Mesmo que tivesse sido hoje em dia, o soldado teria sido absolvido da mesma forma, já que a vítima do disparo fez um movimento, proposital, com o intuito de esta sacando uma arma e isso, por si só, já é o suficiente para se caracterizar uma legitima defesa, por parte do sentinela.crubens escreveu:No meu tempo lá pelos anos 80 quando estava na ativa, e não tinha essa de direito dos manos, teve sentinela que meteu bala num sujeito que ameaçou sacar uma arma da cintura. O infeliz vinha de uma farra altas horas da noite na garupa de uma moto e não sei porque cargas d'água resolveu tirar onda com o sentinela da hora, o soldado acertou um tiro de FAL no sujeito com a moto em movimento a uns 100 metros provavelmente. Na apuração do ocorrido descobriu-se que a infeliz era soldado do corpo de bombeiros que vinha de uma farra e simplesmente queria dá um susto no sentinela e se deu mal. O soldado que estava de sentinela não foi preso respondeu o inqueríto militar em liberdade e no fim foi absorvido por estar no cumprimento do seu dever, pois não tinha como saber se a sua integridade e a do quartel estava realmente ameaçada ou se era uma simples brincadeira de mal gosto. Se isso fosse hoje em dia o bafafá era grande, por isso esse cuidado todo que chega parecer coisa de amador.henriquejr escreveu:Tenho que concordar com o Brasileiro. Infelizmente os militares que fazem a segurança dos quarteis, no geral, são muito amadores, geralmente não passam de recrutas, com um responsável, geralmente um SGT ou CB.
No ano retrasado, aqui na BANT, um carro parou em frente ao portão principal e um dos soldados se aproximou para fazer a identificação e foi prontamente rendido pelos bandidos, que depois rederam todos os outros militares que estavam responsáveis pela entrada da base, e roubaram 3 pistolas e 5 coletes. Sorte que já a algum tempo que não se tira serviço com fuzis neste local, creio que justamente por medo de serem roubados, o que é um verdadeiro absurdo, chegando a ser cômico se não fosse trágico uma unidade militar não usar um tipo de armamento por medo de ser tomado por assaltantes!
Outra coisa que me deixou admirado, negativamente, é que cada militar responsável pela segurança do lugar é armado com uma pistola PT-92 com dois carregadores e apenas 10 munições em cada carregador!!! Me disseram que era pra poupar a mola do carregador, por isso que só usavam 10 munições, no lugar das 15 da capacidade de cada carregador! Sem falar que são apenas 3 pistolas para os que estão no quarto de hora, os que estão no descanso ficam desarmados!
Isso tudo sem falar nos procedimentos de identificação e abordagem, que são completamente antiquados. E durante a preleção os militares são praticamente desaconselhados a reagirem, e ainda tem que fazer vários procedimentos antes disso ocorrer, como dá tiro de advertência e etc!!! Eu fico me perguntando em que mundo esses instrutores estão!
Isso só mostra que até na segurança de seus recintos as FAs chegam a ser muito amadoras! Os bandidos só não agem mais para assaltar as unidades militares porque sabem que a reação que virá depois será forte, pois depois que acontece a merda é que a unidade que sofreu o assalto vai querer se redimir da desmoralização.
Acho que as FAs deviam rever o treinamento do pessoa responsável pela segurança de suas instalações e seus procedimentos de identificação e abordagem.
Quando converso com militares sobre a segurança das bases, começo a rir e a dizer que esse procedimentos que eles adotam ainda hj é algo muito antiquado, é uma doutrina completamente ultrapassada e fora da realidade que vivemos hoje em dia! Já ouvi comentários de que, nas preleções do serviço (Briefing) os soldados responsáveis pela segurança recebem orientações absurdas que afetam até o psicológico dos mesmo, fazendo com que exitem numa eventual necessidade de se utilizar força letal para deter uma ameaça!
Se eu fosse o comandante de uma base militar, principalmente dessas que ficam em áreas de risco, eu pegaria os militares mais capacitados e com doutrina mais atuais e colocaria eles como responsáveis para iniciar um curso de Guarda e Segurança de Instalações Militares, ministrando desde a parte legal e suas implicações (legislações) até a parte operacional, com execuções de abordagens de suspeitos e veículos, situações simuladas de diversos casos que podem ocorrer no dia dia de uma unidade militar, etc... Se fosse o caso eu até convidaria Policiais Militares, com boa qualificação nisso (nas unidades especializadas sempre tem bons profissionais que poderiam repassar um pouco da doutrina utilizada)!
Depois de formar um Pelotão, ou até uma Companhia, com militares plenamente doutrinados nessa função, providenciaria os meios necessários para que o serviço fosse executado com a maior segurança possível, com a utilização de coletes balísticos, pistolas com 3 carregadores e 15 munições cada, fuzil com dois carregadores, submetralhadoras e espingardas calibre 12. Isso só com os sentinelas. Para apoia-los, criaria uma, ou duas equipes, de apoio motorizado, para um segundo esforço, caso alguns dos sentinelas sejam atacados. E, para finalizar, orientaria a todos os comandantes de turno, responsáveis pelas preleções, que deem todo APOIO MORAL que os militares necessitam durante o serviço, para que eles saibam que por trás deles existe toda uma estrutura para lhes dar o devido apoio, tanto operacional quando psicológico e até jurídico, caso alguém necessite utilizar a força durante o serviço.
Tenho certeza que, diante disso tudo, alguém pensaria duas vezes antes de atentar contra uma base militar, seja para invadi-la ou até para tentar roubar o armamento dos militares!