não há violência, devido à presença ostensiva da tropa de elite da Polícia Militar, que há sete anos tem um quartel no topo do morro.
Os oficiais, provenientes do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, estavam pisando pela primeira vez na Tavares Bastos, desconhecendo os caminhos da favela e podendo facilmente ser alvo de emboscadas dos bandidos, representados pelos policiais do Bope, conhecidos pelo poder de atuação nos morros cariocas com o famoso "caveirão".
Tudo reproduziu nos mínimos detalhes as operações no Haiti. Antes de saírem para a missão, os militares fizeram uma reunião, onde o capitão Domingues, escolhido para o comando da operação do Exército brasileiro, entregou mapas e detalhou a estratégia de ataque. Quem faria o quê, quem iria por onde, quem faria o cerco e como se dividiriam nas estreitas vielas para evitarem o "fogo amigo", termo utilizado quando se é alvo de tiros de homens que estão lutando do mesmo lado.
Snipers posicionados
Dois "caçadores" (snipers), atiradores do Exército que conseguem acertar um alvo a até 600 metros, foram estrategicamente posicionados no mais alto prédio no topo do morro: com uma visão ampla, eles são os primeiros a avistar os inimigos, podendo eliminá-los ou alertar os companheiros. Se a distância é maior, os caçadores vão buscar o alvo com a luneta e tentam acertar o inimigo o mais próximo possível. Um tiro a alguns palmos ou metros de distância consegue aterrorizar o oponente, que fica perdido, sem saber de onde vem o perigo.
Segundo o tenente-coronel André Novaes, comandante do Centro de Instrução de Operações de Paz (CIOPaz) do Exército, o posicionamento dos atiradores é uma estratégia adotada em todas as operações e patrulhas no Haiti e já salvou a vida de muitos brasileiros na missão. Novaes comandou as tropas do Exército do terceiro contingente brasileiro, no segundo semestre de 2005, e quando voltou do Haiti teve a tarefa de chefiar a ação do Exército na Mangueira, quando militares subiram os morros do Rio, em maio de 2006, para recuperarem armas roubadas.
Alinhados, os soldados tomam suas posições e saem correndo "no lanço": um faz a cobertura contra tiros e o outro avança de dois a quinze metros, tocando no ombro do companheiro da frente, para que ele avance também.
'Vai morrer!
Ouve-se um grito de um bandido, seguido de inúmeros estopins de tiros de festim. "Vai morrer!".
"Centauro para Dragão. De onde veio? De onde veio?", pergunta pelo rádio, encurralado em um beco, o capitão Domingues, usando seu codinome.
"Aqui em cima, aqui em cima. Na laje, na laje", responde alguém.
"Atira! Atira!", ordena Domingues.
O PM do Bope, que representa o criminoso procurado, esbeira-se entre as ruelas da Tavares Bastos, sobe em uma laje, salta entre a marquise de duas casas e consegue escapar dos militares. Corre alguns metros, mete-se em outras ruelas que não conhecia e vai parar lá na frente dos militares, rindo à toa por ter conseguido fugir. "Vi como é fácil ser bandido no Rio", comemora o policial.
Em meio à confusão e à gritaria, o comandante Domingues avista a casa que, conforme o mapa que tem em mãos, é o reduto de Amaral. Os oficiais cercam o local e engatilham os fuzis."É esta porta de ferro, a de ferro. Arromba, arromba. Estoura logo!", ordena Domingues.
Um militar empurra a porta e avança. "Entra, entra", grita Domingues. "Faz segurança aqui. Cobre ele ali", acrescenta.
Os soldados avançam por uma construção inacabada de três andares, com lajes irregulares. A mira do fuzil acompanha o olhar. A casa é revistada e Amaral, pelo menos na ficção, preso.
"Mão na cabeça ou leva tiro na testa", grita um oficial para Amaral. O criminoso porta uma arma e, segundo as regras de engajamento da ONU, os militares podem atirar quando há risco para sua segurança ou a de civis.
Avaliação
A avaliação do treino: "Matamos muitos, mas também perdemos gente. Demos muito tiro, vamos ter que avaliar isso. Pelo menos pegamos o Amaral", diz Domingues, com o suor escorrendo pelo rosto e o carômetro no bolso, uma espécie de fichário com foto dos bandidos procurados.
"Por isso é que sou voluntário para ir ao Haiti. Passamos anos aprendendo sem poder agir. Participar da missão é uma grande experiência profissional e oportunidade ímpar de colocarmos em prática o que a gente passa a vida inteira só treinando", acrescenta o capitão.
Como a ação não utilizou DSET, simuladores que apontam mortos e feridos nos confrontos, o coronel Novaes não conseguiu precisar o número de vítimas.
"Para um teste, foi bom. Eles começaram o treinamento há poucos dias, tem mais quatro meses de preparação pela frente. Com o tempo, eles se conhecerão e apenas com um olhar já sabem o que tem de fazer. Todos os militares que vão para o Haiti são experientes. O que a gente faz é aprofundar o conhecimento e dar técnicas especiais para o combate urbano desenvolvidas nestes três anos de experiência. A gente sabe como fazer e tem dado certo. Graças ao treinamento até hoje não perdemos nenhum soldado em combate", afirma Novaes.
VIDEO:
http://www.estadao.com.br/interatividad ... 5271447DA1
- Pablo Maica
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rodrigo escreveu:Eu também tenho visto aparecerem mais M4 do que FAL, na semana passada houve a visita de uns generais brasileiros, e todas as tropas visitadas, pelas fotos, usavam M4. Não existem FE e navais em quantidade tão grande no Haiti. Vai ver a realidade bateu e ningém mais quer o velho FAL de 5Kg.Alguem sabe me explicar porque alguns soldados do 7° contingente utilizam M4? vi em algumas fotos no defesanet e realmente não entendi.
Esse pessoal ai é do destacamento de operações especiais se naum me engano... são todos comandos e FE.. havia muitos deles aqui em SM... podem ver que estão com coldres robocop do mesmo modelo usado pelos Comandos e FE e alguns estão com a veste de assalto padrão tbm.
Um abraço e t+
rodrigo escreveu:Eu também tenho visto aparecerem mais M4 do que FAL, na semana passada houve a visita de uns generais brasileiros, e todas as tropas visitadas, pelas fotos, usavam M4. Não existem FE e navais em quantidade tão grande no Haiti. Vai ver a realidade bateu e ningém mais quer o velho FAL de 5Kg.Alguem sabe me explicar porque alguns soldados do 7° contingente utilizam M4? vi em algumas fotos no defesanet e realmente não entendi.
Não fale assim do 7,62 que mata qualquer coisa, a qualquer distância, para qualquer lado que você atire, independente da parte do corpo que acertar.
Carpe noctem!
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17 Ago 07
Experiência no Haiti dá know-how militar ao Brasil
Três anos de missão no Haiti propiciaram mudanças em equipamentos e técnicas
Tahiane Stochero, enviada especial(ESP)
Tahiane Stochero
Militares tentam evitar fogo-amigo
RIO - Os três anos da presença brasileira no Haiti foram integrados em um livro de caráter reservado pelo Centro de Instrução de Operações de Paz, reunindo as melhores técnicas de ação para combate urbano. O know-how brasileiro e o sucesso na pacificação de regiões violentas da capital haitiana fazem com que estrangeiros, principalmente norte-americanos e europeus, procurem o Exército para intercâmbio de informações, na tentativa de descobrir o segredo do Brasil.
Segundo o tenente-coronel Novaes, a participação na missão da ONU tem rendido ao País um grande aprendizado e o desenvolvimento de líderes, que, ao viverem situações de confronto e pressão 24 horas por dia, têm de manter o controle psicológico dos comandados e tomar decisões importantes.
Um dos exemplos de avanços em equipamentos é o que houve com o Urutu, o blindado brasileiro que deixava o atirador e o motorista expostos a tiros. A necessidade fez com que o carro ganhasse uma proteção especial, uma cabine que abriga os militares, além de uma pá para remover o lixo, que se acumulava nas ruas haitianas.
Criou-se ainda a Urutulância, um blindado que foi transformado em ambulância para poder atuar nos enfrentamentos.
Mas o grande aprendizado, segundo Novaes, foi do ponto de vista tático. Os brasileiros desenvolveram técnicas para atirar sem serem alvo fácil das gangues haitianas e respeitarem as regras de engajamento da ONU, que exige proporcionalidade na reação. Outra inovação: para evitar que um brasileiro atire em outro durante uma operação, o famoso "fogo amigo", é colocado nas armas um "sinal" que pode ser avistado à distância e é reconhecível somente entre brasileiros. Algumas das técnicas e o "sinal" foram revelados com exclusividade ao portal estadao.com.br mas não podem ser divulgados, por serem trunfos do Exército.
A preparação dos militares que compõem o 8º contingente começou nesta semana e vai até novembro. Serão cerca de 6.400 horas de treinamento individual e mais de 150 mil tiros para habilitar as tropas ao novo ritmo da missão para estabilização do Haiti (Minustah), que está deixando de ser peace-enforcement (imposição da paz), para ser peace-building (construção da paz). Nesta fase, há diminuição de operações militares e aumento das ações policiais e cívico-sociais, com o crescente diálogo entre as tropas, as diversas agências da ONU, ONGs, organizações internacionais e sociedade civil.
Brasil tem maior contingente em força de paz no Caribe
Atuando há três anos no Haiti, o Brasil possui o maior número de militares Minustah, cerca de 1200 homens. Composto por integrantes de 40 países, a missão foi criada pela ONU em fevereiro de 2004, após uma onda de protestos e violência em todo o país provocar a queda do presidente Jean-Bertrand Aristide.
Desde o início, o Brasil tem liderado operações contra o crime organizado no país caribenho, pacificando os bairros mais violentos da capital, como Bel Air, Cité Militaire e Cité Soleil. Todos os chefes militares da missão foram brasileiros. Essa é a quinta missão da ONU desde 1993 no Haiti, o país mais pobre das Américas.
Experiência no Haiti dá know-how militar ao Brasil
Três anos de missão no Haiti propiciaram mudanças em equipamentos e técnicas
Tahiane Stochero, enviada especial(ESP)
Tahiane Stochero
Militares tentam evitar fogo-amigo
RIO - Os três anos da presença brasileira no Haiti foram integrados em um livro de caráter reservado pelo Centro de Instrução de Operações de Paz, reunindo as melhores técnicas de ação para combate urbano. O know-how brasileiro e o sucesso na pacificação de regiões violentas da capital haitiana fazem com que estrangeiros, principalmente norte-americanos e europeus, procurem o Exército para intercâmbio de informações, na tentativa de descobrir o segredo do Brasil.
Segundo o tenente-coronel Novaes, a participação na missão da ONU tem rendido ao País um grande aprendizado e o desenvolvimento de líderes, que, ao viverem situações de confronto e pressão 24 horas por dia, têm de manter o controle psicológico dos comandados e tomar decisões importantes.
Um dos exemplos de avanços em equipamentos é o que houve com o Urutu, o blindado brasileiro que deixava o atirador e o motorista expostos a tiros. A necessidade fez com que o carro ganhasse uma proteção especial, uma cabine que abriga os militares, além de uma pá para remover o lixo, que se acumulava nas ruas haitianas.
Criou-se ainda a Urutulância, um blindado que foi transformado em ambulância para poder atuar nos enfrentamentos.
Mas o grande aprendizado, segundo Novaes, foi do ponto de vista tático. Os brasileiros desenvolveram técnicas para atirar sem serem alvo fácil das gangues haitianas e respeitarem as regras de engajamento da ONU, que exige proporcionalidade na reação. Outra inovação: para evitar que um brasileiro atire em outro durante uma operação, o famoso "fogo amigo", é colocado nas armas um "sinal" que pode ser avistado à distância e é reconhecível somente entre brasileiros. Algumas das técnicas e o "sinal" foram revelados com exclusividade ao portal estadao.com.br mas não podem ser divulgados, por serem trunfos do Exército.
A preparação dos militares que compõem o 8º contingente começou nesta semana e vai até novembro. Serão cerca de 6.400 horas de treinamento individual e mais de 150 mil tiros para habilitar as tropas ao novo ritmo da missão para estabilização do Haiti (Minustah), que está deixando de ser peace-enforcement (imposição da paz), para ser peace-building (construção da paz). Nesta fase, há diminuição de operações militares e aumento das ações policiais e cívico-sociais, com o crescente diálogo entre as tropas, as diversas agências da ONU, ONGs, organizações internacionais e sociedade civil.
Brasil tem maior contingente em força de paz no Caribe
Atuando há três anos no Haiti, o Brasil possui o maior número de militares Minustah, cerca de 1200 homens. Composto por integrantes de 40 países, a missão foi criada pela ONU em fevereiro de 2004, após uma onda de protestos e violência em todo o país provocar a queda do presidente Jean-Bertrand Aristide.
Desde o início, o Brasil tem liderado operações contra o crime organizado no país caribenho, pacificando os bairros mais violentos da capital, como Bel Air, Cité Militaire e Cité Soleil. Todos os chefes militares da missão foram brasileiros. Essa é a quinta missão da ONU desde 1993 no Haiti, o país mais pobre das Américas.
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
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- Edu Lopes
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Enviado por Ana Cláudia Guimarães - 25.8.2007 | 8h44m
HAITI
Tititi no Galeão
Sabe essa missão de paz do Haiti? Ontem, no Galeão, deu o maior rebu.
É que comandantes e enfermeiras iam embarcar em um DC-3 na Base Aérea do Galeão. Já a tropa, em um Hércules C-130.
O Hércules levantou vôo, mas o DC-3, depois que todos já estavam sentados em suas cadeiras, se preparava para decolar quando... de repente, o comandante informa que estava "abortando a missão por falta de combustível".
Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/
Assim fica difícil.
- Pablo Maica
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Edu Lopes escreveu:Enviado por Ana Cláudia Guimarães - 25.8.2007 | 8h44m
HAITI
Tititi no Galeão
Sabe essa missão de paz do Haiti? Ontem, no Galeão, deu o maior rebu.
É que comandantes e enfermeiras iam embarcar em um DC-3 na Base Aérea do Galeão. Já a tropa, em um Hércules C-130.
O Hércules levantou vôo, mas o DC-3, depois que todos já estavam sentados em suas cadeiras, se preparava para decolar quando... de repente, o comandante informa que estava "abortando a missão por falta de combustível".
Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/
Assim fica difícil.
Primeiro... DC-3? AHhhh por favor... e segundo... abastecer o avião com os passageiros e tripulantes dentro? Tão de sacanagem comigo... na boa essa tal ana claudia ai ando fumando alguma coisa...
Um abraço e t+
- Pablo Maica
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“Brasileiros e Paraguaios trabalham unidos pela reconstrução do Haiti”, conta o militar que já está familiarizado à tropa e aos costumes brasileiros. “Já estou falando português e alguns brasileiros também estão se aventurando no guarani. Os paraguaios têm muito que aprender com os militares do Brasil. Tenho orgulho de fazer parte do melhor exército da América Latina”, finaliza.
Capitão de Corveta Luis Amílcar Vera- MPy
O Capitão de Corveta Luis Amílcar Vera trabalha como oficial de ligação do batalhão brasileiro junto às forças de língua espanhola.
Def Net
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O Capitão de Corveta Luis Amílcar Vera trabalha como oficial de ligação do batalhão brasileiro junto às forças de língua espanhola.
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...aquele que conhece o inimigo e a si mesmo, lutará cem batalhas sem perigo de derrota;
aquele que não conhece nem o inimigo e nem a si próprio, será derrotado em todas as batalhas...
SUNTZU
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SUNTZU
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esse video ja foi postado ??
a gaúchada no Haiti.. reportagem da RBS
http://video.google.com/googleplayer.sw ... 7779&hl=en
a gaúchada no Haiti.. reportagem da RBS
http://video.google.com/googleplayer.sw ... 7779&hl=en
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Ministro da Defesa visita o Batalhão Brasileiro de Força de Paz no Haiti
http://www.exercito.gov.br/03ativid/missaopaz/minustah/noticias/2007/09set07/vismindef.htm
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"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
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A-29 escreveu:Alguém sabe qual o motivo de o Saito ter ido junto com o Jobim para o Haiti?
Se fôsse o comandante da MB eu até entendia, por causa dos fuzileiros, mas o Saito
É que nacionalo quido foi único que não se manifestou contra arrogância de ministro né? E também tem que estar atento a crise aeroportuária, nôooo, se não pode sobrar néeee!!
Há aqueles que para melhor vigiarem seus inimigos, mantêm contato cerrado.
...aquele que conhece o inimigo e a si mesmo, lutará cem batalhas sem perigo de derrota;
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