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Re: FÉ, Religião, Igreja, Razão, Ciência

Enviado: Ter Ago 31, 2010 12:04 am
por U-27
tflash escreveu:Pois é, mas as pessoas pecam de qualquer forma. Não as ajudar, porque são pecadores vai contra os princípios do cristianismo. A verdade é que o sexo ainda é um tabu muito grande nas sociedades.

Todos nós mentimos consciente ou inconscientemente, ao longo de um dia. Outros fogem aos impostos, ou seja roubam. Outros ainda não respeitam os progenitores mas quando chega à parte do sexo, parece que é uma coisa extremamente grave, muito acima das referidas atrás.

Ora se em tudo que as religiões condicionam, a única que trás uma recompensa imediata (na forma do orgasmo) é o sexo. É apenas natural que a não cumprir, as pessoas comecem por aí.

Daí temos que escolher se queremos na nossa consciência, o aconselhamento do não-uso de contraceptivos a uma família enorme em que o homem costuma ir às meninas. Esse é o grande flagelo em África e não só, hoje em dia. A Igreja Católica prega para famílias ideais, mas elas não existem.
pera
as pessoas pecam e devem parar de pacar, não é de qualqeur forma, Deus não nos da leis impossiveis de cumprir, por meio de suas graças e pela intercessão de Nossa Senhora, podemos cumprir todos os mandamentos, guardar castidade e tudo mais, se Deus nos desse uma lei impossivel, ele seria um leso, mas ele não é.
esta visão sua é tipica protestante, onde ser santo e verdadeiramente devoto é impossivel, como católico sei que é possivel guardar castidade e ser Santo, seguir todas as leis de Deus sem excessão, até por que, sem isso é inferno na certa.
se amamos a Deus, não pecamos.

Re: FÉ, Religião, Igreja, Razão, Ciência

Enviado: Ter Ago 31, 2010 2:43 pm
por P44
:shock: :shock: o U-27 é o cromo mais raro da colecção, e eu não sei onde coloquei a caderneta :mrgreen:

Re: FÉ, Religião, Igreja, Razão, Ciência

Enviado: Ter Ago 31, 2010 5:23 pm
por tflash
U 27. A tua visão é típica de um católico reaccionário. Portanto a parte de amar o próximo, fica esquecida ao longo do caminho. É deixa-los morrer de doenças porque alguns não cumprem os preceitos da igreja.

Pois é. E no caso das mulheres que só tem relações com o marido (pecado segundo a igreja católica, normal segundo os protestantes) e o marido que por acaso não é católico ou não liga à coisa e faz sexo desprotegido com prostitutas até apanhar uma doença sexualmente transmissível? E os filhos que nascem portadores de vírus?

Por favor!

Re: FÉ, Religião, Igreja, Razão, Ciência

Enviado: Ter Ago 31, 2010 5:49 pm
por P44
DEUS NOS LIVRE de algum dia o U-27 chegar a Papa :mrgreen:

As árvores da amazónia inteira não vão chegar para tanta fogueira...

ai já me esquecia, não eram fogueiras, eram beijinhos e cafunés 8-]

Re: FÉ, Religião, Igreja, Razão, Ciência

Enviado: Ter Ago 31, 2010 10:41 pm
por U-27
tflash escreveu:U 27. A tua visão é típica de um católico reaccionário. Portanto a parte de amar o próximo, fica esquecida ao longo do caminho. É deixa-los morrer de doenças porque alguns não cumprem os preceitos da igreja.

Pois é. E no caso das mulheres que só tem relações com o marido (pecado segundo a igreja católica, normal segundo os protestantes) e o marido que por acaso não é católico ou não liga à coisa e faz sexo desprotegido com prostitutas até apanhar uma doença sexualmente transmissível? E os filhos que nascem portadores de vírus?

Por favor!

pare de me deturpar
primeiro, não é pecado mulher fazer sexo com seu marido, isto é normal, eu nunca falei isto muito menos a Igreja, e eu amo o proximo, por isso vouc ontra a camisinha, penso na salvação dele, e não no prazer dele.
se o marido não é catolico e faz isto, deve ser convertido e ponto, não é desculpa, por isso se deve ter castidade no casamento, respeito e fidelidade, isto sim evita doenças, não camisinha.
se nascem por isso, ora, que se pode fazer? rezem, busquem a salvação, esta vida acaba, seja com doença seja sem, mas acaba, e o que vale é o que vem depois e o que fizemos de bom nesta vida.
não me chame de católico reacionario como se eu fosse um capeta malvado, primeiro, conheça minha pessoa e minha vida antes de sair me julgando assim, pois em momento algum te julguei.
passar bem.

Re: FÉ, Religião, Igreja, Razão, Ciência

Enviado: Qua Set 01, 2010 3:30 am
por tflash
Peço desculpa se o termo foi muito forte, mas é o contrário de progressista. De modo algum estou a julgar a tua pessoa. É a tua posição em relação a estes assuntos que eu estou contra.

Pessoalmente, diferenças de opinião à parte, simpatizo contigo.

Existem muitos católicos que usam contraceptivos e defendem o uso. Tem padres que defendem o uso pelos mesmos motivos que eu.

Não diz, nas escrituras, que o uso de contraceptivos é proibido por Deus, assim como o sexo sem intuito de procriar. São coisas de homens, inclusive no meio protestante (mas já na esfera que eu considero como ceita.)

O que a bíblia fala contra, é o sexo fora do casamento.

Mesmo nesses casos, se Jesus não atirou pedras, quem somos nós para condenar essas pessoas à morte? Não é pecado ter os meios para fazer e ficar parado.

Re: FÉ, Religião, Igreja, Razão, Ciência

Enviado: Qua Set 01, 2010 8:29 am
por U-27
tflash escreveu:Peço desculpa se o termo foi muito forte, mas é o contrário de progressista. De modo algum estou a julgar a tua pessoa. É a tua posição em relação a estes assuntos que eu estou contra.

Pessoalmente, diferenças de opinião à parte, simpatizo contigo.

Existem muitos católicos que usam contraceptivos e defendem o uso. Tem padres que defendem o uso pelos mesmos motivos que eu.

Não diz, nas escrituras, que o uso de contraceptivos é proibido por Deus, assim como o sexo sem intuito de procriar. São coisas de homens, inclusive no meio protestante (mas já na esfera que eu considero como ceita.)

O que a bíblia fala contra, é o sexo fora do casamento.

Mesmo nesses casos, se Jesus não atirou pedras, quem somos nós para condenar essas pessoas à morte? Não é pecado ter os meios para fazer e ficar parado.
bom como católico aceito a interpretação da IGreja na escritura e ela diz que sexo apenas por prazer sem foco final de procriação é pecado contra castidade, creio que esta sim na escritura, como no sermão da montanha e na carta de São Paulo aos galatás, mas de qualquer forma, o magistério da IGreja tem apoio do Espirito Santo e da tradição apostólica, então temos varias fontes alem da Bíblia para basear nossa doutrina, se tem Padre que esta defendendo isso ele esta indo contra o vaticano e desobedecendo o Papa, seria bom ele parar com isto, Deus como ja disse fez o sexo para que nos possamos ter filhos e multiplicar "crescei e multiplicai" então é para isto que serve, pois quem quer ser salvo, deve morrer para o mundo e nascer para Cristo, e somente abandonando os prazeres e as futilidades vira a conseguir isto.
Como assim não atirou pedras? fala da adultera ou de Santa Maria Madalena?, ora, claro que ele não atirou pedras pois ele deu uma chance a conversão dela, que depois se tornou casta, agora o uso de anticoncepcionais é sim pecado.

Re: FÉ, Religião, Igreja, Razão, Ciência

Enviado: Qui Set 02, 2010 11:46 am
por P44
:twisted:

Stephen Hawking não acredita que Deus criou o mundo
2010-09-02 16:32:10




Londres – O cientista britânico Stephen Hawking defende, no seu novo livro, a exclusão da possibilidade de Deus ser o criador do Universo.
Mostrando uma posição mais rígida que a defendida no seu best-seller «Breve história do tempo», Stephen Hawking desenvolve no seu novo livro a teoria de que o Big Bang - a grande explosão que originou o mundo - foi simplesmente uma consequência da lei da gravidade.

Hawking sugeria em na obra de 1988 que não existia qualquer incompatibilidade entre a existência de um Deus criador e a compreensão científica do Universo. O cientista chegou mesmo a afirmar que, se a comunidade científica chegasse a descobrir a teoria completa, tal «seria o triunfo definitivo da razão humana» já que, dessa forma, «seria possível conhecer a mente de Deus».

As mais recentes teorias científicas rejeitam o papel de um criador do Universo. No novo livro, lançado dia 9 de Setembro, intitulado «O Grande Desígnio», Hawking defende que a ciência não tem espaço para teorias que envolvam a existência de um Deus criador do Universo.

Como argumento da sua tese, Stephen Hawking apresenta a descoberta, feita em 1992, de um planeta que orbita uma estrela fora de nosso Sistema Solar, o que comprova a possibilidade de existirem outros planetas e universos. Ora, se a intenção de Deus seria criar o Homem, estão os restantes universos seriam redundantes.
http://www.jornaldigital.com/noticias.php?noticia=23273

Re: FÉ, Religião, Igreja, Razão, Ciência

Enviado: Qui Set 02, 2010 11:56 am
por U-27
P44 escreveu::twisted:

Stephen Hawking não acredita que Deus criou o mundo
2010-09-02 16:32:10




Londres – O cientista britânico Stephen Hawking defende, no seu novo livro, a exclusão da possibilidade de Deus ser o criador do Universo.
Mostrando uma posição mais rígida que a defendida no seu best-seller «Breve história do tempo», Stephen Hawking desenvolve no seu novo livro a teoria de que o Big Bang - a grande explosão que originou o mundo - foi simplesmente uma consequência da lei da gravidade.

Hawking sugeria em na obra de 1988 que não existia qualquer incompatibilidade entre a existência de um Deus criador e a compreensão científica do Universo. O cientista chegou mesmo a afirmar que, se a comunidade científica chegasse a descobrir a teoria completa, tal «seria o triunfo definitivo da razão humana» já que, dessa forma, «seria possível conhecer a mente de Deus».

As mais recentes teorias científicas rejeitam o papel de um criador do Universo. No novo livro, lançado dia 9 de Setembro, intitulado «O Grande Desígnio», Hawking defende que a ciência não tem espaço para teorias que envolvam a existência de um Deus criador do Universo.

Como argumento da sua tese, Stephen Hawking apresenta a descoberta, feita em 1992, de um planeta que orbita uma estrela fora de nosso Sistema Solar, o que comprova a possibilidade de existirem outros planetas e universos. Ora, se a intenção de Deus seria criar o Homem, estão os restantes universos seriam redundantes.
http://www.jornaldigital.com/noticias.php?noticia=23273

e?, ele é um fisico e não um teologo, e a ciência vive errando, então não é nada infalivel, sendo assim, é mesma coisa que palha.

Re: FÉ, Religião, Igreja, Razão, Ciência

Enviado: Qui Set 02, 2010 12:14 pm
por tflash
O S.H. não disse isso exactamente. Ele percebe muito da Área dele mas no que toca a religião...

O que é que uma coisa tem a ver com a outra?

Re: FÉ, Religião, Igreja, Razão, Ciência

Enviado: Qui Set 02, 2010 12:36 pm
por LeandroGCard
P44 escreveu::twisted:

Stephen Hawking não acredita que Deus criou o mundo
2010-09-02 16:32:10




Londres – O cientista britânico Stephen Hawking defende, no seu novo livro, a exclusão da possibilidade de Deus ser o criador do Universo.
Mostrando uma posição mais rígida que a defendida no seu best-seller «Breve história do tempo», Stephen Hawking desenvolve no seu novo livro a teoria de que o Big Bang - a grande explosão que originou o mundo - foi simplesmente uma consequência da lei da gravidade.

Hawking sugeria em na obra de 1988 que não existia qualquer incompatibilidade entre a existência de um Deus criador e a compreensão científica do Universo. O cientista chegou mesmo a afirmar que, se a comunidade científica chegasse a descobrir a teoria completa, tal «seria o triunfo definitivo da razão humana» já que, dessa forma, «seria possível conhecer a mente de Deus».

As mais recentes teorias científicas rejeitam o papel de um criador do Universo. No novo livro, lançado dia 9 de Setembro, intitulado «O Grande Desígnio», Hawking defende que a ciência não tem espaço para teorias que envolvam a existência de um Deus criador do Universo.

Como argumento da sua tese, Stephen Hawking apresenta a descoberta, feita em 1992, de um planeta que orbita uma estrela fora de nosso Sistema Solar, o que comprova a possibilidade de existirem outros planetas e universos. Ora, se a intenção de Deus seria criar o Homem, estão os restantes universos seriam redundantes.
http://www.jornaldigital.com/noticias.php?noticia=23273
Deve-se tomar muito cuidado com estas reportagens sobre as dúvidas dos cientistas com relação à existência de Deus. A maioria deles realmente duvida (e muito, como aliás eu também) da existência do Deus descrito pelas religiões principais nascidas no médio-oriente (judaísmo, cristianismo e islamismo), pois estas religiões atribuem a Deus não apenas o papel de criador ou ordenador do universo, mas também o de pai, juiz, auxiliador, etc..., e afirmam que ele não apenas exige certos comportamentos e até pensamentos dos seres humanos, mas também que altera de forma anti-natural os eventos observáveis em benefício de seus crentes. Como não há provas e nem mesmo indícios inquestionáveis de nada disso fora dos próprios textos sagrados adotados por estas religiões, a existência de um Deus com estes atributos religiosos em geral não é sequer considerada pelas ciências oficiais, pois não há nada sobre o que trabalhar com relação a esta hipótese (quanto aos cientistas, cada um acredita no que quiser, isto é uma questão de fórum pessoal).

No entanto, a idéia de que o universo pode dever sua origem ou pelo menos a forma como sua parte observável é organizada à interferência de alguma super-inteligência no início dos tempos (no Big Bang ou mesmo antes) possui sim alguns indícios, que são sintetizados pelo princípio antrópico forte. Por isso, vira e mexe algum cientista declara que eles estão estudando a mente de Deus, desvendando os segredos de Deus, etc... Eles não estão se referindo ao Deus dos religiosos, mas a esta possível inteligência que deu origem à realidade incrivelmente ordenada em que vivemos (e em muitos casos eles sequer estão pensando mesmo no princípio antrópico, mas simplesmente usando uma forma de retórica). A hipótese mais usada pelos cientistas ateus (como o próprio Stephen Hawking) para se contrapor às implicações mais esotéricas do princípio antrópico é a da existência de múltiplos universos, dos quais também se tem muito poucos indícios, se é que existe algum. Este é portanto um campo em aberto.

Mas estes mesmos cientistas, quando se referem ao Deus dos religiosos, podem fazer declarações de negação bem contundentes, como estas agora do Hawking.

Os jornalistas contudo não querem nem saber de nada disso, e acabam noticiando as declarações isoladas dos cientistas mais famosos sem se preocupar a qual conceito eles estão se referindo no momento (o Deus dos religiosos, a inteligência criadora/ordenadora ou só retórica) dando origem a muita discussão sem sentido, bem além do que o comentário realmente justificaria já que dificilmente estes comentários contém alguma novidade, seja sobre eventuais descobertas científicas que demonstrem alguma coisa relativa à Deus, seja sobre as próprias opiniões de cada cientista, que já são conhecidas há bastante tempo e muito raramente mudam.


Leandro G. Card

Re: FÉ, Religião, Igreja, Razão, Ciência

Enviado: Qui Set 02, 2010 4:43 pm
por tflash
X2 Leandro!

Muitos religiosos tremem de medo e entram em negação quando, cada vez mais o universo, assume uma dimensão e regras mais complexas. Vem desde o renascimento e não para. É assustador que um teólogo que conseguia explicar o universo e a grandeza de Deus na Idade média, não consiga fazer isso agora, tendo que ser os cientistas a faze-lo.
Isto cria atritos com os cientistas a serem tão arrogantes que acham que já atingiram o pleno da ciência, negando Deus, sem nunca terem lido ou estudado assuntos religiosos e teólogos que se julgam no topo por conhecerem escrituras religiosas, nunca dedicando mais que umas horas ao estudo da ciência. Ambos falham miseravelmente.

O meu conceito de Deus como mente e ser superior (e de outras pessoas, que não abdicam da crença em Deus, nem na ciência) será sempre alargado, cada vez que o universo o seja.

Por miúdos, para mim, quanto maior e mais complicado seja o universo, maior é Deus.

Re: FÉ, Religião, Igreja, Razão, Ciência

Enviado: Qui Set 02, 2010 5:33 pm
por U-27
Um pensamento simples
Gilbert Keith Chesterton

Muitos homens retornariam à fé e moral dos velhos tempos se conseguissem alargar suas mentes o suficiente. É principalmente estreiteza mental que os mantém na rotina da negação. Mas esse alargamento é facilmente mal-entendido, porque a mente deve se alargar para perceber as coisas simples; ou mesmo as coisas auto-evidentes. Precisa-se de um esforço de imaginação para perceber os objetos óbvios contra um fundo óbvio; e especialmente os objetos grandes contra um fundo grande. Há sempre o tipo de homem que não consegue perceber nada exceto uma mancha no carpete, pois não consegue perceber o carpete. E isso tende à irritação, que ele pode exagerar e transformar numa rebelião. Então há o tipo de homem que percebe somente o carpete, talvez porque seja um carpete novo. Isso é mais humano, mas pode estar manchado de vaidade e mesmo vulgaridade. Há o homem que pode ver somente a sala acarpetada; e isso tenderá a isolá-lo demais das outras coisas, especialmente dos quartos dos empregados. Finalmente, há o homem com larga imaginação, que não consegue se sentar num cômodo acarpetado, ou mesmo no quarto de despejo, sem perceber, a todo o momento, o contorno de toda a casa contra seu fundo aborígene de terra e céu. Ele, compreendendo que o teto foi feito, desde o início, como uma proteção contra o sol ou a neve, e a porta contra o frio ou a lama, saberá melhor que o restante dos homens – e não pior –as regras internas. Ele saberá melhor que o primeiro homem que não deve haver mancha no carpete. Mas ele saberá, diferentemente do primeiro homem, porque há um carpete.

Ele considerará da mesma maneira uma nódoa ou mancha nos registros de sua tradição ou credo. Não a explicará ingenuamente; não a desprezará. Ao contrário, ele a verá de maneira muito simples; mas ele também a verá de maneira muito ampla; e contra um fundo de coisas amplas. Fará o que seus críticos nunca farão, de forma alguma; ele verá as coisas óbvias e fará as perguntas óbvias. Pois quanto mais eu leio a crítica religiosa moderna, especialmente a que se refere à minha própria religião, mais me impressiono com a acanhada concentração e a incapacidade imaginativa de considerar o problema como um todo. Li recentemente uma condenação muito moderada de práticas católicas, vinda dos EUA, onde as condenações estão longe de ser moderadas. Ela toma a forma, de maneira geral, de um enxame de questões, perguntas que eu estaria muito disposto a responder. Contudo, estou vivamente consciente das grandes questões que não foram formuladas.

E sinto, acima de tudo, este fato simples e esquecido; que se certas acusações são ou não são verdadeiras em relação aos católicos, elas são inquestionavelmente verdadeiras em relação aos demais. Nunca ocorre ao crítico fazer algo tão simples quanto comparar o que é o católico com o que é não-católico. Uma coisa que nunca parece passar pela sua mente, quando ele discute o que é a Igreja, é a simples questão do que seria do mundo sem ela.

Isto é o que eu considero ser estreito demais para perceber a casa chamada Igreja contra o fundo chamado cosmos. Por exemplo, o escritor a que me refiro entrega-se a milhares de repetições mecânicas da acusação de repetições mecânicas. Ele diz que repetimos orações e outras formas verbais sem pensar nelas. E, sem dúvida, há muitos simpatizantes dessa acusação que a repetirá sem pensar. Mas, antes que expliquemos o real ensinamento da Igreja sobre tais coisas, ou antes que citemos suas inúmeras recomendações sobre atenção e vigilância, ou que possamos expor a razão de razoáveis exceções que ela permite, há uma grande, uma simples e luminosa verdade sobre toda a situação que qualquer um pode ver, desde que ande de olhos abertos. É o fato óbvio de que TODAS as formas humanas de discurso tendem a se fossilizar em formalismos; e que a Igreja é um caso único na história, não de uma língua morta dentre línguas eternas; mas, ao contrário, como tendo preservado uma língua viva num mundo de línguas moribundas. Quando o grande clamor grego se transformou no latim da Missa, tão antigo quanto a própria cristandade, pode surpreender alguns que há muitos na igreja que realmente dizem KYRIE ELEISON e dizem-no sinceramente. De qualquer forma, dizem-no muito mais sinceramente do que um homem que começa uma carta com “Caro senhor”. “Caro” é enfaticamente uma palavra morta; naquele lugar, ela já não significa nada. É exatamente o que os protestantes chamam de ritos e formalidades papais; são feitos rapidamente, ritualmente e sem a memória do significado do rito. Quando o Sr. Jones, o pretendente, usa essa palavra ao se dirigir ao Sr. Brown, o banqueiro, ele não quer dizer que o banqueiro lhe seja querido, ou que seu coração esteja cheio de amor cristão, nem mesmo tanto quanto o coração de algum pobre e ignorante papista que assista a Missa. Mas a vida ordinária, alegre e pagã está simplesmente transbordante de tais palavras mortas e cerimônias insignificantes. Você não escapará delas escapando da Igreja e entrando no mundo. Quando o crítico em questão, ou milhares de críticos como ele, diz que exigimos apenas uma assistência material e mecânica à Missa, ele diz algo que NÃO é verdade sobre os sentimentos de um católico normal em relação aos Sacramentos Católicos. Mas ele diz algo que É verdade sobre a assistência oficial das funções oficiais ordinárias, sobre as recepções ministeriais ou na Corte, e sobre três quartos dos encontros sociais e das visitas de cortesia que ocorrem na cidade. Esse enfraquecimento da ação social repetida pode ser uma coisa inofensiva; pode ser uma coisa melancólica; pode ser a marca da Queda do Homem; pode ser qualquer coisa que o crítico escolha pensar. Mas aqueles que fazem, centenas e centenas de vezes, a acusação especial e concentrada contra a Igreja, são homens cegos para a totalidade do mundo humano em que vivem e são incapazes de ver qualquer coisa, exceto a coisa que caluniam.

Há, nessa área, inúmeros outros casos dessa inconsciência estranha e sinistra. O escritor reclama que padres são levados cegamente à vocação e não entendem as responsabilidades nela envolvidas. Isso também já ouvimos antes. Mas raramente a ouvimos de forma tão extraordinária quanto em sua afirmação de que um homem se compromete com o sacerdócio quando ainda é “uma criança”. Ele parece nutrir idéias estranhas e elásticas quanto à duração da infância. Como observou o Sr. Michael Williams, em sua ponderada e esclarecedora coleção de ensaios, “Catolicismo e Mente Moderna”, isso é brincar com uma matéria de fato, desde que um padre tem no mínimo 24 anos quando toma votos. Mas, aqui e de novo, sou assombrado pela imensa, nua, e mesmo assim, desprezada comparação entre a Igreja e tudo o mais fora dela. Muitos críticos do catolicismo declaram-no destrutivo ao patriotismo; e esse crítico diz algo sobre as desvantagens da Igreja estar meramente “ligada a uma diocese italiana.” Bem, eu mesmo fui sempre defensor do culto ao patriotismo; e nada que eu diga aqui tem alguma ligação com o que é normalmente chamado de pacifismo. Penso que nossos amigos e irmãos empreenderam, dez anos atrás, uma guerra justa contra o duro paganismo do norte; penso que o prussianismo que eles venceram era o orgulho congelado do inferno; e aqueles que morreram estão, talvez melhor que nós que vivemos para ver quão má a Paz pode ser.

Mas, e quando falamos sobre a Igreja envolver jovens com votos? O que devemos dizer àqueles que contrapõem patriotismo ou cidadania pagão à Igreja nessa questão? Eles convocam, usando de violência, garotos de 18 anos, eles aplaudem voluntários de 16 anos que dizem ter 18, lançam milhares deles num enorme forno ou câmara de tortura, do qual sua imaginação nada consegue conceber e do qual sua honra os proíbe de escapar; eles os mantêm nesses horrores ano após ano sem qualquer esperança de qualquer vitória; e os matam como moscas, aos milhões antes que comecem a viver. Isso é o que o Estado faz; isso é o que o Mundo faz; isso é o que faz a sociedade protestante, prática, razoável e secular. Depois disso, eles têm a impressionante imprudência de reclamar de nós porque, ao tratar com uma minoria de especialistas, permitimos a um homem finalmente escolher uma vida de caridade e paz, não somente muito depois que ele tenha passados dos 21 anos de idade, mas quando ele esteja já bem próximo dos 30, e depois que tenha tido aproximadamente 10 anos para pensar se ele quer isso ou não.

Em resumo, o que sinto falta em tudo isso é a coisa óbvia: a comparação da Igreja com o mundo fora dela, ou a ela oposto, ou o mundo oferecido como o substituto da Igreja. E o fato é que o mundo fará tudo o que sempre acusou a Igreja de fazer, e fá-lo-á de uma maneira muito pior, e em muito maior escala, e (o que é o pior e mais importante) sem qualquer padrão de retorno à sanidade ou qualquer motivo para um movimento de arrependimento. Os abusos católicos podem ser “reformados”, porque há a admissão de uma forma. Os pecados católicos podem ser expiados, porque há um teste e um princípio de expiação. Mas onde mais, no mundo de hoje, há um tal teste ou padrão; ou algo exceto um temperamento em permanente mudança, que faz do patriotismo uma moda, dez anos atrás, e do pacifismo uma moda, dez anos depois?

O perigo hoje é que os homens não tenham alargado suficientemente suas mentes para entender as coisas óbvias; e esta é uma delas. É que os homens acusam a tradição de Roma de ser meio-pagã e então se refugiam num completo paganismo. É que os homens reclamam porque os cristãos se infectaram de paganismo; e então fogem da praga e se refugiam na pestilência. Não há um único desses defeitos alegados contra a instituição católica que não seja ainda mais flagrante e mesmo gritante em todas as outras instituições. E é para essas outras instituições, o Estado, a Escola, a máquina moderna de cobrança de impostos e policiamento, que essas pessoas realmente se voltam à procura de socorro contra a superstição de seus pais. Esta é a contradição; esta é a colisão destruidora; este é o desastre intelectual inevitável no qual eles já se envolveram; e temos apenas de esperar tão pacientemente quanto pudermos para ver quanto tempo eles ainda levarão para perceberem o que aconteceu.

Leiam, do livro "A Coisa": Por que sou católico, A Revolta contra as Idéias, A lógica e o tênis.
Postado por Antonio Emilio Angueth de Araujo em http://angueth. blogspot. com/2009/ 10/um-pensamento -simples. html


uma coisa que peço a todos que leiam.

Re: FÉ, Religião, Igreja, Razão, Ciência

Enviado: Qui Set 02, 2010 9:03 pm
por tflash
Algumas considerações sobre o texto, nas partes que ataca os protestantes.

Em Portugal, tal como no Brasil, o catolicismo é uma religião dominante. Isso fez com que a ida à Igreja, fosse um evento social. Fora disso, as pessoas, especialmente as ligadas ao mundo politico e dos negócios, tinham regras completamente diferentes (ou falta delas) Agora a sociedade está a mudar e muita gente perde as máscaras. Já não é socialmente necessário estar presente na Igreja, no domingo de manhã.

Ora o mesmo se passa nos países, onde as denominações protestantes são a maioria, portanto, Essas acusações só fazem sentido ao que eu chamo, o religioso nominal, que existe também muito no catolicismo, neste caso são os católicos não praticantes. Como se isso pudesse existir. Nesse caso eu serei um futebolista não praticante, ou piloto de combate não praticante ou melhor, milionário não praticante.

O texto peca exactamente por aí, ao fazer uma comparação desequilibrada. As sociedades protestantes como os Estados Unidos e o norte da Europa tem poucas pessoas que praticam a religião dominante em pleno.

Pergunto eu, A Espanha de Franco ou o Chile de Pinochet, para não falar da Itália de Franco não eram esmagadoramente católicos e não fizeram o mesmo que o autor acusa os países protestantes.

Uma coisa que a maioria das denominações protestantes defendem é o patriotismo, daí até eram bem vistos em Portugal, pela ditadura de Salazar, com programas na emissora nacional e tudo e só perderam algum prestigio com a infiltração de agentes da CIA que se declaravam missionários.

A palavra de ordem nessa altura, era não se meter em política e obedecer às autoridades do estado.

Em relação ao tradicionalismo, existe em qualquer denominação e agrava-se com o aumento da idade destas.

Re: FÉ, Religião, Igreja, Razão, Ciência

Enviado: Sex Set 03, 2010 12:18 pm
por cabeça de martelo
Se alguém estiver interessado em "exoterismos" leiam este livro, "O 12º Planeta" / Zecharia Sitchin:

:arrow: http://www.easy-share.com/1908615010/In ... laneta.rar

É digamos uma possivel explicação para os nossos "deuses" (para quem acredita neste tipo de coisas). Posso dizer-vos que desde que um amigo leu este livro já deve ter lido uns 5 ou 6 livros deste autor.

Também há videos no youtube do autor do livro.



U-27 tem calma com os pagãos, ok?!