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Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

Enviado: Qua Fev 19, 2014 10:53 am
por denilson
FCarvalho escreveu:Isso parece, como de costume, aqueles típicos acertos de contas fronteiriços entre "colegas" de lados diferentes que não tem muito, e nem mais, o que dizer.

De um lado o tráfico reinante no lado paraguaio, que manda e desmanda até mesmo nas autoridades policiais, econômicas e políticas, e do nosso, aquele marasmo de sempre para não parecermos "imperialistas tupiniquins"... :roll:

É a mesma coisa de sempre em todas as fronteiras brasileiras com áreas urbanas divididas com nossos vizinhos, de norte a sul do país.

Não é o primeiro, e infelizmente, não será o último caso de uma lista já bastante longa e conhecida das autoridades policiais e jurídicas brasileiras. Mas que no final das contas, ninguém quer saber.

abs.
Nos dois casos os policiais foram mortos do lado de la da fronteira e fora de serviço (é o que me pareceu) eles estavam la só passeando???? [005] não tem muito santo em região de fronteira...
Abraço

Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

Enviado: Qua Fev 19, 2014 11:02 am
por FCarvalho
Nas fronteiras brasileiras, Denilson, nem o Papa Fco seria considerado santo. :roll:
E nem há espaço para santidade. De nenhum tipo.

abs.

Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

Enviado: Sáb Nov 15, 2014 12:30 pm
por Marino
Jornal Dia Dia-MS             

Paraguai quer que Brasil devolva canhão de guerra de 1867
O início da Guerra do Paraguai (1864-1870) completou 150 anos nesta quinta-feira e, apesar de ter recuperado boa parte do espólio do conflito, o país ainda luta para ter de volta o canhão de Cristiano, considerado um espinho cravado no coração dos paraguaios.

A peça de bronze de 10 toneladas, que está no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, e que o governo federal não quer devolver ao país vizinho, é uma das centenas de troféus confiscados por Brasil, Argentina e Uruguai, que integraram a chamada Tríplice Aliança que venceu o conflito iniciado em 13 de novembro de 1864.

O canhão, batizado por causa dos sinos das igrejas que foram utilizados como material para sua fundição, finalizada em 1867, foi fabricado após uma campanha do governo paraguaio para atender às necessidades bélicas do país. Com a tomada da Fortaleza de Humaitá, o canhão caiu nas mãos do exército brasileiro, que durante a guerra também tomou controle do arquivo nacional do Paraguai.

No entanto, o arquivo, composto de cerca de 50 mil documentos datados desde o período colonial paraguaio, foi devolvido na década de 80. "Talvez para o Brasil (o canhão) simbolize o sacrifício de seus soldados. Pareceu que a entrega seria feita durante o governo Lula, mas acabou não ocorrendo", disse à Agência Efe o historiador Eduardo Nakayama.

Nakayama lembrou que o Brasil foi o último dos participantes da guerra a devolver todo o espólio do conflito e perdoar a dívida imposta pelos vencedores. "Em 1885, o presidente do Uruguai, general Máximo Santos, devolveu uma série de troféus de guerra, canhões, bandeiras e móveis.

Foi o primeiro país a perdoar também a dívida de guerra", explicou. A Argentina levou tempo para seguir o exemplo uruguaio. Só em 1942 o então presidente Ramón Castillo resolveu esquecer os débitos paraguaios. Já em 1954, o general Juan Domingo Perón ordenou a devolução dos espólios de guerra.

Mas só em junho deste ano a atual presidente, Cristina Kirchner, entregou alguns móveis que tinham sido expropriados durante a disputa. O governo brasileiro perdoou a dívida paraguaia em 1943, por ordem do presidente Getúlio Vargas, mas só devolveu os arquivos, conhecidos como a "coleção Rio Branco", em 1981.

Os documentos são considerados de valor incalculável por conterem grande parte da história do Rio da Prata e seguem cercados de polêmica. Acredita-se que o exército brasileiro se apoderou de grande parte do arquivo em agosto de 1869, após a Batalha de Piribebuy. A outra parte teria sido encontrada em Assunção, durante o grande saque ocorrido na capital do país a partir de janeiro de 1869. "Não se deixou pedra sobre pedra. O comando brasileiro não pôde conter suas tropas, que desenterraram até os caixões do cemitério de Recoleta", explicou Nakayama.

Outra das dúvidas em torno dos arquivos é se o Brasil os devolveu na totalidade. Existem suspeitas no Paraguai de que o governo ficou com documentos comprometedores sobre sua atuação na guerra, que matou quase a metade da população paraguaia. "O Brasil não reconhece que tem essa parte do arquivo, mas, por declarações de alguns funcionários, acredita-se que eles estão em poder do país", destacou Nakayama.

Em março de 2013, o então presidente do Paraguai, Federico Franco, reivindicou esses hipotéticos documentos, que no Paraguai passaram a ser chamados de "arquivo secreto" da Tríplice Aliança.

Em seu discurso no Dia dos Heróis, o ex-chefe do Executivo paraguaio pediu também a devolução do canhão Cristiano. Sem minimizar a importância de uma possível restituição do objeto simbólico, Nakayama destacou que nada poderá ressarcir o Paraguai das perdas do conflito. "A guerra foi devastadora para o Paraguai em todas as ordens. O país perdeu milhares de quilômetros de território e muitas vidas", afirmou.

Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

Enviado: Sáb Nov 15, 2014 1:20 pm
por Clermont
(...) Nakayama destacou que nada poderá ressarcir o Paraguai das perdas do conflito. "A guerra foi devastadora para o Paraguai em todas as ordens. O país perdeu milhares de quilômetros de território e muitas vidas", afirmou.
Sem dúvida. O Paraguai perdeu muito. Mas, o que cidadão parece ter esquecido é de lembrar, DE QUEM FOI A CULPA. Quem deu início à guerra, e quem preferiu sacrificar o país inteiro antes de tomar o caminho mais fácil de se render; ou se asilar na Europa ou então mesmo de dar um tiro na cabeça. Isso, esses adoráveis paraguaios dos dias atuais parecem não ter a mínima vontade de lembrar.

Sinceramente? Se existisse uma honesta avaliação das culpas da guerra e o reconhecimento dos crimes cometidos por Solano Lopez, da mesma forma como os alemães - de um modo geral - reconhecem os crimes de Hitler, eu até seria favoráve a devolução do bendito canhão. Mas enquanto as massas paraguaias insistirem em se colocarem como vítimas dos "cruéis e imperialistas brasileiros à mando de Londres" e continuarem idolatrando o criminoso insano Lopez, a única coisa que o Brasil pode oferecer ao Paraguai é o famoso "canhão-pênis" sob comando do general de artilharia Kid Bengala... :twisted:

Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

Enviado: Sáb Nov 15, 2014 1:51 pm
por Marino
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Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

Enviado: Seg Nov 17, 2014 1:54 pm
por rodrigo
Eles já levaram uma coisa muito melhor: muita grana que o governo petista entregou, no super reajuste das tarifas pagas pela energia excedente de Itaipu.

Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

Enviado: Seg Nov 17, 2014 7:39 pm
por Viktor Reznov
Marino escreveu:Jornal Dia Dia-MS             

Paraguai quer que Brasil devolva canhão de guerra de 1867
O início da Guerra do Paraguai (1864-1870) completou 150 anos nesta quinta-feira e, apesar de ter recuperado boa parte do espólio do conflito, o país ainda luta para ter de volta o canhão de Cristiano, considerado um espinho cravado no coração dos paraguaios.

A peça de bronze de 10 toneladas, que está no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, e que o governo federal não quer devolver ao país vizinho, é uma das centenas de troféus confiscados por Brasil, Argentina e Uruguai, que integraram a chamada Tríplice Aliança que venceu o conflito iniciado em 13 de novembro de 1864.

O canhão, batizado por causa dos sinos das igrejas que foram utilizados como material para sua fundição, finalizada em 1867, foi fabricado após uma campanha do governo paraguaio para atender às necessidades bélicas do país. Com a tomada da Fortaleza de Humaitá, o canhão caiu nas mãos do exército brasileiro, que durante a guerra também tomou controle do arquivo nacional do Paraguai.

No entanto, o arquivo, composto de cerca de 50 mil documentos datados desde o período colonial paraguaio, foi devolvido na década de 80. "Talvez para o Brasil (o canhão) simbolize o sacrifício de seus soldados. Pareceu que a entrega seria feita durante o governo Lula, mas acabou não ocorrendo", disse à Agência Efe o historiador Eduardo Nakayama.

Nakayama lembrou que o Brasil foi o último dos participantes da guerra a devolver todo o espólio do conflito e perdoar a dívida imposta pelos vencedores. "Em 1885, o presidente do Uruguai, general Máximo Santos, devolveu uma série de troféus de guerra, canhões, bandeiras e móveis.

Foi o primeiro país a perdoar também a dívida de guerra", explicou. A Argentina levou tempo para seguir o exemplo uruguaio. Só em 1942 o então presidente Ramón Castillo resolveu esquecer os débitos paraguaios. Já em 1954, o general Juan Domingo Perón ordenou a devolução dos espólios de guerra.

Mas só em junho deste ano a atual presidente, Cristina Kirchner, entregou alguns móveis que tinham sido expropriados durante a disputa. O governo brasileiro perdoou a dívida paraguaia em 1943, por ordem do presidente Getúlio Vargas, mas só devolveu os arquivos, conhecidos como a "coleção Rio Branco", em 1981.

Os documentos são considerados de valor incalculável por conterem grande parte da história do Rio da Prata e seguem cercados de polêmica. Acredita-se que o exército brasileiro se apoderou de grande parte do arquivo em agosto de 1869, após a Batalha de Piribebuy. A outra parte teria sido encontrada em Assunção, durante o grande saque ocorrido na capital do país a partir de janeiro de 1869. "Não se deixou pedra sobre pedra. O comando brasileiro não pôde conter suas tropas, que desenterraram até os caixões do cemitério de Recoleta", explicou Nakayama.

Outra das dúvidas em torno dos arquivos é se o Brasil os devolveu na totalidade. Existem suspeitas no Paraguai de que o governo ficou com documentos comprometedores sobre sua atuação na guerra, que matou quase a metade da população paraguaia. "O Brasil não reconhece que tem essa parte do arquivo, mas, por declarações de alguns funcionários, acredita-se que eles estão em poder do país", destacou Nakayama.

Em março de 2013, o então presidente do Paraguai, Federico Franco, reivindicou esses hipotéticos documentos, que no Paraguai passaram a ser chamados de "arquivo secreto" da Tríplice Aliança.

Em seu discurso no Dia dos Heróis, o ex-chefe do Executivo paraguaio pediu também a devolução do canhão Cristiano. Sem minimizar a importância de uma possível restituição do objeto simbólico, Nakayama destacou que nada poderá ressarcir o Paraguai das perdas do conflito. "A guerra foi devastadora para o Paraguai em todas as ordens. O país perdeu milhares de quilômetros de território e muitas vidas", afirmou.
Devíamos mandar pra eles um saco com pintos de borracha. Desse modelo aqui:

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Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

Enviado: Ter Dez 02, 2014 3:17 pm
por Clermont
CENTO E CINQÜENTA ANOS DEPOIS, GUERRA AINDA É FERIDA ABERTA NO PARAGUAI.

TERMINADO O CONFLITO, A LEMBRANÇA QUE OS PARAGUAIOS, TRAUMATIZADOS, GUARDARAM DE SOLANO LÓPEZ FOI A DO DÉSPOTA QUE ARRASTOU O PAÍS PARA UMA GUERRA CATASTRÓFICA. A IMAGEM OPOSTO SERIA IDEALIZADA MAIS TARDE, PELOS DITADORES QUE SE SUCEDERAM EM ASSUNÇÃO AO LONGO DO SÉCULO XX.

Forças Terrestres/Blog do Montedo.com - 2 de dezembro de 2014.

Para os paraguaios, não existe herói maior do que Francisco Solano López, o ditador que há exatos 150 anos invadiu o Brasil e deflagrou a Guerra do Paraguai (1864–1870).

As deferências se espalham pelo país. Solano López dá nome a cidade, rodovia, ruas, praças, hospitais, colégios. A principal via de Assunção é a Avenida Mariscal López (mariscal é o termo em espanhol para marechal). As homenagens vão de academia de tae-kwon-do a parque de diversões, de shopping center a time de futebol.

O rosto do ditador aparece na moeda de mil guaranis. Faz sucesso entre os adolescentes uma camiseta que, numa licença histórica, retrata o mariscal e Che Guevara lado a lado.

— Solano López se transformou numa religião cívica — resume Herib Caballero Campos, historiador da Universidade Nacional de Assunção e autor do livro El País Ocupado (sem edição em português).

É um culto contraditório. A herança de Solano López foram a derrota e a humilhação. O país ficou em ruínas, e pedaços do território foram perdidos para os países vencedores. Estima-se que 75% da população paraguaia tenha morrido nos cinco anos do conflito, seja no front, seja por fome e doenças. A Guerra do Paraguai é o mais sangrento conflito já visto na América Latina.

Crianças e anciãos.

A guerra derivou das tensões diplomáticas na região do Rio da Prata. O Paraguai cultivava estreitas relações com o Uruguai, pois o comércio exterior dependia do porto de Montevidéu, mas mantinha um pé atrás em relação ao Brasil e à Argentina, vistos como expansionistas.

O frágil equilíbrio se rompe em outubro de 1864, quando o Brasil invade o Uruguai para intervir numa guerra civil local. O Paraguai protesta, temendo perder o aliado. Como Dom Pedro II ignora as reclamações, o mariscal toma duas medidas radicais. Em novembro, confisca o navio brasileiro Marquês de Olinda, que navegava pelo Rio Paraguai, na altura de Assunção, rumo a Cuiabá. Em dezembro, manda suas tropas atacarem a província de Mato Grosso. A guerra está declarada.

No Uruguai, a guerra civil termina com a queda do governo pró-Paraguai. A Argentina se vê envolvida no jogo em abril de 1865, após tropas paraguaias invadirem a província de Corrientes. Em maio, o Brasil, a Argentina e o Uruguai formam a Tríplice Aliança, com o intuito de derrubar Solano López. No Paraguai, o conflito é chamado de Guerra da Tríplice Aliança.

O mariscal chega a obter vitórias no início, mas logo passa a colecionar derrotas. No final, ele se vê obrigado a convocar até crianças e anciãos às armas.

Documentos guardados no Arquivo do Senado mostram que os senadores do Império descreviam Solano López como “tirano” e o comparavam a Napoleão, o imperador francês que tentou dominar a Europa. Numa sessão em 1868, um senador leu um documento em que o paraguaio aparecia como “marechal López”. Houve risos. Os senadores sabiam que ele fora alçado por decreto ao degrau mais alto da hierarquia militar. Preferiam chamá-lo de general.

Em janeiro de 1869, as tropas brasileiras ocupam Assunção. Em março de 1870, Solano López é descoberto nas montanhas do norte do país e morto na Batalha de Cerro Corá.

Terminado o conflito, a lembrança que os paraguaios, traumatizados, guardaram de Solano López foi a do déspota que arrastou o país para uma guerra catastrófica. A imagem oposta seria idealizada mais tarde, pelos ditadores que se sucederam em Assunção ao longo do século XX. O mariscal passou a ser incensado como um bravo líder que lutou por anos para defender os compatriotas e no final deu a vida em sacrifício.

— Era a ditadura moderna buscando se legitimar por meio da ditadura do passado. O ditador do momento se apresentava como a continuidade da luta de Solano López pela soberania do Paraguai — explica Thomas Whigham, historiador da Universidade da Geórgia (EUA) e autor de La Guerra de la Triple Alianza (sem edição em português).

Em 1936, a ditadura do coronel Rafael Franco inaugurou o Panteão Nacional dos Heróis e nele abrigou os restos mortais do mariscal. Em 1978, o general Alfredo Stroessner patrocinou as filmagens do épico Cerro Corá, que cristaliza a imagem de mártir. O cartaz promocional anuncia “uma história de amor, coragem e sacrifício”. O filme é exibido até hoje na TV.

A mesma visão romantizada chegou ao Brasil e à Argentina nos anos 1960. Argumentava-se que a guerra fora tramada por Londres, que supostamente não estava gostando de ver o Paraguai se industrializar sem depender das manufaturas inglesas. A Tríplice Aliança teria sido usada como marionete da Inglaterra. A versão foi ensinada nas salas de aula brasileiras e argentinas até os anos 1990, quando os historiadores enfim se deram conta da ficção. Primeiro, o Paraguai não tinha indústria relevante. Depois, se a Inglaterra queria transformar o país em mercado consumidor, não fazia sentido incitar uma guerra que dizimaria a população. Por fim, as relações diplomáticas entre o Brasil e a Inglaterra estavam rompidas quando a guerra estourou, por causa da Questão Christie.

Hoje se entende que essa interpretação era uma forma sutil de atacar as ditaduras que, apoiadas pelos Estados Unidos, governaram o Brasil e a Argentina nos anos 1960 e 1970. Por um lado, atingia-se o imperialismo — o inglês e o americano. Por outro, criticavam-se os militares — tanto os que destroçaram o Paraguai quanto os que haviam tomado o poder em Brasília e Buenos Aires.

O Paraguai se tornou um país democrático em 1989, com a queda de Stroessner. No entanto, o culto a Solano López permanece. Uma explicação é o fato de os horrores do conflito estarem até hoje presentes na memória coletiva, como uma ferida não cicatrizada. A existência de um herói, ainda que irreal, serve de alento. Outra explicação é o fato de não ter havido liberdade acadêmica durante os 35 anos da ditadura Stroessner. Professores e pesquisadores que questionaram a versão oficial da história chegaram a ser presos e exilados.

Dia de Luto Nacional.

Os alunos paraguaios sabem de cor o nome das batalhas. É provável que conheçam mais que os brasileiros o conde d’Eu — o marido da princesa Isabel foi comandante das tropas do Império. Entre as datas oficiais, estão o Dia dos Heróis Nacionais, 1º de março, quando Solano López foi morto, e o Dia das Crianças, 16 de agosto, quando centenas de meninos soldados morreram na Batalha de Acosta Ñu.

Em julho, um grupo de deputados apresentou um projeto de lei que, sendo aprovado, agregará mais uma data cívica ao calendário: o Dia de Luto Nacional pelo Genocídio do Povo Paraguaio, em 12 de agosto, quando se travou a Batalha de Peribebuy.

O ponto mais conhecido da batalha é o incêndio de um hospital que resultou na morte dos que estavam internados. Na versão paraguaia, o conde d’Eu ordenou o atentado. Para historiadores brasileiros, as chamas foram provocadas pelas faíscas das armas e se espalharam pelas paredes de madeira do hospital.

— Os paraguaios gostam de refletir sobre o passado. O mariscal López e a Guerra da Tríplice Aliança são temas onipresentes — afirma o deputado Ricardo González, um dos autores.

Na avaliação do historiador Ricardo Salles, autor de Guerra do Paraguai — Escravidão e cidadania na formação do Exército (Paz e Terra), a população paraguaia foi, sim, aniquilada, mas não se pode falar em genocídio:

— Ainda que tenham ocorrido degolas, fuzilamentos e outras barbaridades, o Brasil não atacou o Paraguai com o objetivo de exterminar a população. Foi uma guerra. E as mortes não podem ser creditadas integralmente ao Brasil. No final, Solano López recrutava qualquer um que tivesse entre 12 e 60 anos. Pessoas morreram de fome porque soldados dos dois lados confiscaram o gado e a colheita.

O historiador Francisco Doratioto, autor de Maldita Guerra — Nova história da Guerra do Paraguai (Companhia das Letras), diz que é absurdo ver Solano López como herói:

— Ele sacrificou um país inteiro inutilmente. O herói foi o povo paraguaio, que acreditou na história de que a independência do país era ameaçada pelo Brasil e pela Argentina. O paraguaio atendeu a convocação para pegar em armas e lutou bravamente, mas pagou um preço alto demais.

Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

Enviado: Ter Dez 02, 2014 4:24 pm
por suntsé
Gosto dos textos postados pelo Clermont, ele faz questão de formatar os textos direitinho, fica muito agradável de ler. :D

Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

Enviado: Ter Dez 02, 2014 5:11 pm
por J.Ricardo
Os paraguaios deveriam sim focar a vitória na Guerra do Chaco e não ficar chorando as pitangas sobre a derrotas na Guerra do Paraguai.

Seu grande herói deveria ser o marechal Estigarribia ou o presidente Ayala e não o fanfarrão do Lopes! Aliás o presidente Ayala, vitorioso na Guerra do Chaco foi deposto em um golpe militar e ambos foram exilados na Argentina. Estigarribia ainda voltou para o Paraguai e governou o pais durante aproximadamente 01 e morreu em um acidente aéreo...

Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

Enviado: Sáb Dez 13, 2014 1:53 pm
por Lirolfuti
'Não o vejo como herói', diz tataraneta de cabo que matou Solano López
Feito de Chico Diabo, como era conhecido, pôs fim à Guerra do Paraguai.
Herói ou vilão, personagem da história deixou descendentes em Bagé.

Na história brasileira, ele é tratado como herói. Em território paraguaio, no entanto, é vilão e assassino. São visões distintas sobre o cabo José Francisco Lacerda, responsável pela morte do ditador Solano López, em 1870, durante a Batalha de Cerro Corá, na Guerra do Paraguai. Chico Diabo, como era conhecido, avançou sobre os inimigos e desferiu um golpe fulminante de lança de Solano, encerrando o conflito, que completa 150 anos.

José Francisco Lacerda nasceu em Camaquã, em 1848. Ganhou o apelido de “diabinho” da própria mãe quando ainda era adolescente. Aos 15 anos, teve de se mudar com os pais para Bagé, na Região da Campanha. Dois anos depois foi convidado pelo coronel Joca Tavares para integrar o contingente dos “Voluntários da Pátria” que lutariam na Guerra do Paraguai. Assim começou a história mais conhecida de Chico Diabo que, cinco anos mais tarde, já promovido a cabo, foi o responsável por perseguir e matar Solano López, em março de 1870. Depois do golpe fatal de lança, o soldado João Soares acertou um tiro no ditador. Segundo relatos históricos, a última frase de Solano teria sido: “Morro pela minha pátria, com a espada na mão”.

Chico Diabo ficou com uma faca de ouro e prata de Solano López. Por coincidência, a arma tinha as mesmas iniciais do seu nome: FL. Como recompensa, recebeu cabeças de gado e teve seu nome popularizado com a quadrinha “o cabo Chico Diabo, do diabo Chico deu cabo”. Casou-se com uma prima, teve filhos e deixou descendentes em Bagé. “A lembrança que tenho é o que está escrito na história, o que a gente cresceu ouvindo, né? Dizem que ele atravessou com o cavalo no meio dos inimigos para matar o Solano”, conta ao G1 a tataraneta Carmen Lacerda Vargas.

“A história é muito interessante. São as nossas raízes. O que a gente sabe, porque nos contaram, era que o Solano era um ditador, um guerrilheiro paraguaio que invadia fazendas, matava crianças, mulheres, pegava os inimigos em emboscadas. Que ele era muito violento e difícil de ser encontrado. Aí em uma certa oportunidade na Guerra do Paraguai, o Chico o encontrou e o matou com um golpe de lança”, diz outro tataraneto Carlos Lacerda Mendes.

Mesmo sendo tratado como símbolo da Guerra do Paraguai, os próprios parentes têm dúvidas em relação às consequências do fato. “Não vejo ele como herói. Pela história sabemos que davam recompensa para quem capturasse Solano. Então, não acho que ele tenha sido um herói. Acho que ele queria o dinheiro, na verdade. Mas também não acho que ele tenha sido o vilão da história. Eram coisas da época”, reflete Carmen.

Chico faleceu em 1893 no Uruguai. Anos depois seus restos mortais foram recolhidos pela família no país vizinho e novamente enterrados no Cemitério da Guarda, em Bagé. O jazigo recebe cuidados até hoje e representa uma grande atração turística do município. A história da lança usada para matar Solano López está exposta no Museu Nacional, no Rio de Janeiro.
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-su ... lopez.html

Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

Enviado: Sáb Dez 13, 2014 1:55 pm
por Lirolfuti
Após 150 anos, estopim da Guerra do Paraguai ainda gera controvérsia
Historiadores divergem sobre a verdadeira razão para o início do conflito.
Mas há consenso em dizer que ditador paraguaio errou ao declarar guerra.

Já se passaram 150 anos do início da Guerra do Paraguai (1864-1870) e ainda há controvérsia entre historiadores sobre os motivos que levaram o ditador paraguaio Francisco Solano López a dar início ao maior conflito armado da América Latina. O Paraguai lutou contra a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) e acabou derrotado. Até hoje o país não se recuperou plenamente das consequências da guerra.

Alguns especialistas entendem que o conflito era parte da política expansionista de Solano López, outros afirmam que foi uma reação "desproporcional" do ditador à invasão do Uruguai pelo Império brasileiro. Solano López declarou guerra ao Brasil em 13 de dezembro de 1864 e, em seguida, invadiu a região que hoje corresponde a Mato Grosso do Sul. No mesmo ano, o Brasil havia invadido o Uruguai e destituído o presidente.

Para o cientista social e doutor em história das relações internacionais Francisco Doratioto, Solano López tinha um plano: ele teria declarado a guerra em busca de novos territórios e de uma saída para o mar através do domínio do Rio Prata – libertando-se, assim, das tarifas alfandegárias cobradas pelo porto de Buenos Aires.

Autor do livro "Maldita Guerra", Doratioto afirma que, na época, havia litígio de territórios no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso do Sul. "López usou a invasão ao Uruguai como desculpa, pois já havia mobilizado forças na fronteira mesmo antes disso acontecer e sem nenhum risco de ameaça", afirma.

Estudioso autodidata do conflito, o brasileiro Júlio José Chiavenato vê em Solano López apenas uma atitude de defesa dos interesses paraguaios, após o Brasil invadir o Uruguai sob alegação de que brasileiros estavam sofrendo ataques em meio à guerra civil que acontecia no país. Para Chiavenato, López entendeu como um ato de guerra a invasão ao país com o qual tinha acordos de defesa mútua. Autor do livro "Genocídio americano: a guerra do Paraguai", publicado em 1979, Chiavenato entende que Solano López se sentiu ameaçado por pensar que seria o próximo alvo do Império brasileiro. O ditador, porém, não acreditava que a guerra se estenderia por tanto tempo e que se trataria depois de uma atitude suicida iniciar o conflito, afirma o escritor.

"A intervenção brasileira no Uruguai era uma coisa que vinha sendo preparada há muito tempo. A reação do Paraguai foi desproporcional, pois não tinha diplomatas com traquejo para negociar a situação. López teve uma reação passional: quando se viu ameaçado, reagiu de forma patriótica”, diz Chiavenato. Apesar disso, ele acredita que o Brasil queria a guerra. "López só a antecipou."

Em um ponto, porém, há consenso entre os historiadores: Solano López errou ao iniciar uma guerra que matou boa parte da população de seu país e provocou consequências econômicas, sociais e políticas que o Paraguai não conseguiu superar até hoje.
'Culpa do Brasil'
O historiador Ricardo Henrique Salles, autor do livro "Guerra do Paraguai: escravidão e cidadania na formação do Exército", enxerga no Brasil a culpa pelo conflito. "O Paraguai avisou que, se o Brasil invadisse o Uruguai, declararia guerra. López só declarou guerra porque achou a invasão uma ameaça fatal a ele."

Segundo Salles, a História oficial brasileira trata a invasão ao Uruguai e a Guerra do Paraguai como conflitos diferentes quando, na verdade, trata-se de um só. A invasão ao Uruguai foi um "ato agressivo" do Império brasileiro que desencadeou a guerra, afirma.

"A ação do Brasil no Uruguai foi sem provocação alguma, foi uma invasão mesmo, usando pretextos fúteis do assassinato de brasileiros no país quando, na verdade, o governo brasileiro comprou a briga de estancieiros gaúchos que tinham interesse em terras", defende.
Apoio na Argentina
Segundo o historiador, não havia evidências de que, depois do Uruguai, o próximo país a ser invadido seria o Paraguai. Além disso, Solano López teria apostado que enfraqueceria o Brasil e que teria o apoio de grupos na Argentina – superestimando suas forças e subestimando as forças do Império. "A estratégia dele deu errado, ele fez uma guerra errada. Já o Brasil achou que a guerra seria um passeio e que, com o que tinha na época em efetivos militares, daria conta, o que não ocorreu", diz Salles.

Ele diz que a guerra se estendeu mais que o esperado para ambos os lados devido ao "terreno inóspito muito desfavorável e desconhecido" em que foi travada, na fronteira pantanosa, e também "à bravura do soldado paraguaio, que via a guerra como uma agressão à sua terra".
População paraguaia e mortes
Outro ponto controverso que envolve a Guerra do Paraguai é a situação do país na época que começou o conflito.

Com base em dados demográficos, Júlio José Chiavenato diz que é possível apontar a população paraguaia em "mais ou menos 800 mil pessoas", e que "a guerra provocou uma matança absurda" deixando o Paraguai em uma situação "que até hoje não se recuperou". Segundo ele, morreu na guerra cerca de 90% da sua população masculina maior de 20 anos.

"Esta guerra foi uma coisa tão indecente e vergonhosa que só durante o conflito que se soube que, no pacto da Tríplice Aliança, havia uma cláusula que previa que ela só terminaria com a morte de López e a troca de poder no Paraguai, não se poderia assinar armistício", afirma o escritor, acrescentando que o conflito produziu um trauma no continente. "Todos estes números são polêmicos. As informações que eu tenho é que o Paraguai tinha cerca de 400 mil pessoas e que sobraram 180 mil a 200 mil no fim da guerra. Mais de dois terços da população masculina", aponta o professor Doratioto.

Já para Salles, que leciona história na UniRio, os números sobre a população paraguaia na época eram de 300 mil a 700 mil. "Ninguém consegue chegar a um número preciso". Ele discorda de Chiavenato quanto à "matança" provocada pela guerra e afirma que 80% dos mortos – cerca de 300 mil pessoas – foram vítimas de fatores indiretos, como fome e doenças.

Negros e escravos
Outra polêmica do conflito foi o fato de o Brasil ter enviado escravos como soldados. "A maioria dos soldados era negra, mulata, mestiça, mas o Exército não aceitava escravos. Há uma confusão entre a população negra que era livre e a população que era escrava. Cerca de 10% da tropa era de escravos, que foram libertos para lutar. Isso pegou mal para o Brasil na ordem moral e social, um país escravagista ter que recorrer a escravos para se defender", afirma Salles.

Já para Chiavenato, que teve acesso à documentação do conflito, apesar de não haver números oficiais, a maior parte da tropa brasileira era, sim, de escravos. "Eles eram enviados para irem no lugar de brancos de classe média que eram convocados. O Brasil não tinha Exército na época, era uma Guarda Nacional, mas que só existia no papel, com cerca de 23 mil homens que não tinham nem farda”, diz. Já do lado paraguaio, Chiavenato vê o patriotismo como fator preponderante na luta: “Foi uma luta coesa, o povo entendeu que, se a guerra fosse perdida, seria o fim do Paraguai”, diz.

Salles e Doratioto também dizem acreditar nisso: “O paraguaio lutou bravamente. O povo viu a guerra como uma ameaça e uma agressão à sua terra. Claro que, por ser uma ditadura, o governo de López tinha poder coercitivo. Mas isso não explica o povo paraguaio lutar como lutou”, afirma Salles.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/ ... ersia.html

Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

Enviado: Sáb Dez 13, 2014 1:58 pm
por Lirolfuti
Historiador diz que arquivos secretos da Guerra do Paraguai são 'míticos'
Para ele, Itamaraty deve falar sobre tema e evitar 'relações envenenadas'.
Solano López declarou combate contra o império brasileiro há 150 anos.

Mesmo desconfiando da existência de documentos secretos da Guerra do Paraguai, o jornalista especializado em fatos históricos Moacir Assunção defende que o Itamaraty se posicione oficialmente a respeito das “lendas” do maior e mais sangrento conflito da história brasileira. A declaração de início do combate, que ocorreu entre 1864 e 1870 e dizimou aproximadamente 90% da população paraguaia masculina que tinha acima de 20 anos, completa 150 anos neste sábado (13). O G1 procurou o Ministério das Relações Exteriores para comentar o tema por telefone e e-mail, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem. “Acho que eles deviam efetivamente já resolver essa questão de uma vez, dizendo o que tem e o que não tem, o que existe e o que não existe. E acho que o Brasil poderia devolver isso e qualquer outra coisa que tivesse, até porque a Argentina e o Uruguai já o fizeram. Não faz muito sentido manter isso no Brasil se isso não nos pertence. É saudável e evita que essa coisa continue envenenando as relações entre os países”, afirmou Assunção.

O jornalista conta que se interessa pelo tema desde os tempos de colégio e que há quase 20 anos se dedica a pesquisá-lo de forma mais sistemática. Ele esteve no Paraguai três vezes, entre 1997 e 1999, e também passou pela Argentina e Uruguai (países que junto com o Brasil compunham a Tríplice Aliança), além de Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul – estados que serviram de cenário para o embate. Nesses locais, Assunção se dedicou a ler livros, arquivos e jornais de época. “Eu já acreditei que esses documentos existissem, mas hoje, com base em todas as minhas pesquisas e no que converso com outras pessoas que também pesquisam o tema, eu não acredito mais. Se existirem efetivamente, não estão catalogados como da Guerra da Paraguai. A essa altura do campeonato todo mundo já sabe o que aconteceu”, disse.

“A gente vê que no fim das contas esses documentos são meio míticos. Eles possivelmente não existem, mas, se existirem, eles estão muito bem escondidos, e eu não acredito que exista algo totalmente inédito. O que a gente encontrou é talvez sobre a definição das fronteiras, algo de que o Itamaraty nem gosta de falar, porque é um tema sensível”, completou o pesquisador.

As questões são abordadas no livro “Nem heróis, nem vilões”, que traz também entrevistas com a bisneta de Solano López e intelectuais lopistas e anti-lopistas (favoráveis e contrários ao ditador paraguaio). Há ainda bastidores de episódios importantes do conflito, como Curupaiti, a maior derrota aliada, que quase levou ao fim do conflito. Assunção defende que não há “bonzinhos ou mauzinhos” e a fome e as doenças que atingiram o Paraguai mataram mais gente que o próprio combate.
Ainda assim, para ele, a devolução de possíveis documentos e quaisquer outros itens que ainda possam estar sob poder do governo brasileiro – a dívida paraguaia foi perdoada em 1943 no governo de Getúlio Vargas e os arquivos conhecidos como “coleção Rio Branco”, entregues em 1981 – representariam um ato de grandeza. Uma das solicitações do país vizinho é a devolução do canhão “El Cristiano” (o cristão, em português), exposto no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro.

A arma de 12 toneladas foi feita do metal dos sinos das igrejas da capital do Paraguai e usada durante dois anos para conter o avanço das tropas brasileiras sobre a cidade de Assunção. O Ministério da Cultura afirmou em 2010 que o canhão seria devolvido, mas na época ainda não havia previsão para isso. Em 2013, o presidente do país voltou a exigir a entrega do item.

“O Paraguai é membro do Mercosul, é um parceiro comercial importante e é o segundo país com maior número de brasileiros morando fora, só perde para os Estados Unidos”, diz o pesquisador. “O momento agora é outro. O Paraguai é um outro Paraguai, completamente diferente daquele período, e acho que faria bem devolver.”

Desencontros diplomáticos
Não existe consenso entre os historiadores sobre as motivações para o ditador Solano López declarar a guerra. Para Assunção, o paraguaio foi convencido de que o Brasil queria se apossar dos territórios dele e dos uruguais. “Isso não fazia o menor sentido. A guerra acabou sendo motivada por uma série de desencontros diplomáticos. López acabou comprando uma guerra com os dois países mais importantes da região [Brasil e Argentina]. A guerra acaba tomando uma proporção que não se imaginava. O Brasil não pretendia invadir o Paraguai. O Brasil precisava manter o Paraguai, porque era um anteparo à Argentina, que era o grande inimigo do Brasil naquele momento”, afirma.

O pesquisador defende que essa “confusão” acabou invertendo as relações entre os países da época. “A Guerra do Paraguai é a guerra contra o inimigo errado, ao lado do aliado errado. Essa é a frase de um historiador famoso, que diz a verdade. Acabaram atacando o aliado e ficando ao lado do inimigo de antes.”

Solano López declarou guerra ao Brasil em 13 de dezembro de 1864 e, em seguida, invadiu a região que hoje corresponde a Mato Grosso do Sul. No mesmo ano, o Brasil havia invadido o Uruguai e destituído o presidente.

O confronto terminou somente com a morte do líder paraguaio, em março de 1870, quando foi ferido por um golpe de lança e atingido com um tiro de fuzil. As consequências foram nefastas: além de ser saqueado, ter a população dizimada e toda a infraestrutura destruída, o Paraguai ainda teve de pagar uma dívida de guerra ao Brasil até 1943.

Tombamento
Na região do Pantanal de Mato Grosso do Sul, dois fortes erguidos na época da Guerra do Paraguai, que mantêm até hoje a arquitetura original, foram tombados pelo Patrimônio Histórico e agora são protegidos por lei. O Forte Junqueira, na margem direita do rio, mantém intactos os dez canhões instalados para fazer a defesa da região. A estrutura é uma das cinco fortificações erguidas após o conflito porque os militares consideravam a região desprotegida e suscetível a novas invasões.

Também foi considerada patrimônio nacional a Base Naval em Ladário. Trata-se do único complexo da Marinha no Mato Grosso do Sul. O portal que dá acesso à base mantém o mesmo formato desde 1873, assim como os 15 canhões, intactos, localizados na muralha da edificação na mesma posição da época em que foram instalados.

O tombamento, realizado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, é um ato administrativo para preservar bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também afetivo da população, impedindo assim a destruição ou descaracterização das estruturas.
http://g1.globo.com/distrito-federal/no ... ticos.html

Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

Enviado: Sáb Dez 13, 2014 3:25 pm
por J.Ricardo
Achei este trecho em uma matéria sobre a Guerra do Paraguai, achei muito legal:
Caxias -atento à guerra de secessão- soube do fuzil Spencer e determinou sua compra imediata. Em 1867 o exército brasileiro usava o fuzil Spencer. No combate de San Solano em 6 de setembro de 1868, um grupo de cavalaria brasileiro -de apenas 57 soldados- resistiu e fez um enorme estrago na cavalaria paraguaia de 500 homens, garantindo o tempo para chegar reforços. A diferença foram os fuzis Spencer do lado brasileiro.
Imagem

Re: Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra"

Enviado: Sáb Dez 13, 2014 3:31 pm
por J.Ricardo
Achei também esta matéria muito boa sobre as armas usadas na Guerra do Paraguai, não vou colocar o texto todo pelo seu tamanho:

Armas do Brasil na Guerra do Paraguai
http://armasonline.org/armas-on-line/as ... -paraguai/