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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Enviado: Seg Nov 22, 2010 7:57 pm
por RobertoRS
Hader escreveu:No que diferem as lapidações iranianas e as sauditas? Ou as mutilações? Barbárie é barbárie em qualquer lugar, mas os interesses geopolíticos são diferentes. Podemos discorrer longamente sobre as típicas mutilações etíopes...mas quem se interessa por negras pobres, não é mesmo?
[]'s
A iraniana aquela deve ser riquíssima...
E respondendo a questão: em nada diferem.
Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Enviado: Seg Nov 22, 2010 8:02 pm
por RobertoRS
LeandroGCard escreveu:Independentemente de qualquer questão política/econômica, criticar qualquer país isolado, inclusive o Irã, por condenar à morte um de seus cidadãos acusado de crime muito grave (o adultério é apenas um dos crimes de que Sakineh Ashtiani é acusada , não se pode esquecer que ela foi condenada por 2 assassinatos e por isso pegou a pena de morte) deveria deixar qualquer país sério do mundo em uma tremenda "saia justa".
A pena de morte é aplicada em vários países, inclusive nos próprios EUA, na China, e em diversas nações árabes aliadas do ocidente (Arábia Saudita, Egito, etc...). E em muitos deles a pena de morte pode ser aplicada a crimes que no ocidente não justificariam tal penalidade. Como então aprovar uma moção contra o Irã e deixar de fora todos os demais países que aplicam o mesmo tipo de pena? No caso do Brasil especificamente, temos um dos nossos cidadãos condenado à pena de morte por tráfico de drogas na Indonésia, e nem por isso se pediu que fizéssemos qualquer movimento para condenar àquele país por aplicar esta pena a este tipo de delito.
Quanto à forma da execução, o apedrejamento parece mesmo ser um ato de barbarismo, pelo sofrimento que impõem ao condenado. Ele está previsto na legislação iraniana por uma questão de tradição, mas o governo daquele país já alterou o método para enforcamento neste caso particular, reconhecendo que ele era inadequado e não deveria ser utilizado. Os EUA não tiveram esta mesma sensibilidade ao executarem Judy Buenoano na cadeira elétrica por um crime similar em 1998. E a cadeira elétrica ainda é um dos métodos legais de execução nos EUA até hoje.
O uso da pena de morte para qualquer crime, assim como outras práticas utilizadas pela justiça ou em casos de guerra como a tortura e a prisão sem acusação formal, deve sim ser combatido por qualquer povo que se considere civilizado. Mas insistir na condenação especificamente do Irã neste caso de Sakineh Ashtiani é no mínimo um exercício de hipocrisia, e não se pode criticar o governo brasileiro por não querer participar dele.
Leandro G. Card
O problema é que muitos países que AINDA mantém a Pena de Morte, cito os casos do Irã ou do Paquistão ou da China, não permitem que os acusados recebem o devido tratamento legal. Sem citar o caso de Penas de Morte cruéis (apedrejamento) e desbalanceadas com o tipo do crime (adultério ou coisa que valha).
O caso do brasileiro na Indonésia é um pouco diferente, mas pela política do país, contrária à Pena de Morte, caberia outro posicionamento. O mesmo foi fragrado traficando drogas para dentro da Indonésia, o que para eles configura crime gravíssimo.
Porém o ESTADO BRASILEIRO mantém política avessa à Pena Capital e deveria ter tido outro posicionamento.
Por outro lado, caberia ao Governo Brasileiro, ao invés dessa timidez ao se abster, denunciar outros abusos.
Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Enviado: Seg Nov 22, 2010 11:39 pm
por Bolovo
Não, é só mais um comunista com a maquininha da Cielo...
Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Enviado: Ter Nov 23, 2010 2:54 pm
por Marino
Amorim defende abstenção em moção contra Irã
Para chanceler brasileiro, texto apresentado na ONU que condenava apedrejamento tinha pouco a
ver com a situação dos direitos humanos no país
Jamil Chade CORRESPONDENTE / GENEBRA - O Estado de S.Paulo
O chanceler brasileiro, Celso Amorim, afirmou ontem que o governo do Irã deu garantias de que
Sakineh Ashtiani, condenada por adultério e por participação na morte do marido, não será apedrejada.
Defendendo a posição do Brasil, que se absteve na semana passada de votar na ONU uma
resolução que pedia a condenação do Irã por violações dos direitos humanos e pela questão do
apedrejamento de mulheres, Amorim garantiu que não tomará nenhuma decisão "apenas para agradar
ou um meio de comunicação ou algumas ONGs".
A resolução, apresentada pelo Canadá, acabou sendo aprovada. Mas não contou com o apoio
brasileiro, que prefere manter abertos os canais com o Irã. O governo brasileiro alega que a resolução
tem motivação política e a meta de pressionar o Irã sobre assuntos que não têm a ver com os direitos
humanos, mas principalmente a questão nuclear.
Amorim, que estava ontem em Genebra, não explicou porque optou por se abster. Mas defendeu
sua política de diálogo. "Não havia uma resolução sobre apedrejamento. Houve uma resolução sobre o
Irã onde havia a questão do apedrejamento. Claro que a condenamos e já falamos isso muitas vezes e
de forma muito mais efetiva que outros países, pois falamos diretamente e temos condições de diálogo
com o governo do Irã. Não posso atribuir ao Brasil, pois seria pretensioso, mas em vários casos já nos foi
assegurado que o apedrejamento não vai ocorrer", afirmou o chanceler.
Amorim não deu explicações sobre o destino de Sakineh. Diante da pressão internacional, Teerã
teria modificado as acusações que pesam sobre a iraniana, que inicialmente eram apenas de adultério,
para homicídio.
Uma das possibilidades já levantadas pelo governo iraniano é a de que ela não seja condenada à
morte por apedrejamento, mas por enforcamento caso fique provada sua participação na morte do
marido. Para a ONG Comitê Internacional contra o Apedrejamento, essa acusação foi "fabricada" para
justificar sua prisão e sua eventual morte.
"Obviamente condenamos o apedrejamento. Mas conseguimos falar com o interlocutor e isso é
mais importante para a senhora (Sakineh) do que colocar um diploma na parede e dizer: "veja, aqui está,
recebemos o aplauso"", afirmou Amorim. "Há maneiras de atuar. É fácil seguir o que quer a imprensa e
dizer "nós condenamos", mas sem nenhum efeito prático", disse.
Amorim ainda destacou que sua diplomacia tem tido resultado e lembrou que o Brasil já obteve a
libertação de uma jovem francesa detida pelo iranianos, além de um cineasta. Ele disse que uma
americana também foi libertada graças a sua intervenção. "Hillary Clinton me pediu diretamente pelo
telefone", disse. Dois colegas da americana que também foram detidos continuam em Teerã. "Vamos
seguir atuando pelos outros dois."
PARA LEMBRAR
Criticado por não ter visitado presos políticos ou mencionado a questão de Sakineh Ashtiani
durante visita a Teerã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu depois asilo à iraniana de 43 anos
condenada à morte. O governo iraniano suspendeu a pena de apedrejamento, mas rejeitou a oferta de
Lula, alegando que ela tinha cometido um homicídio e deveria ser punida pelo crime. Lula disse que fez a
oferta por questões humanitárias.
Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Enviado: Ter Nov 23, 2010 7:40 pm
por Viktor Reznov
RobertoRS escreveu:LeandroGCard escreveu:Independentemente de qualquer questão política/econômica, criticar qualquer país isolado, inclusive o Irã, por condenar à morte um de seus cidadãos acusado de crime muito grave (o adultério é apenas um dos crimes de que Sakineh Ashtiani é acusada , não se pode esquecer que ela foi condenada por 2 assassinatos e por isso pegou a pena de morte) deveria deixar qualquer país sério do mundo em uma tremenda "saia justa".
A pena de morte é aplicada em vários países, inclusive nos próprios EUA, na China, e em diversas nações árabes aliadas do ocidente (Arábia Saudita, Egito, etc...). E em muitos deles a pena de morte pode ser aplicada a crimes que no ocidente não justificariam tal penalidade. Como então aprovar uma moção contra o Irã e deixar de fora todos os demais países que aplicam o mesmo tipo de pena? No caso do Brasil especificamente, temos um dos nossos cidadãos condenado à pena de morte por tráfico de drogas na Indonésia, e nem por isso se pediu que fizéssemos qualquer movimento para condenar àquele país por aplicar esta pena a este tipo de delito.
Quanto à forma da execução, o apedrejamento parece mesmo ser um ato de barbarismo, pelo sofrimento que impõem ao condenado. Ele está previsto na legislação iraniana por uma questão de tradição, mas o governo daquele país já alterou o método para enforcamento neste caso particular, reconhecendo que ele era inadequado e não deveria ser utilizado. Os EUA não tiveram esta mesma sensibilidade ao executarem Judy Buenoano na cadeira elétrica por um crime similar em 1998. E a cadeira elétrica ainda é um dos métodos legais de execução nos EUA até hoje.
O uso da pena de morte para qualquer crime, assim como outras práticas utilizadas pela justiça ou em casos de guerra como a tortura e a prisão sem acusação formal, deve sim ser combatido por qualquer povo que se considere civilizado. Mas insistir na condenação especificamente do Irã neste caso de Sakineh Ashtiani é no mínimo um exercício de hipocrisia, e não se pode criticar o governo brasileiro por não querer participar dele.
Leandro G. Card
O problema é que muitos países que AINDA mantém a Pena de Morte, cito os casos do Irã ou do Paquistão ou da China, não permitem que os acusados recebem o devido tratamento legal. Sem citar o caso de Penas de Morte cruéis (apedrejamento) e desbalanceadas com o tipo do crime (adultério ou coisa que valha).
O caso do brasileiro na Indonésia é um pouco diferente, mas pela política do país, contrária à Pena de Morte, caberia outro posicionamento. O mesmo foi fragrado traficando drogas para dentro da Indonésia, o que para eles configura crime gravíssimo.
Porém o ESTADO BRASILEIRO mantém política avessa à Pena Capital e deveria ter tido outro posicionamento.
Por outro lado, caberia ao Governo Brasileiro, ao invés dessa timidez ao se abster, denunciar outros abusos.
Concordo, é melhor o barulho incômodo acusando à todos do que o silêncio cúmplice em relação à alguns, sob a desculpa da não ingerência.
Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Enviado: Ter Nov 23, 2010 7:51 pm
por Ilya Ehrenburg
Coisas da vida, meu caro...
As morenas estão caríssimas, as loiras então... Um verdadeiro roubo!
Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Enviado: Ter Nov 23, 2010 7:53 pm
por Ilya Ehrenburg
Bolovo escreveu:Não, é só mais um comunista com a maquininha da Cielo...
Nope.
Maquininha da Redecard... Gosto da propaganda da máquina, que vira o pitibullzinho que dança o Rebolation.
Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Enviado: Ter Nov 23, 2010 8:30 pm
por Ilya Ehrenburg
O perigoso uso político do caso Sakineh
Por: Adriana Carranca
http://blogs.estadao.com.br/adriana-car ... o-sakineh/
A condenação por apedrejamento da iraniana Sakineh Ashtiani, acusada de adultério e assassinato, ganhou espaço nos jornais e revistas e gerou extenso debate na Internet. Como jornalista, observei a tudo de longe – embora tenha, no âmbito pessoal, unido a minha voz àqueles que pedem para que sua vida seja preservada. Nem uma pessoa de bom senso deixaria de repudiar uma condenação absurda e brutal, como essa. O uso político de uma questão tão importante causa, talvez, ainda maior repúdio. E é, acima de tudo, um perigo para a própria vítima.
Comentário de Ilya Ehrenburg: Sakineh fazia orgias com o irmão do marido, e mandou matá-lo! Morte é pouco para essa cadela horrenda. Morte às adúlteras!
*
Aos fatos:
O presidente Lula aproveitou o palanque eleitoral para pedir ao estado violador dos direitos que liberasse a condenada para exílio no Brasil, sem nenhuma base legal. Mas, Lula procura aumentar sua projeção internacional. E, nessa busca, tropeça no próprio ego.
Comentário de Ilya Ehrenburg: E o vosso ego minha cara, não caberia nem no Titanic!
Vê se te enxerga, cadelinha.
A organização Conectas Direitos Humanos, no mesmo documento de repúdio à morte de Sakineh, ressaltou: “No entanto, quando o presidente Lula afirma que ‘se essa mulher está causando incômodo nós a receberíamos no Brasil de bom grado’, ele subverte a posição da vítima e fecha os olhos para as violações sistemáticas aos direitos humanos perpetradas pelo regime iraniano. Infelizmente, a situação de Ashtiani não é um caso isolado. Em 2005, a ONU apontou a existência de 200 mulheres condenadas à morte por crimes contra a moralidade, como o adultério, no Irã.”
E conclui: “Qualquer posição do governo brasileiro deveria pressupor a condenação explícita das violações aos direitos humanos cometidas por esse regime. Constitucionalmente esses direitos devem reger as relações internacionais do Brasil. Lamentamos que o governo brasileiro tenha desperdiçado a oportunidade de utilizar seu prestígio internacional e capacidade de diálogo para defender incondicionalmente os direitos humanos.”
Assino embaixo.
Comentário de Ilya Ehrenburg: Cala a boca, traidora!
*
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, por sua vez, já incomodada com o envolvimento do Brasil no imbróglio sobre o programa nuclear iraniano, disse hoje que os EUA estão “preocupados” com as execuções no Irã. Não citou, pelo menos não recentemente, no entanto, qualquer apreensão sobre as mais de 1 mil execuções sumárias feitas pela China, sem julgamento público, em 2009, com quem tanto EUA quanto Brasil têm estreita relação – o número de mortes pelo governo chinês é maior do que a some de todos os outros países.
Tampouco ficou clara a indignação sobre os 120 mortos pelo governo do Iraque, empossado pelos americanos após a invasão e queda de Saddam Hussein – mais de 900 pessoas correm o risco de serem executadas no Iraque. Não parece causar repúdio à secretária de Estado nem mesmo os 69 presos, a maioria estrangeiros, decapitados (repito, decapitados) em público por “crimes” como “bruxaria” na Arábia Saudita, que tem como principal parceiro comercial os EUA. Sem contar as 52 execuções efetivadas em solo americano no mesmo período – e muito já foi discutido sobre a predominância de negros e pobres nas prisões dos EUA.
Comentário de Ilya Ehrenburg: Agora melhorou, a cadelinha do Estadão está vendo a luz.
*
Do outro lado do mundo, o perigoso regime iraniano, que em 2002 havia suspendido a pena de morte por apedrejamento, voltou à aterrorizar a população com tal ameaça. E isso não tem nada a ver com religião, adultério ou coisa qualquer. As execuções no Irã aumentam na mesma medida da pressão política. Nos dois meses de protestos por supostas fraudes nas eleições presidenciais que levaram Ahmadinejad ao segundo mandato, em 12 de junho, e a sua posse, 112 iranianos foram executados. Mais do que em todos os meses anteriores.
Comentário de Ilya Ehrenburg: O perigoso regime iraniano não faz guerra de agressão. Aliás, a última guerra de agressão movida pelos persas tem mais de 200 anos...
*
As execuções por apedrejamento são uma realidade nas áreas rurais dos mais miseráveis países islâmicos, como Somália, Sudão e Afeganistão, onde as leis são regidas por tradições tribais. Sua aplicação pelo Supremo Tribunal de um país educado e desenvolvido como o Irã, com uma cultura milenar formada sob os alicerces de um das mais importantes civilizações, o Império Persa, é vergonhoso e inaceitável.
Mas, quanto mais determinados governos tentarem intervir no Irã publicamente, com uma clara intenção de uso político de um caso tão grave e delicado, maior o risco de Sakineh ser executada – assim como as centenas de outros que esperam no corredor da morte.
Mas, no complicado xadrez da geopolítica mundial, nenhum deles parece estar realmente preocupado com isso.
Comentário de Ilya Ehrenburg: Pois é... Mas você adora uma bolsa Lois Vuitton!
*
A Anistia Internacional se opõe à pena de morte “em todos os casos sem exceção e independentemente da natureza do crime, as características do ofensor, ou o método usado pelo estado para matar o prisioneiro”.
Comentários de Ilya Ehrenburg: Dane-se a Anistia Internacional! Morte aos traidores do Povo!
*
Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Enviado: Ter Nov 23, 2010 9:48 pm
por pafuncio
Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Enviado: Ter Nov 23, 2010 10:14 pm
por suntsé
Ilya Ehrenburg escreveu:
*
Aos fatos:
O presidente Lula aproveitou o palanque eleitoral para pedir ao estado violador dos direitos que liberasse a condenada para exílio no Brasil, sem nenhuma base legal. Mas, Lula procura aumentar sua projeção internacional. E, nessa busca, tropeça no próprio ego.
Comentário de Ilya Ehrenburg: E o vosso ego minha cara, não caberia nem no Titanic!
Vê se te enxerga, cadelinha.
Ilya, você é o cara!
Não concordo com muitas coisas que você diz. Mas é muito bom telo aqui no forum
Você escreveu o que esta Viralata merecia ouvir cara a cara.
Em nenhum momento, estes seres inferiores e sem auto-estima, reconhecem que o LULA esta defendendo o interesse nacional!
Agora, se um governo mobiliza esforços para projetar o Brasil em ambito internacional...eles o qualificam de pretencioso.
A Elite ve o Brasil, como uma país mediucre e pequeno, eles não supoortam a ideia de um governo tentar aumentar a influencia do Brasil em ambito internacional.
Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Enviado: Qua Nov 24, 2010 9:42 am
por Marino
ESP:
Cúmplices da barbárie
É intelectualmente pobre - e moralmente esquálida - a argumentação com que o ministro das Relações
Exteriores, Celso Amorim, tentou justificar a abstenção do Brasil diante de um projeto internacional de resolução
condenando o Irã por "violações recorrentes de direitos humanos". Apresentada por 24 países liderados pelo
Canadá ao comitê da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) voltado para essas
questões, a proposta destacou entre tais violações o apedrejamento como método de execução.
Foi uma referência óbvia à situação da iraniana Sakineh Ashtiani, sentenciada à lapidação por ter
cometido adultério - embora fosse viúva. Diante dos protestos mundiais contra o que a presidente eleita, Dilma
Rousseff, viria a qualificar como "uma coisa bárbara, mesmo considerando usos e costumes de outros países",
o Irã aparentemente modificou a forma da pena de morte para enforcamento, sob a alegação, fabricada às
pressas, de que Ashtiani também assassinara o marido.
No comitê de direitos humanos da ONU, a resolução foi aprovada por 88 a 44 votos, com 57 abstenções.
Por ação ou omissão, ficaram do lado do regime liberticida de Teerã, além do Brasil, países como Cuba, Benin,
Líbia, Síria, Sudão e Venezuela. Entre os vizinhos, Chile e Argentina votaram contra o Irã. Não é a primeira vez
que, no governo Lula, o Brasil se nega a condenar notórios violadores das garantias fundamentais da pessoa,
como se o país não tivesse firmado as convenções internacionais mais significativas a esse respeito, a começar
da Carta da Organização das Nações Unidas.
Para o chanceler Amorim, a via mais efetiva para sustar os abusos perpetrados por ditaduras ou
democracias de vitrine é o diálogo a portas fechadas. Manifestações públicas e o apoio a sanções adotadas
pela comunidade internacional, segundo ele, servem apenas para agradar a imprensa e "algumas ONGs".
Trata-se de uma consternadora deturpação dos fatos. Compromissos em privado e pressões ostensivas
estão longe de se excluir. Ao longo da história, muitas vidas foram salvas graças a diferentes modalidades de
combinação, ditadas pelas circunstâncias, entre ambos os recursos.
A crer no ministro, o Brasil teria se abstido de alma leve na recente votação por duas razões. Primeiro,
porque "falamos diretamente (da questão do apedrejamento) com o governo do Irã", o que seria muito mais
eficaz do que as condenações aprovadas por outros países sem as mesmas "condições de diálogo" com Teerã.
E segundo, porque o País teria contribuído para a alegada decisão iraniana de suspender a lapidação. "Não
posso atribuir ao Brasil, porque seria pretensioso", disse o chanceler, impado de pretensão, "mas em várias
ocasiões já nos foi assegurado que o apedrejamento não vai ocorrer."
A recusa do Itamaraty a afirmar na cena mundial os valores que o Brasil adotou com a redemocratização
não apenas os subordina a um cálculo de conveniências que nem sequer demonstram ser vantajosas, mas
prejudicam o País na frente externa.
Governos muitas vezes decidem patrocinar ou endossar condenações a regimes de força também para
mostrar à opinião pública internacional de que lado se encontram da divisa que separa o humanismo da
insensibilidade moral. O mundo decerto não é uma confraria de querubins. Mas não há atenuantes para a
cumplicidade com a barbárie.
No governo brasileiro, por sinal, há quem vá mais longe nesse rumo do que o chanceler Amorim. Trata-se
do seu colega da Defesa, Nelson Jobim. Para ele, "essa questão de direitos humanos é ocidental" e o
apedrejamento da iraniana não é "problema nosso".
Numa caricatura rústica do conceito de relativismo cultural, Jobim chega a negar a existência de valores
universais. O que há "são hábitos", e o Ocidente não pode impor as suas concepções. A pretensão de fazê-lo,
segue o disparate, é o que "produz intolerância" - e pode levar os países a "importar o terrorismo". Fosse Jobim
ministro da Defesa de uma ditadura, o bestialógico ainda poderia ser interpretado como uma forma de
autoproteção. Nas circunstâncias atuais, é simplesmente incompreensível.
Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Enviado: Qua Nov 24, 2010 8:47 pm
por Ilya Ehrenburg
suntsé escreveu:Ilya Ehrenburg escreveu:
*
Aos fatos:
O presidente Lula aproveitou o palanque eleitoral para pedir ao estado violador dos direitos que liberasse a condenada para exílio no Brasil, sem nenhuma base legal. Mas, Lula procura aumentar sua projeção internacional. E, nessa busca, tropeça no próprio ego.
Comentário de Ilya Ehrenburg: E o vosso ego minha cara, não caberia nem no Titanic!
Vê se te enxerga, cadelinha.
Ilya, você é o cara!
Não concordo com muitas coisas que você diz. Mas é muito bom telo aqui no forum
Você escreveu o que esta Viralata merecia ouvir cara a cara.
Em nenhum momento, estes seres inferiores e sem auto-estima, reconhecem que o LULA esta defendendo o interesse nacional!
Agora, se um governo mobiliza esforços para projetar o Brasil em ambito internacional...eles o qualificam de pretencioso.
A Elite ve o Brasil, como uma país mediucre e pequeno, eles não supoortam a ideia de um governo tentar aumentar a influencia do Brasil em ambito internacional.
Olá Suntsé.
Deverias sempre, comigo concordar, pois...
Sou o caminho para a verdade, fonte da vida!
A minha redação é melhor que a de João.
Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Enviado: Sex Nov 26, 2010 11:21 am
por Marino
EDITORIAL
Hora de mudar a diplomacia companheira
Se, na política econômica, a manutenção de princípios seguidos na Era Lula é desejável no
governo Dilma Rousseff, na política externa está na hora de uma reavaliação dos rumos. É inegável o
crescimento da figura do presidente Lula no cenário internacional, nos últimos oito anos, por sua história
de vida e por êxitos do governo em diversas áreas. Já o Brasil, aproveitando o impulso iniciado ainda nos
governos FH, e até pelo êxito da continuidade na política econômica, projetou-se como um dos países
emergentes mais influentes, passando a ter voz ativa em importantes fóruns internacionais, como o G-
20. Na política externa, porém, essa nova dimensão brasileira foi mal conduzida. Embora o país
mantivesse o legítimo objetivo de obter um assento permanente num Conselho de Segurança
reformulado, essa meta passou a justificar atitudes não condizentes com a tradição da diplomacia
brasileira. O receio de perder apoio árabe, por exemplo, levou o Brasil a se abster em votações para
condenação, nas Nações Unidas, do regime genocida do Sudão.
Brasília não soube medir a mão também no que toca à solidariedade com os países em
desenvolvimento, cujo apoio deseja obter ao seu pleito no Conselho de Segurança. O argumento usado
para explicar a aproximação exagerada com déspotas - como Hugo Chávez, da Venezuela -, ou párias -
como Mahmoud Ahmadinejad, do Irã - era a contenção, no primeiro caso, e o não isolamento, no
segundo. Foram opções equivocadas que levaram o Brasil a defender a entrada na Venezuela no
Mercosul como membro pleno - um país cujo regime torna-se cada vez mais hostil a valores universais,
como a democracia e as liberdades civis. No caso do Irã, chegou ao ponto de Brasília pegar a contramão
da comunidade internacional para tentar evitar, inutilmente, a imposição de sanções a Teerã por novos
desafios em seu Programa Nuclear.
O último exemplo desse equívoco foi a abstenção brasileira na ONU numa votação destinada a
condenar o Irã por usar métodos insanos, como a morte por apedrejamento de mulheres supostamente
adúlteras, em sua "justiça" criminal. Perdeu o país boa oportunidade para zelar pelo artigo 4º da
Constituição - "A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:", em seu inciso II: "prevalência dos direitos humanos". A decisão de se afastar dos
EUA, em nome da retomada de conceitos ultrapassados, como um esquerdismo terceiro-mundista
militante que oporia países ricos a pobres, acabou, por ironia, prejudicando o objetivo maior do assento
no Conselho. Recentemente, o presidente Barack Obama manifestou sua opção pela Índia como
representante dos novos países emergentes naquele Conselho. Os que advogam esse afastamento dos
EUA deveriam lembrar-se que o empenho do presidente Jimmy Carter na defesa dos direitos humanos
foi importante para aqueles que, naquela época, lutavam contra a ditadura militar no Brasil. A política
externa precisa retomar o eixo do equilíbrio.
Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Enviado: Sáb Nov 27, 2010 7:32 am
por Clermont
Sobre a tal da Sakineh, não me interessa, nem um pouco, o seu destino. Se é inocente ou culpada, é um problema para o povo iraniano resolver. Essa propaganda e essas declarações anti-iranianas "bárbaros", "primitivos", cheira a mentaliadade de cruzada. "Vamos lá, salvar as mulheres! Vamos lá, acabar com a barbárie".
E o resultado seria, um só: guerra. E na guerra, muitos milhares de "Sakinehs" morreriam, não com pedras, mas com bombas, mísseis, granadas. Então, é o paradoxo: matar uma mulher com pedras é uma barbárie. Matar mil mulheres com mísseis "Hellfire", é civilização?
Quanto a essa gana de alguns comentaristas brasileiros para que o Brasil se intrometa em assuntos internos do Irá, eu só diria: "Macaco, olha o teu rabo!"
Um dia, essa intromissão pode se voltar contra o Brasil. Lembrem-se "RAPOSA SERRA DO SOL".
Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Enviado: Sáb Nov 27, 2010 7:35 am
por Clermont
(Mas que péssima notícia! Mas, haveria alguma chance de Roussef, realmente, ter pensado em se livrar deste marxista? Claro que não, né?)
Dilma mantém Marco Aurélio Garcia, assessor de Lula
Tânia Monteiro, O Estado de S.Paulo
A presidente eleita Dilma Rousseff decidiu manter o assessor especial internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, no mesmo cargo que ocupa hoje.
A manutenção da Garcia na cozinha do Planalto é um forte sinal da continuidade de política de boa vizinhança do Brasil com os países vizinhos, como a Venezuela, que rendeu muitas críticas à política externa do presidente Lula. A própria Dilma, embora não tenha explicitado como pretende conduzir a política externa brasileira, já manifestou apoio ao Mercosul e foi celebrada pelo venezuelano Hugo Chávez.
Será uma reedição da dobradinha Garcia-Itamaraty, que o governo considera que deu certo na administração da política externa sob Lula.
Mas, a ajuda de Marco Aurélio à Dilma não se restringe à política externa. Garcia, que foi um dos coordenadores da campanha da petista, ajudará a presidente eleita também na relação com o PT.