projeto escreveu:Mas por que a FAB não ia querer o Rafale?
Por exemplo:
Outro dia estava vendo umas apresentações sobre um seminário de guerra eletrônica do CTA, tinham diversos palestrantes da FAB, universidades, MB, EB, Embraer, Mectron, Atech, etc. Dentre os estrangeiros só existiam de dois países: israelenses da Rafael e franceses da Thales.
Eu sei que pode ser considerado por alguns um exemplo fora de propósito, mas só que não é o único!
Nos últimos anos engenheiros brasileiros da Embraer e CTA vêm fazendo estágios avançados em indústrias francesas (leia-se Dassault), soube por uma fonte que esteve lá e conheceu alguns deles.
Tem o discurso do ministro, assinatura do acordo aeronáutico (que não precisava ser assinado se não quiséssemos), tem o intercâmbio operacional, etc.
Eu gostaria de saber por que a FAB não poderia querer o Rafale...
[]'s
Alberto, alguns pontos de vista meus:
1) não podemos dizer que a FAB não QUER o Rafale, como muito bem disse o Soultrain, ele está na short list, então...
2) com esta lista tríplice só podemos afirmar uma coisa: qualquer um dos caças pré-selecionados SERVEM (o que é diferente de QUERER);
3) apenas fiz uma leitura das recentes falas do Presidente Lula e do ministro Nelson Jobim, não significa que meu ponto de vista seja o correto, é apenas uma leitura pessoal.
Veja bem, se houvesse um claro consenso entre FAB e MD/Governo, então o Lula não diria que o NJ precisa de um gestor ao seu lado, e nem o NJ diria que só compraremos produtos "prontos". O Gripen NG não está pronto, ora bolas!
O Lula mandou um recado claríssimo para o NJ e este tirou o seu da reta mandando um recado claríssimo para a FAB, ou seja, pode tirar o cavalinho da chuva, nada de Gripen NG.
Agora, convenhamos, o SU-35 BM está muito mais próximo do Rafale do que o F-18 SH e o Gripen NG. Então, ver a FAB selecionar um caça entre Rafale e SU-35 (e mais um, mas nada pejorativo com este "mais um"), seria brindar o vencedor com uma disputa no mínimo "natural". Assim sendo, se a FAB quisesse o Rafale, nada mais natural do que compará-lo a um caça a sua altura, o SU-35.
Não que Gripen NG e F-18 SH estejam abaixo, longe disso, mas vejo como caças de outro porte, mas não necessariamente "inferior".
Outra coisa, veja a importância estratégica do confronto direto entre Rafale e SU-35, onde a Venezuela tem o SU-30 e vai comprar (aguardem!) o SU-35. Caso a FAB quisesse o Rafale, nada melhor em colocá-lo ao lado do SU-35 em uma concorrência, dar a vitória ao Rafale e dizer abertamente: escolhemos e compraremos o melhor dos dois!!! Lembre-se a Venezuela não conhece o Rafale, não pôde comparar, seria até uma forma indireta de "dissuasão".
Mas não foi isto que vimos com a short list, foi feita uma seleção pensando-se em outros fatores, menos o geopolítico. Então, leitura minha, se o Rafale fosse o desejado, nada melhor do que fazer o que disse acima, mas não foi o caso. Se o Rafale não estivesse na berlinda (dentro da FAB), o NJ não precisaria de forma alguma dizer que "só compraremos equipamentos prontos". Se houvesse consenso entre NJ e FAB, o Lula não diria que se faz necessário um gestor ao lado do NJ.
Pra mim está claro, a FAB quer o Gripen NG, caso contrário o NJ não diria "caça pronto". Pra quê? De graça? Poderia até ser o F-18, mas como ficaria os ministros NJ e MU, além do próprio Presidente, para justificar tantas críticas que fizeram aos EUA? Será que diriam: fizemos tanta pressão que eles ficaram bonzinhos e reconheceram a importância do Brasil diante do mundo. Será???
Veja, o Rafale não está descartado pela FAB, que foi descartado foi o SU-35, F-16 e Typhoon, o resto está na parada. Porém não acredito definitivamente que o Rafale seja hoje o número 1 da FAB em termos de preferência, caso eu esteja errado, só posso dizer que ela fez uma grande lambança e perdeu uma grande chance de explorar política e tecnicamente a vitória do caça francês. Perdeu, mas perdeu mesmo.
Grande abraço,
Orestes
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