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Re: VENEZUELA

Enviado: Sex Mar 28, 2014 1:24 am
por cassiosemasas
El Gobierno venezolano acusa a un diario de publicar crucigramas «conspiradores»

fonte: http://www.abc.es/internacional/2014032 ... 71848.html

La ministra Delcy Rodríguez no revela qué pistas le llevaron a pedir que se investigue a «El Aragüeño», un medio privado de Maracay

La ministra de Información y Comunicación de Venezuela, Delcy Rodríguez, indicó este jueves que han pedido una investigación sobre el diario venezolano «El Aragüeño», del que dijo que se sospecha que difunde mensajes cifrados en sus crucigramas para conspirar e incitar a la violencia contra el Gobierno.

Rodríguez escribió en su cuenta de Twitter que el «Diario El Aragueño envía mensajes cifrados vinculados a la conspiración y la violencia en sus crucigramas! Hemos solicitado una investigación».

La ministra no ofreció detalles de las pistas que le llevaron a requerir tal investigación sobre el medio de prensa privado de la ciudad de Maracay, capital del estado Aragua, vecino de Caracas.

Otro medio señalado
El diario «Últimas Noticias» fue acusado de algo similar en mayo de 2012, cuando un periodista del canal VTV de la televisión estatal halló en un crucigrama publicado en ese medio caraqueño un supuesto plan para matar a Adán Chávez, hermano del presidente de entonces, Hugo Chávez, fallecido hace un año víctima de un cáncer.

«Esto huele mal. Hay signos muy fuertes que nos están diciendo por dónde van los tiros. El que no los quiera ver que no los vea, que se burle, que diga que es paranoia», dijo el periodista de VTV citando palabras como «ráfaga», «asesinen» o «Adán», incluidas en un crucigrama de «Últimas Noticias».

El presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, sostiene que las protestas que tienen lugar en el país desde el pasado 12 de febrero forman parte de un «golpe de Estado continuo» en su contra. Las protestas contra la política de Maduro han dejado hechos de violencia en los que se han registrado 35 muertos, cientos de heridos y miles de detenidos.

Re: VENEZUELA

Enviado: Sex Mar 28, 2014 10:00 am
por delmar
Vou começar a resolver as palavras cruzadas do jornal daqui, Zero Hora, e depois ver se não tem alguma mensagem suspeita e subversiva no resultado. Sugiro que todos colegas façam o mesmo com os jornais de sua região. Uma grande conspiração pode estar sendo gestada e não estamos sabendo identificar os sinais. Talvez até a Opus Dei, os Iluminatti e outras organizações secretas estejam a trocar informações, a conspirar sob nossos narizes, e não tenhamos percebido nada até agora. Esta ministra venezuelana, Delcy Rodriguez, abriu-me os olhos para o perigo que representam as palavras cruzadas nos jornais. Vamos proibir tais publicações. :lol: :lol: :lol:
Assina: Delmar, o paranoico. :evil:

Re: VENEZUELA

Enviado: Ter Abr 01, 2014 5:21 pm
por Penguin
Rumo a cubanização...

Venezuela vai obrigar proprietários a venderem imóveis para seus inquilinos - InfoMoney
01-04-2014

Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/imoveis/not ... inquilinos

Re: VENEZUELA

Enviado: Ter Abr 01, 2014 5:35 pm
por joao fernando
Penguin escreveu:Rumo a cubanização...

Venezuela vai obrigar proprietários a venderem imóveis para seus inquilinos - InfoMoney
01-04-2014

Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/imoveis/not ... inquilinos
Qdo os militares vão entrar em ação?

Re: VENEZUELA

Enviado: Ter Abr 01, 2014 7:21 pm
por Clermont
joao fernando escreveu:
Penguin escreveu:Rumo a cubanização...

Venezuela vai obrigar proprietários a venderem imóveis para seus inquilinos - InfoMoney
01-04-2014

Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/imoveis/not ... inquilinos
Qdo os militares vão entrar em ação?
Primeiro, os militares não tem que "entrar em ação". Apesar de todos os pesares, o Maduro é a fruta, o presidente, legítimo do país.

Em segundo, na Venezuela, os militares são de esquerda, e foram - e são - o principal sustentáculo do "chavismo", com ou sem Chavez.

Re: VENEZUELA

Enviado: Ter Abr 01, 2014 9:51 pm
por cassiosemasas
Primeiro, os militares não tem que "entrar em ação". Apesar de todos os pesares, o Maduro é a fruta, o presidente, legítimo do país.

Em segundo, na Venezuela, os militares são de esquerda, e foram - e são - o principal sustentáculo do "chavismo", com ou sem Chavez.
concordo inteiramente!

Re: VENEZUELA

Enviado: Qui Abr 03, 2014 2:41 pm
por GustavoB
Petistas falsificam foto com FHC

Imagem
Fotomontagem com FHC no lugar de Lula. Para tentar reduzir FHC vale até Photoshop

by Professor Hariovaldo • 3 de abril de 2014

A falta de vergonha petista excede todos os limites, a ousadia então, nem se fala. Vejam como eles agem, desesperados por não terem um estadista mundial da categoria de FHC, integrantes e lacaios do partido passaram a falsificar fotos dele com líderes comunistas para assim manchar sua imagem junto aos homens de bem, como se alguém fosse acreditar que um grande expoente do mundo livre fosse apertar as mãos tingidas pelo vermelho bolchevista de Fidel e Chavez.

Re: VENEZUELA

Enviado: Qui Abr 03, 2014 4:34 pm
por rodrigo
Deve ser raríssimo encontrar três pragas assim juntas. Comum mesmo é ver os petistas ressuscitando FHC.

Re: VENEZUELA

Enviado: Qui Abr 03, 2014 9:51 pm
por GustavoB
Sim, petralhas feios.

Re: VENEZUELA

Enviado: Qua Mai 07, 2014 6:28 pm
por EDSON
Se Maduro cais será porque perdeu apoio popular dos cravistas ou esquerdistas.

Re: VENEZUELA

Enviado: Qua Mai 07, 2014 11:12 pm
por Makenshi
Lirolfuti escreveu:Maduro disse que os três generais detidos são o General Motors, General Electric e General Mills. Outro general, o General Dynamics escapou. :lol: :lol: :twisted:
Imagem

Re: VENEZUELA

Enviado: Qui Mai 08, 2014 1:32 am
por chris
Lirolfuti escreveu:Maduro disse que os três generais detidos são o General Motors, General Electric e General Mills. Outro general, o General Dynamics escapou. :lol: :lol: :twisted:

Rolei de rir...kkkkk

Re: VENEZUELA

Enviado: Sex Mai 09, 2014 1:13 pm
por Wingate
chris escreveu:
Lirolfuti escreveu:Maduro disse que os três generais detidos são o General Motors, General Electric e General Mills. Outro general, o General Dynamics escapou. :lol: :lol: :twisted:

Rolei de rir...kkkkk
Mas ele manteve o General Store para continuar o fornecimento de papel higiênico para as massas 8-] ....

Wingate

Re: VENEZUELA

Enviado: Ter Mai 20, 2014 8:15 pm
por Lirolfuti
Venezuela - O destino esquecido



Roberto Lopes

Jornalista especializado em assuntos militares. Em 2000 graduou-se em Gestão e Planejamento de Defesa no Colégio de Estudos de Defesa Hemisférica da Universidade de Defesa Nacional dos Estados Unidos, em Washington.
Autor de vários livros, em 2001 lançou, em Washington, a monografia “Oportunidades para Civis na Condução dos Assuntos da Defesa Nacional: o Caso do Brasil”.


Não existe outra alternativa para o governo chavista da Venezuela, senão recuar.

Voltar sobre os próprios passos nas atitudes radicais que pretenderam criminalizar a atuação dos principais líderes oposicionistas, e revogar as medidas intervencionistas e confiscatórias que afugentaram o capital estrangeiro e, ainda hoje, continuam a esgarçar os laços que unem o país ao resto do mundo.

Os venezuelanos não devem se iludir: do jeito como os seus assuntos internos evoluem, a nação “refundada” sob o signo de um misterioso e autoritário “Socialismo do Século XXI” tornar-se-á, em breve, um estado pária do ecúmeno. Sem pão e sem paz.

A situação melhoraria caso o presidente Nicolás Maduro Moros, um ex-sindicalista de linha cubana, saísse de cena? Depende. Se for para promover ao comando do país o antigo subtenente do Exército Diosdado Cabello, atual presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o quadro pode até piorar.

De formação intelectual precária (muito inferior à do coronel Chávez), Cabello, de 51 anos, detesta a imprensa livre e adora a obediência sem questionamentos. Seu maior sonho é poder reproduzir em sua agremiação política – o PSUV (Partido Socialista Unido de Venezuela) – o modelo funcional do Partido Comunista chinês – formato que inspecionou e estudou pessoalmente em mais de uma visita à República Popular da China.

O chavismo e o comunismo chinês exibem algumas afinidades. Ambos são ditatoriais, e ambos se afiguram vocacionados ao isolacionismo.

Com a diferença de que, na China, desde o final dos anos de 1980, iniciativas reformistas de diferentes portes vêm tentando oxigenar o Partido Comunista, acostumando-o a trabalhar sobre as queixas de seus filiados e certas reivindicações populares – especialmente nas questões dos direitos individuais (os das mulheres inclusive) e da remuneração sobre a produção agrícola.

Na Venezuela, o aperto no ferrolho chavista acabou, internamente, “espanando algumas peças”, ou, em outras palavras, produzindo dissidentes que antes ocupavam cargos importantes no PSUV e na máquina administrativa do regime.

Externamente, o chavismo sem cabeça – e, principalmente, sem divisas ou petróleo para injetar na economia dos seus aliados – vem provando ser bem pouco atraente.

Dele vêm se afastando, até mesmo, governos que, no passado recente, cerravam fileiras com Hugo Chávez, como os do Equador e da Bolívia.

No momento em que Caracas se prepara para deflagrar uma onda de denúncias nas Nações Unidas e na Organização dos Estados Americanos contra a “ingerência” dos Estados Unidos em seus assuntos internos, e as ameaças de sanções da Administração Obama, Quito se prepara para receber ninguém menos que o Secretário de Estado americano John Kerry.

La Paz também está em outra. Nos últimos meses, apesar de vociferar contra as investidas americanas e de outras nações desenvolvidas que supostamente trazem instabilidade à integração sul-americana, a equipe de Evo Morales mantém uma curiosa (mas estável) ligação com a administração de Mariano Rajoy, o chefe de governo espanhol representante do Partido Popular, que se define como centro reformista – na Espanha dos nossos dias, um eufemismo para centro-direita...

Os governos do equatoriano Rafael Correa e do boliviano Evo Morales trabalham dentro de um sistema de consultas mútuas, e isso tem servido para que ambos tratem de forma atenciosa, e com discreto pragmatismo, as recomendações tanto do Banco Mundial quanto do Fundo Monetário Internacional.

O Equador está representado no comitê de chanceleres que procura mediar o conflito político interno da Venezuela, mas nem Correa, nem Morales, figuram mais como simples repetidores das palavras de ordem emanadas por Caracas. Ambos sabem que as parcerias Bolivarianas anunciadas no passado pela PDVSA – a estatal petrolífera venezuelana – para projetos petroquímicos já não serão retomadas.

Particularmente no Equador, dissolveu-se no ar o sonho de uma refinaria a ser erguida com os petrodólares chavistas, capacitada a refinar 300 mil barris diários de óleo e amparada na tecnologia iraniana de beneficiamento de petróleo. Aliás, desde que Mahmmud Ahmadinejad deixou o governo de Teerã, a National Iranian Oil Company já fechou, por medida de economia, os seus dois escritórios sul-americanos, um em Caracas e outro no Equador.

“A Aliança Castro-Chavista latino-americana sofre de imobilidade e falta de liderança”, escreveu, recentemente, o ex-diplomata venezuelano Edgar C. Otálvora, um dos mais importantes cronistas políticos do país (Informe Otálvora: Castrochavismo ressente-se da falta de líder. Defesanet.com. 19 de maio de 2014). Segundo o comentarista, o próprio presidente Rafael Correa reconheceu essa dificuldade, durante sua recente visita oficial ao Chile na segunda semana de maio.

Faz dois anos que o chefe de Estado equatoriano tenta obter apoio internacional para cobrar uma multa de US$ 19 bilhões à empresa petrolífera Chevron, acusada de provocar “danos ambientais na Amazônia”.

A 28 de fevereiro do ano passado, o então ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, expôs o problema na assembléia do X Conselho Político da ALBA (Aliança Bolivariana para as Américas). O voluntarioso Nicolás Maduro já exercia presidência da Venezuela, e ofereceu-se, diante das câmeras de TV, para convocar um grande evento continental em apoio ao processo contra a empresa de petróleo estadunidense. O evento, claro, nunca aconteceu, e pior: vários governos supostamente parceiros políticos do Bolivarianismo (o argentino à frente) ampliaram seus negócios com a Chevron...

Além do esfarelamento de sua influência política, o Palácio Miraflores (sede do Executivo venezuelano) também assiste ao encolhimento do seu prestígio econômico, refletido na distância que vai aumentando entre o seu Produto Interno Bruto (PIB) e o dos vizinhos.

Em 2013, o PIB colombiano foi apenas 4,15% (US$ 16,8 bilhões) menor que o da Argentina – uma diferença que tende a se inverter em 2015, com a Colômbia assumindo o posto de terceiro maior PIB latino-americano, depois de Brasil e México. Aos venezuelanos caberá apenas a quinta posição – muito pouco para um país que possui uma das maiores reservas conhecidas de petróleo do planeta.

A sensação de que a Venezuela do chavismo é um parceiro a ser deixado de lado vem se propagando rapidamente no hemisfério norte.

Prova disso é a desistência de algumas das principais companhias aéreas do Ocidente de continuar operando em território venezuelano. A Air Canada tomou essa decisão a 15 de março último, e a Alitalia imitou-a dois meses depois. A 16 de maio foi a vez de a alemã Lufthansa anunciar que não emitirá novos bilhetes para Caracas, ou a partir de Caracas – de acordo com especialistas em transporte aéreo, sinal evidente de que a companhia está prestes a encerrar seus vôos para a Venezuela, possivelmente a partir do mês de outubro.

O motivo dessas retiradas é a decisão do governo venezuelano de não permitir que as companhias aéreas estrangeiras remetam às suas sedes a receita que vêm obtendo no transporte de passageiros e de carga para a Venezuela – até agora, cerca de US$ 4,5 bilhões.

A equipe econômica de Nicolás Maduro argumenta que as cifras contabilizadas pelas empresas não coincide com os seus próprios cálculos sobre esse faturamento, e que, além disso, o país enfrenta uma grave escassez de divisas, o que o impede de liberar as transferências de dinheiro. O argumento colide, entretanto, com a notícia recente, divulgada por um instituto de pesquisa londrino, de que nos últimos 12 anos o chavismo já incinerou 21 bilhões dos seus preciosos petrodólares na aquisição de equipamentos para as Forças Armadas.

No cenário específico do transporte aéreo, a situação pode se agravar ainda mais. O mercado da aviação civil aguarda para as próximas semanas que também a Iberia e o consórcio Air France/KLM desistam de voar para a Venezuela. A pequena companhia aérea Conviasa (que foi a menina dos olhos do coronel Chávez) só opera duas freqüências semanais para Madri. Aos canadenses e europeus que precisarem viajar à Venezuela será exigido, portanto, comprar bilhetes aéreos para Havana, Cidade do Panamá e Bogotá, as três capitais do entorno de Caracas com múltiplos vôos diários para a capital de Maduro.

Nesse panorama de restrições financeiras e abandono, é difícil entender que a pobre Conviasa ainda seja obrigada a manter ligações aéreas semanais para as cidades de Damasco e de Teerã – uma herança dos tempos em que o coronel Chávez pensava poder incluir o seu país no eixo da resistência política ao imperialismo americano.

O governo Maduro quer perpetuar os sonhos de glória de seu inesquecível líder.

Mês passado, os ministérios da Defesa da Venezuela e da Argentina acertaram, sem alarde, criar uma cátedra Kirchner/Chávez, que funcionará na Escuela de Defensa Nacional de Buenos Aires (centro de estudos equivalente à Escola Superior de Guerra, no Brasil), para que os militares dos dois países estudem os pensamentos de Néstor Kirchner (o falecido marido da presidenta Cristina Fernández de Kirchner) e de Hugo Chávez...

Os ventos da tempestade exigem, contudo, que os venezuelanos voltem a se concentrar na realidade. E a realidade não admite perda de tempo com fantasias, é uma só: não existe alternativa ao governo chavista senão a de recuar sobre os seus erros.

Manter a atual política de confrontação – interna e externa – servirá apenas para prolongar o afogamento do chavismo no pântano do desespero nacional – arrastando com ele a já sacrificada estrutura da PDVSA, e um conflito de classes de intensidade sem precedentes na moderna história venezuelana.

O lento e doloroso naufrágio do chavismo ameaça levar ao colapso até as poucas vertentes da vida nacional ainda geradoras de divisas, como o turismo por exemplo. Até porque, se nada mudar, dentro de mais alguns meses Caracas será apenas um destino esquecido.
http://www.defesanet.com.br/al/noticia/ ... esquecido/

Re: VENEZUELA

Enviado: Qua Mai 21, 2014 10:38 pm
por Penguin
Lirolfuti escreveu:Venezuela - O destino esquecido



Roberto Lopes

Jornalista especializado em assuntos militares. Em 2000 graduou-se em Gestão e Planejamento de Defesa no Colégio de Estudos de Defesa Hemisférica da Universidade de Defesa Nacional dos Estados Unidos, em Washington.
Autor de vários livros, em 2001 lançou, em Washington, a monografia “Oportunidades para Civis na Condução dos Assuntos da Defesa Nacional: o Caso do Brasil”.


Não existe outra alternativa para o governo chavista da Venezuela, senão recuar.

Voltar sobre os próprios passos nas atitudes radicais que pretenderam criminalizar a atuação dos principais líderes oposicionistas, e revogar as medidas intervencionistas e confiscatórias que afugentaram o capital estrangeiro e, ainda hoje, continuam a esgarçar os laços que unem o país ao resto do mundo.

Os venezuelanos não devem se iludir: do jeito como os seus assuntos internos evoluem, a nação “refundada” sob o signo de um misterioso e autoritário “Socialismo do Século XXI” tornar-se-á, em breve, um estado pária do ecúmeno. Sem pão e sem paz.

A situação melhoraria caso o presidente Nicolás Maduro Moros, um ex-sindicalista de linha cubana, saísse de cena? Depende. Se for para promover ao comando do país o antigo subtenente do Exército Diosdado Cabello, atual presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o quadro pode até piorar.

De formação intelectual precária (muito inferior à do coronel Chávez), Cabello, de 51 anos, detesta a imprensa livre e adora a obediência sem questionamentos. Seu maior sonho é poder reproduzir em sua agremiação política – o PSUV (Partido Socialista Unido de Venezuela) – o modelo funcional do Partido Comunista chinês – formato que inspecionou e estudou pessoalmente em mais de uma visita à República Popular da China.

O chavismo e o comunismo chinês exibem algumas afinidades. Ambos são ditatoriais, e ambos se afiguram vocacionados ao isolacionismo.

Com a diferença de que, na China, desde o final dos anos de 1980, iniciativas reformistas de diferentes portes vêm tentando oxigenar o Partido Comunista, acostumando-o a trabalhar sobre as queixas de seus filiados e certas reivindicações populares – especialmente nas questões dos direitos individuais (os das mulheres inclusive) e da remuneração sobre a produção agrícola.

Na Venezuela, o aperto no ferrolho chavista acabou, internamente, “espanando algumas peças”, ou, em outras palavras, produzindo dissidentes que antes ocupavam cargos importantes no PSUV e na máquina administrativa do regime.

Externamente, o chavismo sem cabeça – e, principalmente, sem divisas ou petróleo para injetar na economia dos seus aliados – vem provando ser bem pouco atraente.

Dele vêm se afastando, até mesmo, governos que, no passado recente, cerravam fileiras com Hugo Chávez, como os do Equador e da Bolívia.

No momento em que Caracas se prepara para deflagrar uma onda de denúncias nas Nações Unidas e na Organização dos Estados Americanos contra a “ingerência” dos Estados Unidos em seus assuntos internos, e as ameaças de sanções da Administração Obama, Quito se prepara para receber ninguém menos que o Secretário de Estado americano John Kerry.

La Paz também está em outra. Nos últimos meses, apesar de vociferar contra as investidas americanas e de outras nações desenvolvidas que supostamente trazem instabilidade à integração sul-americana, a equipe de Evo Morales mantém uma curiosa (mas estável) ligação com a administração de Mariano Rajoy, o chefe de governo espanhol representante do Partido Popular, que se define como centro reformista – na Espanha dos nossos dias, um eufemismo para centro-direita...

Os governos do equatoriano Rafael Correa e do boliviano Evo Morales trabalham dentro de um sistema de consultas mútuas, e isso tem servido para que ambos tratem de forma atenciosa, e com discreto pragmatismo, as recomendações tanto do Banco Mundial quanto do Fundo Monetário Internacional.

O Equador está representado no comitê de chanceleres que procura mediar o conflito político interno da Venezuela, mas nem Correa, nem Morales, figuram mais como simples repetidores das palavras de ordem emanadas por Caracas. Ambos sabem que as parcerias Bolivarianas anunciadas no passado pela PDVSA – a estatal petrolífera venezuelana – para projetos petroquímicos já não serão retomadas.

Particularmente no Equador, dissolveu-se no ar o sonho de uma refinaria a ser erguida com os petrodólares chavistas, capacitada a refinar 300 mil barris diários de óleo e amparada na tecnologia iraniana de beneficiamento de petróleo. Aliás, desde que Mahmmud Ahmadinejad deixou o governo de Teerã, a National Iranian Oil Company já fechou, por medida de economia, os seus dois escritórios sul-americanos, um em Caracas e outro no Equador.

“A Aliança Castro-Chavista latino-americana sofre de imobilidade e falta de liderança”, escreveu, recentemente, o ex-diplomata venezuelano Edgar C. Otálvora, um dos mais importantes cronistas políticos do país (Informe Otálvora: Castrochavismo ressente-se da falta de líder. Defesanet.com. 19 de maio de 2014). Segundo o comentarista, o próprio presidente Rafael Correa reconheceu essa dificuldade, durante sua recente visita oficial ao Chile na segunda semana de maio.

Faz dois anos que o chefe de Estado equatoriano tenta obter apoio internacional para cobrar uma multa de US$ 19 bilhões à empresa petrolífera Chevron, acusada de provocar “danos ambientais na Amazônia”.

A 28 de fevereiro do ano passado, o então ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, expôs o problema na assembléia do X Conselho Político da ALBA (Aliança Bolivariana para as Américas). O voluntarioso Nicolás Maduro já exercia presidência da Venezuela, e ofereceu-se, diante das câmeras de TV, para convocar um grande evento continental em apoio ao processo contra a empresa de petróleo estadunidense. O evento, claro, nunca aconteceu, e pior: vários governos supostamente parceiros políticos do Bolivarianismo (o argentino à frente) ampliaram seus negócios com a Chevron...

Além do esfarelamento de sua influência política, o Palácio Miraflores (sede do Executivo venezuelano) também assiste ao encolhimento do seu prestígio econômico, refletido na distância que vai aumentando entre o seu Produto Interno Bruto (PIB) e o dos vizinhos.

Em 2013, o PIB colombiano foi apenas 4,15% (US$ 16,8 bilhões) menor que o da Argentina – uma diferença que tende a se inverter em 2015, com a Colômbia assumindo o posto de terceiro maior PIB latino-americano, depois de Brasil e México. Aos venezuelanos caberá apenas a quinta posição – muito pouco para um país que possui uma das maiores reservas conhecidas de petróleo do planeta.

A sensação de que a Venezuela do chavismo é um parceiro a ser deixado de lado vem se propagando rapidamente no hemisfério norte.

Prova disso é a desistência de algumas das principais companhias aéreas do Ocidente de continuar operando em território venezuelano. A Air Canada tomou essa decisão a 15 de março último, e a Alitalia imitou-a dois meses depois. A 16 de maio foi a vez de a alemã Lufthansa anunciar que não emitirá novos bilhetes para Caracas, ou a partir de Caracas – de acordo com especialistas em transporte aéreo, sinal evidente de que a companhia está prestes a encerrar seus vôos para a Venezuela, possivelmente a partir do mês de outubro.

O motivo dessas retiradas é a decisão do governo venezuelano de não permitir que as companhias aéreas estrangeiras remetam às suas sedes a receita que vêm obtendo no transporte de passageiros e de carga para a Venezuela – até agora, cerca de US$ 4,5 bilhões.

A equipe econômica de Nicolás Maduro argumenta que as cifras contabilizadas pelas empresas não coincide com os seus próprios cálculos sobre esse faturamento, e que, além disso, o país enfrenta uma grave escassez de divisas, o que o impede de liberar as transferências de dinheiro. O argumento colide, entretanto, com a notícia recente, divulgada por um instituto de pesquisa londrino, de que nos últimos 12 anos o chavismo já incinerou 21 bilhões dos seus preciosos petrodólares na aquisição de equipamentos para as Forças Armadas.

No cenário específico do transporte aéreo, a situação pode se agravar ainda mais. O mercado da aviação civil aguarda para as próximas semanas que também a Iberia e o consórcio Air France/KLM desistam de voar para a Venezuela. A pequena companhia aérea Conviasa (que foi a menina dos olhos do coronel Chávez) só opera duas freqüências semanais para Madri. Aos canadenses e europeus que precisarem viajar à Venezuela será exigido, portanto, comprar bilhetes aéreos para Havana, Cidade do Panamá e Bogotá, as três capitais do entorno de Caracas com múltiplos vôos diários para a capital de Maduro.

Nesse panorama de restrições financeiras e abandono, é difícil entender que a pobre Conviasa ainda seja obrigada a manter ligações aéreas semanais para as cidades de Damasco e de Teerã – uma herança dos tempos em que o coronel Chávez pensava poder incluir o seu país no eixo da resistência política ao imperialismo americano.

O governo Maduro quer perpetuar os sonhos de glória de seu inesquecível líder.

Mês passado, os ministérios da Defesa da Venezuela e da Argentina acertaram, sem alarde, criar uma cátedra Kirchner/Chávez, que funcionará na Escuela de Defensa Nacional de Buenos Aires (centro de estudos equivalente à Escola Superior de Guerra, no Brasil), para que os militares dos dois países estudem os pensamentos de Néstor Kirchner (o falecido marido da presidenta Cristina Fernández de Kirchner) e de Hugo Chávez...

Os ventos da tempestade exigem, contudo, que os venezuelanos voltem a se concentrar na realidade. E a realidade não admite perda de tempo com fantasias, é uma só: não existe alternativa ao governo chavista senão a de recuar sobre os seus erros.

Manter a atual política de confrontação – interna e externa – servirá apenas para prolongar o afogamento do chavismo no pântano do desespero nacional – arrastando com ele a já sacrificada estrutura da PDVSA, e um conflito de classes de intensidade sem precedentes na moderna história venezuelana.

O lento e doloroso naufrágio do chavismo ameaça levar ao colapso até as poucas vertentes da vida nacional ainda geradoras de divisas, como o turismo por exemplo. Até porque, se nada mudar, dentro de mais alguns meses Caracas será apenas um destino esquecido.
http://www.defesanet.com.br/al/noticia/ ... esquecido/
Governo da Venezuela culpa Copa do Mundo por suspensão de voos no país
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... o-pais.htm