rcolistete escreveu:Olá pessoal,
Agora o pessoal tocou em um ponto interessante : os custos operacionais dos 3 caças selecionados para o RFP do FX-2 da FAB.
Primeiramente é importante salientar que há vários tipos de custos que não são comparáveis :
- custo de hora-vôo com somente gasto de combustível, lubrificantes e outros consumíveis (p.e. US$4 mil/hora-vôo);
- custo total (estimado) do caça em toda a sua vida útil dividido pela estimativa de horas-vôo, por exemplo US$ 100 mi / 6.000 h = US$ 16,7 mil/h. Esse total por ter meia dúzia de significados diferentes, podendo ou não incluir : custo de desenvolvimento, linha de produção, armamento, etc;
- custo operacional (inclui sobressalentes, manutenção completa, etc) do caça em toda a sua vida útil dividido pela estimativa de horas-vôo, p.e., US$ 40 mi / 6.000 h = US$ 6,7 mil/h;
- dependendo do país, o custo da mão-de-obra ou mesmo da base aérea inteira que opera um esquadrão é computado, etc.
Dito isso, vejamos alguns exemplos. Eurofighter T1 na Áustria, de 18 para 15 caças, com lista de economia de custos justificando tal diminuição (de fórum austríaco) :
"Material and operating expenses in infrastructure and logistics (2.78 million)
Fuel (0.44 million)
Maintenance (1 million)
Salaries due to the reduction of pilots and technicians (0.42 million)
Not Doing the Tranche 2 upgrades (2.8 million) (this is probably a one time fee)"
Tais valores são por Eurofighter T1, por ano. Os ítens 1 a 3 resultam em EUR 4,22 mi por ano, por Eurofighter. Outra fonte (matéria no site Flug-Revue, que sumiu), citava EUR 50 mi por ano para manter 18 Eurofighter T1, i.e., aprox. EUR 2,8 mi (US$ 3,9 mi) por ano por Eurofighter T1 como custo operacional "completo" (combustível, logística de sobressalentes, etc).
O F/A-18 F Super Hornet para a Austrália também tem um custo operacional anual por caça estimado por aí, uns US$3-5 mi (isso foi postado nesse fórum há meses porém não mais encontro tal texto).
Supondo que seja aprox. US$ 4 mi por ano para manter um caça como Eurofighter, F/A-18 E/F e Rafale operacional 100%. Usando 200h de vôo anuais por caça, daria US$ 20 mil/h de vôo, algo na ordem dos valores citados para o Rafale, EUR 35 mil (logística cara para poucos aviões no início) e depois EUR 7-10 mil por hora de vôo.
Resta o Gripen NG. Ele estaria sendo oferecido para Dinamarca e Noruega por EUR 62-69 mi com 20 anos de suporte incluído. Considerando que o preço fly-away seja uns EUR 40 mi (abaixo dos EUR 52 mi do Rafale F3), então o custo "operacional" do Gripen NG por ano seria EUR 1,1-1,45 mi (US$1,5-2,0 mi), ou seja, aprox. metade do custo operacional por ano do Eurofighter T1.
Vejam então que o Gripen NG daria uma economia em 30 anos de uso (tempo citado pela FAB) de uns US$ 2,0 mi x 30 = US$ 60 mi em operação de cada Gripen NG se comparado com os caças bimotores Super Hornet e Rafale.
Por isso que eu hoje torço pelo Gripen NG, embora ache o Rafale F3+ melhor : o Gripen NG seria mais condizente com o orçamento da FAB.
O meu temor é que nem Gripen NG a FAB tenha condições de manter operacional 100%, face às instabilidades orçamentárias, etc.
[]s, Roberto
Obs.: fazendo mais contas, vocês acham que a FAB teria US$ 4 mi x 36 = US$ 144 mi por ano para manter 100% operacional 36 Super Hornets ou Rafales F3+ ? Eu acho tal visão otimista demais, se tal custo for a metade então acho um risco menor de termos os caças FX-2 no chão.
Roberto,
Vou repeti o que postei ainda agora, não é possível comparar custos, se não for feito com a mesma planilha, e no mesmo país e ao mesmo tempo.
Dado a variação do preço do petróleo, inflação e diferenças salariais entre os diversos países, fica impossível comparar custos.
Depois, o fator custo de operação não é o determinante, dito com todas as letras pela FAB, é um dos diversos fatores.
Da mesma forma, por ser um caça inferior, muito mais leve que seus concorrentes, é evidente, que o Gripen é mais barato de operar, bem como, seria o F-16. No entanto, o F-16 foi desclassificado.
Assim, é melhor nos pararmos de nos iludir, se antes era alcance de radar, agora temos custos, 02 fatores que não temos como comparar, e que a FAB recebeu documentação para poder projetar e saber a realidade dos fatos, e concluir o que pode ou não operar, algo que nenhum de nós, nem de perto tem condições de saber.
O que será decisivo, segundo a FAB, é a máxima transferência de tecnologia possível, e para mim, deve ser entendido como construção local do caça. O que está em linha com todas as declarações do NJ e MU. E já foi fator decisivo, para a escolha dos Helos e dos Submarinos.
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