O futuro da AAAe no Brasil

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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jeanscofield
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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6616 Mensagem por jeanscofield » Sex Mar 01, 2013 8:19 pm

denilson escreveu:
LeandroGCard escreveu:Eu pessoalmente não acredito que este conceito de alocação dos sistemas de defesa AAe estratégicas por unidades militares existentes seja necessário ou mesmo adequado. Para autoproteção, com MANPAD´s e sistemas de curto/médio alcance com canhões e/ou mísseis está OK, mas os sistemas de maior alcance provavelmente ficariam melhor em uma organização própria, talvez com a formação de batalhões ou mesmo brigadas especificamente AAe sob a estrutura de cada força. Estas unidades ficariam alojadas em localizações específicas em tempos de paz (mesmo que em conjunto com outros tipos de unidades) e seriam desdobradas quando e para onde fossem necessárias dependendo da situação. Mas sem a necessidade de serem distribuídas por todas as regiões militares ou áreas de comando.

Assim o número total destas unidades com sistemas de longo alcance poderia ser menor do que você sugeriu, e ainda assim elas poderiam prover defesa adequada a áreas vulneráveis em caso de guerra. Por outro lado a quantidade de sistemas de menor alcance precisaria ser bem maior, até porque não podemos esquecer que os sistemas de maior alcance precisam de sistemas de menor alcance operando conjuntamente, para sua própria proteção.

E independentemente de como ficar a estrutura das unidades, nenhuma quantidade de munições que venha a ser adquirida em tempos de paz será suficiente para operações em caso de guerra, com excessão provavelmente dos Manpads e de eventuais sistemas de alcance muito longo.


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Isso vai depender muito do inimigo que vamos enfrentar, por exemplo, se formos enfrentar os EUA, sou a favor de comprarmos milhares de MANPAD's, fuzis (e munição) e armamento anti-tanque, por que é só isso que vai sobrar depois da primeira semana de guerra.
Isso se passar de uma semana...




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6617 Mensagem por LeandroGCard » Sex Mar 01, 2013 8:26 pm

rodrigo escreveu:Contra qualquer inimigo, sempre vai haver uma análise de nossa defesa aérea no planejamento. Se for fácil, o inimigo estará sendo encorajado. Se conseguirmos exercer uma razoável dissuasão, já fez muito. Contra os americanos, nem mesmo países que utilizavam a doutrina russa do super guarda chuva antiaéreo deram conta do recado, como Iugoslávia e Iraque. Esses países tinham todos os tipos de mísseis, para todas as distâncias e alturas, com rede de radar completa, e no caso do Iraque, experiência em combate. E não resistiram muito.
Tanto o Iraque quanto a Iugoslávia tinham sistemas em quantidade razoável, mas de modelos já antigos para a época em que foram usados, e a doutrina adotada também já estava obsoleta.

A maioria absoluta de seus mísseis de maior alcance estava colocada em posições fixas, tinham orientação passiva por radar, e os sistemas de detecção e identificação de alvos foi logrado por ECM e decoys. No Iraque os sistemas de baixa altura ainda tiveram um desempenho razoável, mas os aliados simplesmente passaram a voar alto e os mísseis de longo alcance não tiveram chance. Mesmo assim na Iugoslávia o comandante de uma unidade AAe provou que com doutina e técnicas adequadas mesmo um sistema obsoleto ainda pode ser uma ameaça, embora não o suficiente para deter o inimigo, o que exige sistemas pelo menos da mesma geração das aeronaves atacantes. O Egito mostrou isso em 1973 antes de suas forças avançarem para além da cobertura AAe, e a Argentina fêz o mesmo em 1982, abatendo várias aeronaves britânicas mesmo com uma defesa AAe de baixa densidade.

Este é um ponto muito importante. Também não adiantaria nada adquirir números absurdamente altos de radares, mísseis e canhões apenas para vê-los obsolescer rapidamente em pouco tempo. Uma defesa AAe eficaz exige atualização constante. E é muito difícil obter isso com compras de prateleira (na verdade nem imagino como isso seria possível).


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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6618 Mensagem por FCarvalho » Sex Mar 01, 2013 8:28 pm

denilson escreveu:Isso vai depender muito do inimigo que vamos enfrentar, por exemplo, se formos enfrentar os EUA, sou a favor de comprarmos milhares de MANPAD's, fuzis (e munição) e armamento anti-tanque, por que é só isso que vai sobrar depois da primeira semana de guerra.
eu tenho cá para mim, que isto não pode ser tomado na integra como verdadeiro. qualquer tipo de agressão contra o Brasil seria algo totalmente fora de parâmetro de qualquer outro conflito que tenhamos visto nos últimos 50/60 anos. não somos a Somália, e nem Iraque ou Afeganistão. E menos ainda Granada ou Panamá.

Lutar contra o Brasil significa muito mais do que simplesmente arrumar uns dois Nae's, navios e subs, montar um GT anfíbio e mandar o povo passear aqui na praia. Isso com certeza não se daria assim tão facilmente.

Mesmo os USA, em se mantendo o atual padrão de geração de conflitos, teria uma escolha de sofia contra nós: focar ao máximo a ação bélica e limitá-la o mais que possível a uma determinada região brasileira, a fim de poupar seus próprios meios e recursos, e assim dar-nos a oportunidade, também, de concentrar nossas defesas, ou dar um perigoso passo maior do que a perna e investir numa perigosa, e muitíssimo mais custosa nova campanha ao estilo "invasão da Europa a la GM II", contra um país que na prática é maior que a própria Europa. É como se a investida fosse feita em Portugal, com vistas a se tomar Moscou. E tudo isso para se atingir um objetivo menor e focado em uma certa área ou região.

É claro que teríamos muito mais dificuldade de nos defendermos de uma investida gigantesca como esta, mas qualquer adversário também veria todos os seus meios e recursos dispersos por uma imensidão de espaço, e portanto, muito mais suscetíveis a falhas de C2 e operacionais, por via de nossas próprias ações.

Enfim, na atual realidade, com as defesas 'que não temos' é plenamente justificável e admissível sua afirmação, mas garanto-lhe que se chegarmos a pelo menos uns 70% a 80% do que se pretende no PAED, tenho certeza que em uma semana, com ou sem USA do outro lado da linha, ainda estaremos aqui, e bem.

Como o povo diz na minha terra:"eles iam roer uma pupunha" com agente aqui. :lol:

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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6619 Mensagem por henriquejr » Sex Mar 01, 2013 8:34 pm

FCarvalho escreveu:
denilson escreveu:Isso vai depender muito do inimigo que vamos enfrentar, por exemplo, se formos enfrentar os EUA, sou a favor de comprarmos milhares de MANPAD's, fuzis (e munição) e armamento anti-tanque, por que é só isso que vai sobrar depois da primeira semana de guerra.
eu tenho cá para mim, que isto não pode ser tomado na integra como verdadeiro. qualquer tipo de agressão contra o Brasil seria algo totalmente fora de parâmetro de qualquer outro conflito que tenhamos visto nos últimos 50/60 anos. não somos a Somália, e nem Iraque ou Afeganistão. E menos ainda Granada ou Panamá.

Lutar contra o Brasil significa muito mais do que simplesmente arrumar uns dois Nae's, navios e subs, montar um GT anfíbio e mandar o povo passear aqui na praia. Isso com certeza não se daria assim tão facilmente.

Mesmo os USA, em se mantendo o atual padrão de geração de conflitos, teria uma escolha de sofia contra nós: focar ao máximo a ação bélica e limitá-la o mais que possível a uma determinada região brasileira, a fim de poupar seus próprios meios e recursos, e assim dar-nos a oportunidade, também, de concentrar nossas defesas, ou dar um perigoso passo maior do que a perna e investir numa perigosa, e muitíssimo mais custosa nova campanha ao estilo "invasão da Europa a la GM II", contra um país que na prática é maior que a própria Europa. É como se a investida fosse feita em Portugal, com vistas a se tomar Moscou. E tudo isso para se atingir um objetivo menor e focado em uma certa área ou região.

É claro que teríamos muito mais dificuldade de nos defendermos de uma investida gigantesca como esta, mas qualquer adversário também veria todos os seus meios e recursos dispersos por uma imensidão de espaço, e portanto, muito mais suscetíveis a falhas de C2 e operacionais, por via de nossas próprias ações.

Enfim, na atual realidade, com as defesas 'que não temos' é plenamente justificável e admissível sua afirmação, mas garanto-lhe que se chegarmos a pelo menos uns 70% a 80% do que se pretende no PAED, tenho certeza que em uma semana, com ou sem USA do outro lado da linha, ainda estaremos aqui, e bem.

Como o povo diz na minha terra:"eles iam roer uma pupunha" com agente aqui. :lol:

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Se for levar em consideração nossas potencialidades como um país continental, com quase 200 milhões de habitantes, eu concordo contigo mas quando penso no povo brasileiro.... tenho minhas dúvidas alguém, além de alguns poucos nacionalistas, sairiam de sua condição de conforto, para pegar em armas, ir para a selva e interior, arriscando suas vidas, para formar uma força de resistência (guerrilha).

Na minha opinião, depois dos primeiros dias de guerra, o Brasil levantaria a bandeira branca e se poria de joelhos.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6620 Mensagem por FCarvalho » Sex Mar 01, 2013 8:48 pm

LeandroGCard escreveu:
rodrigo escreveu:Este é um ponto muito importante. Também não adiantaria nada adquirir números absurdamente altos de radares, mísseis e canhões apenas para vê-los obsolescer rapidamente em pouco tempo. Uma defesa AAe eficaz exige atualização constante. E é muito difícil obter isso com compras de prateleira (na verdade nem imagino como isso seria possível).
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Aqui tens o nosso verdadeiro calcanhar de Aquiles em matéria de defesa militar.
A partir dos anos 70 desenvolvemos, ainda que no peito e na raça, uma série de sistemas que comprometiam a defesa nacional, ainda que não como um todo de forma integral e sistêmica.
Mas isso eram as ffaa's pensando individual e tenazmente, olhando-se apenas, cada uma, o seu próprio nariz. Coisas da época.
E assim a FAB fez o seu SISDACTA, que nos anos 80's virou SISCEAB e que agora está se transformando em um sistema de sistemas com a implantação dos tardios SIGAAZ e SISFRONT.

A dificuldade toda é que só muito recentemente os nossos militares passaram a pensar de forma integrada, coisa de vinte anos para cá, com as aprendizagens das guerras acontecidas neste período.
E mesmo assim, nós ainda vamos levar pelo menos mais uns vinte anos para aprender a desenvolver, integrar e manter estes sistemas de forma a torná-os maduros e coerentemente em constante modernização. Mas isso nós estamos falando de software.
E nesta matéria, hoje, até que estamos nos saindo bem, razoavelmente. O problema, como sempre, é a integração do software com o hardware, que nunca ocorre na justa medida das necessidades e planejamento.

Como bem dissestes, de que adianta manter uma rede super-star de defesa AAe, ainda que com os melhores e mais modernos sistemas missilísticos e de radar, se uma parte do outra sistema - a caça - não funcionar a contento? Ou ainda, se não tivermos uma capacidade de C4ISR ou ASW/ASuPW e EW de monta e adequada as necessidades do país, na forma, por exemplo de mais do que reles 6/7 unidades de E-190 AEW/ASW só para fazer figuração, como de praxe?

É meu amigo, ainda estamos rolando naquele meu ditado "vira-lata acostumado a roer um osso, quando encontra uma bisteca, pensa que é filé mignon." [054]

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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6621 Mensagem por FCarvalho » Sex Mar 01, 2013 8:54 pm

henriquejr escreveu:Se for levar em consideração nossas potencialidades como um país continental, com quase 200 milhões de habitantes, eu concordo contigo mas quando penso no povo brasileiro.... tenho minhas dúvidas alguém, além de alguns poucos nacionalistas, sairiam de sua condição de conforto, para pegar em armas, ir para a selva e interior, arriscando suas vidas, para formar uma força de resistência (guerrilha).
Na minha opinião, depois dos primeiros dias de guerra, o Brasil levantaria a bandeira branca e se poria de joelhos.
Henrique, eu não estou falando de guerrilha. Estou falando da verdadeira "aventura" que seria para qualquer um, inclusive para o tio Sam, atacar um país com 8,5 milhões de km2, com 9 mil km de litoral e com um PAED quase que 100% efetivado. Dá uma olhada lá para ver o que nós teríamos em vinte anos... :wink:

Isto, com certeza seria bem diferente, de atacar um país de 200 milhões de índios que pensam que são os donos da terra, e que só por isso não precisam se preocupar, e continuam embalando na rede, puxando o seu fumo sofregamente, sem largar a tv e nem as idas ao shopping para ir ver se a cerca ainda está no lugar.

abs.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6622 Mensagem por LeandroGCard » Sex Mar 01, 2013 8:58 pm

FCarvalho escreveu:Leandro, o conceito de emprego dos GAAE's em relação aos comdos de área do EB é em dois sentidos: um, o aproveitamento da atual organização da cadeia de C2 do EB, com a consequente facilitação e simplicidade do emprego e responsabilização operacional, subordinando cada GAAE deste a área do TO do respectivo CM; dois, dispondo de uma defesa AAe em profundidade o mais horizontal quanto possível, no sentido de se poder cobrir a maior parte, se não a totalidade, do território nacional, e assim também cobrir não só a defesa do aspecto do poder militar nacional, como, e principalmente, da infraestrutura do poder civil nas localidades cobertas pelos mesmos.
Eu entendo a idéia de aproveitar a estrutura já existente, mas acho que isso acabaria acarretando em mais problemas do que soluções pois acabaria "engessando" a estrutura da defesa AAe estratégica em função das necessidades das unidades terrestres, que não teriam os mesmos objetivos nem necessidades. E como eu já mencionei antes em outro post, não vejo necesidade de se cobrir todo o território nacional, o país é grande demais para que qualquer inimigo ameace todo o território ao mesmo tempo. Me parece muito mais interessante uma estrutura que permitisse (e favorecesse) o deslocamento das unidades quando e para onde fossem necessárias. Senão acabaríamos vendo a defesa AAe ser saturada em um ponto do país enquanto outras unidades estariam ociosas nas demais regiões.

Quanto a quantitativo da defesa de baixa/media altura, eu apenas me limitei a atual estrutura das unidades operacionais do EB, da qual tenho conhecimento, assim como a organização atual prevista para a defesa AAe das mesmas, mas penso penso, concordando consigo, que temos sim, muito mais necessidades para cobrir quanto esta questão em relação as necessidades do EB.
As unidades do EB (e também as instalações das demais forças) deveriam ter a capacidade de desefa AAe necessária para evitar serem facilmente colocadas fora de ação por ataques aéreos. Neste caso os interesses e necessidades das unidades e de sua AAe orgânica são os mesmos, e a AAe deveria ser tratada como mais um dos recursos destas unidades, como a artilharia e as comunicações. Neste caso a distribuição por unidades faz todo o sentido. Na verdade as próprias unidades de defesa AAe estratégicas devem também ter sua defesa AAe de curto/médio alcance orgânica, para autoproteção.
E é aquela coisa. Não temos reservas nem para a "primeira hora da guerra", imagina montar, equipar e dispor adequadamente toda uma infraestrutura de defesa AAe como a aqui sugerida? E isso porque estou me limitando a atual infraestrutura existente, que por si só já bastante precária para um país como o nosso. Imagina se fossemos querer fazer o que realmente precisamos...

abs
Isso é ponto pacífico, é impossível justificar em tempo e paz a aquisição das quantidades realmente necessárias em uma guerra (e isso na verdade nem é o mais adequado devido ao problema da obsolescência que mencionei antes). Por outro lado, em caso de guerra a aquisição dos sistemas em terceiros países seria muito mais difícil, senão impossível. Só resta então uma solução: Produção local independente dos ítens de maior consumo, o que permitiria adquirir apenas um mínimo de unidades em tempo de paz e a quantidade que se precisasse em caso de guerra.

Mas veja que nem todos os ítens seriam utilizados em quantidades tão absurdas. Manpads por exemplo servem mais como elementos de dissuasão, pois hoje sua própria presença no teatro faz com que as aeronaves atacantes evitem descer ao seu alcance e assim eles raramente são usados na prática. Desta forma seu dispêndio tende a ser baixo e nem é necessário um estoque assim tão grande. Já os mísseis de longuíssimo alcance (acima de 100 Km) são muito dispendiosos e só devem ser utilizados em situações específicas, contra alvos bem identificados e valiosos o bastante para justificar o seu emprego. Os sistemas que realmente precisam estar disponíveis em grandes quantidades são os usados contra munições (canhões e mísseis de curto/médio alcance) e os mísseis de médio/longo alcance (30 a 60 km) para uso contra aeronaves.


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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6623 Mensagem por Brasileiro » Sex Mar 01, 2013 9:25 pm

Abre parênteses

Olha, na minha opinião, a forma mais EFICIENTE (mais resultados por menor investimentos) para colocar o país muito menos vulnerável à ação de potências de fora é por meio de uma marinha altamente dissuasiva. Não só -muitos- submarinos e navios, mas todo o aparato de guerra naval, o que inclui aeronaves anti-submarinas.

Minha tese é que se o Brasil for atacado por alguma força de fora, será quase que necessariamente, por meio do oceano.

No caso de uma invasão terrestre após ataque naval, tem de ser repelidos com com chuva de míssil anticarro, embocar helicópteros com MANPADs. Um pouco mais do que uma guerrilha, porém muito mais bem equipada. Mas acho que, com uma marinha suficientemente ameaçadora, dificilmente chegariam à terra para que possam enfrentar uma guerra mano-a-mano.


fecha parênteses




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6624 Mensagem por eligioep » Sex Mar 01, 2013 10:58 pm

jauro escreveu: Exatamente não. Mas provavelmente 36 G.
50! 36 na ativa e os outros para reserva/fonte de peças e OM escola....




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6625 Mensagem por Luiz Bastos » Sáb Mar 02, 2013 12:46 am

Galera.

Se formos atacados por Bramos desde o mar, teríamos chance de derruba-los antes de explodirem os alvos?




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6626 Mensagem por knigh7 » Sáb Mar 02, 2013 2:29 am

eligioep escreveu:
jauro escreveu: Exatamente não. Mas provavelmente 36 G.
50! 36 na ativa e os outros para reserva/fonte de peças e OM escola....
Olá, Eligio.

E esses Gepards seriam alocados aonde mais além das 2 Bdas blindadas?




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6627 Mensagem por Glauber Prestes » Sáb Mar 02, 2013 5:36 pm

Nas Bda Bld, não creio que sejam mais de 4 unidades por Bia de cada Bda. Ainda restam 28 unidades, ou seja, mais 6 baterias, levando em consideração que um veículo corresponde a uma UT, e cada bateria é composta por 4 UT. São dois GAAAe completos, só de Gepards. Agora, onde vão colocar, eu não tenho ideia.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6628 Mensagem por FCarvalho » Sáb Mar 02, 2013 8:08 pm

LeandroGCard escreveu:Eu entendo a idéia de aproveitar a estrutura já existente, mas acho que isso acabaria acarretando em mais problemas do que soluções pois acabaria "engessando" a estrutura da defesa AAe estratégica em função das necessidades das unidades terrestres, que não teriam os mesmos objetivos nem necessidades.
Leandro, não necessariamente, posto que estas unidades estratégicas estariam subordinadas diretamente aos comandos de área, com responsabilidades, prioritariamente, sobre a defesa de alvos VVIP - tanto militares, como civis, em suas respectivas zonas de ação, e não as OM's no TO. Estas por sua vez, teriam suas próprias organizações de defesa AAe, inclusive complementando, se necessário, aquelas primeiras.

E como eu já mencionei antes em outro post, não vejo necessidade de se cobrir todo o território nacional, o país é grande demais para que qualquer inimigo ameace todo o território ao mesmo tempo. Me parece muito mais interessante uma estrutura que permitisse (e favorecesse) o deslocamento das unidades quando e para onde fossem necessárias. Senão acabaríamos vendo a defesa AAe ser saturada em um ponto do país enquanto outras unidades estariam ociosas nas demais regiões.
Para isso que penso ser importante darmos a defesa AAe a máxima integração sistêmica com toda a rede de defesa do país, de forma que cada região esteja não apenas ligada, mas integrada às outras, embora autônomas e capazes de dar conta de si, a priori, e para situações que se exijam reforços na cobertura. E neste sentido, as dimensões do país são um aliado nosso, mas ao mesmo tempo também uma fraqueza, posto que nossa capacidade de deslocamento e integração nunca foram o nosso forte, e isso pode ser facilmente usado contra nós, visto nossa própria incapacidade de dispor dos instrumentos para esta cobertura nas quantidades e qualidades esperadas e necessárias.

As unidades do EB (e também as instalações das demais forças) deveriam ter a capacidade de desefa AAe necessária para evitar serem facilmente colocadas fora de ação por ataques aéreos. Neste caso os interesses e necessidades das unidades e de sua AAe orgânica são os mesmos, e a AAe deveria ser tratada como mais um dos recursos destas unidades, como a artilharia e as comunicações. Neste caso a distribuição por unidades faz todo o sentido. Na verdade as próprias unidades de defesa AAe estratégicas devem também ter sua defesa AAe de curto/médio alcance orgânica, para autoproteção.
Aqui concordamos, o que falta-nos é planejamento de longo prazo e capacidade de decisão.

Isso é ponto pacífico, é impossível justificar em tempo e paz a aquisição das quantidades realmente necessárias em uma guerra (e isso na verdade nem é o mais adequado devido ao problema da obsolescência que mencionei antes). Por outro lado, em caso de guerra a aquisição dos sistemas em terceiros países seria muito mais difícil, senão impossível. Só resta então uma solução: Produção local independente dos ítens de maior consumo, o que permitiria adquirir apenas um mínimo de unidades em tempo de paz e a quantidade que se precisasse em caso de guerra.
Eu particularmente não creio que devamos apostar em estoques mínimos para situações e paz e, não mais que de repente, como as guerras costumam as vezes dar as caras, partimos para produção em massa. Sou de opinião que nossa capacidade primária deve ser objeto de estoques reguladores que não só mantenham a proeficiencia das forças, como dêem as mesmas a condição de resistência ao primeiro mês do conflito, no mínimo, e não para o primeiro dia. Sem isso, qualquer sistema, por mais moderno e avançado que seja, não passa de uma grande diamante de vidro.

Mas veja que nem todos os ítens seriam utilizados em quantidades tão absurdas. Manpads por exemplo servem mais como elementos de dissuasão, pois hoje sua própria presença no teatro faz com que as aeronaves atacantes evitem descer ao seu alcance e assim eles raramente são usados na prática. Desta forma seu dispêndio tende a ser baixo e nem é necessário um estoque assim tão grande. Já os mísseis de longuíssimo alcance (acima de 100 Km) são muito dispendiosos e só devem ser utilizados em situações específicas, contra alvos bem identificados e valiosos o bastante para justificar o seu emprego. Os sistemas que realmente precisam estar disponíveis em grandes quantidades são os usados contra munições (canhões e mísseis de curto/médio alcance) e os mísseis de médio/longo alcance (30 a 60 km) para uso contra aeronaves.
Concordo. E para isso temos que criar não somente uma demanda para a industria, mas principalmente, para a reorganização estrutural e operacional da atual situação de que dispomos da AAe do país, que não passa hoje de mera figuração.

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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6629 Mensagem por LeandroGCard » Sáb Mar 02, 2013 9:18 pm

FCarvalho escreveu:Leandro, não necessariamente, posto que estas unidades estratégicas estariam subordinadas diretamente aos comandos de área, com responsabilidades, prioritariamente, sobre a defesa de alvos VVIP - tanto militares, como civis, em suas respectivas zonas de ação, e não as OM's no TO. Estas por sua vez, teriam suas próprias organizações de defesa AAe, inclusive complementando, se necessário, aquelas primeiras.
Esta na verdade é uma questão basicamente organizacional, e se o sistema for montado da forma adequada não faz muita diferença. Apenas acho que não é de forma alguma necessário ter tantas unidades AAe quantas são as organizações regionais do EB, isso acabaria levando a exageros.

Para isso que penso ser importante darmos a defesa AAe a máxima integração sistêmica com toda a rede de defesa do país, de forma que cada região esteja não apenas ligada, mas integrada às outras, embora autônomas e capazes de dar conta de si, a priori, e para situações que se exijam reforços na cobertura. E neste sentido, as dimensões do país são um aliado nosso, mas ao mesmo tempo também uma fraqueza, posto que nossa capacidade de deslocamento e integração nunca foram o nosso forte, e isso pode ser facilmente usado contra nós, visto nossa própria incapacidade de dispor dos instrumentos para esta cobertura nas quantidades e qualidades esperadas e necessárias.
De qualquer forma é mais simples, barato e útil melhorar nossa capacidade de deslocamento do que aumentar quantidade de unidades AAe para suprir falhas neste quesito.

Aqui concordamos, o que falta-nos é planejamento de longo prazo e capacidade de decisão.
Esta parte do planejamento e indecisão é realmente o que mata.

Eu particularmente não creio que devamos apostar em estoques mínimos para situações e paz e, não mais que de repente, como as guerras costumam as vezes dar as caras, partimos para produção em massa. Sou de opinião que nossa capacidade primária deve ser objeto de estoques reguladores que não só mantenham a proeficiencia das forças, como dêem as mesmas a condição de resistência ao primeiro mês do conflito, no mínimo, e não para o primeiro dia. Sem isso, qualquer sistema, por mais moderno e avançado que seja, não passa de uma grande diamante de vidro.
Dependendo do sistema o estoque necessário para 1 mês já seria um completo absurdo de se manter em tempo de paz. Na primeira guerra do Iraque só na noite inicial do ataque foram lançadas centenas de mísseis de médio alcance, e isso apenas tentando atingir as aeronaves atacantes! Imagine a quantidade necessária se fosse tentado também deter as munições. Em um mês estaríamos falando de milhares de mísseis, algo que nem nos sonhos mais loucos se imagina que o Brasil jamais adquira em tempo de paz. E nem poderia, pois se a guerra não viesse a rápida obsolescência tornaria aquisições nestes níveis um desperdício absurdo de dinheiro!

Não há outra solução, se o país quiser ter realmente a capacidade de defesa AAe eficiente tem que ser capaz de desenvolver seus próprios sistemas, e entre os requisitos destes precisa ter alta prioridade a capacidade de produção em grande escala por nossa base industrial. Isso pode ser mais simples do que se imagina, se forem adotados os conceitos mais modernos de projeto com ampla aplicação de componentes comerciais padrão, que hoje já tem desempenho adequado mesmo para os sistemas mais sofisticados se forem usados inteligentemente.

A própria capacidade de desenvolvimento e produção autóctone de sistemas AAe é um grande fator de dissuasão que não pode ser esquecido. E existem alguns conceitos novos em diversas áreas neste setor de mísseis que permitiriam desenvolver sistemas bastante interessantes que poderiam ser rapidamente produzidos em larga escala assim que uma crise mais grave aparecesse no horizonte. E eu não acredito que o Brasil possa vir a ser simplesmente atacado sem aviso antes da evolução de uma longa e complexa situação de crise internacional que nos envolvesse. Se surgir alguma chance disso acontecer, mudo de opinião e passo eu mesmo a advogar os grandes estoques.

Concordo. E para isso temos que criar não somente uma demanda para a industria, mas principalmente, para a reorganização estrutural e operacional da atual situação de que dispomos da AAe do país, que não passa hoje de mera figuração.
Aqui estamos totalmente de acordo.

Um grande abraço,


Leandro G. Card




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#6630 Mensagem por FCarvalho » Dom Mar 03, 2013 4:48 pm

LeandroGCard escreveu:Esta na verdade é uma questão basicamente organizacional, e se o sistema for montado da forma adequada não faz muita diferença. Apenas acho que não é de forma alguma necessário ter tantas unidades AAe quantas são as organizações regionais do EB, isso acabaria levando a exageros.
Eu, Leandro, ainda sou por aquele antigo ditado, que meu primeiro chefe vivia as turras comigo dizendo que "é melhor pecar por excesso, do que por falta." :wink:
De qualquer forma é mais simples, barato e útil melhorar nossa capacidade de deslocamento do que aumentar quantidade de unidades AAe para suprir falhas neste quesito.
Não necessariamente. Quantos KC-390 estamos/estaríamos mesmo dispostos a comprar além dos 28 iniciais? Será que podemos crer que virão mais alguns depois destes, quando nem repor os Hércules perdidos a FAB conseguiu em quase 30 anos de operação destes, antes da chegada dos C-130 italianos.
Dependendo do sistema o estoque necessário para 1 mês já seria um completo absurdo de se manter em tempo de paz. Na primeira guerra do Iraque só na noite inicial do ataque foram lançadas centenas de mísseis de médio alcance, e isso apenas tentando atingir as aeronaves atacantes! Imagine a quantidade necessária se fosse tentado também deter as munições. Em um mês estaríamos falando de milhares de mísseis, algo que nem nos sonhos mais loucos se imagina que o Brasil jamais adquira em tempo de paz. E nem poderia, pois se a guerra não viesse a rápida obsolescência tornaria aquisições nestes níveis um desperdício absurdo de dinheiro!
Leandro, lembre-se que nós temos que fazer rodar os estoques, de forma coerente e regular, e que todo material tem vida útil, coisas aliás que nós por aqui mal e porcamente tomamos ciência em virtude de sequer conseguirmos treinar de forma adequada com o quase nada que temos, porque manter é caro, porque gastar custa muito, porque isso, porque aquilo.... etc, etc. Se formos nessa de ficar de ter ffaa's para ficar só na sombra até que um dia o sol um dia nasça, é melhor não ter.
Um grande abraço,
Leandro G. Card[/quote]

abs.




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