Fórum Defesa Brasil

tflash escreveu:

Pode sim. Os EUA são o maior exemplo de um governo não socialista, mas que é, ao mesmo tempo, super protecionista.

Você referiu o contrário meu caro. Se a Europa fecha-se as fronteiras a produtos ou serviços que são produzidos em países sem as mesmas condições de protecção aos cidadãos (ou seja, a China!) tinha os seus problemas resolvidos e era uma tragédia para as multinacionais.

Aí sim dava para ter um sistema socialista com amplas protecções sociais. O que está a acontecer é o contrário. Se os EUA fossem mais proteccionistas não teriam tanto desemprego mas é o povo ao querer artigos mais baratos que acaba por ir na conversa das multinacionais.

http://veja.abril.com.br/noticia/econom ... eua-na-omc

Pois é meu caro Paisano. Eu compreendo a sua posição mas vejamos uma coisa.

Eu tenho na minha sala uma televisão antiga, de média gama que custava à vinte anos o equivalente a 700 ou 800 euros. Diz "made in germany" Os Alemães que a fizeram ganhavam na altura 1500 euros, trabalhavam 40 horas e aposentavam-se aos 65. Hoje em dia não se fabricam televisões na Alemanha porque é incomportável. Vendem-se umas televisões da mesma marca, feitas na china por trabalhadores que ganham 200 euros, trabalham 60 horas e não tem nem um décimo das protecções sociais europeias.

Ora não é preciso ser economista para saber que assim a coisa está preta para os trabalhadores europeus e mesmo para os Brasileiros que querem convergir com a Europa e não com a China que eu penso que ultrapassam na protecção e nas condições de trabalho para os seus cidadãos. Se Alinhamos com o pior, o futuro é negro mas como isso não interessa para os grandes grupos económicos, é "vendida" a história da liberalização do comércio.

O sonho desses chamados "grandes grupos económicos" é que o mundo se torne uma grande China, no que se refere as condições de trabalho e salários.

E a esse sonho atende pelo nome de neo-liberalismo.

Daí a tentativa (em alguns casos com sucesso), através dos dogmas neo-liberais, de se destruir o chamado "Welfare State" que existe (ou existia) na Europa.

Paisano escreveu:É por isso que eu tenho sérias dúvidas sobre o futuro da UE: É uma união montada em cima de um sistema neo-liberal.

Sistema este, que foi a falência com a crise de 2008 e somente está tendo uma sobrevida por covardia do chamado G-7.

El sistema "neoliberal" europeo tiene el mayor sistema de protección social del mundo.

Querer equilibrar gastos e ingresos públicos no es neoliberal. Es sensato. Gastar sin límite no es socialista. Es locura

Las autoridades de la UE piden que todos los estados miembros tengan un máximo del 3% de déficit público en 2013. No están pidiendo cerrar la sanidad o eliminar la educación pública, sino un objetivo de gasto razonable

Nunca se ha visto que un país tenga éxito económico soportando un déficit fiscal del 9%. Es imposible, porque el dinero prestado debe devolverse

Eu concordo com tudo o que diz mas também tem que admitir que a UE legisla de forma a retirar mecanismos aos estados para ajudar as suas empresas nacionais. Eu acho que não se devia ir tão longe. A livre circulação de capitais deve ter um limite para evitar a deslocalização, pelo menos em parte.

tflash escreveu:Eu concordo com tudo o que diz mas também tem que admitir que a UE legisla de forma a retirar mecanismos aos estados para ajudar as suas empresas nacionais. Eu acho que não se devia ir tão longe. A livre circulação de capitais deve ter um limite para evitar a deslocalização, pelo menos em parte.

¿Te refieres a las privatizaciones?

http://www.infodefensa.com/?noticia=el- ... tawestland

El grupo Inaer adquiere siete helicópteros de la empresa AgustaWestland

El grupo español Inaer, líder global en servicios de emergencia aérea y mantenimiento de helicópteros, ha firmado un contrato con la empresa AgustaWestland, de la compañía Finmeccanica, para la adquisición de siete helicópteros: cuatro biturbinas ligeros GrandNew, dos GrandNew más configurados para Servicios de Emergencias Médicas (EMS) y un biturbina medio AW139 transporte “offshore”.

Cuenta con una flota de 300 aeronaves y una plantilla de 1.900 trabajadores. Ya está presente en países como Francia, Reino Unido, Portugal, Chile o Australia, y su objetivo es seguir creciendo con otras adquisiciones

Não só como a isso como a capacidade de uma empresa poder receber fundos comunitários num país e depois fechar as portas e abrir noutro, recebendo fundos de lá.

Muita empresa está a ir para a Europa de leste dessa forma.

Paisano escreveu:O sonho desses chamados "grandes grupos económicos" é que o mundo se torne uma grande China, no que se refere as condições de trabalho e salários.

E a esse sonho atende pelo nome de neo-liberalismo.

Daí a tentativa (em alguns casos com sucesso), através dos dogmas neo-liberais, de se destruir o chamado "Welfare State" que existe (ou existia) na Europa.

agora disseste tudo. E esse dia já esteve mais longe.

Estranho mesmo é o enorme silencio sobre o que se passa em Barcelona ou em Madrid assim com em Lisboa. Apenas uns rodapés e pouco mais, isso é tudo medo ou será que apenas os Ahkmed ibn Salam é que podem protestar democraticamente (mesmo quando o fazem de RPG-7 e ZSU-23mm em pick-ups japonesas)?

Foxtroop. Não tem nada a ver. Os RPG só apareceram depois de se ter usado uns Su-22 para fazer o trabalho da polícia. Em Portugal e Espanha eles ainda estão vivos.

Como diria o nosso Álvaro Cunhal "olhe que não, olhe que não"

Agora deixando as brincadeiras, foi uma atitude criminosa do lunático mas foi tomada depois do assalto aos depósitos de material de guerra e quartéis em Bengasi e quando já existia oposição armada no leste do país. Isso não desculpa de modo nenhum a atitude de Kadhaffi, mas não tenho a mínima duvida que os nossos governos "democráticos" usariam e usarão de todo e qualquer meio à disposição para manter a "ordem constitucional" e a "legitimidade democrática".

Em Portugal e Espanha levam umas bastonadas no lombo e está resolvido. Por um lado, cá até merecem porque isso tem mão partidária da extrema-esquerda. Não tem votos para fazer o que fazem e estamos em altura de eleições. Muitos desses meninos não sabem o que é isso e sonham com a ditadura do proletariado apesar de serem tudo menos proletariado.

É tudo uma cambada de camponeses do "Farmville" e operários da "playstation"!

tflash escreveu:Em Portugal e Espanha levam umas bastonadas no lombo e está resolvido. Por um lado, cá até merecem porque isso tem mão partidária da extrema-esquerda. Não tem votos para fazer o que fazem e estamos em altura de eleições. Muitos desses meninos não sabem o que é isso e sonham com a ditadura do proletariado apesar de serem tudo menos proletariado.

É tudo uma cambada de camponeses do "Farmville" e operários da "playstation"!

Uma generalização, temo que bem fora da realidade destes protestos. O futuro posto à frente desta malta nova e também de ti e de mim, é um futuro de semi-escravidão ao serviço de meia dúzia de interesses semi-obscuros. Um retrocesso de condições de vida, bem-estar e perspectivas de futuro nos Povos da Europa, apenas comparável ao que se seguiu à queda do Império Romano do Ocidente. Uma boa parte da população até se está a acomodar, por medo ou por outra razão qualquer, incapaz de perceber que perder agora 500 para garantir 5000 no futuro é preferível a perder 50 durante o resto da vida até nada restar para os vindouros. Estes jovens têm a coragem de assumir o risco de perder algo agora para garantir um futuro, até porque, de maneira muito pouco inteligente, os deixaram sem alternativas viáveis, sem ser o regime semi-escravo que já referi acima.

Ficou muito satisfeito e com muito mais esperanças no futuro ao verificar que este pessoal está a ganhar uma consciência politica sadia e livre de doutrinações quer fascizoides quer comunistas-marxistas.

Esquecemos, quer por pura ganancia, quer pela mais torpe ignorância, que o mundo em que vivemos não foi herdado dos que já passaram, mas pedido emprestado aos que hão-de vir e este rapazes e raparigas estão-nos a lembrar isso.