ECorreia escreveu: ↑Sáb Jun 05, 2021 10:28 pm
Só faltam 2 batalhões de Infantaria de Selva, ou 1 pois o de Humaitá entrou no rodízio da 1ª Brigada de Infantaria de Selva.
Saem barcas do CECMA e vão abastecendo os batalhões. Se notar, os batalhões seguem os rios. O transporte logístico hidroviário é muito mais barato que o transporte aéreo.
Não faz sentido algum se abastecer um pelotão de fronteira ou qualquer unidade de apoio pequena com um kc-390.
Vou te passar uma lista de pistas de pouso nesses pelotões de fronteira que comportam a operaçao de um C-130/KC-390 (pelo menos 1.600m):
Tiriós, 2.000m, Normandia: 1.800m, Pacaraima: 1.800m, Yauaretê: 2.000m, Cucuí: 1.600m. Ipiranga: 1.600m, Príncipe da Beira:1.600m ,Guajará-Mirim :1.800m e Ji-Paraná.
São apenas 9 entre todos os pelotões na região Norte que possuem capacidade de receber uma aeronave como o C-130 ou KC-390. São espalhados e apenas existem por questões estratégicas para desembarcar tropas, radares móveis e demais equipamentos em caso de conflito.
O CECMA envia, normalmente, material pesado de uso na engenharia para os diferentes GrpEngCnst, BIS e sedes de comando de fronteira, além de material motorizado/mecanizado, ou qualquer coisa que não possa ser levada dentro de um Hércules/C-105 ou H225M e/ou Black Hawk. Tudo o mais segue, sempre que possível, por via aérea apesar dos custos. Neste aspecto, principalmente movimentação de víveres e pessoal entre as diferentes OM. Um PEF, na teoria, deve ser abastecido mensamente, mas sei de situações aqui em que PEF passaram mais de 45 dias sem receber absolutamente nada, obrigando o pessoal a arrumar a janta por conta própria. E isso não é raro de acontecer. Infelizmente.
Quanto à operação dos KC-390 nos PEF, os 1600 metros é para o MTOW em missões logísticas. Neste caso ele até pode operar nas pistas que você bem citou, mas a missão primária é voar até localidades sedes dos comandos de área ou de fronteira como citei antes. Ele não vai fazer isso para os PEF a não ser que seja necessário. Por outro lado, a depender da carga e peso, ele opera em qualquer pista dos PEF existentes. Mas isso seria algo fora da normalidade. Somente em caso de necessidade fortuita ou uma urgência por assim dizer. Notar que o avião opera em pistas de até 800 metros, já que ele pode aterrissar em meros 500 metros e subir em no máximo 600 metros. Dependendo da configuração, claro.
A título de informação as pistas ficam concentradas em apenas 4 Estados:
Tiriós no Pará
Normandia e Pacaraima: 1.800m em Roraima;
Yauaretê, Cucuí, Ipiranga no Amazonas;
Príncipe da Beira, Guajará-Mirim e Ji-Paraná em Rondônia.
A princípio a COMARA e o EB objetivam/objetivavam melhorar todas as pistas dos PEF para este padrão, de forma que eles possam receber os C-130 e agora os KC-390. Mas é um trabalho de longo prazo e para um futuro distante, que visa principalmente facilitar o reabastecimento e o contato destas localidades com o mundo exterior através do uso mais variados de vetores que possam acessá-los o que atualmente está bastante limitado pelas condições da maioria das pistas. E são cerca de 25 PEF para dar conta. Se o nosso maior cargo tático puder chegar em todos os PEF nas fronteiras nós ganhamos, e muito, em agilidade e operacionalidade na defesa da região. Inclusive no caso do uso de tropas pqdt ou aeromóveis vindas do sudeste. Um KC-390 nos dá a oportunidade de poder sair do RJ ou AN com uma carga de 66 paraquedistas ou 80 soldados da inf leve e desembarcá-los diretamente nos PEF se for necessário em uma única perna direta. E isto é muito importante para nós também na região devido as tropas da agora chamada FORPRON, que aqui abarca a 1a e a 23a Bgdas Inf Slv. Não precisar esperar a cavalaria vir nos "salvar" distantes mais de 2,5 mil kms já é um ótimo negócio em termos de defesa da região.
Notar ainda que mesmo em um avião a jato, leva-se em torno de 1 hora e 40 minutos para ir de Manaus a Tabatinga. Pouco menos do que o mesmo trajeto entre Manaus e Belém. Para chegar em Cruzeiro do Sul/AC ou São Gabriel da Cachoeira/AM de Manaus é uma viagem de no mínimo 1 hora e 30 min e 1 hora e 10 min, respectivamente. Dependendo do clima no trajeto, claro.
De acordo com o mapa acima, as seguintes sedes de brigadas devem receber visitas normalmente dos KC-390:
1a Bgda Inf Slv - Manaus > sede CMA
2a Bgda Inf Slv - São Gabriel da Cachoeira - AM no Alto RIo Negro
16a Bgda Inf Slv - Tefé - AM no Médio Solimões
17a Bgda Inf Slv - Porto Velho - RO no Alto Rio Madeira.
22a Bgda Inf Slv - Macapá - AP na foz do RIo Amazonas
23a Bgda Inf Slv - Marabá - PA
Há previsão de mais uma brigada no Estado do Acre, ou seja, Rio Branco ou Cruzeiro do Sul serão acrescidas as rotas logísticas da FAB a partir de Manaus, e talvez Tabatinga no Alto Solimões, tríplice fronteira, venha a ser também sede de uma futura oitava brigada, mas isso é uma opinião pessoal minha, não tenho ciência do que o EB planeja neste aspecto. Mas como já morei no Alto Solimões e conheço a realidade daquela região, se eu fosse o cmte do EB, colocaria uma brigada lá com certeza. Enfim, temos 25 PEF para alimentar, que nos planos do EB, salvo melhor juízo, deveriam ser até 50, mas essa é uma demanda que simplesmente não será atingida em tempo previsto.
Já disse e repito novamente, a Avex precisa ser expandida para Belém e Tabatinga com cada uma contando com um Bavex, enquanto os comandos de fronteiras (7), normalmente BIS que exercem também essa função, tem de contar pelo menos com 1 CIAVEx a fim de apoiar, inclusive, o SISFRON e operações de outros órgãos públicos e assistência as populações residentes nas fronteiras, já que, não raro, os militares são a única presença efetiva do Estado naquelas áreas. E nem sempre dá para esperar por uma voadeira ou um teco-teco emprestado...
Além desta presença indispensável dos helos, as asas fixas da Avex farão no futuro o trabalho que hoje os ETA fazem - os ATL estão aí para isso - só que com maior desenvoltura e objetividade deixando à FAB o trabalho primaz de atender a logística pesada das três forças armadas na região, seja no transporte carga e pessoal, SAR, lançamento Pqdt/Amv e outras missões primárias que são diariamente atendidas pelos Hércules da FAB. E neste sentido, ter parte dos KC-390 aqui em Manaus para fazer isso é absolutamente indispensável no meu ponto de vista.