Missão de Paz no Haiti

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Centurião
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#646 Mensagem por Centurião » Seg Abr 30, 2007 9:21 pm

Vinicius Pimenta escreveu:Haitianos agradecem Brasil por ´pacificação´ em Cité Soleil
Ao som de um trio elétrico e de uma banda escolar que entoou o hino haitiano e a Canção do Exército brasileiro, a população saiu às ruas gritando "Brasil, Brasil"

Tahiane Stochero,
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PORTO PRÍNCIPE - Um carnaval fora de época. Uma marcha pela paz. Cerca de 20 mil haitianos cantaram, dançaram e comemoram pelas ruas da capital, Porto Príncipe, a ´pacificação´ da região caracterizada pela ONU como a mais violenta do Haiti, o bairro de Cité Soleil. Ao som de um trio elétrico e de uma banda escolar que entoou o hino haitiano e a Canção do Exército brasileiro, a população saiu às ruas gritando "Brasil, Brasil", em um local que era até o início de abril dominado por criminosos, que assassinavam, seqüestravam e causavam pânico em Porto Príncipe.

O local foi visitado pela reportagem do estadão.com.br nesta sexta-feira, 27, dia em que a marcha foi realizada. Apesar da estabilidade conseguida em Cité Soleil, o Haiti continua enfrentando sérios problemas em relação à segurança, e diversas pessoas ouvidas pela reportagem demonstraram o desejo de que o as tropas permaneçam no país por mais tempo.

Até a retirada dos criminosos, as tropas da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) não podiam entrar em Cité Soleil e eram alvo dos bandidos. Nenhuma autoridade legítima estava instituída na região. A população vivia com medo e aterrorizada pela gangue de Evens Jeune. Até que, por iniciativa e comandadas pelo Brasil, tropas sul-americanas realizaram uma operação que tomou pontos estratégicos da gangue e iniciou, no início de março, a pacificação do bairro, que está sob tutela do Exército Brasileiro.

O haitiano Yves Louis, de 50 anos, explica o motivo da manifestação, organizada pelo novo prefeito e por líderes comunitários: "Esta marcha é digna do que o Brasil fez aqui. Eu não saía à rua com medo e agora todos podemos voltar a viver em Cité Soleil. Agora está se estabelecendo a Justiça e Deus vai ver que ainda há esperança no Haiti". Questionado sobre se já não era hora das tropas deixarem o Haiti, o desempregado disse acreditar que a Minustah deve deixar o país caminhar com suas próprias pernas um dia, mas não agora.

"Queremos que as tropas vão embora e passem o comando para a nossa polícia. Mas não agora. Se o Brasil for embora, todos os bandidos vão voltar. Acabamos de ter a oportunidade de sair às ruas. Se o Brasil for embora, eles vão voltar a agir", afirmou ao estadão.com.br. Seu sonho, agora, é que a ONU propicie a criação de empregos e tire a população da pobreza. "Quero muitas escolas profissionalizantes. Escola e emprego são a solução para que nossos jovens não entrem na bandidagem".

Em inglês fluente, assim como muitos haitianos, Johnny Gerond, de 40 anos, aproxima-se também para pedir emprego. Ele diz que todo o Haiti "será eternamente agradecido ao Brasil por tirar os bandidos" da região e que o "Brasil não deve sair agora" do local. "Há gente que não gosta do Brasil e que quer que os militares saiam. Mas eles são uma minoria, só os bandidos. Agora temos paz e meus filhos podem brincar na rua sem problemas”, relatou.

A passeata durou mais de quatro horas e partiu de 17 locais diferentes, concentrando-se em frente à praça Fierte Soleil, onde o Brasil mantém uma base avançada de atuação. Tropas da Polícia Nacional Haitiana (PNH), da polícia de choque da ONU, militares da China, Brasil, Paraguai e Bolívia fizeram a segurança da manifestação, que contou com a presença do embaixador brasileiro no Haiti, Paulo Cordeiro. Esta é a primeira grande manifestação no país desde as eleições presidenciais, ocorridas em fevereiro de 2006.

Fonte: http://www.defesanet.com.br/zz/vi_cont_27.htm


Que bela notícia! Saber que estamos ajudando alguém é muito bom. :D

Só quero saber o que as ONGs que atacaram por tanto tempo o nosso comando no Haiti podem dizer disso. O povo é franco e fala o que sente.

Também queria que as pessoas do fórum comentassem sobre isso.

Obrigado por colocar a notícia aqui, Vinicius.




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Kratos
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#647 Mensagem por Kratos » Seg Abr 30, 2007 10:10 pm

Vinicius Pimenta escreveu:Haitianos agradecem Brasil por ´pacificação´ em Cité Soleil
Ao som de um trio elétrico e de uma banda escolar que entoou o hino haitiano e a Canção do Exército brasileiro, a população saiu às ruas gritando "Brasil, Brasil"

Tahiane Stochero,
enviada especial


PORTO PRÍNCIPE - Um carnaval fora de época. Uma marcha pela paz. Cerca de 20 mil haitianos cantaram, dançaram e comemoram pelas ruas da capital, Porto Príncipe, a ´pacificação´ da região caracterizada pela ONU como a mais violenta do Haiti, o bairro de Cité Soleil. Ao som de um trio elétrico e de uma banda escolar que entoou o hino haitiano e a Canção do Exército brasileiro, a população saiu às ruas gritando "Brasil, Brasil", em um local que era até o início de abril dominado por criminosos, que assassinavam, seqüestravam e causavam pânico em Porto Príncipe.

O local foi visitado pela reportagem do estadão.com.br nesta sexta-feira, 27, dia em que a marcha foi realizada. Apesar da estabilidade conseguida em Cité Soleil, o Haiti continua enfrentando sérios problemas em relação à segurança, e diversas pessoas ouvidas pela reportagem demonstraram o desejo de que o as tropas permaneçam no país por mais tempo.

Até a retirada dos criminosos, as tropas da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) não podiam entrar em Cité Soleil e eram alvo dos bandidos. Nenhuma autoridade legítima estava instituída na região. A população vivia com medo e aterrorizada pela gangue de Evens Jeune. Até que, por iniciativa e comandadas pelo Brasil, tropas sul-americanas realizaram uma operação que tomou pontos estratégicos da gangue e iniciou, no início de março, a pacificação do bairro, que está sob tutela do Exército Brasileiro.

O haitiano Yves Louis, de 50 anos, explica o motivo da manifestação, organizada pelo novo prefeito e por líderes comunitários: "Esta marcha é digna do que o Brasil fez aqui. Eu não saía à rua com medo e agora todos podemos voltar a viver em Cité Soleil. Agora está se estabelecendo a Justiça e Deus vai ver que ainda há esperança no Haiti". Questionado sobre se já não era hora das tropas deixarem o Haiti, o desempregado disse acreditar que a Minustah deve deixar o país caminhar com suas próprias pernas um dia, mas não agora.

"Queremos que as tropas vão embora e passem o comando para a nossa polícia. Mas não agora. Se o Brasil for embora, todos os bandidos vão voltar. Acabamos de ter a oportunidade de sair às ruas. Se o Brasil for embora, eles vão voltar a agir", afirmou ao estadão.com.br. Seu sonho, agora, é que a ONU propicie a criação de empregos e tire a população da pobreza. "Quero muitas escolas profissionalizantes. Escola e emprego são a solução para que nossos jovens não entrem na bandidagem".

Em inglês fluente, assim como muitos haitianos, Johnny Gerond, de 40 anos, aproxima-se também para pedir emprego. Ele diz que todo o Haiti "será eternamente agradecido ao Brasil por tirar os bandidos" da região e que o "Brasil não deve sair agora" do local. "Há gente que não gosta do Brasil e que quer que os militares saiam. Mas eles são uma minoria, só os bandidos. Agora temos paz e meus filhos podem brincar na rua sem problemas”, relatou.

A passeata durou mais de quatro horas e partiu de 17 locais diferentes, concentrando-se em frente à praça Fierte Soleil, onde o Brasil mantém uma base avançada de atuação. Tropas da Polícia Nacional Haitiana (PNH), da polícia de choque da ONU, militares da China, Brasil, Paraguai e Bolívia fizeram a segurança da manifestação, que contou com a presença do embaixador brasileiro no Haiti, Paulo Cordeiro. Esta é a primeira grande manifestação no país desde as eleições presidenciais, ocorridas em fevereiro de 2006.

Fonte: http://www.defesanet.com.br/zz/vi_cont_27.htm


Aonde se encontram agora essas ONGs de merda pra vir acusar o EB/Minustah de massacre?????? Aonde estão esse adoradores de criminosos agora????????




O pior dos infernos é reservado àqueles que, em tempos de crise moral, escolheram por permanecerem neutros. Escolha o seu lado.
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#648 Mensagem por gadugovitch » Seg Abr 30, 2007 10:16 pm

Deve ser alguma ONG do tipo Viva Rio, Sou da Paz, alguma coisa assim. Só pode.




Está irado? Uma fumacinha está saindo dos seus ouvidos?
Tome um copo de tang!
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#649 Mensagem por WalterGaudério » Seg Abr 30, 2007 10:44 pm

Porque será que a Folha de São Paulo não noticiou nada à respeito.

sds

Walter




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


Os sábios PENSAM
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Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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#650 Mensagem por Kratos » Seg Abr 30, 2007 11:07 pm

cicloneprojekt escreveu:Porque será que a Folha de São Paulo não noticiou nada à respeito.

sds

Walter


Pois é .... por que será? 8-]




O pior dos infernos é reservado àqueles que, em tempos de crise moral, escolheram por permanecerem neutros. Escolha o seu lado.
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#651 Mensagem por Centurião » Ter Mai 01, 2007 12:09 am

cicloneprojekt escreveu:Porque será que a Folha de São Paulo não noticiou nada à respeito.

sds

Walter


Só a Folha? E a Globo? Ou o UOL? Não acredito que seja uma conspiração não, é só que, para alguns meios de comunicação, notícia boa não rende audiência.




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Vinicius Pimenta
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#652 Mensagem por Vinicius Pimenta » Ter Mai 01, 2007 12:00 pm

Nesse tópico, justiça seja feita, algumas páginas atrás há uma série de reportagens da Folha sobre a missão, e todas enalteciam o desempenho brasileiro.

Me espanta (na verdade não espanta) a ausência de informações da missão nos meios da Info Globo.




Vinicius Pimenta

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#653 Mensagem por trabuco » Ter Mai 01, 2007 2:31 pm

A verdade é que não noticiam o trabalho das FAs no Haiti como nossos militares mereciam...

Deviam chegar aqui e serem tratados como verdadeiros heróis!

Estão fazendo um belíssimo trabalho!




jauro
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#654 Mensagem por jauro » Seg Mai 07, 2007 1:10 pm

ZERO HORA

América Central

A guerra agora é contra a miséria

Missão no Haiti (2).

Com o problema da segurança pública sob controle no Haiti - Cité Soleil, o último reduto da criminalidade, está, na prática, pacificada -, ganha força o trabalho social da missão brasileira no Caribe. É o que mostra hoje a segunda parte da série sobre o Haiti:

LUCIANO PERES/ Enviado Especial/Porto Príncipe


Saem os blindados Urutu, entram os caminhões-tanque para a distribuição de água à população. Aposentam-se os fuzis FAL engatilhados, conquistam espaço os kits escolares e o atendimento médico gratuito. Desocupam-se os pontos fortes, multiplicam-se obras como a perfuração de poços artesianos e o asfaltamento de estradas.

Quase três anos depois da chegada das primeiras tropas brasileiras ao Haiti e com o país de maneira geral pacificado, a palavra de ordem agora é ajuda humanitária, e as Acisos - sigla para Ações Cívico-Sociais -, sua face mais visível. Não que os soldados do Brasil e dos demais países que integram a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) tenham deixado de circular fortemente armados pelas ruas de Porto Príncipe e do Interior, com colete à prova de balas e o emblemático capacete azul. Mas a atuação internacional na nação caribenha - especialmente no caso brasileiro, detentor da maior força militar, com 1,2 mil homens - vem ganhando cada vez mais um caráter de reconstrução da infra-estrutura e combate à aterradora miséria haitiana.

Trabalho é o que não falta: no país mais pobre das Américas, 80% da população, estimada em 8,3 milhões de habitantes, ganha menos de US$ 2 (R$ 4) por dia, o índice de desemprego chega a 55% e o analfabetismo supera os 50%. Mesmo nos melhores bairros de Porto Príncipe, não há iluminação pública, deixando a capital às escuras depois do pôr-do-sol, a não ser pelos faróis dos carros, pela ocasional lâmpada em alguma residência e pelas pequenas lamparinas dos comerciantes que insistem em vender seus produtos nas calçadas à noite. Também não existe recolhimento regular de lixo - pequenas montanhas de dejetos malcheirosos se acumulam por toda a parte, ainda que a situação tenha melhorado muito nos últimos meses. E a pobreza em favelas como Waaf-Jérémie, um aglomerado de casebres com paredes e teto de zinco na região de Cité Soleil, nada fica a dever ao que se vê nos países mais miseráveis do mundo.



"Exército mirim" conta hoje com cerca de 140 integrantes

Para ao menos atenuar a situação, o esforço das tropas brasileiras inclui desde a distribuição de água potável e alimentos até aulas de informática e de saúde pública. Mas a idéia mais original chama-se Petit Lapè - "criança pela paz", em créole, uma das duas línguas oficiais do Haiti (a outra é o francês). O projeto envolve "pelotões" de crianças e adolescentes, todos do sexo masculino, que têm aulas de informática, francês, português, esportes e até capoeira nas instalações do Batalhão Brasileiro (Brabat, na sigla em inglês, adotada pela Minustah) na capital. Impecavelmente uniformizado com camisetas, calções e tênis doados pelo governo brasileiro, esse exército mirim, hoje com cerca de 140 integrantes com idades entre seis e 17 anos, estuda pela manhã nos colégios haitianos e passa as tardes nas dependências do batalhão em Porto Príncipe, como a Base Bravo e o Forte Nacional. Nessas bases, almoçam, jantam, vêem filmes, aprendem, se divertem. O plano é que, ao crescerem, tenham condições de obter bons empregos, se tornem líderes em suas comunidades e ajudem a desenvolver o país.

- Quando eu for grande, vou ser intérprete - conta Pierre Moïse Slove, 14 anos, mãe desempregada, pai desconhecido, do Petit Lapè do Forte Nacional, em um português fluente.

Coordenador de três dos projetos Petit Lapè - no bairro de Cité Militaire, na Praça da Paz e no Forte Nacional -, o sargento Elias Aguiar de Souza, 26 anos, nascido no Rio e criado em Natal, explica que, de vez em quando, controla os boletins escolares de seus pupilos nas escolas haitianas. Quem estiver com notas ruins não será expulso do programa, mas poderá receber uma atenção especial - aulas particulares, inclusive - e um alerta.



Contingente brasileiro inclui apenas quatro mulheres

Os pequenos haitianos não selecionados para o Petit Lapè também não são esquecidos pelo Exército. Em uma iniciativa inimaginável em outras forças armadas, alguns militares brasileiros costumam abandonar a farda e se vestir de palhaços, para o deleite da criançada nas favelas. A diversão nos chamados "Dias da Alegria" é comandada por um cabo com o rosto coberto por uma máscara verde, apelidado de "Robocop".

Na área de atendimento médico, a ajuda muitas vezes fica limitada pela falta de recursos - freqüentemente, em casos mais graves, só o que os médicos brasileiros podem fazer é diagnosticar a doença e orientar o paciente a procurar o hospital da ONG Médicos sem Fronteira ou instituições haitianas. Mas a gaúcha de São Lourenço do Sul Stella Krüger, capitão-tenente médica do corpo de fuzileiros navais, deixou uma marca indelével no Haiti. No último dia 7 de março, ela fez o parto inesperado de uma menina - que, em sua homenagem, foi batizada de Stella. A mãe chegou ao Ponto Forte (espécie de base avançada) Humaitá com oito centímetros de dilatação e a bolsa já rompida, e a médica foi prontamente acionada. Stella, 37 anos, há quatro no Rio de Janeiro, lotada na Base dos Fuzileiros Navais do Rio Meriti, em Duque de Caxias, é uma das únicas quatro mulheres no contingente de 1,2 mil militares brasileiros no Haiti. Das outras três, duas são também médicas, e a última, dentista.

- É uma experiência profissional única - diz Stella sobre o Haiti.




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#655 Mensagem por jauro » Seg Mai 07, 2007 1:13 pm

ZERO HORA

Companhia de Engenharia perfura poços e asfalta ruas


Lentamente, a perfuratriz vai penetrando o solo duro da Praça da Paz, centro de Porto Príncipe. Dias depois, 50 metros abaixo da superfície, surge o tesouro tão ansiosamente aguardado: água. E a vazão é boa - 2.450 litros por hora. Resta agora, como explica o sargento Loeri Armênio Fritsch, 43 anos, de Lages (SC), fazer a concretagem dos 12 metros finais do poço artesiano, para evitar a contaminação, e o mais importante: encomendar testes laboratoriais para saber se a água é potável. Se tudo der certo, o poço, ao qual será acoplada uma bomba manual, será entregue em breve aos haitianos, carentes de abastecimento de água.

Dos 1,2 mil militares brasileiros na Missão de Paz das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), 150, entre eles Fritsch, têm os olhos quase que exclusivamente voltados para obras que podem ajudar o país caribenho a superar o subdesenvolvimento e a miséria, e não para a questão da segurança pública. Atualmente no quarto contingente - contra o sexto do Brabat, o Batalhão Brasileiro -, a Companhia de Engenharia de Força de Paz é composta hoje, em sua maioria, por militares da gaúcha Cachoeira do Sul (54, 36% do total), de Lages e de Pindamonhangaba (SP). Até agora, já foram perfurados 60 poços artesianos na capital e no Interior, alguns com mais de cem metros, mas o trabalho da companhia não se limita à tarefa de buscar água: envolve também asfaltamento de ruas, manutenção de pistas de pouso e helipontos e conserto de pontes.

- A população do Haiti é muito carente. Não existe abastecimento regular de água. O sistema de energia elétrica também é ruim. Por isso, cresce a importância da Engenharia para minimizar os problemas dessa população sofrida - resume o comandante da companhia, o tenente-coronel Paulo Roberto Viana Rabelo, 43 anos, de São Luís, Maranhão.

No momento, boa parte dos esforços da Companhia de Engenharia é dedicada também ao que a área de recursos humanos de uma empresa chamaria de "público interno". Os militares estão construindo uma nova sede para o contingente brasileiro, a base Charlie (ou seja, "C", a terceira) - um sinal claro de que a missão no Haiti deve se prolongar por muitos anos. Situada a cerca de um quilômetro de distância e instalada nas dependências de uma universidade, a base atual, a Bravo ("B"), será devolvida ao governo haitiano.




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#656 Mensagem por jauro » Ter Mai 08, 2007 12:39 pm

América Central

24 horas na vida das tropas brasileiras

Missão no Haiti (final)

LUCIANO PERES/ Enviado Especial/Porto Príncipe(Z H)


No terceiro e último dia da série sobre o Haiti, Zero Hora mostra a rotina dos militares brasileiros no país, a saudade de casa e o relacionamento com a população local. A série, iniciada domingo, também relatou a tomada de Cité Soleil e o trabalho social do Exército:

São 4h10min da madrugada, o sol ainda não se levantou em Porto Príncipe, capital do Haiti, mas o cabo gaúcho Gilmar da Silva, 39 anos, de Cachoeira do Sul, já está acordado no contêiner branco onde dorme, equipado com três beliches, lavabo, chuveiro e um potente aparelho de ar-condicionado. Cozinheiro de serviço, cabe a Gilmar, junto com três colegas, garantir a primeira refeição - e também o almoço e o jantar - aos 150 militares da Companhia de Engenharia de Força de Paz do Haiti, na Base Bravo, a principal do Brasil na nação caribenha. Outros dois ranchos servem aos militares do Brabat, o Batalhão Brasileiro - as duas forças dividem a mesma base, mas cada uma tem seu próprio comando e administração.

- A cada dia, são dois quilos de café, nove de feijão e 18 de arroz só para a Engenharia - conta o cabo, que, em cinco meses no Haiti, saiu pouco da base, mas, nas oportunidades que teve para isso, ficou estarrecido com a pobreza do país.

Sob o comando de Gilmar na cozinha, o soldado Anderson Gabriel Ortis da Silva, 22 anos, também de Cachoeira, é outro que saiu pouco às ruas de Porto Príncipe - apenas algumas vezes, como segurança de veículos da Engenharia. Foi o suficiente, porém, para se impressionar com o desemprego no Haiti. A poucos passos da cozinha, o taifeiro - uma patente em extinção no exército - Júlio César de Souza, 40 anos, do Rio de Janeiro, monta o balcão térmico onde será colocada a comida.

- O pessoal gosta muito de sucrilhos - diz Júlio César, que trabalha sempre com um cardápio definido por um oficial com uma semana de antecedência.

Toca a alvorada, às 6h, e, no Brabat, o tenente-coronel Luiz Augusto Cristovão Liotti, gaúcho de Bagé e colorado fanático, se levanta para preparar o primeiro chimarrão do dia - usando, é claro, uma cuia e uma bomba com os símbolos do Internacional. Como chefe do G-1, o equivalente ao departamento pessoal do batalhão, cabe a Cristovão, entre outras tarefas, administrar algo indispensável para o moral da tropa: as folgas regulares. Por determinação das Nações Unidas, cada militar tem direito a dois dias e meio de folga por mês, além de outros 15 dias durante o período de seis meses no Haiti. Muitos aproveitam o chamado leave (licença, em inglês) para descansar nas paradisíacas praias da vizinha República Dominicana, a poucas horas de distância de ônibus, ou para fazer compras em Miami, nos EUA. Alguns permanecem na base, para economizar, enquanto outros não resistem à saudade e compram uma cara passagem para o Brasil.

Entre as atribuições do tenente-coronel também está a de organizar o retorno escalonado ao Brasil, agora que a Força Jauru - o sexto contingente no Haiti, composto na maioria por soldados do Centro-Oeste - está prestes a ser substituída (a troca deve ocorrer em junho) pela Força Pampa, com militares oriundos principalmente do Rio Grande do Sul. Apesar de orgulhosos em relação ao que foi realizado até agora no Haiti, soldados e oficiais deixam transparecer, sem margem de dúvida, o cansaço e a vontade de voltar para casa, depois de cinco meses no Caribe. É o caso do tenente da Companhia de Engenharia Ruy Ferraz e Silva Júnior, 26 anos, carioca servindo em Pindamonhangaba (SP), que hoje tem a cabeça voltada principalmente para a noiva, Anna Amélia, 25 anos, com quem pretende se casar no final do ano. Ferraz e Silva se inscreveu como voluntário para o trabalho no Haiti com um objetivo específico - juntar dinheiro (dependendo da patente, um oficial da missão de paz recebe até US$ 4 mil adicionais por mês) - e não voltaria ao país caribenho se lhe fosse oferecida a oportunidade. Bastaram as lágrimas dos parentes quando ele retornou a "Pinda" em leave.

O sol já está alto na manhã de Porto Príncipe, e os sargentos gaúchos Alessandro Jardim Pereira, César Augusto Paim Finkler e Oscar Homero Marsico, respectivamente de Bagé, Santo Ângelo e São Gabriel, dividem um chimarrão na porta da Escola Nacional, na paupérrima região de Cité Soleil, um prédio retomado das gangues em fevereiro e oficialmente devolvido à prefeitura local no último dia 25 de abril.

- Tomamos chimarrão todos os dias - contam os três.

Cruzando a Rodovia Nacional 1, já no bairro de Cité Militaire, o capitão João Silva, médico do Hospital Geral de Belém (PA), estetoscópio à mão, atende mais um de seus 30 pacientes da manhã no Ponto Forte (base avançada) e Centro Comunitário Fábrica de Gelo (outros 30 haitianos, em média, serão atendidos à tarde). Com a ajuda do intérprete de créole Steeven Chautaire, ele ouve a paciente, Antoinette - 44 anos, mas aparentando 55 -, se queixar de problemas de saúde. Diagnóstico: parasitose intestinal. Antoinette deixa o consultório levando uma cápsula de Albendazol 400 mg e a recomendação para tomá-la no almoço.

A algumas centenas de metros de distância, na Casa Azul, um ponto forte conquistado em janeiro, o sargento Fernando Ferreira Costa, 25 anos, monta guarda e lembra da grande operação Jauru Sudamericano, em 9 de fevereiro, da qual participou. Na ocasião, os brasileiros e as tropas aliadas tomaram a chamada base Jamaica, reduto da bandidagem em Boston, um bairro de Cité Soleil.

- Os haitianos não têm boa pontaria, mas a tensão foi grande no começo - recorda Costa, de Goiandira (GO).

O sol já começa seu caminho descendente na tarde de Porto Príncipe, mas o calor de mais de 30ºC não dá sinal de trégua. Pele muita branca e empapada de protetor solar fator 55, o sargento gaúcho Vanderlei Rauber, da cidade de Arroio do Tigre, supervisiona a construção de um sistema de tratamento de esgoto na nova base brasileira, a Charlie, em meio à poeira e às máquinas que andam de um lado para o outro.

- Graças a Deus, não houve nenhum acidente até agora - festeja Rauber, 37 anos comemorados em abril.

Perto dali, outro sargento, Alexsandro Tauchen, dá os últimos retoques na construção de um equipamento indispensável para qualquer gaúcho: uma churrasqueira.

- Ajuda um pouco a matar a saudade da nossa terra - diz Tauchen, 34 anos, natural de Santa Maria, admitindo a dificuldade de conseguir carne adequada no Haiti.

Anoitece na capital, e, na Base Bravo, mais um sargento gaúcho, Anderson Carvalho Soares, 28 anos, chefe de comunicações da Companhia de Engenharia, controla os soldados que ligam para os parentes no Brasil das cabines telefônicas, aproveitando os 10 minutos diários a que cada militar tem direito, pagos pelo Exército. Conforme Anderson, a procura pelo serviço é muito grande no início da missão, mas vai se reduzindo à medida que os meses passam, até porque muitos soldados compram laptops e passam a se comunicar com os familiares usando programas como o MSN.

No prédio principal da Base Bravo, uma importante reunião tem início. Acionado pela PNH, a Polícia Nacional do Haiti, o Brabat monta uma operação para tentar prender o líder de gangue foragido Blade Nasson, que até há pouco comandava a área de Ti Haiti, em Cité Soleil. Os militares consideram pouco confiáveis as informações da PNH sobre o paradeiro de Nasson - uma casa em Cité Soleil -, mas, mesmo assim, mobilizam soldados e blindados Urutu. Em uma sala poeirenta da Escola Nacional, o ponto de reunião, o major Heron Salomão Cardoso Angelim, magro, de óculos, comandante do 4º Esquadrão de Força de Paz, distribui as tarefas a seus subordinados. O 1º pelotão, batizado de Furacão, avançará pelo Norte; o segundo, chamado de Aço, pelo Sul.

- Qualquer situação envolve risco, não dá para deixar de sentir um certo receio. Corajoso é aquele que controla seu medo e executa o que é determinado - afirma o major (à esquerda na foto), um paraense de 39 anos, casado com uma gaúcha e com dois filhos nascidos no Rio Grande do Sul.

Passa da meia-noite quando a operação é cancelada - as informações da PNH não se confirmaram. Mesmo assim, os militares partem para uma patrulha noturna por Cité Soleil, primeiro a pé, pelas ruelas, e depois a bordo de Urutus. São quase 4h da madrugada quando os blindados retornam à Base Bravo. Poucos minutos depois, o cabo Gilmar da Silva, da cozinha da Engenharia, acorda em seu contêiner para mais um dia no Haiti.




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#657 Mensagem por Junker » Ter Mai 08, 2007 8:13 pm

da primeira matéria da ZH:

Mal preparados - na opinião dos colegas brasileiros, ao menos -, os militares jordanianos angariaram a antipatia dos haitianos ao dispararem a esmo. Também eram vistos com freqüência ignorando as normas básicas de segurança, ao tirarem o capacete para orar, por exemplo - não por acaso, a Jordânia registrou seis mortos entre seus militares desde a criação da Minustah, em 2004, contra nenhuma baixa fatal do Brasil. Um capitão brasileiro que atuou no terceiro contingente enviado ao Haiti, no segundo semestre de 2005, brinca que, ao conhecer os jordanianos, perdeu o respeito pelo exército de Israel, considerado um dos melhores do mundo. Para o oficial, com inimigos como a Jordânia, seria fácil para os israelenses vencerem uma guerra.


:lol:




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#658 Mensagem por Sniper » Ter Mai 08, 2007 9:26 pm

Junker escreveu:da primeira matéria da ZH:

Mal preparados - na opinião dos colegas brasileiros, ao menos -, os militares jordanianos angariaram a antipatia dos haitianos ao dispararem a esmo. Também eram vistos com freqüência ignorando as normas básicas de segurança, ao tirarem o capacete para orar, por exemplo - não por acaso, a Jordânia registrou seis mortos entre seus militares desde a criação da Minustah, em 2004, contra nenhuma baixa fatal do Brasil. Um capitão brasileiro que atuou no terceiro contingente enviado ao Haiti, no segundo semestre de 2005, brinca que, ao conhecer os jordanianos, perdeu o respeito pelo exército de Israel, considerado um dos melhores do mundo. Para o oficial, com inimigos como a Jordânia, seria fácil para os israelenses vencerem uma guerra.


:lol:


A reputação das FA's Árabes é mais baixa do que bunda de cobra... 8-]




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Kratos
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#659 Mensagem por Kratos » Ter Mai 08, 2007 10:28 pm

Junker escreveu:da primeira matéria da ZH:

Mal preparados - na opinião dos colegas brasileiros, ao menos -, os militares jordanianos angariaram a antipatia dos haitianos ao dispararem a esmo. Também eram vistos com freqüência ignorando as normas básicas de segurança, ao tirarem o capacete para orar, por exemplo - não por acaso, a Jordânia registrou seis mortos entre seus militares desde a criação da Minustah, em 2004, contra nenhuma baixa fatal do Brasil. Um capitão brasileiro que atuou no terceiro contingente enviado ao Haiti, no segundo semestre de 2005, brinca que, ao conhecer os jordanianos, perdeu o respeito pelo exército de Israel, considerado um dos melhores do mundo. Para o oficial, com inimigos como a Jordânia, seria fácil para os israelenses vencerem uma guerra.


:lol:


aHAHAHHAHaHaHhahahahAhAH!!!!!!!!!!11 :lol: :lol: :lol:




O pior dos infernos é reservado àqueles que, em tempos de crise moral, escolheram por permanecerem neutros. Escolha o seu lado.
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#660 Mensagem por jauro » Qua Mai 09, 2007 11:43 am

O ESTADO de SÃO PAULO

Soldado brasileiro fala ´linguagem do coração´, diz coronel

´Os americanos querem saber a receita do sucesso brasileiro´, relata general

Tahiane Stochero, enviada especial

Tahiane Stochero



Comandante Barroso Magno caminha com criança haitiane em Cité Militaire



PORTO PRÍNCIPE - Em um enorme mercado a céu aberto em pleno centro de Porto Príncipe, crianças, insetos e porcos dividem o mesmo espaço com toneladas de lixo, em uma área de mais de 100 mil metros quadrados. Sentadas nas ruas, mulheres vendem em balaios e tendas desde roupas e alimentos até carne de animais recém-mortos. Para o espanto dos que observam a "cozinha do inferno", como o local foi apelidado pelos militares, de uma hora para outra uma dezena de mulheres forma um círculo e começa a dançar. Ao centro está um homem com capacete azul com o emblema da ONU, com um colete à prova de balas e com um distintivo do Brasil no braço. Quem lidera a "festa" é o coronel Cláudio Barroso Magno, comandante das tropas brasileiras no Haiti.

O cenário é de desolação, num lugar de impressionante beleza natural. Em Fort Dimanche e Jeremie, a miséria da capital haitiana lembra cenas africanas. Em meio ao caos, os militares brasileiros jogam dominó, distribuem cachorro-quente e fazem a festa com a criançada, vestidos de robô "Jauru Cop" e o jacaré "Panta", símbolo da tropa, cujos soldados são provenientes em sua maioria da região pantaneira.

Para o general Augusto Heleno Ribeiro, o primeiro a comandar a missão da ONU no Haiti, em 2004, o Brasil é um exemplo por ter sido supostamente o responsável pelo desmantelamento de gangues, e isso tem chamado a atenção de outros países.

"Já me chamaram aos Estados Unidos dezenas de vezes para dar palestras para explicar como o Brasil consegue acabar com a violência e conquistar a população no Haiti. Os americanos querem saber a receita do sucesso para poder aplicar no Iraque. Eu digo que o segredo é respeito e carinho. O segredo é ser brasileiro", diz o general Heleno.

O comandante das tropas do Brasil no Haiti, coronel Barroso Magno, vê um traço característico do brasileiro que, em sua opinião, o torna "diferente" dos soldados de outras nacionalidades: "Somos generosos e queremos o bem dos haitianos, dedicamo-nos de forma irrestrita e verdadeira". Ele afirma que os brasileiros aplicam a "linguagem que vem do coração, da verdade e do profundo sentimento de querer servir".

Em Bel Air, o líder comunitário Romeu René, 52 anos, parece grato aos brasileiros. Ele explica que há dois tipos de pessoas no Haiti, "as que querem matar e as que querem viver". Segundo ele, os brasileiros conseguiram unir a população, não só combatendo o crime, mas distribuindo ajuda e dando carinho e atenção. "Eles são diferentes dos outros. Eu sinto que eles entendem nossos corações. Eles querem a paz para o país", afirma.



Ajuda humanitária

Entre as ações humanitárias realizadas pelos militares brasileiros estão a distribuição de kits escolares, de água e de alimentação, a perfuração de poços artesianos, o asfaltamento de ruas e o atendimento médico e odontológico gratuito. Num país onde a média etária é de 18 anos, expectativa de vida é de 52 e o ganho da maioria da população é de menos de US$ 2 por dia, isso pode significar alguma coisa.

Na base General Bacellar, sede das tropas, 34 crianças de quatro a 18 anos estudam línguas e informática e têm atividades esportivas. Ainda não é possível mensurar o resultado desse programa - que é acompanhado de estímulo a "valores patrióticos" do Haiti.




"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
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