Olha, algumas impressões minhas.
Me parece, no mínimo, estranho cogitar a hipótese que a FAB possa ter emitido uma nota à revelia do MD e, consequentemente, o governo. Pensem no que isso significa. Significa quebra de hierarquia, significa constrangimento do superior, do comandante supremo. Ao meu ver, até que se prove ao contrário, considero absurdo imaginar que a FAB emitiria uma nota que passasse por cima do que pensa o governo. Seria motivo para demissão do Comandante, do Ministro que não teve pulso e foi pego com as calças arriadas e do cancelamento da escolha, quem sabe até do Programa em si. Pelo que sei da honra, moral e caráter do Comandante Saito, duvido muito que uma decisão dessas pudesse ser feita da maneira como foi levantada aqui.
Vamos ser racionais e trabalhar com o que temos. O Su-35 ficou fora da disputa por razões técnicas da parte da FAB.
Os russos já admitiram que não responderam o RFI na parte de transferência de tecnologia e off sets da maneira como pedia a FAB. O que mais se precisa para entender isso? Se houve também influência política? Ora, muito provavelmente sim. As razões seriam várias. Na minha opinião, menos por pressão norte-americana e muito mais porque o próprio governo brasileiro não queria deixar passar uma imagem de alinhamento ao eixo Caracas-Moscou.
Não entendo porque chamar de trapalhada da FAB. Então a Índia também é atrapalhada. Porque os concorrentes do MMRCA são exatamente os mesmos do F-X. Acho que está claro desde o primeiro F-X que a FAB não está preocupada em pegar um caça bimotor, monomotor, leve, pesado, americano, francês ou marciano. A FAB quer um caça que seja adequado muito além dos requisitos técnicos. A FAB quer uma aeronave que proporcione segurança e garantia de operação por muito tempo, quer transferência de tecnologias que considera importantes, quer autonomia de integração de armamentos, quer off sets que impulsionem a indústria nacional.
A FAB não está preocupada em comprar uma aeronave que "faça frente" aos Su-30 venezuelanos. A FAB está c@g@*&$ e andando pro que a Venezuela opera ou deixa de operar. A FAB quer fazer a parte dela. E não importa se vai ser Gripen, Rafale ou F-18. Seja qual for o escolhido, é porque atendeu às exigências da FAB e é consequentemente o melhor para o país.
Acho que a gente tem que confiar um pouquinho mais na FAB. Do jeito que aparecem algumas opiniões aqui, parece que só tem irresponsável e incompetente lá dentro, o que obviamente não é verdade. Acho que deveríamos deixar um pouquinho o Super Trunfo de lado, a análise geo-política limitada via mídia e deixar que a humildade se faça valer e assim possamos reconhecer que os profissionais lá devem saber um pouquinho o que estão fazendo.
Minha opinião, claro.
Abraços!