O futuro da AAAe no Brasil

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6736 Mensagem por henriquejr » Dom Mar 17, 2013 8:57 pm

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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6737 Mensagem por sapao » Dom Mar 17, 2013 9:49 pm

LeandroGCard escreveu:
Túlio escreveu:Especificamente para o ATUAL contexto da AS, tá mais do que bão, mesmo sem MISTRAL. Quem tem meios aqui no entorno de encarar uma coluna defendida por carros assim e mais uns soldados com IGLA espalhados?
Qualquer um que possa comprar kits de guiamento de bombas laser ou ópticos. Mesmo que seja para instalar em Super Tucanos, Dragonflies ou qualquer treinador a jato destes que existem aos montes por aí :wink: .


Leandro G. Card
E quem teria capacidade de comprar tais kit´s, integra-los e GARANTIR a Supremacia/Superioridade sobre o espaço aereo no região de deslocamento contra a UNICA força na AS com AEW?




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6738 Mensagem por sapao » Dom Mar 17, 2013 9:53 pm

LeandroGCard escreveu: Mas alguns sistemas menores e mais velozes, como mísseis AT, AR e assemelhados devem ser bastante difíceis de detectar e enquadrar a tempo de poder realmente deter todos os ataques. Sem súvida alguns deles passariam e aí os alvos prioritários seriam os próprios Gepard. É por isso que seria necessária a complementação com sistemas de maior alcance, capazes de hostilizar as aeronaves lançadoras em si. De outra forma a iniciativa é da força aérea inimiga, que pode ficar lá do alto lançando suas armas guiadas impunemente, até conseguir atravessar as defesas. Com a presença de pelo menos alguns mísseis de alcance maior as aeronaves teriam que assumir grandes riscos para tentar se aproximar e lançar suas armas guiadas, equilibrando o jogo.


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Concordo, mas se a força inimiga é capaz de chegar tão perto a ponto de utilizar misseis AT e assemelhados podemos supor que a coluna tambem vai se preparar para esse tipo de ataque e que o atacante VAI estar dentro do alcance do armento.
Para que a força aerea inimiga pudesse ficar impune isso implicaria na total falta de cobertura aérea pela FAB, e deslocar uma coluna sem isso é inviavel e não acho que pudesse ser seuqr imaginado.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6739 Mensagem por sapao » Dom Mar 17, 2013 10:04 pm

LeandroGCard escreveu:A questão é que o custo das próprias aeronaves atuais é muito alto para que elas sejam arriscadas em ataques contra alvos de menor valor, então o padrão hoje e no futuro é adotar estas armas inteligentes. E até para alvos de menor valor como blindados estão sendo desenvolvidas armas específicas, como o míssil Brismtorm. Mísseis e bombas menores orientados por sinalizadores laser no solo também se encaixam nesta categoria armas de ataque a alvos de menor valor.

Hoje até mesmo na AL estas armas estão começando a ser utilizadas de forma mais disseminada, veja os equipamentos de lançamento e orientação que estão sendo instalados nos ST da Colômbia. Elas não são mais desenvolvidas apenas nos pólos mais avançados de tecnologia do mundo, hoje países no nível de um Irã, uma Coréia do Sul ou uma Turquia já tem condições de desenvolver armas deste tipo com custo relativamente baixo. A tendência no futuro é isso aumentar bastante mundo todo. Estas armas estão ficando baratas e simples de desenvolver com componentes off-the-shelf, e podem tornar até mesmo aeronaves antigas e consideradas obsoletas em plataformas de ataque mortais, então países que jamais sequer pensariam em tentar construir ou adquirir uma força aérea mais moderna podem tornar as seus aviões já defasados novamente em uma força digna de respeito, por uma fração do custo. É um apelo difícil de resistir para os países menores, exatamente como é o caso dos nossos vizinhos.


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O problema da arma é que ela não e mais inteligente que o seu operador, e qualquer missil ou bomba tem um valor alto financeiro e tecnologico; mesmo estando mais barato atualmente. Comprar um kit e facil, a FAB já possuia há decadas; integra-los e aprender a operar é o dificil.

Como você disse, a tecnologia está disseminada e disponivel mesmo off-the-shelf; mas de que tipo de tecnologia estamos falando?
Daquela que não consegue enxergar atraves da fumaça, que necessita de mais de 30 segundos de iluminação do alvo ou que não permite um deslocamento maior de 40 km/h sem que o envelope seja extrapolado?

Porque esse são os tipos de "detalhes" que os fabricantes esquecem de comentar nos prospectos distribuidos nas LAAD´s da vida...

Acho tambem que é viavel a utilização desses armamentos em aeronaves de baixa performance; mas uma coisa é utilizar contra alguem que está escondido em uma caverna ou na selva, outra e utilizar contra uma força convencional deslocando TODOS os seus meios no Teatro de Operações.

Até onde sei esse tipo de utilização so foi feita até hoje por helicopteros de ataque devidos as suas caracteristicas especificas, mas colocar um A-29 ou similar para realizar isso em um ambiente SEM Supremacia aérea contra aeronaves equipadas com BVR, data-link e AEW é suicidio ou desespero. Até porque atacar tropas inimigas na superficie é a terceira das funções de uma força aérea, em ordem de prioridade.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6740 Mensagem por LeandroGCard » Dom Mar 17, 2013 10:34 pm

sapao escreveu:E quem teria capacidade de comprar tais kit´s, integra-los e GARANTIR a Supremacia/Superioridade sobre o espaço aereo no região de deslocamento contra a UNICA força na AS com AEW?
Com a nossa fabulosa força de caças? Qualquer um. O mais certo é que os F-5 sequer conseguiriam chegar ao local do combate carregando armamento (não dá para ficar armando complicadas missões combinadas com aviões tanque, caças e AEW para proteger um campo de batalha fluído), e nossos numerosíssimos 12 M-2000 não vão deixar Brasília indefesa.

Quando tivermos pelos menos uns 120 caças de verdade podemos voltar a falar de proteção aérea por caças e aeronaves AEW, mesmo apenas contra eventuais inimigos daqui do continente. Como estamos hoje em caso de guerra a FAB mal pode proteger a si mesma e a uns poucos pontos estratégicos que não podemos deixar desprotegidos como cidades, pontes, portos, usinas elétricas radares e etc... . Para nós a verdade é que proteção para tropas sobre o campo de batalha é um sonho ainda bem distante.
sapao escreveu:Concordo, mas se a força inimiga é capaz de chegar tão perto a ponto de utilizar misseis AT e assemelhados podemos supor que a coluna tambem vai se preparar para esse tipo de ataque e que o atacante VAI estar dentro do alcance do armento.
Para que a força aerea inimiga pudesse ficar impune isso implicaria na total falta de cobertura aérea pela FAB, e deslocar uma coluna sem isso é inviavel e não acho que pudesse ser seuqr imaginado.
Mísseis AT e bombas com kits de guiagem como o Spice tem alcances maiores que 8km e a regra hoje é lança-los de acima dos 4.000m. Gepards e Iglas apenas não darão nem para o começo. Então como hoje e pelo menos no futuro próximo não podemos contar com proteção contínua da FAB perto de nossas fronteiras, e sem defesa AAe mais abrangente que a de curtíssima distância a conclusão é que realmente não podemos mesmo sequer imaginar entrar em uma guerra contra vizinhos como Equador, Colômbia ou Perú (nem vamos falar em Chile ou Venezuela), a menos que arrisquemos grandes perdas por ataque aéreo inimigo.

Isso poderia ser mudado rapidamente se uma camada a mais de defesa AAe fosse incorporada (como aliás já estão fazendo Venezuela e Chile, devem ser bobos pois não há necessidade aqui na AL, não é mesmo?), e para um país que está desenvolvendo MAA-1B, A-Darter, MAR-1 e etc... é uma verdadeira vergonha que isso não esteja já sendo pelo menos seriamente discutido.

sapao escreveu:O problema da arma é que ela não e mais inteligente que o seu operador, e qualquer missil ou bomba tem um valor alto financeiro e tecnologico; mesmo estando mais barato atualmente. Comprar um kit e facil, a FAB já possuia há decadas; integra-los e aprender a operar é o dificil.

Como você disse, a tecnologia está disseminada e disponivel mesmo off-the-shelf; mas de que tipo de tecnologia estamos falando?
Daquela que não consegue enxergar atraves da fumaça, que necessita de mais de 30 segundos de iluminação do alvo ou que não permite um deslocamento maior de 40 km/h sem que o envelope seja extrapolado?

Porque esse são os tipos de "detalhes" que os fabricantes esquecem de comentar nos prospectos distribuidos nas LAAD´s da vida...

Acho tambem que é viavel a utilização desses armamentos em aeronaves de baixa performance; mas uma coisa é utilizar contra alguem que está escondido em uma caverna ou na selva, outra e utilizar contra uma força convencional deslocando TODOS os seus meios no Teatro de Operações.

Até onde sei esse tipo de utilização so foi feita até hoje por helicopteros de ataque devidos as suas caracteristicas especificas, mas colocar um A-29 ou similar para realizar isso em um ambiente SEM Supremacia aérea contra aeronaves equipadas com BVR, data-link e AEW é suicidio ou desespero. Até porque atacar tropas inimigas na superficie é a terceira das funções de uma força aérea, em ordem de prioridade.
Temos então que partir do princípío de que só nós temos doutrina adequada, só nós sabemos integrar e operar armas deste tipo, que não há empresas oferecendo este serviço de integração no mercado (obs: bombas guiadas a laser tem capacidade LOAL e podem ser orientadas do solo, não necessitando sequer de integração, e nem vamos falar de mísseis como o Brimstorm) e que nossos vizinhos são índios capazes de tirar menos proveito de seus M-2000, Mig-29, F-16 e SU-27 do que nós conseguimos dos fantásticos e avançadíssimos F-5M que possuímos.

Então tá, nestas condições nossas unidades de terra com TODOS os seus fantásticos meios Guepard (ainda a serem recebidos e integrados) e Iglas estão seguros, sem problemas.


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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6741 Mensagem por Túlio » Seg Mar 18, 2013 2:24 am

Não estou defendendo O Gepard, Lenadro véio, longe isso. Mas Equador e Chile não são vizinhos nem suas Forças Aéreas têm alcance e capacidade C4ISR para encarar a nossa AQUI. Ademais, adicionemos a Colômbia à equação, vislumbras alguma hipótese minimamente plausível de conflito? Ou com o Peru?

Não, Chile, Colômbia, Peru e Equador fora. Sobra a Venezuela.

Que está um caos. Tá mais pra guerra civil do que expedicionária.

Sobra a tchurminha de sempre, Argentina - praticamente SEM Força Aérea - para nos fazer cara feia, além de Paraguai e Bolívia, em estado ainda pior. O Uruguai não entraria numa fria dessas, pois levam Democracia a sério por lá.

E há mais: o fator TERRENO: QUEM, em toda a AS, poderia chegar até Brasília, Sampa ou Rio? Imagines o tamanho do cordão logístico, passando por todo tipo de terreno propício a emboscadas?

E, finalizando, minha parte na charla foi apenas dizer que, na AS, uma força blindada/mecanizada nossa em deslocamento protegida por Gepards e IGLAs seria um osso duríssimo para as FFAA dessas Nações. Não temos intenção de invadir ninguém, assim, estaríamos na defensiva. E com uma FAB que, em que pese ter caças antigos, atuam há anos em NCW e com AAMs BVR. Sobre a possibilidade de Super Tucanos serem usados contra nós, onde fica a fábrica mesmo? AQUI! E a milhares de km dos caças e aviões de ataque de qualquer vizinho. E quando faltar peça, vão comprar onde?

Pois o embargado seria quem nos atacasse. À medida que seus suprimentos fossem se esgotando, os nossos seriam normalmente repostos e a tendência lógica seria de os meios serem renovados...

Honestamente, não consigo vislumbrar a menor chance para um invasor daqui da AS, primeiro seriam contidos, depois destroçados e finalmente tomariam um belo contrataque que levaria de roldão o que sobrasse de suas forças de volta para o interior de suas fronteiras. Depois seria com a ONU...

É o que penso. 8-]


Abração, cupincha véio!!! :D :D :D :D




"Na guerra, o psicológico está para o físico como o número três está para o um."

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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6742 Mensagem por denilson » Seg Mar 18, 2013 8:37 am

Túlio escreveu:Sobre a possibilidade de Super Tucanos serem usados contra nós, onde fica a fábrica mesmo? AQUI! E a milhares de km dos caças e aviões de ataque de qualquer vizinho. E quando faltar peça, vão comprar onde?
Nos EUA... :mrgreen:




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6743 Mensagem por denilson » Seg Mar 18, 2013 9:12 am

Na minha modesta opinião a melhor equação, de defesa aérea, hoje na AL é

46 F-5 + (um monte de) DERBY + 5 E-99 + Link Br (e claro tudo funcionando direitinho)

Posso ser apedrejado, mas no final das contas o que vai ser disparado é o míssil e não o avião, nessa fórmula o F-5 entra apenas como plataforma de lançamento que pode ser deslocada rapidamente para o local de lançamento e evadir da mesma forma e ponto.
F-16 sem alerta até A-1 derruba, e isso já ocorreu em Santa Maria.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6744 Mensagem por denilson » Seg Mar 18, 2013 9:20 am

LeandroGCard escreveu:
Túlio escreveu:Especificamente para o ATUAL contexto da AS, tá mais do que bão, mesmo sem MISTRAL. Quem tem meios aqui no entorno de encarar uma coluna defendida por carros assim e mais uns soldados com IGLA espalhados?
Qualquer um que possa comprar kits de guiamento de bombas laser ou ópticos. Mesmo que seja para instalar em Super Tucanos, Dragonflies ou qualquer treinador a jato destes que existem aos montes por aí :wink: .


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E o Guepard não poderia abater o armamento lançado?




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6745 Mensagem por LeandroGCard » Seg Mar 18, 2013 10:05 am

Túlio escreveu:Não estou defendendo O Gepard, Lenadro véio, longe isso. Mas Equador e Chile não são vizinhos nem suas Forças Aéreas têm alcance e capacidade C4ISR para encarar a nossa AQUI. Ademais, adicionemos a Colômbia à equação, vislumbras alguma hipótese minimamente plausível de conflito? Ou com o Peru?

Não, Chile, Colômbia, Peru e Equador fora. Sobra a Venezuela.

Que está um caos. Tá mais pra guerra civil do que expedicionária.

Sobra a tchurminha de sempre, Argentina - praticamente SEM Força Aérea - para nos fazer cara feia, além de Paraguai e Bolívia, em estado ainda pior. O Uruguai não entraria numa fria dessas, pois levam Democracia a sério por lá.

E há mais: o fator TERRENO: QUEM, em toda a AS, poderia chegar até Brasília, Sampa ou Rio? Imagines o tamanho do cordão logístico, passando por todo tipo de terreno propício a emboscadas?

E, finalizando, minha parte na charla foi apenas dizer que, na AS, uma força blindada/mecanizada nossa em deslocamento protegida por Gepards e IGLAs seria um osso duríssimo para as FFAA dessas Nações. Não temos intenção de invadir ninguém, assim, estaríamos na defensiva. E com uma FAB que, em que pese ter caças antigos, atuam há anos em NCW e com AAMs BVR. Sobre a possibilidade de Super Tucanos serem usados contra nós, onde fica a fábrica mesmo? AQUI! E a milhares de km dos caças e aviões de ataque de qualquer vizinho. E quando faltar peça, vão comprar onde?

Pois o embargado seria quem nos atacasse. À medida que seus suprimentos fossem se esgotando, os nossos seriam normalmente repostos e a tendência lógica seria de os meios serem renovados...

Honestamente, não consigo vislumbrar a menor chance para um invasor daqui da AS, primeiro seriam contidos, depois destroçados e finalmente tomariam um belo contrataque que levaria de roldão o que sobrasse de suas forças de volta para o interior de suas fronteiras. Depois seria com a ONU...

É o que penso. 8-]


Abração, cupincha véio!!! :D :D :D :D
Túlio, não sou contra o Gepard, muito pelo contrário, se você ler os meus posts aqui deste tópico verá que até acredito na validade dele, principalmente como última linha de defesa contra munições guiadas mais lentas e mísseis de cruzeiro (supondo que ele pode atuar eficientemente pelo menos contra estes alvos, caso contrário mudo de opinião e passo a considerá-lo simples lixo 8-] ).

Mas a questão não é esta, e sim que contar apenas com ele e Manpads e ainda achar que está tudo bem, que a proteção AAe das unidades do EB estão garantidas, é um raciocínio errado. Ele pode compor uma importante linha de defesa, assim como o Igla, mas a defesa AAe não pode ter jamais apenas uma linha. Qualquer um interessado em assuntos militares sabe que NÃO SE MONTAM DISPOSITIVOS DE DEFESA COM APENAS UMA LINHA DE PROFUNDIDADE, e na AAe não pode ser diferente. Por isso sempre levanto esta questão, de que a discussão sobre a proteção AAe tática ou estratégica precisa sempre envolver mais do que a capacidade SHORAD como parecem pensar nossas forças armadas, ao que tudo indica presas a uma doutrina que preconiza um nível de superioridade aérea que nossa realidade não permite considerar nem mesmo em nossos sonhos mais tresloucados :roll: .

Com relação a apontar oposições, apenas dei continuidade à discussão com relação a argumentos de outros colegas, que apontaram a suposta suficiência de canhões e Manpads no cenário da AL, para mostrar que nem mesmo aqui se pode contar com isso. Embora um cenário de guerra aberta contra alguns ou alguns de nossos vizinhos seja quase inimaginável (ainda bem, vamos agradecer a Deus por isso), em caso de algum conflito que nos envolva mesmo nesta região seria sim possível para diversos outros países montar até com facilidade ataques aéreos contra unidades defendidas apenas por sistemas de curta/curtíssima distância, mantendo a impunidade dos atacantes com relação à defesa AAe. Teríamos apenas a FAB para proteger qualquer unidade nossa em deslocamento para pontos próximos às fronteiras, e aí com F-5M perna curta a coisa realmente pega, nem adianta tentar tapar o sol com a peneira :cry: .

Isso não necessariamente implicaria em um exército inimigo tentando avançar sobre Brasília, Rio ou São Paulo, poderia ocorrer em diversos outros cenários menos "apocalípticos". Talvez simplesmente como reação contra alguma tentativa nossa de enviar forças para uma região de fronteira a fim de tentar dissuadir um conflito maior entre dois vizinhos, como país mais agressivo decidindo mostrar que não aceita nossa demonstração de resolução e força e agindo para mostrar como uma pretensão nossa neste sentido é ridícula, já que não temos como proteger ninguém nem mesmo aqui na AL. Ou em um caso como a invasão de nossa refinaria da Bolívia, em que um outro governante mais "macho" em Brasília decidisse agir (como muitos aqui mesmo no fórum sugeriram) e enviar nossas forças para liberar o que consideramos nossa propriedade, levando um terceiro país a tomar as dores da nação mais fraca e nos colocar em nosso lugar (e aí Equador e Chile entram sim na equação, quem sabe até por procuração de interesses outros), assumindo a preponderância política na região. Em qualquer caso assim, de conflito localizado, estaríamos indefesos contra ataques como os que mencionei, por mais Iglas e Gepards que tivéssemos. E se vamos fugir até de situações como estas, então porque é que temos forças armadas afinal de contas?!? Vamos fazer como o México ou a Costa Rica então, e ficar apenas com o equivalente a uma guarda nacional :| !

E isso tem implicações geopolíticas enormes, é por causa deste tipo de fragilidade que o Brasil é sempre colocado no mesmo saco que nossos vizinhos menores da AL e tratado como criança mimada em todas as discussões mais sérias sobre segurança internacional. Além disso, qualquer país no mundo que além de interesses comerciais tiver também preocupações com defesa vai preferir fechar acordos com outras potências mais capazes a vir conversar conosco (capacidade e competência militares nunca serviram apenas para cenários de defesa do próprio território em guerras totais). E depois aparecem uns idiotas lá do GF falando em vaga no Conselho de Segurança e esperando que isso não soe ridículo :roll: !

Agora, se teu pensamento é que devemos estar prontos para enfrentar principalmente ameaças extra-continentais, aí conconcordo plenamente contigo. Só que então o buraco é muito mais embaixo (e muitíssimo maior) e aí a situação de nossa defesa AAe deixa de ser cômica e passa a ser trágica, com todas esta discussão sobre três dúzias de Gepard perdendo quase toda a sua relevância já que eles não dariam nem para a primeira hora de batalha :? .

Um grande abraço,


Leandro G. Card

P.S.- Com relação ao uso de Super-Tucanos contra nós, a grande maioria das peças realmente necessárias para mantê-los voando já é fabricada FORA do Brasil, o projeto e a estrutura são nossos mas o restante não é (e a estrutura já já estará sendo produzida nos EUA também). E ele foi só um exemplo, o que tende a se tornar mais comum por aqui são treinadores à jato russos e chineses, e estes seriam um páreo ainda mais duro que o próprio ST.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6746 Mensagem por denilson » Seg Mar 18, 2013 10:13 am

Formalizado contrato de compra de blindados antiaéreos Gepard
17 de março de 2013, em Defesa Antiaérea, por Guilherme Poggio

O Estado-Maior do Exército publicou a Portaria N. 31-EME no dia 7 de março, aprovando a diretriz para a aquisição e implantação do Sistema Antiaéreo de origem alemã Gepard.

O Sistema AAe GEPARD integra o Sistema Operacional DA Ae para proteção em baixa altura (até 3000 m), realizando a Defesa Antiaérea da Força Terrestre, bem como contribuindo para a proteção das estruturas estratégicas terrestres brasileiras e áreas sensíveis, cuja ameaça aérea inclui, entre outros tipos de vetores, as aeronaves de ataque ao solo, caças-bombardeiros, helicópteros, veículos aéreos não-tripulados (VANT), mísseis (Msl) balísticos e de cruzeiro, foguetes e morteiros.

A 5ª Bda Cav Bld e a 6ª Bda Inf Bld, altamente móveis, com um alto poder de fogo e alta eficácia no combate convencional terrestre, ressentem-se de não possuir o Sistema Operacional Defesa Antiaérea em condições plenas para fazer frente a ataques aéreos e ataques surpresa de aeronaves e helicópteros de baixa altitude.

Com a desmobilização do Sistema AAe GEPARD pelo Exército Alemão, verificou-se uma oportunidade de mobiliar as Brigadas Blindadas do EB com uma DA Ae compatível com o material, tanto em mobilidade e proteção blindada, quanto em facilidade de apoio logístico, tendo em vista o carro possuir chassi semelhante ao alemão CC LEOPARD. O GEPARD é um sistema de armas autônomo e altamente móvel, com alta prontidão operacional, pequeno tempo de reação e capaz de fazer frente a uma variada gama de ameaças.

O Sistema AAe GEPARD 1A2, modernizado há cerca de três anos, dentro de um cenário que o manteria empregado até 2030, foi projetado para proteger as unidades LEOPARD. Um dos principais objetivos durante o desenvolvimento do GEPARD, além do seu desempenho em combater alvos aéreos, foi obter um ajuste perfeito com as tropas blindadas equipadas com o LEOPARD 1 e LEOPARD 2.

A Krauss-Maffei Wegmann (KMW) é o principal fornecedor do Sistema AAe GEPARD e tem larga experiência em manutenção, reparo e inspeção dos sistemas, bem como no apoio logístico.

Um lote inicial, em caráter emergencial, será recebido até o dia 15 de abril e estas unidades deverão estar operacionais até o início da Copa das Confederações, que ocorrerá em junho.

FONTE: Boletim do Exército N.11/2013




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6747 Mensagem por Ziba » Seg Mar 18, 2013 10:21 am

Muito se fala em "desenvolvimento de doutrina", só esquecem que essa doutrina de uso dos Gepards já foi abandonada a décadas. Essa doutrina previa a proteção de colunas blindadas contra ataques de helis Russos. A coisa não é mais feita desta forma, a guerra como um todo mudou, está se tornando muito mais assimétrica e o uso de blindados vem sendo cada vez mais modificado.

Infelizmente o contrato já está fechados, ficaremos, por baixo, mais uns 20 anos presos a um equipamento obsoleto que servirá para criar uma doutrina que deveria ter sido criada nos anos 70/80! Enfim, saímos da WWII e entramos na guerra fria.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6748 Mensagem por Ziba » Seg Mar 18, 2013 10:26 am

henriquejr escreveu:
LeandroGCard escreveu:A questão é que o custo das próprias aeronaves atuais é muito alto para que elas sejam arriscadas em ataques contra alvos de menor valor, então o padrão hoje e no futuro é adotar estas armas inteligentes. E até para alvos de menor valor como blindados estão sendo desenvolvidas armas específicas, como o míssil Brismtorm. Mísseis e bombas menores orientados por sinalizadores laser no solo também se encaixam nesta categoria armas de ataque a alvos de menor valor.

Hoje até mesmo na AL estas armas estão começando a ser utilizadas de forma mais disseminada, veja os equipamentos de lançamento e orientação que estão sendo instalados nos ST da Colômbia. Elas não são mais desenvolvidas apenas nos pólos mais avançados de tecnologia do mundo, hoje países no nível de um Irã, uma Coréia do Sul ou uma Turquia já tem condições de desenvolver armas deste tipo com custo relativamente baixo. A tendência no futuro é isso aumentar bastante mundo todo. Estas armas estão ficando baratas e simples de desenvolver com componentes off-the-shelf, e podem tornar até mesmo aeronaves antigas e consideradas obsoletas em plataformas de ataque mortais, então países que jamais sequer pensariam em tentar construir ou adquirir uma força aérea mais moderna podem tornar as seus aviões já defasados novamente em uma força digna de respeito, por uma fração do custo. É um apelo difícil de resistir para os países menores, exatamente como é o caso dos nossos vizinhos.


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Concordo, Leandro, mas é bom que se considere que os Gepards foram comprados para serem utilizados no cenário atual. A médio prazo a tendência é que o EB já tenha uma doutrina formada neste tipo de equipamento para criar requisitos para a sua substituição, por meios mais modernos, talvez até de produção nacional. O que eu quero dizer é que HOJE, e nos próximos 10 anos, os Gepards são meios válidos para a nossa realidade.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6749 Mensagem por LeandroGCard » Seg Mar 18, 2013 10:50 am

denilson escreveu:Na minha modesta opinião a melhor equação, de defesa aérea, hoje na AL é

46 F-5 + (um monte de) DERBY + 5 E-99 + Link Br (e claro tudo funcionando direitinho)

Posso ser apedrejado, mas no final das contas o que vai ser disparado é o míssil e não o avião, nessa fórmula o F-5 entra apenas como plataforma de lançamento que pode ser deslocada rapidamente para o local de lançamento e evadir da mesma forma e ponto.
F-16 sem alerta até A-1 derruba, e isso já ocorreu em Santa Maria.
Sistemas de alerta e contra-medidas eletrônicas qualquer um compra (até o Brasil já vende!!!) e incorpora em pouco tempo às suas capacidades. Alcance, desempenho e capacidade de carga ou já existem na plataforma ou adeus. Até parece que o Brasil é o único país do mundo que pode contar com AEW e links de dados, que os os demais estão proibidos pelas leis da natureza de ter isso.

Além disso, qualquer F-16 pode levar dois enormes tanques subalares e mais seis mísseis ou bombas, o que lhes dá um alcance suficiente para rodar em volta do perímetro de defesa dos F-5 com 4 mísseis, ou simplesmente para atraí-los para longe e esgotar seu combustível. E se o F-5 levar tanques de combustível externos não conseguirá levar todos os mísseis que poderia. E nem vamos falar em aviões maiores, como o Su-27/35. Apenas se a missão dos atacantes for atingir algum ponto bastante próximo da própria base dos F-5 e estes puderem ficar de tocaia sem se afastar muito é que poderão usar plenamente as vantagens do AEW e dos links de dados. É este cenário que se usa nos treinamentos militares, até por restrições de espaço aéreo, e assim o F-5 até parece razoável. Mas na hora da verdade as limitações de espaço deixam de existir, e aí a realidade é bem diferente.

Dizer que estamos bem servidos com o F-5M é o mesmo que insistir que um Mig-21 modernizado pode prover uma defesa aérea adequada nos dias atuais. Quem teria coragem de afirmar isso?


Leandro G. Card




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6750 Mensagem por LeandroGCard » Seg Mar 18, 2013 10:58 am

Ziba escreveu:Muito se fala em "desenvolvimento de doutrina", só esquecem que essa doutrina de uso dos Gepards já foi abandonada a décadas. Essa doutrina previa a proteção de colunas blindadas contra ataques de helis Russos. A coisa não é mais feita desta forma, a guerra como um todo mudou, está se tornando muito mais assimétrica e o uso de blindados vem sendo cada vez mais modificado.

Infelizmente o contrato já está fechados, ficaremos, por baixo, mais uns 20 anos presos a um equipamento obsoleto que servirá para criar uma doutrina que deveria ter sido criada nos anos 70/80! Enfim, saímos da WWII e entramos na guerra fria.
Se os Gepard forem usados apenas desta forma é isso mesmo, avançamos 30 anos, de 1945 para 1975 :( !

Mas um sistema como o Gepard pode ainda ser útil de outra forma (dependendo de sua capacidade real contra alvos menores, sobre o que não acho muitas informações), como um CIWS móvel para proteger pontos estratégicos ou mesmo sensores, estações de comando e lançadores de outros sistemas de maior alcance.

A forma como o EB irá distibuir suas unidades já dará uma dica de qual caminho será seguido. Mais importante ainda é ver com que sistemas ele será (e se será) complementado.


Leandro G. Card




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