Imprensa vendida

[soultrain]

Paulo,

Então o problema é esse mesmo, os jornalistas nunca podem ser regulados pelo poder politico, se regula é pernicioso, ou seja regular é perigoso e o perigo é não regular mesmo.

Deveriam ser os próprios através de uma Ordem de Jornalistas e Repórteres e código deontológico a se auto regular, com base numa lei de imprensa.

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[Paulo Bastos]

Novamente concordo.

Aproveitando, como ocorre aí em Portugal?

Abraços,
Paulo

[soultrain]

Aqui há O Sindicato dos Jornalistas e um orgão regulador a ERC a entidade reguladora da comunicação social http://www.erc.pt/. Para mim o mais importante feito até hoje é a transparência da propriedade dos média.

Existe Ordem dos Jornalistas desde 1991, mas está moribunda.

Não conheço em profundidade, mas há regulação e punições quando necessário, sem recorrer aos tribunais civis, embora esse recurso seja utilizado sem parcimónia.

Cá não é o céu na terra, também há muitos problemas e aqui e ali já se começa a notar um certo efeito Fox News, mas há muitos profissionais bons.


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[Guerra]

Com a palavra os inconformados com a imprensa brasileira.

[soultrain]

E então, os militares são sacrossantos? Não podem ser denunciados por corrupção?

Gostava era ver um repórter, numa cerimónia de condecoração de uma alta patente, ou num juramento de bandeira dizer o mesmo que disse em França, ai queria ler os comentários.

Seria algo do tipo:

Aquele reporter esquerdalha e outros impropérios...

[Guerra]

E então, os militares são sacrossantos? Não podem ser denunciados por corrupção?

Gostava era ver um repórter, numa cerimónia de condecoração de uma alta patente, ou num juramento de bandeira dizer o mesmo que disse em França, ai queria ler os comentários.

Seria algo do tipo:

Aquele reporter esquerdalha e outros impropérios...

Pode. Onde foi que eu disse que não pode? Até onde eu sei a unica pessoa santa aqui no Brasil é a Dilma. Mas o assunto preferido aqui não é denuncismo e informação ideologizada?
E isso é porque estou falando só da capa. Leia a reportagem.

[marcelo bahia]

Todo mundo sabe que existem muitas maçãs podres nas Forças Armadas, mas os corruptos ficam guardados, são julgados pela Justiça Militar e os casos não chegam até a opinião pública. Na época da ditadura era muito comum superfaturamentos brutais que nunca vinham à luz. Poucos livros falam do estouro das contas públicas neste período. Tenho um livro de economia que é um dos poucos que lança algo de luz sobre os gastos nebulosos durante o regime de excessão. Somente quando o poder voltou para os civis que se pôde ver a roubalheira, mas era muito complicado qualquer tipo de ação contra os responsáveis num momento tão delicado da história brasileira, numa faze de transição do poder. Os civis que assumiram o poder (em especial José Sarney) também eram ligados ao regime militar, então não se podia esperar nada deles. Qualquer ação na direção de investigar estes crimes contra o erário público seriam chamados de "revanchismo" logo em seguida.

De qualquer forma, não se pode dizer que toda a instituição é corrupta por causa de um grupo de oficiais corruptos e canalhas que se travestem de soldados brasileiros. O Exército é maior que isso. Por isso que procuro dizer aos que generalizam ao afirmar que "todos os políticos são corruptos" que tenham calma, ponderem, porque "pau que dá em Chico, um dia pode dar em Francisco". Há corruptos em todos os setores da sociedade brasileira, porque é uma sociedade que aprendeu a não acreditar na punição, que acredita que o "esperto" é o que tira dinheiro do "otário" (o roubado) e que acredita que o bem público não pertence a ninguém. Se o indivíduo acha que se algo pertence a todos, então ele não pertence a ninguém, como esperar que ele não se corrompa. Mas acho que aos poucos estamos mudando. Devagarzinho, mas já vejo pequenos avanços.

De resto, devemos esperar que os acusados sejam julgados antes de condená-los por antecipação. Se eu sou um dos que critico quando a imprensa age assim contra pessoas que julgo inocentes, tenho que ser coerente agora. Vamos ver no que vai dar. Mas todos são inocentes, até que se prove o contrário. A presunção no direito sempre é a da inocência, é daí que devemos partir sempre. Infelizmente não é assim que a imprensa costuma agir.

Sds.

[rodrigo]

Os civis que assumiram o poder (em especial José Sarney) também eram ligados ao regime militar, então não se podia esperar nada deles. Qualquer ação na direção de investigar estes crimes contra o erário público seriam chamados de "revanchismo" logo em seguida.

O presidente da república não investiga nada! Isso é com a polícia, MP e justiça. Se tiver algum fato comprovado, pode levar à futura comissão da verdade, tenho certeza que seria um prato cheio.

Tenho um livro de economia

Nome?

Na época da ditadura era muito comum superfaturamentos brutais que nunca vinham à luz.

Ainda bem que isso acabou

Todo mundo sabe que existem muitas maçãs podres nas Forças Armadas, mas os corruptos ficam guardados, são julgados pela Justiça Militar e os casos não chegam até a opinião pública.

Então há um conluio entre a justiça militar, o MP militar, e tudo é feito secretamente?

[Guerra]

Todo mundo sabe que existem muitas maçãs podres nas Forças Armadas, mas os corruptos ficam guardados, são julgados pela Justiça Militar e os casos não chegam até a opinião pública. Na época da ditadura era muito comum superfaturamentos brutais que nunca vinham à luz. Poucos livros falam do estouro das contas públicas neste período. Tenho um livro de economia que é um dos poucos que lança algo de luz sobre os gastos nebulosos durante o regime de excessão. Somente quando o poder voltou para os civis que se pôde ver a roubalheira, mas era muito complicado qualquer tipo de ação contra os responsáveis num momento tão delicado da história brasileira, numa faze de transição do poder. Os civis que assumiram o poder (em especial José Sarney) também eram ligados ao regime militar, então não se podia esperar nada deles. Qualquer ação na direção de investigar estes crimes contra o erário público seriam chamados de "revanchismo" logo em seguida.

De qualquer forma, não se pode dizer que toda a instituição é corrupta por causa de um grupo de oficiais corruptos e canalhas que se travestem de soldados brasileiros. O Exército é maior que isso. Por isso que procuro dizer aos que generalizam ao afirmar que "todos os políticos são corruptos" que tenham calma, ponderem, porque "pau que dá em Chico, um dia pode dar em Francisco". Há corruptos em todos os setores da sociedade brasileira, porque é uma sociedade que aprendeu a não acreditar na punição, que acredita que o "esperto" é o que tira dinheiro do "otário" (o roubado) e que acredita que o bem público não pertence a ninguém. Se o indivíduo acha que se algo pertence a todos, então ele não pertence a ninguém, como esperar que ele não se corrompa. Mas acho que aos poucos estamos mudando. Devagarzinho, mas já vejo pequenos avanços.

De resto, devemos esperar que os acusados sejam julgados antes de condená-los por antecipação. Se eu sou um dos que critico quando a imprensa age assim contra pessoas que julgo inocentes, tenho que ser coerente agora. Vamos ver no que vai dar. Mas todos são inocentes, até que se prove o contrário. A presunção no direito sempre é a da inocência, é daí que devemos partir sempre. Infelizmente não é assim que a imprensa costuma agir.

Sds.

Mas Marcelo, voltando ao assunto do tópico. Você não acha meio estranho uma revista colocar na capa um cara fardado guardando dinheiro, mencionando que ele é militar e rouba. Quando na verdade ele esta na direção de um orgão civil nomeado por um presidente civil?
Quanto tempo faz que esta caindo ministro feito mosca. Porque so os militares merecem uma capa nessa droga de revista panfletaria?

[lubra]

http://www.mpm.gov.br/mpm/acontece/nota ... arecimento

Nota de Esclarecimento
A procuradora-geral de Justiça Militar, Cláudia Márcia Ramalho Moreira Luz, concedeu entrevista ontem (5), no Rio de Janeiro, no qual detalhou os procedimentos adotados pelo Ministério Público Militar referentes às investigações de fraudes no Instituto Militar de Engenharia.

Na entrevista, realizada no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, a procuradora-geral informou que diferentemente do que foi publicado na revista Carta Capital desta semana, o Inquérito Policial Militar que vislumbra o envolvimento de oficiais generais em procedimentos licitatórios irregulares do Departamento de Engenharia e Construção do Exército foi recebido na Procuradoria-Geral de Justiça Militar em 24 de maio de 2011. Já a representação ao Procurador-Geral da República para que examinasse os documentos foi remetida em 12 de agosto de 2011.

Ou seja, o procedimento esteve nas mãos da procuradora-geral para análise e diligências por apenas 80 dias. Ressalte-se, como explicou a procuradora durante a entrevista, que a remessa à PGR não ocorreu em tempo menor devido à espera pelo relatório do Tribunal de Contas da União e ao processo de recondução do procurador-geral da República. A posse para o novo mandato de Roberto Gurgel ocorreu em 15 de agosto de 2011.

Antes disso, a Procuradoria de Justiça Militar no Rio de Janeiro já havia instaurado três Procedimentos de Investigação Criminal decorrentes do aprofundamento de fatos narrados em correspondência recebida em dezembro de 2009. A mensagem atribuía a um tenente-coronel, um major e alguns civis a responsabilidade por fraudes ocorridas no IME. Somente após o árduo trabalho dos procuradores e promotores da PJM Rio, com o auxílio dos peritos do Centro de Apoio a Investigação (CPADSI), foi possível estruturar todo o esquema de fraudes ocorrido no convênio IME/DNIT entre os anos de 2004 e 2005 e que continuou no convênio DEC/DNIT entre 2006 e 2008.

Atualmente, tramitam na 1ª Circunscrição Judiciária Militar, no Rio de Janeiro, dois processos relacionados ao fato. Um (nº 0000196-80.2010) envolve seis oficiais, entre os quais o tenente-coronel e o major citados na correspondência que deu início às investigações, e nove civis, denunciados pelo MPM pela prática do crime de peculato-desvio, art. 303 do Código Penal Militar. Ainda este mês serão realizados os interrogatórios dos envolvidos.

O outro processo (nº 0000208-94.2010) trata do desaparecimento de documentos, estimativas de preços, que deveriam integrar os procedimentos licitatórios realizados pelo convênio IME/DNIT entre 2004/2005. Um servidor civil foi denunciado pelo MPM pelo crime de extravio/sonegação de documento, art. 321 do CPM.

Além desses, um Inquérito Policial Militar foi instaurado para apurar irregularidades em procedimentos licitatórios e dispensas de licitações realizadas em benefício de empresa de dois dos civis denunciados no processo nº 0000196-80.2010. Também foi instaurado IPM para apurar a gestão do Centran/DEC no período de 2006 a 2009.

Foram ainda remetidos à procuradora-geral de Justiça Militar três IPMs em razão do suposto envolvimento de oficiais generais. Um dos relatórios foi encaminhado à PGJM há dois dias pelo encarregado do inquérito. Os demais ainda estão no Comando do Exército para diligências. Tão logo atendidas as solicitações da PGJM para o esclarecimento dos fatos, sairão as manifestações da procuradora-geral de Justiça Militar sobre os IPMs.

Como exposto pela procuradora-geral, a correspondência narrando as práticas não usuais em procedimentos licitatórios do IME recebeu o tratamento devido do Ministério Público Militar. Todas as dezenas de volumes sobre os quais os membros da Instituição agora estão debruçados foram geradas porque houve empenho pela elucidação dos fatos ali descritos.

[lubra]

Existe uma tática manjada na qual uma "fonte" fornece informações pra imprensa, com o intuito de tumultuar um processo, de apontar em direção que atrapalhe o andamento da investigação. Nessas horas, o trabalho jornalístico faz diferença. A imprensa tem o dever de divulgar. Mas tem também o dever de checar as informações. Muita calma nessa hora, pois é necessário separar o joio do trigo. Desde o começo o MPM disse que o Gen. Enzo não está sendo investigado. O próprio comandante mandou instaurar os processos. Autorizou a investigação dos generais e o envio para a PGR. Duas vezes já houve divulgação pela Folha. Junto com cada divulgação pela Folha, circulou o tal email fake do major PQD. Agora saiu na Carta Capital. A Imprensa tem o dever de analisar qual é o interesse que motiva a "fonte". Ou não? Ninguém foi ouvir o outro lado, antes de publicar? Fica parecendo que o que interessa é o escândalo por si só, e não o esclarecimento dos fatos. É preciso lembrar pra imprensa que que uma instituição não comete crime. Só pessoas.

[joao fernando]

E então, os militares são sacrossantos? Não podem ser denunciados por corrupção?

Gostava era ver um repórter, numa cerimónia de condecoração de uma alta patente, ou num juramento de bandeira dizer o mesmo que disse em França, ai queria ler os comentários.

Seria algo do tipo:

Aquele reporter esquerdalha e outros impropérios...

Pode. Onde foi que eu disse que não pode? Até onde eu sei a unica pessoa santa aqui no Brasil é a Dilma. Mas o assunto preferido aqui não é denuncismo e informação ideologizada?
E isso é porque estou falando só da capa. Leia a reportagem.

Pode explicar porque só ela é Santa Guerra?

[lubra]

http://www.mpm.gov.br/mpm/acontece/pgjm ... s-generais

11/08/2011

PGJM requisita instauração de IPM para investigar oficiais-generais
A procuradora-geral de Justiça Militar, Cláudia Márcia Ramalho Moreira Luz, requisitou ao comandante do Exército, Enzo Martins Peri, a instauração de Inquérito Policial Militar para apurar a eventual responsabilidade criminal de cinco generais nos procedimentos licitatórios fraudados e nas dispensas indevidas de licitação ocorridas no Instituto Militar de Engenharia entre os anos de 2001 e 2010.

De acordo com o apurado pelos analistas contábeis do Centro de Apoio à Investigação (Cpadsi) do MPM, pelos membros da Procuradoria de Justiça Militar no Rio de Janeiro e ratificado por auditoria do Tribunal de Contas da União, há indícios de comportamento delituoso por parte desses oficiais-generais.

Uma parte das fraudes detectadas já é objeto de processo criminal em trâmite na 2 ª Auditoria da 1ª CJM, no qual figuram como reús seis oficiais do Exército e nove civis.

Contudo, como esclarece a procuradora nos ofícios encaminhados ao comendante do Exército, falta ser apurada a conduta desses oficiais-generais, “seja por terem se omitido diante da fraude generalizada revelada naquele Instituto, seja por terem dela participado, ratificando, como destacado pelo TCU, diversas dispensas de licitação viciadas.”

Devido ao grande volume de material, ainda continuam em análise na PGJM os procedimentos licitatórios e as dispensas de licitação celebradas pelo convênio DEC/DNIT no período de 2005 a 2010.

[Paulo Bastos]

Ainda não li a matéria, que pretendo fazer nesse final de semana, mas a priori, e para o desgosto dos torcedores do “Esquerdinha Futebol Clube” (também conhecidas como as “Viúvas do Che”), tenho para mim que a Carta Capital é muito, mas muuuuuuuuuuiiiiito mais parcial que a tão famigerada Veja!!!

Vejam bem, não estou defendendo os militares, que são funcionários públicos iguais aos civis, portanto passives de corromperem e serem corrompidos, mas sim a forma como a coisa é tratada. Se Fosse um Ministro da Dilma com dinheiro no Bolso, ou na Cueca, já tinha neguinho aqui dando pulo de dois metros.

Cadê a imparcialidade?

[Paulo Bastos]

Aqui há O Sindicato dos Jornalistas e um orgão regulador a ERC a entidade reguladora da comunicação social http://www.erc.pt/. Para mim o mais importante feito até hoje é a transparência da propriedade dos média.

Existe Ordem dos Jornalistas desde 1991, mas está moribunda.

Não conheço em profundidade, mas há regulação e punições quando necessário, sem recorrer aos tribunais civis, embora esse recurso seja utilizado sem parcimónia.

Cá não é o céu na terra, também há muitos problemas e aqui e ali já se começa a notar um certo efeito Fox News, mas há muitos profissionais bons.

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Soultrain, duas perguntas:

_ Aí em Portugal, é obrigatória a conclusão do curso de jornalismo para poder assinar matérias, como aliás, esta sendo proposto no Brasl?

_ Você é Jornalista?


Abraços,
Paulo