Sobre o KC-390

[knigh7]

O Governo já reservou R$500 milhões para a aquisição dos 330MRTT/Boeing KC (....). Desceram o pau no Governo (imprensa e políticos) porque deixaram o Corsário sem aeronaves para atender as vítimas do COVID. Não serão os parlamentares que irão retirar isso do Orçamento. Se quiserem cortar de algum programa, não vai ser desse.

Apenas para ressalvar, porque a dúvida às vezes aparece. Essa aquisição certamente irá ser financiada e os R$500 milhões é o que o Governo estima para o downpayment para 2022.

[FCarvalho]

Bem, que esteja bem encaminhado então. De qualquer forma, será um custo a mais para o orçamento.
Tomara eles consigam convencer o pessoal da economia do governo a fim de manter na íntegra o orçamento do KC-390 e do Gripen E. Isto feito, o que vier depois é lucro.

[arcanjo]

Embraer inicia a produção do primeiro KC-390 Millennium para a Hungria



https://www.defesabrasilnoticias.com/20 ... ro-kc.html

abs.

arcanjo

[Túlio]

FAB e EMBRAER: divórcio litigioso? Me parece que vai ser péssimo para ambas. De qualquer modo, onde estavam com a cabeça ao pensar que cortar um contrato ASSINADO HÁ ANOS praticamente pela metade ia ser nas buenas, ainda por cima no meio de uma baita crise? Ficar depois usando argumentos sentimentais tipo "eu sou a mamãe, não serias nada sem mim" não adianta, quem tem filho sabe, quando ficam adultos tratam é de cuidar da própria vida e interesses. A FAB não pode mais tratar a EMBRAER como "o seu bebê", ela cresceu e se tornou uma das maiores do mundo.

FAB e Embraer: caminhos futuros em prol de interesses convergentes?


O dia de hoje representa um importante marco para as relações da Força Aérea Brasileira com a mais importante Empresa Aeronáutica do nosso País: a Embraer

Publicada em: 12/11/2021 08:55


Nascida em 1969, dentro de um conceito ainda atual de “tríplice hélice” – o governo, a indústria e a universidade – a Embraer ombreou com a Força Aérea Brasileira (o governo) e com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (a universidade) os inúmeros desafios que foram necessários para consolidar-se como a terceira maior empresa aeronáutica do mundo, orgulho para todos nós brasileiros.

Nessa caminhada de mais de cinco décadas, sou testemunha do esforço conjunto dos sucessivos governos, ministros e Comandantes da Aeronáutica na priorização dada ao processo de desenvolvimento da empresa, o que repetidamente foi feito com os recursos orçamentários alocados à FAB.

Sim, foi a Força Aérea Brasileira que, abrindo mão de importar os mais modernos sistemas de armas disponíveis no mercado mundial a preços compatíveis com nossas possibilidades, optou por um processo de nacionalização industrial, que pudesse gerar nossa independência externa, criar empregos de alto nível e riqueza para nosso povo.

Em cada um dos programas militares dos quais participamos, contribuímos para a aquisição ou expansão das capacidades tecnológicas da empresa, conhecimentos esses que transbordaram para as áreas dos aviões comerciais e executivos, e passaram a produzir os produtos vitoriosos, que garantem os seguidos lucros aos seus acionistas, principalmente após o processo de privatização, ocorrido em 1994.

Em 2008, a partir da prospecção do mercado de aeronaves de transporte da classe dos C-130 Hércules, um ícone no transporte militar de cargas e passageiros, a FAB novamente apostou na capacidade de a Embraer desenvolver um avião vitorioso, comprometendo-se com o pagamento total do seu desenvolvimento que, a valores atuais, representa mais de onze bilhões de reais.

Conforme idealizado, a nova aeronave da Embraer, o KC-390 Millennium, cujas quatro primeiras unidades já foram recebidas pela FAB, tem-se mostrado como um produto versátil, confiável e que atende aos requisitos para os quais foi desenvolvido, como pudemos verificar pelo seu emprego em atendimento às ações de combate à pandemia do COVID-19.

Esta história de parcerias nem sempre é feita apenas de vitórias e convergências.

Considerando as necessidades de nossa Força Aérea frente aos recursos anualmente disponibilizados, o Alto-Comando da Aeronáutica decidiu por iniciar negociações com a empresa, no sentido de reduzir a quantidade inicialmente contratada, em 2014, de vinte e oito para quinze aeronaves . Iniciamos, assim, em 23 de abril de 2021, um complexo processo de negociação que buscou uma solução de consenso, mas limitada pelos ditames legais dos contratos administrativos públicos, e que não causasse prejuízos à empresa.

Tal processo, previsto para ser concluído em agosto passado, foi seguidamente estendido, em busca de uma proposta mais aceitável para ambas as partes, sendo finalmente estabelecido o dia 11 de novembro para a conclusão do processo.

Em que pese nosso passado de interesses convergentes e o trabalho harmônico das nossas equipes de negociadores, a Embraer informou a não aceitação da proposta da Aeronáutica.

Considerando a decisão da Embraer e a impossibilidade de permanecer com a execução do contrato nas quantidades atuais, a Força Aérea Brasileira, no intuito de resguardar o interesse público, iniciará, dentro dos limites previstos na lei, os procedimentos para a redução unilateral dos contratos de produção das aeronaves KC-390, fato inédito e indesejável nessa importante e cinquentenária relação.

O Comando da Aeronáutica, ratificando a manutenção do espírito de parceria que sempre existiu entre a FAB e a Embraer, permanecerá envidando esforços junto à empresa no intuito de reduzir a frota de aeronaves KC-390 para os patamares considerados adequados para a Força Aérea Brasileira.

Resta-nos, como administradores públicos, a certeza de que não há saída fora do que é legal e razoável, e a esperança de que nossas parceiras estratégicas continuem contribuindo para o desenvolvimento de uma Força Aérea cada dia mais eficiente e dissuasória, para a defesa do nosso Brasil.

Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior
Comandante da Aeronáutica

https://www.fab.mil.br/noticias/mostra/38192/

PS.: que sirva como lição, da próxima vez tratem com ela como se fosse a Boeing ou Airbus (ou a SAAB, BTW) e não assinem nada se não tiverem certeza de que vão poder cumprir. O tempo do "eu mando e tu obedeces, senão..." e do "jeitinho" acabou. Falta só a Lockheed-Martin publicar seu apoio à FAB, pois sozinha esta notícia deu mais uns dez anos de vida para a linha de montagem do Hércules.

[FCarvalho]

E tudo isso porque o pessoal da economia não tá nem aí para os projetos da FAB, o congresso é um zero a esquerda no assunto, e o Palácio do Planalto não quer ou não tem interesse em arrumar briga com FAB e Embraer ao mesmo tempo, já que ano que vem tem mais um sufrágio universal.

Então, este divórcio litigioso pode ser a pá de cal na questão comercial do KC-390, e isso de "defender o interesse público" é conversa para boi dormir. Recursos nunca foram problema, vide os gastos atuais com os gigantescos subsídios à indústria, ao comércio e ao setor de serviços, além dos levados a cabo com ajudas sociais e com a saúde. Enfim, sabemos do que se trata. Mas maia dúzia de nicks suspeitos em um fórum de defesa não vai fazer muita diferença agora para a Embraer.

Voto com o relator. A FAB que se f... e se vire para honrar os contratos assinados com a empresa.

[angelogalvao]

Neste caso eu concordo com a Embraer. Reclamam de falta de recursos mas os cortes orçamentários jamais afetam os jetons, aumentos, programas de intercâmbio no exterior que elevam a folha de pagamento em dólar, e recursos que aumentam cargos e atuações das FFAA em áreas civis.

FAB tá dando tiro no pé e duvido muito que a sociedade brasileira ficar do lado dela! Ela tenta jogar a bucha para o governo/politicos, mas isto não é desculpa, afinal nem na ditadura teve tanto militar em posições governamentais como agora.

E outra coisa, acho patético o Tenente Coronel Carlos de Almeida Baptista Junior evocar um passado glorioso de interesses convergentes entre a FAB e a Embraer como se ele e o atual comando fossem herdeiros deste passado "místico". Ele faz parte do bloco ultraliberal e linha dura das FFAA. Esses ai que ele invoca, os nacionalistas estadistas, são agora minoria nas FFAA e ele não faz parte deste grupo. Invoca-los para justificar um problema é ridículo. Ele é parte do problema e não vítima do problema.

[Poti]

Já comentei aqui da conversa com oficial da FAB que trabalhou com o projeto de KC390.
Ele contou que a FAB investiu milhões no projeto e no momento que estava tudo avançado e foram negociar o preço por aeronave a EMBRAER jogou o preço nas alturas.
O pessoal da FAB se sentiu extorquido. Segundo ele a frase dos oficiais da FAB na reunião foi "Embraer, não temos escolha, temos que comprar o avião, mas qual a credibilidade de vocês ao vender por esse preço para a força aérea que financiou o projeto? Todo o mundo da aeronáutica saberá e vocês venderão muito menos do que poderiam".

O resultado é esse aí...

[Túlio]

Já comentei aqui da conversa com oficial da FAB que trabalhou com o projeto de KC390.
Ele contou que a FAB investiu milhões no projeto e no momento que estava tudo avançado e foram negociar o preço por aeronave a EMBRAER jogou o preço nas alturas.
O pessoal da FAB se sentiu extorquido. Segundo ele a frase dos oficiais da FAB na reunião foi "Embraer, não temos escolha, temos que comprar o avião, mas qual a credibilidade de vocês ao vender por esse preço para a força aérea que financiou o projeto? Todo o mundo da aeronáutica saberá e vocês venderão muito menos do que poderiam".

O resultado é esse aí...

E eu acho que o índio com quem conversaste estava NA PINGA ou te enrolando: então a gente quer fazer em casa um avião muito melhor que o Hércules, que já vendeu milhares de unidades, e ainda por cima pagar MENOS?

Isso pra não falar em outros possíveis desdobramentos: e se resolvem cortar no Gripen E também, talvez cancelar o F? Ou modernizar os EMB-312/314 na Bitchcraft ou Pilatus, talvez até sua substituição por modelos destas empresas? Se afrouxar numa coisa vai acabar tendo que afrouxar no resto também.

Devia é ter encomendado uma dúzia de Juliet e mandado a EMBRAER remendar os H que ainda prestam, todo mundo ficava feliz. Mas não, os caras acharam que ainda mandavam como nos tempos em que a EMBRAER era para a FAB o que a IMBEL é pro EB.

Se tem como dar errado... bueno, perguntem pro véio Murphy.

[Poti]

Ele jamais disse que deveria ser balatim, e menor. Só comentou que estava um absurdo.

[Túlio]

Ele jamais disse que deveria ser balatim, e menor. Só comentou que estava um absurdo.

Bueno, quando algo me interessa eu acompanho desde o começo. Isso me permite lembrar que nos primeiros desenhos o KC-390 tinha asa de E-Jet e capacidade de Juliet, sendo sua ÚNICA vantagem a velocidade e teto de serviço, por causa da propulsão. Se isso não é querer balatim então não sei o que é.

E a EMBRAER já reagiu:

COMUNICADO AO MERCADO

Embraer S.A. (“Embraer” ou “Companhia”) comunica aos seus acionistas e ao mercado que tomou conhecimento nesta data da decisão da União de reduzir unilateralmente em 25% o valor total dos Contratos 002/DCTA-COPAC/2014 e 10/DCTA-COPAC/2014, firmados em 2014 entre a União, a Embraer e uma de suas subsidiárias (“Contratos”).

Os Contratos contemplam o fornecimento de 28 aeronaves KC-390 pela Embraer para a União.

Tão logo seja formalmente notificada pela União, a Companhia buscará as medidas legais relativas ao reequilíbrio econômico e financeiro dos Contratos, bem como avaliará os efeitos da redução dos Contratos em seus negócios e resultados.

A Embraer reforça seu compromisso com o projeto KC-390/C-390 Millennium, aeronave multimissão de nova geração, bem como sua crença no potencial de exportação deste produto, que traz inovações únicas em sua categoria e que já foi adquirido por duas nações europeias.

Por fim, a Embraer reitera seu papel de parceira estratégica da Força Aérea Brasileira no desenvolvimento e implantação de soluções e produtos tecnológicos de alto valor agregado, parceria estabelecida há mais de 50 anos.

São José dos Campos, 12 de novembro de 2021.

Antonio Carlos Garcia
Vice-Presidente Executivo Financeiro e Relações com Investidores


https://d1a5vuhmdbnak9.cloudfront.net/d ... a/5680.pdf

[Cassio]

Já comentei aqui da conversa com oficial da FAB que trabalhou com o projeto de KC390.
Ele contou que a FAB investiu milhões no projeto e no momento que estava tudo avançado e foram negociar o preço por aeronave a EMBRAER jogou o preço nas alturas.
O pessoal da FAB se sentiu extorquido. Segundo ele a frase dos oficiais da FAB na reunião foi "Embraer, não temos escolha, temos que comprar o avião, mas qual a credibilidade de vocês ao vender por esse preço para a força aérea que financiou o projeto? Todo o mundo da aeronáutica saberá e vocês venderão muito menos do que poderiam".

O resultado é esse aí...

Ah é? E qual a credibilidade de uma força que ainda contato de desenvolvimento e depois atrasada pra repasses, forçando a empresa a usar recursos próprios não previstos, gerando enormes custos.
Esse Papinho de aumento no preço não cola, afinal já não estava previsto no contrato??? E se foi pedido um acréscimo contratual pela Embraer, a FAB aceitou, e se aceitou não reclame.
Agora as mudanças de escopo, as coisas que foram sendo incorporadas na aeronave por solicitação da FAB, depois de contrato assinado não contam né. Para mim este seu amigo não sabe das história toda, e por isso tem esta opinião.

[FIGHTERCOM]

Primeiro foi o EB e aquela treta com a Iveco. Agora é FAB com a Embraer. A próxima será a MB com a ICN?

Abraços,

Wesley

[gusmano]

O combinado não sai caro nem barato.

No caso, estão mudando o combinado...vai sair caro.

Se bem que, se isso for para justiça mesmo duvido que a Embraer vá receber algo.

This is Brazil!

abs

[FCarvalho]

A merda foi jogada no ventilador agora e foi parar em todos os lados.
Veremos como os protagonistas reagem e como fica a imagem, mais que rabiscada, do projeto por agora.
Se queriam ferrar com alguém, ambas se ferraram.

[Energys]

Tem a Embraer toda minha solidariedade e apoio.
Tirem do já famoso "orçamento secreto" e paguem a empresa que está trabalhando corretamente e entregando o que lhes foi contratado.
Contrato se cumpre. Sejamos sérios, ao menos nisso.

Att.