SAAB - Adquire 15 por cento da brasileira AKAER 04 de Maio, 2012 - 12:20 ( Brasília )
A companhia sueca SAAB, que atua nos segmentos de defesa, aviação e segurança civil, anunciou ontem um aporte de recursos para a brasileira Akaer, equivalente a uma participação de 15% no capital social da empresa. A operação, conhecida como empréstimo conversível em ações (convertible loans), prevê um limite de participação da SAAB na AKAER de até 40%.
A AKAER e a SAAB se tornaram parceiras em 2008 com a assinatura de um memorando de entendimento para a participação da brasileira no projeto do caça Gripen. Um ano depois, a Saab decidiu contratar a AKAER para o desenvolvimento da fuselagem central, fuselagem traseira e das asas do Gripen NG, a nova versão do caça, que está sendo oferecida para a Força Aérea Brasileira (FAB) na concorrência F-X2.
"Importante frisar que o controle da AKAER continuará sendo brasileiro, para que sejam preservadas as características de empresa estratégica de defesa", afirmou o presidente da AKAER, Cesar Augusto da Silva. As discussões sobre essa operação entre as duas empresas, segundo o executivo, vinham sendo feitas há cerca de seis meses.
O objetivo do novo acordo firmado com a SAAB, segundo Silva, é transformar a AKAER em uma companhia integradora de estruturas aeronáuticas, tornando-a mais competitiva a nível global para atender empresas como a Embraer e a toda a indústria aeroespacial e de defesa do mundo.
A Akaer, segundo ele, também está analisando a instalação de uma nova unidade para atender à Helibras, em Itajubá (MG), no projeto de um novo helicóptero para as Forças Armadas Brasileiras.
"O nosso plano é que até 2020 a Akaer possa se tornar a maior fornecedora brasileira de produtos para a EMBRAER, além de atuar no mercado internacional", disse o executivo da AKAER. Especializada no desenvolvimento de aeroestruturas e em gestão de projetos para os setores aeroespacial e de defesa, a AKAER já forneceu mais de 2 milhões de horas de serviços de engenharia para a Embraer, para os principais projetos de aeronaves da companhia.
O contrato da AKAER para o Gripen NG, segundo o vice-presidente de Estratégia da SAAB, Dan Jangblad, prevê que 80% da estrutura do novo caça seja feita pela brasileira, independente do resultado da concorrência F-X2. A AKAER, segundo ele, também será a empresa responsável pelo projeto da estrutura dos 22 caças Gripen NG que foram vendidos para a Força Aérea da Suíça e para os 80 encomendados pela Força Aérea da Suécia.
"O que for feito pela Akaer no Brasil não será replicado. A plataforma do Gripen NG será a mesma para os dois países", afirmou o executivo da SAAB. Para o presidente da AKAER, a participação da empresa nesse projeto é uma grande oportunidade de mercado para o país começar a preencher o abismo que existe hoje entre a EMBRAER e a base industrial aeronáutica brasileira.
"A parceria com a SAAB pode representar um grande salto tecnológico, com o mesmo impacto que o AMX teve para a EMBRAER, capacitando as empresas brasileiras em novas tecnologias e criando um fornecedor de classe mundial em estruturas dentro do país", afirmou Silva.
A AKAER, segundo ele, também está criando uma holding envolvendo a atual unidade de negócios de engenharia e as futuras unidades de manufatura e integração de aeroestruturas. A expectativa da empresa é que a holding possa também ampliar a capacidade das pequenas empresas do setor no Brasil para se tornarem fornecedoras internacionais, reduzindo a dependência da EMBRAER, que afeta os negócios do setor em períodos de crise.
O vice-presidente da SAAB disse que a seleção do Gripen NG no programa F-X2 não é uma condição para a manutenção da parceria com a AKAER, mas a decisão em favor do caça sueco poderá sim potencializar e acelerar os negócios com as empresas brasileiras parceiras da SAAB.
"A SAAB considera importante esse acordo com a AKAER não só para reforçar a sua atuação no Brasil, mas também para facilitar o processo de transferência de tecnologia às empresas brasileiras caso o Gripen NG seja o caça escolhido pelo governo brasileiro", disse Jangblad.
Segundo ele, cerca de 40% do desenvolvimento do novo caça sueco poderá ser feito no Brasil, envolvendo toda a parte de engenharia de sistemas, integração de armamentos e sensores, sistemas táticos e aviônicos, integração e montagem final e ensaios em voo.
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