Estados Unidos busca nuevas bases en la región

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Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

#61 Mensagem por Marino » Sáb Ago 01, 2009 2:43 pm

Eu tenho meus motivos para esta campanha, insuspeitos pela maioria aqui (uns 2 sabem).
A questão, que diferencia os sistemas acima, é que o novo avião pautará a caça brasileira nos próximos 30 anos. Além disso, a Embraer também será afetada.
Não se trata de compra de prateleira, como os torpedos, mas algo que marcará as futuras gerações de pilotos e a tecnologia de uma das principais exportadoras brasileiras.




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Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

#62 Mensagem por EDSON » Sáb Ago 01, 2009 4:47 pm

É só para nos salvar de nós mesmo que eles estaõ ali, pra que tanta preocupação. :D




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Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

#63 Mensagem por Penguin » Sáb Ago 01, 2009 4:54 pm

EDSON escreveu:É só para nos salvar de nós mesmo que eles estaõ ali, pra que tanta preocupação. :D
Nós não Edson. O problema é com a Colômbia, aliada próxima dos EUA.
Alguma vez nos dispusemos a ajudar a Colombia a combater a guerrilha (de direita e esquerda), notadamente as FARCs? Acho que até nossa posição como mediador anda comprometida.
"A Colômbia tem recebido dois tipos de ajuda: uma retórica, de tapinhas no ombro, de expressão de pêsames nos momentos em que temos sofrido tanto; e uma prática, que temos recebido dos EUA, em nome da corresponsabilidade."

O presidente colombiano disse que o acordo com os EUA está sendo negociado para que "as novas gerações possam desfrutar do direito de superar totalmente a violência interna".
Vamos também pedir explicações à França se ela deixar os EUA, aliados da OTAN, usarem suas bases nas Guianas (se é que não já usam)? Ou à Inglaterra por usar suas bases nas Malvinas? Que venham os russos (na Venezuela)! Tudo isso pode representar a redenção para as FAs brasileiras. 8-]

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Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

#64 Mensagem por alex » Sáb Ago 01, 2009 5:07 pm

A nossa politica sobre as FARC são uma piada.
Alguns anos atrás a BAND mostrou uma série de reportagens de comerciantes brasileiros da fronteira negociando comida e combustivel com as FARC. As autoridades brasileira viraram a cara para o outro lado para a questão.
Se não me engano há um representante da FARC em Brasilia e sua mulher está em um cargo de confiança no governo brasileiro, recebendo dinheiro do contribuinte brasileiro.
Se eu fosse colombiano e visse estas noticias diria que o governo brasileiro, de forma velada. apoia as FARC.
Olhando a Venezuela e Equador trambém não os veria com bons olhos. Então os EUA são confiaveis para a Colombia na sua guerra contra as FARC.
Os EUA não são anjinhos celestiais e são um fator de risco na fronteira Norte do Brasil, mas quanto da nossa atitude diplomatica não ajudou empurra-los a um acordo maior com os EUA?
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Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

#65 Mensagem por Penguin » Sáb Ago 01, 2009 5:07 pm

OPINIÃO
Vezo ideológico

A DIPLOMACIA lulista ainda não aprendeu a guardar uma saudável equidistância nas crises
patrocinadas pelo compañero Hugo Chávez.


POIS, AO levantar a questão das bases americanas na Colômbia, o ministro Celso Amorim
pendeu para o lado de quem é suspeito de armar o grupo narcoguerrilheiro das Farc.
NÃO FICA bem para um governo cujo presidente deseja ter influência mundial.




Editado pela última vez por Penguin em Dom Ago 02, 2009 10:21 am, em um total de 1 vez.
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Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

#66 Mensagem por gaitero » Sáb Ago 01, 2009 5:20 pm

:roll:

Claro, porque não oferecemos uma base para os EUA combaterem o PCC???




Aonde estão as Ogivas Nucleares do Brasil???
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Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

#67 Mensagem por Wolfgang » Sáb Ago 01, 2009 5:23 pm

Alguma palavra contra os venezuelanos cederem terreno para os russos instalarem bases em seu solo?




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Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

#68 Mensagem por Bolovo » Sáb Ago 01, 2009 5:51 pm

P44 escreveu:engraçado que quando se falava da instalação de base russas na venezuela era um coro de indignação :roll: :roll: vá lá a gente compreender
Tem que cair em cima de tudo. América Látina é da América Látina. Americanos e russos que vivam o seu mundinho bélico bem longe daqui, de preferência na Europa.




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Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

#69 Mensagem por EDSON » Sáb Ago 01, 2009 5:55 pm

Acho que les querem instalar uma base no Quirguistão não na Venezuela.

Neste caso os russos querem mais que o circo pegue fogo, para vender mais armamentos, e eles lucrarem com isto.

Eles não são mais comunas agora, querem lucrar como bons capitalistas.




Editado pela última vez por EDSON em Sáb Ago 01, 2009 6:02 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

#70 Mensagem por Bolovo » Sáb Ago 01, 2009 5:57 pm

alex escreveu:A nossa politica sobre as FARC são uma piada.
Alguns anos atrás a BAND mostrou uma série de reportagens de comerciantes brasileiros da fronteira negociando comida e combustivel com as FARC. As autoridades brasileira viraram a cara para o outro lado para a questão.
Se não me engano há um representante da FARC em Brasilia e sua mulher está em um cargo de confiança no governo brasileiro, recebendo dinheiro do contribuinte brasileiro.
Se eu fosse colombiano e visse estas noticias diria que o governo brasileiro, de forma velada. apoia as FARC.
Olhando a Venezuela e Equador trambém não os veria com bons olhos. Então os EUA são confiaveis para a Colombia na sua guerra contra as FARC.
Os EUA não são anjinhos celestiais e são um fator de risco na fronteira Norte do Brasil, mas quanto da nossa atitude diplomatica não ajudou empurra-los a um acordo maior com os EUA?
Não se diz amém a Chaves, Castro, Morales e Lugo sem consequencias.....
O Brasil perde uma belíssima chance com a Colômbia. No lugar dos EUA poderia ser o Brasil, já pensaram nisso? Do mesmo jeito que o tráfico é um problema para os americanos, é também para nós, um país cheio de traficantes, muitos deles com contatos com as FARC. Já passou o tempo que as FARC eram revolucionárias, miguxas e queriam sei lá o que. Hoje são criminosos e tem que levar bomba na cabeça, fim. Se o Brasil tivesse um pulso mais firme, apoiasse de VERDADE e não de verdadinha os colombianos em sua guerra contra esses grupos, talvez hoje não estariam precisando instalar bases americanas ou coisa parecida. A gente fala, fala e fala que a América Látina é para os latino americanos, porém a gente nunca se ajuda, ô porra, daí fica complicado. Daí vem Kirov treinar na Venezuela, Putin dizer que vai ceder bases para os Tu-160, colombianos cedendo cinco bases para os colombianos e etc. Se o Brasil não tiver uma política ativa, que ABRA A BOCA, nunca seremos porra nenhuma, como é o que parece ser. O Brasil é o país que late, mas não morde...




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Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

#71 Mensagem por PRick » Sáb Ago 01, 2009 11:54 pm

Bolovo escreveu:
alex escreveu:A nossa politica sobre as FARC são uma piada.
Alguns anos atrás a BAND mostrou uma série de reportagens de comerciantes brasileiros da fronteira negociando comida e combustivel com as FARC. As autoridades brasileira viraram a cara para o outro lado para a questão.
Se não me engano há um representante da FARC em Brasilia e sua mulher está em um cargo de confiança no governo brasileiro, recebendo dinheiro do contribuinte brasileiro.
Se eu fosse colombiano e visse estas noticias diria que o governo brasileiro, de forma velada. apoia as FARC.
Olhando a Venezuela e Equador trambém não os veria com bons olhos. Então os EUA são confiaveis para a Colombia na sua guerra contra as FARC.
Os EUA não são anjinhos celestiais e são um fator de risco na fronteira Norte do Brasil, mas quanto da nossa atitude diplomatica não ajudou empurra-los a um acordo maior com os EUA?
Não se diz amém a Chaves, Castro, Morales e Lugo sem consequencias.....
O Brasil perde uma belíssima chance com a Colômbia. No lugar dos EUA poderia ser o Brasil, já pensaram nisso? Do mesmo jeito que o tráfico é um problema para os americanos, é também para nós, um país cheio de traficantes, muitos deles com contatos com as FARC. Já passou o tempo que as FARC eram revolucionárias, miguxas e queriam sei lá o que. Hoje são criminosos e tem que levar bomba na cabeça, fim. Se o Brasil tivesse um pulso mais firme, apoiasse de VERDADE e não de verdadinha os colombianos em sua guerra contra esses grupos, talvez hoje não estariam precisando instalar bases americanas ou coisa parecida. A gente fala, fala e fala que a América Látina é para os latino americanos, porém a gente nunca se ajuda, ô porra, daí fica complicado. Daí vem Kirov treinar na Venezuela, Putin dizer que vai ceder bases para os Tu-160, colombianos cedendo cinco bases para os colombianos e etc. Se o Brasil não tiver uma política ativa, que ABRA A BOCA, nunca seremos porra nenhuma, como é o que parece ser. O Brasil é o país que late, mas não morde...

Essas bases nada tem haver com guerrilha, para isso elas não servem, o intuito é outro, e o Uribe apenas demonstrou o que é, um títere dos EUA.

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Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

#72 Mensagem por Penguin » Dom Ago 02, 2009 10:13 am

FSP, 02/08/2009

As bases e as drogas

CLÓVIS ROSSI

É bom que o governo brasileiro cobre transparência da Colômbia a respeito da instalação de três bases norte-americanas no vizinho. Transparência é sempre útil, e muito pouco praticada na América Latina (Brasil inclusive).

Mas seria melhor ainda se o governo brasileiro tivesse, por fim, a coragem de cobrar transparência também de Hugo Chávez a respeito dos lança-foguetes vendidos pela Suécia à Venezuela e que foram parar nas mãos das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, nascidas como guerrilha política e transformadas, faz anos, em puro narcoterrorismo).

Chávez, em vez de transparência, adotou a tática clássica e barata de gritar "pega ladrão" e fugir, aproveitando-se da confusão. Ou seja, em vez de dar explicações, preferiu acusar a Colômbia, congelar as relações (pela quinta vez, aliás, no que já virou folclore) e deixar que o bafafá ficasse centrado nas bases norte-americanas.

Qual é a maior ameaça à segurança dos cidadãos da América Latina em geral, inclusive da Venezuela e do Brasil: as bases dos Estados Unidos na Colômbia ou as bases dos PCCs, Comandos Vermelhos e outros grupos delinquentes, como as Farc, nos diferentes países da região? Bases que fazem a delinquência desafiar o monopólio das armas que deveria ser do Estado.

O argumento de que as bases na Colômbia gerarão corrida armamentista no subcontinente é ridículo, como já demonstrou ontem Igor Gielow. Se os Estados Unidos quisessem invadir qualquer país da região não precisariam de bases neles, como o demonstrou o Reino Unido na Guerra das Malvinas (1982), ao fazer pó das Forças Armadas argentinas, sem precisar suporte territorial, mesmo partindo de muito mais longe.

O resto soa a esquerdismo caquético de quem não conseguiu ainda tirar o cérebro dos escombros do Muro de Berlim.




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Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

#73 Mensagem por Penguin » Dom Ago 02, 2009 10:20 am

FSP, 02/08/2009

Crítica a uso de bases militares explora antiamericanismo

Chávez conseguiu que América Latina desviasse atenção das armas vendidas pela Suécia à Venezuela encontradas com as Farc para reclamar de fato trivial

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente venezuelano Hugo Chávez é um gênio da propaganda. Conseguiu que a América Latina desviasse a atenção de um fato seríssimo -a Colômbia ter achado com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) foguetes antitanque AT-4 que foram vendidos pela Suécia ao Exército da Venezuela-, para começar a reclamar em uníssono contra um fato trivial: um pequeno aumento do número de militares americanos em cinco bases colombianas.

Chávez sabe explorar habilmente o antiamericanismo sempre latente na região.
Há vários motivos para um fato ser sério e outro, trivial. Armas das Forças Armadas de um país serem encontradas com a narcoguerrilha em um país vizinho é algo sério, ilegal e que mereceria investigação. Permitir que militares de um país amigo façam operações conjuntas e utilizem bases é algo trivial e legítimo em qualquer parte do mundo, desde que aprovado pelo governo local.

O aumento do número de militares e civis americanos na Colômbia já era esperado desde que o Equador decidiu não renovar a permissão para os EUA usarem a base Aérea de Manta. Para os EUA poderem continuar fazendo voos com os aviões-radar de alerta antecipado E-3 Sentry AWACs e de patrulha marítima P-3 Orion, precisariam de novas bases.

Pode-se argumentar que os EUA vão mais que "triplicar" o número de militares. Mas o número em si é pequeno: de 250 para 800 militares, além de 600 contratados civis. Não é bem uma invasão.
A localização das bases também deixa claro que o foco é em operações contra traficantes, não um "cerco" à Venezuela, como reclamou Chávez. Há um fluxo de droga por mar e ar.

Duas das bases onde operam ou operarão os americanos estão no litoral do Caribe -a base naval Bolívar, em Cartagena, e a base Aérea Alberto Pouwels, em Malambo (Barranquilla). Uma está no Pacífico -base naval Bahía Málaga, ideal para substituir Manta. E duas estão no interior -base Aérea Palanquero, em Puerto Salgar, e base Aérea Apiay, em Villavicencio.
Um detalhe óbvio está ausente: desde quando os EUA precisariam de bases na América Latina se quisessem intervir militarmente na região?

Há só uma superpotência militar no planeta hoje. Nenhum outro país tem o alcance global das Forças Armadas dos EUA.
Ter bases próximas de onde se queira atacar é útil, mas não essencial. Se quisessem bombardear Caracas e Chávez, não seria preciso uma base na Colômbia. Basta lembrar que os EUA usaram porta-aviões para atacar o Afeganistão em 2001

Um porta-aviões nuclear USS Nimitz tem 100 mil toneladas de deslocamento. Carrega 85 aeronaves e quase 6.000 tripulantes. Basta um para varrer a Força Aérea Venezuelana do mapa. A Marinha dos EUA tem dez destes navios e um mais velho, o USS Enterprise.

O antiamericanismo era típico da época em que de fato os EUA intervinham militarmente na América Latina. Antes da Segunda Guerra, era rotina ter fuzileiros navais ocupando países como Cuba, Haiti, República Dominicana, Nicarágua. Depois, houve na Guerra Fria o apoio explícito a ditaduras para evitar novas Cubas.
Mas, com a redemocratização do continente a partir dos anos 80, desaparecem motivos e pretextos para intervenções.

Uma curiosa exceção aconteceu em dezembro de 1989, quando o então presidente americano George H. W. Bush ordenou a invasão do Panamá para derrubar o ditador e narcotraficante Manuel Noriega.
O mais novo porta-aviões nuclear dos EUA chama-se USS George H. W. Bush -nome que decerto desagrada a Chávez.




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Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

#74 Mensagem por Marino » Dom Ago 02, 2009 11:29 am

Sutilmente, Obama muda o foco do Plano Colômbia

No Orçamento, ação original antidrogas perde dinheiro para programas militares

Números chamam atenção no momento em que países da América Latina discutem o aumento da presença militar dos EUA naquele país

SÉRGIO DÁVILA - DE WASHINGTON



Sutilmente, o governo de Barack Obama parece desviar o foco do Plano Colômbia da proposta original -de auxílio ao combate da produção e do tráfico de drogas para operações militares de contrainsurgência. A ação é nítida na parte militar da proposta de Orçamento do democrata para o ano fiscal de 2010, que se inicia em outubro.

O presidente dos EUA pede US$ 31,5 milhões a menos para operações de controle de narcóticos e cumprimento da lei -queda de 13% em relação ao orçamento anterior do Plano Colômbia, aprovado ainda sob George W. Bush (2001-2009).

Ao mesmo tempo, aumenta em US$ 17 milhões o destinado a operações militares não especificamente relacionadas ao combate às drogas -salto de 30% em relação ao republicano. As versões aprovadas pela Câmara dos Representantes (deputados federais) e pelo Senado dos EUA têm valores um pouco diferentes do pedido, mas respeitam o desvio de foco.

O Orçamento prevê um gasto total de US$ 513 milhões em 2010 com o país, sendo US$ 200,7 milhões para ajuda econômica e social e a maior parte -os 57% restantes- para operações militares.

Autoridades americanas monitoram o emprego do dinheiro, que sai dos EUA com finalidade específica e é objeto de um relatório anual do Congresso com detalhamento dos gastos.

Fora os países do Oriente Médio, a Colômbia é quem mais recebe ajuda militar dos EUA no mundo e é seu principal aliado na América do Sul.

A análise do destino desse dinheiro, feita primeiro pelo centro de estudos progressista Center for International Policy, de Washington, ganha relevância num momento em que a negociação entre os dois países para ampliar a presença militar norte-americana em bases na Colômbia causa desconforto nos governos da região, liderados pelos vizinhos Venezuela e Brasil, e começa a chamar a atenção do resto do mundo.

O venezuelano Hugo Chávez convocou seu embaixador na Colômbia, país que havia cobrado publicamente explicações de Caracas sobre a presença de armas do Exército venezuelano com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), o que o venezuelano disse ser "cortina de fumaça" para desviar a atenção da ampliação da presença norte-americana naquele país.

Já o Itamaraty orientou o embaixador brasileiro em Washington, Antonio Patriota, a questionar detalhes da ampliação nas três bases, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que seja convocado o Conselho de Defesa no âmbito da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), que se reúne no Equador, no próximo dia 10.

Por enquanto, o comando obamista evita se pronunciar a respeito. O atual titular do Departamento de Estado para a região, Thomas Shannon, aguarda em silêncio sua confirmação no Senado para o posto de embaixador no Brasil. O mesmo faz o indicado por Obama para ser seu sucessor, o acadêmico Arturo Valenzuela.

Na única manifestação recente sobre o assunto, na quarta, o porta-voz da chancelaria norte-americana, Ian Kelly, disse que a disputa entre Colômbia e Venezuela "não é na verdade problema dos EUA". Sobre o resto, afirmou, "não temos nenhum comentário".

Ao assumir a chefia do Comando Sul (Southcom, na sigla original), divisão do Pentágono que responde pelas atividades militares dos EUA na América Latina, em junho último, o general Douglas Fraser indicou que o combate às drogas seria o foco principal de seu trabalho.



Preocupação com as Farc

O militar, que viveu na Colômbia por três anos quando adolescente e que visitou o Brasil na semana passada, disse também que as Farc eram motivo de preocupação. "As Farc não estão derrotadas, e nós temos de continuar esse esforço."

Comentou o aumento da influência iraniana na região, que chamou de "risco potencial", disse que havia preocupação real da ligação do país persa com "grupos extremistas" locais e que se preocupava com a corrida às armas venezuelana.

"Eu me preocupo com o crescimento militar da Venezuela porque eu não entendo a ameaça que eles veem", disse então. "Não vejo uma ameaça militar convencional na região, então não vejo sua necessidade de aumentar suas Forças Armadas ao ponto que estão fazendo."




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Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

#75 Mensagem por Marino » Dom Ago 02, 2009 8:33 pm

Folha de São Paulo
Bases, etanol e Rodada Doha opõem Brasil a EUA de Obama
Em entrevista à Folha, Celso Amorim [057] expõe divergências com Washington
Eliane Cantanhêde

O presidente Barack Obama mal completou seis meses de governo, e o Brasil já tem três frentes de discordância com os EUA: a intenção de ampliar a presença militar na Colômbia sem aviso prévio, o insucesso da Rodada Doha de negociações comerciais e o recuo de Washington sobre a revisão de tarifas para o etanol brasileiro.

Em entrevista à Folha, anteontem, o chanceler Celso Amorim [057] tomou partido na nova crise entre Colômbia e Venezuela. Citando Millôr Fernandes, para comentar a conduta do presidente venezuelano, Hugo Chávez, ironizou: "O fato de eu ser paranoico não significa que não esteja sendo perseguido" [036] [036] [036] .

Sobre o etanol, o ministro disse que é "um ponto fundamental" nas relações comerciais com os EUA. E afirmou estar "cético" quanto ao desfecho da Rodada Doha.

FOLHA - Por que tanta preocupação com o uso de bases militares da Colômbia pelos EUA, se já há o Plano Colômbia?
AMORIM - É um fato novo. Se fosse a mesma coisa que já tinham, não precisavam fazer um novo acordo, não é? A impressão é que as bases servem para operação de aviões com raio de ação muito grande. Tudo isso feito assim, sem que tenha havido um processo, sem nos consultar. A Colômbia é um país soberano e tem o direito de fazer o que quiser no território dela, mas é uma presença militar importante na nossa vizinhança. Você pode dizer que já tinha em Manta [no Equador]. Ok, mas, se mudou, então há uma coisa nova, e nós queremos conhecer melhor.

FOLHA - O presidente Hugo Chávez tem razão ao reclamar?
AMORIM - Compreendo as preocupações da Venezuela [036] [036] [036] . Diz-se que o alvo principal é o narcotráfico e ao mesmo tempo há relatórios do Congresso americano dizendo que a Venezuela estaria sendo conivente, ou leniente, com o narcotráfico. Daí, põem-se num país que é vizinho da Venezuela bases americanas -ou bases colombianas para uso americano, não importa. Gente! É a história do Millôr Fernandes: "O fato de eu ser paranoico não significa que não esteja sendo perseguido" [057] [057] [057] .

FOLHA - Por outro lado, o Brasil não se preocupa também com a queixa da Suécia de que armas vendidas à Venezuela foram parar com as Farc?
AMORIM - Não sei quando ocorreu, nem se ocorreu, e, se ocorreu, se foi antes ou depois do Chávez. E se foram roubadas? De qualquer maneira, vamos e venhamos, é só um episódio [024] [024] [024] .

Muitas armas chegam lá, nas Farc, como chegam nas favelas do Rio. Esse episódio é uma coisa desse tamanhinho comparado com as bases militares [057] [057] [057] [036] [036] [036] .

FOLHA - A preocupação se alastra para a Europa, via Espanha?
AMORIM - Se, de repente, você tem uma força de fora muito grande na região... Bem, se as bases vão ter outra aplicação, e não está claro se vão ter, é natural que todos os países, inclusive de fora, se preocupem.

FOLHA - Essa ação não vai contra o discurso de paz, de não ingerência e desmilitarização de Obama e Hillary Clinton? É uma surpresa?
AMORIM - Em vez de fazer julgamento de valor, vamos conversar, ouvir explicações e entender melhor. Mas, na região, é importante ter transparência e clareza. Isso talvez tenha faltado. Você pode, por exemplo, ter garantias formais sobre como as bases serão usadas.

FOLHA - Não é contraditório o governo da Colômbia dizer que as Farc estão aniquiladas e agora justificar a presença americana justo para combater o que já está aniquilado?
AMORIM - Essa é exatamente uma das perguntas que se faz [057] .

FOLHA - Pode ser só pretexto?
AMORIM - Eu não estou dizendo que é só um pretexto, mas você tem todo o direito de fazer esse raciocínio. O que preocupa o Brasil é uma presença militar forte, cujo objetivo e capacidade parecem ir muito além do que possa ser a necessidade interna da Colômbia.

FOLHA - E a Quarta Frota dos EUA, no Atlântico Sul?
AMORIM - O paralelo que se pode fazer com as bases é que ocorreu sem que nós tenhamos sido avisados previamente [057] [057] [057] . Na época, eles próprios reconheceram que cometeram um erro de comunicação. As justificativas deles foram todas muito inocentes, de ajuda humanitária no Caribe etc [057] [057] [057] .

FOLHA - A Rodada Doha fracassou?
AMORIM - Há uma reunião em setembro, em Nova Déli, e nem sabemos ainda se o representante comercial dos EUA irá ou não. Eles continuam com demandas para os países em desenvolvimento totalmente incompatíveis com o que eles concederam. Ou seja: o país que tem a chave para concluir a rodada mais rapidamente são os EUA, e nós não sentimos ainda um movimento que nos indique que vá ocorrer. Há um ano e meio, estávamos no meio de uma negociação. Agora, não.

Estamos parados. Por isso, estamos procurando outros caminhos. Nunca dissemos que não queríamos ter um acordo de livre comércio com a União Europeia, mas havia e há dificuldades específicas que precisam ser suplantadas. Só que você não pode ficar esperando a vida toda pela rodada.

FOLHA - Em vez de avançar, os EUA recuaram no que já havia sido acertado na Rodada Doha depois da vitória dos democratas?
AMORIM - Na realidade, o que eles têm trazido para as discussões é a mesma posição que os republicanos já tinham em dezembro, o que nos dificulta avançar. Trabalhamos intensamente durante seis meses e parecia que era possível, mas os americanos se enrijeceram. Aí, o governo Bush terminou, e não aconteceu nada.

FOLHA - E veio Obama e continuou sem acontecer nada?
AMORIM - E até sem muita clareza se havia interesse na Rodada. Há um mês, mais ou menos, eles defenderam a manutenção exatamente da posição que os republicanos haviam colocado. Isso nos levou à conclusão de que não havia condições de avançar. Querem mais, mais, mais, mas nem dizem exatamente o quê. Vou ser sincero: eu gostaria de ser otimista, mas estou cético neste momento.

Pode concluir? Até pode, mas levando mais uns dois anos?

FOLHA - Do ponto de vista de Celso Amorim [057] , isso significa acabar o segundo mandato Lula, oito anos depois, sem Alca, sem Doha, sem acordos bilaterais, sem nenhum avanço na área de comércio?

AMORIM - Graças a Deus não fechamos a Alca, porque, senão, em vez de fechar o ano com um crescimento de 1%, estaríamos com o México, com uma recessão de uns 5%, 6%, sei lá. Se você pergunta se eu fico frustrado? Pessoalmente, claro que sim. O presidente Lula, possivelmente também. Mas, pior do que não fechar, é fechar um mau acordo. Os emergentes têm de ter mais, e os pobrezinhos têm de ter mais ainda, porque é uma rodada de desenvolvimento. Já no caso de Mercosul-UE, sentimos que eles, os europeus, estão mais pragmáticos. A crise talvez nos torne mais realistas, mais flexíveis.

FOLHA - Ou o contrário, mais fechados e mais protecionistas?
AMORIM - Esse risco também há, mas talvez sejam de alguns setores dos países, não dos governantes. Só se pode avançar com uma dose de realismo.

FOLHA - Obama e Thomas Shannon, que foi secretário para o Hemisfério Ocidental de Bush e será o novo embaixador em Brasília, tinham acenado com a revisão das tarifas contra o etanol brasileiro. Bastou a resistência de um senador de Iowa para a Casa Branca recuar. Como o Brasil vê isso?
AMORIM - Claro que não achamos bom. Não é positivo para nós, e até achamos que não seja positivo também para boa parte da sociedade americana. Vamos torcer para ser uma coisa episódica, que possa ser revertida lá. Quando você quer aprofundar as relações comerciais com os EUA, esse é sempre um dos pontos mais importantes.

Se não houver avanço na área de etanol, fica difícil onde mais você possa avançar, pelo menos na área de barreiras tarifárias. Eles sabem disso, aliás.

FOLHA - No caso de Honduras, já não há sinais também de que o consenso contra o golpe não é mais tão sólido assim nos EUA?
AMORIM - Tem gente que pensa de maneira antiga, lá como em qualquer lugar do mundo. Às vezes até por laços de amizade. É preciso dar força ao governo dos EUA, até para que todos percebam que não se trata de uma posição só do Obama, nem um capricho da Hillary Clinton, mas sim de todo o continente, a favor da volta do presidente Manuel Zelaya.

FOLHA - E o pacote de bondades para o Paraguai [036] [036] [036] ?
AMORIM - Estamos redefinindo uma relação [057] [057] [057] , que deve ser percebida como verdadeira parceria pelos dois lados [057] [057] [057] . Buscamos um termo médio. E, afinal, a verdade é que o Paraguai é de fato muito pobre e ali vivem centenas de milhares de brasileiros. Ninguém nem sabe quantos. Tudo isso é importante para o Brasil.

FOLHA - Quem paga a conta da triplicação do que o Brasil paga pela cessão de energia e da doação de uma linha de transmissão de US$ 450 milhões para eles consumirem lá uma energia que hoje a gente consome cá?
AMORIM - Pelo amor de Deus! Eles são donos de metade da usina, de metade da água. Eu não posso querer ficar com toda a energia. O que o presidente Lula decidiu é que não será o consumidor. [024] [024] [024]

FOLHA - Mas só existem três formas: ou o contribuinte, ou o consumidor, ou a entidade consumidor-contribuinte.
AMORIM - Concordo, mas sabe quanto a cessão representa do orçamento total de Itaipu? Menos de 10%. A relação com o Paraguai é muito mais complexa do que isso [036] [036] [036] .




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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