NOTÍCIAS do EXÉRCITO PORTUGUÊS

[pt]

E resta dizer que embora haja militares portugueses que "sabem para que serviria a Pandur / 105mm" há muito boa gente que afirma que não serviria para nada e que seria um gasto absurdo para uma arma que não é adequada para uma viatura 8x8.

[cabeça de martelo]

Essa versão que iria equipar a GAM ficou sem efeito (o governo/Exército desistiram) logo que rebentou a "crise". Ainda houve uma demonstração em Santa Margarida com um Pandur com uma torre CT-CV da empresa belga CMI.

Desculpe, mas acho que confundi as coisas, a versão anti-carro é uma coisa e com a torre 105mm, que seria a de Apoio, é outra.


Abraços,
Paulo

Afirmativo, uma coisa é a versão anti-carro (equipada com misseis anti-carro), outra coisa é a versão com a torre de 105 mm para a GAM.

[cabeça de martelo]

E resta dizer que embora haja militares portugueses que "sabem para que serviria a Pandur / 105mm" há muito boa gente que afirma que não serviria para nada e que seria um gasto absurdo para uma arma que não é adequada para uma viatura 8x8.

PT na tua opinião a minha perspectiva dos acontecimentos anda perto da realidade ou tem muitas falhas? É que nestas coisas é preciso uma pitada de sal...

[Reginaldo Bacchi]

Ok, vamos ver se consigo explicar em poucas linhas a MINHA visão deste programa com base nas notícias que vieram a público e no que se disse nos fóruns em Portugal.

Tudo começou à mais de 10 anos quando o governo fez um programa para equipar a então Brigada Ligeira de Intervenção com uma família de veículos blindados com rodas, o Esquadrão de Reconhecimento da então Brigada Aerotransportada Independente e o Corpo de Fuzileiros.

Os concorrentes eram os PATRIA AMV, MOWAG PIRANHA e o STEYR PANDUR. O Exército fez transparecer que preferia o Patria pelas suas qualidades operacionais, o governo preferiu o Pandur por causa das contrapartidas que a empresa em questão dava (contrapartidas que nunca foram totalmente cumpridas como já é tradição nos programas de reequipamento militar em Portugal).
Uma das contrapartidas era que os Pandur destinados ao Exército fossem feitos em Portugal numa produção terceirizada, para isso foi escolhido a empresa portuguesa “GOM - Gestão de Operações Metalomecânicas”. Eles contrataram mão-de-obra que precisavam para conseguirem construir em tempo útil os veículos e depois de um breve período de formação a produção começou. Basicamente o processo era o seguinte, as peças vinham dos fornecedores e depois era tudo montado em Portugal. O problema é que os Pandur eram na “nova” versão 8x8 que ainda estava a ser desenvolvida, e não havia na realidade várias versões. Os problemas começaram pouco tempo depois com a produção a atrasar-se muito por culpa da Steyr, é que pura e simplesmente não havia peças suficientes para uma produção continua. Nessa altura havia duas grandes encomendas à Steyr e por isso talvez a empresa tenha tido mais olhos que barriga e não tinham capacidade para produzir tantos veículos.
Mais tarde soubesse que havia inúmeros veículos que não tinham sido aceites pelo Exército porque não tinham passado nos testes de aceitação. Esse problema prolongou-se por meses a fio. O governo conversou com a Steyr e procurou alargar os prazos de entrega porque o importante é que os veículos fossem entregues e os mesmos estivessem em condições. Procurou-se várias opções para acelerar a produção, mas nenhuma foi à vante.
A versão anti-carro revelou-se muito mais difícil de conceber e até veio a público que o técnico da Steyr que tinha vindo a Portugal disparar a dita versão recusou-se por falta de segurança… sim segundo o mesmo, se ele realiza-se o disparo provavelmente ficaria com queimaduras graves. Antes que comecem com piadas de portugueses e na nossa burrice, TODAS estas versões foram desenhadas pela Steyr, era responsabilidade da mesma que as várias versões fossem capazes de cumprir com os requisitos mínimos de segurança e operacionalidade. O programa estendeu-se durante tanto tempo que do tempo das vacas gordas chegamos à crise e por conseguinte o governo resolveu suspender a entrega de novos veículos. Ficaram por entregar TODOS os veículos para o Corpo de Fuzileiros (os 20 veículos seriam os mais bem equipados e todos construídos na Áustria).
Entretanto o GMO já começou a despedir os funcionários que tinham sido contratados para construir os Pandur, o governo parece que não tem pago as últimas faturas à Steyr, e agora começou o jogo do empurra de um lado para o outro para saber quem foi o responsável por toda esta situação.

Salvo erro fica por entregar duas versões ao Exército (transmissões e anti-carro), todos os Pandur para a Armada. Dos 260 que tinham sido comprados, não faço menor ideia de quantos foram realmente aceites pelo Exército e nos media portugueses aparecem vários números, todos eles diferentes entre si.

http://forumdefesa.com/forum/viewtopic. ... c13#p97727

Muito obrigado.

Bacchi

[Reginaldo Bacchi]

Cabeça, muito obrigado pelos esclarecimentos.
Eu não estou acompanhando esse programa, mas ja tinha ouvido falar que o EP estava tendo dificuldades de operar os Pandur, mas não imaginava que a coisa estava tão grave assim.
_ Torre italiana Hitfact com Can 105mm L/52;
_ Torre belga CT-CV co Can 105mm L/53.
O problema que citou, se referia a qualquer uma delas?
Paulo Bastos

Paulo, para montagem direta da torre sobre a estrutura normal de um VBTP, eu acho fativel entre as duas, somente a CT-CV.

Isto pelo seu peso.

A CT-CV pesa 4.000 kg normal e 4.500 kg com blindagem adicional.

A OTO-Melara oferece duas torres, com pesos variando de 7.100 a 7.500 kg.

Bacchi

[Reginaldo Bacchi]

A versão anti-carro revelou-se muito mais difícil de conceber e até veio a público que o técnico da Steyr que tinha vindo a Portugal disparar a dita versão recusou-se por falta de segurança… sim segundo o mesmo, se ele realiza-se o disparo provavelmente ficaria com queimaduras graves.

Interessante esta afirmação.

Então problema está com o canhão!

Sempre imaginei que o problema tinha aparecido por causa da força de recuo do canhão sobre o teto da versão VBTP não modificada.

A ENGESA teve muita reclamação sobre o fenomeno que foi denominado "back flash" no canhão EC-90 (Cockerill Mk 3).

Após o disparo, ao abrir automaticamente a culatra saia uma labareda para dentro do carro.

Isto foi resolvido com a adição de um composto quimico ao propelente. Inclusive foi feita uma campanha para adicionar este composto a munição que tinha sido vendida. Como defito de seu uso aumentava a fumaça no disparo.

Interessante que em um livro que li sobre os fuzileiros navais estadunidenses na Guerra da Corea, mencionava-se este problema de back flash nos M26.

Mencionava-se que nenhum dos municiadores destes carros tinha sobrancelhas.

Bacchi

[cabeça de martelo]

Versão anti-carro seria a versão com misseis anti-carro, caro Bacchi. A versão com a torre Belga que fez testes em Santa Margarida (Portugal), conseguiu fazer uma apresentação limpa e sem qualquer problema.

Já agora fotos da fábrica (GOM):

http://pedromonteiro-photography.blogsp ... duced.html

E os testes:

http://www.forumdefesa.com/forum/viewto ... start=1500

[Reginaldo Bacchi]

Muito bem meu caro Cabeça.

Já que eu entendi tudo errado, vou tentar começar de novo.

Entendo portanto que não ha reclamação técnica contra o uso do canhão no Pandur II. Tinhamos ouvido no Brasil informações ao contrário.

Portanto os problemas técnicos foram relacionados a versão anti carro com misseis guiados

Você poderia fazer a gentileza de dizer qual o míssil a ser empregado?

Como os misseis eram instalados no carro para os tiros?

Obrigado

Bacchi

[hotm]

Obrigado pelo esclarecimento.

Mas não vamos ficar com um monte de 8x8 bons para sucata?

PATRIA AMV sem duvida melhor escolha a nivel militar?

[Reginaldo Bacchi]

Muito bem meu caro Cabeça.
Já que eu entendi tudo errado, vou tentar começar de novo.
Entendo portanto que não ha reclamação técnica contra o uso do canhão no Pandur II. Tinhamos ouvido no Brasil informações ao contrário.
Portanto os problemas técnicos foram relacionados a versão anti carro com misseis guiados
Você poderia fazer a gentileza de dizer qual o míssil a ser empregado?
Como os misseis eram instalados no carro para os tiros?
Obrigado
Bacchi

Conforme o Jane's Armour & Artillery 2011-2012 foram fornecidos (ou: deveriam ter sido fornecidos?) 15 Pandur II com misseis guiados TOW, sendo equipados com ITAS (Improved Target Acquisition System).

Não especifica como era o sistema de lançamento dos misseis.

Bacchi

[cabeça de martelo]

Infelizmente eu não faço menor ideia Bacchi, nos vários artigos eles nunca explicaram o sistema em si. Os TOW eram para o Exército, já os Fuzileiros escolheram material Israelita (torres e misseis).

[Reginaldo Bacchi]

Infelizmente eu não faço menor ideia Bacchi, nos vários artigos eles nunca explicaram o sistema em si. Os TOW eram para o Exército, já os Fuzileiros escolheram material Israelita (torres e misseis).

Obrigado.

Bacchi

[hotm]

Desculpem por insitir, mas gostava de saber a vossa opinião.

Obrigado pelo esclarecimento.

Mas não vamos ficar com um monte de 8x8 bons para sucata?

PATRIA AMV sem duvida melhor escolha a nivel militar

[cabeça de martelo]

O Exército Português vai usar os Pandur que tem e não vai receber nem mais um. Não interessa qual era o melhor porque é com este modelo que os nossos vão ter que trabalhar.

[P44]

Governo abandona programa de helicópteros para o Exército

30 Jun, 2012, 10:13 / atualizado em 30 Jun, 2012, 10:21

Portugal vai abandonar o projeto cooperativo dos helicópteros NH90 - o Governo vai romper com este programa e denunciar o contrato de compra de dez aparelhos para o Exército. O motivo é de ordem financeira, já que a continuação no programa implicaria gastos na ordem dos 420 milhões de euros até 2020 e, já no próximo ano, Portugal teria de pagar cerca de 120 milhões de euros.

com video
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?ar ... &visual=61