Petróleo: megacampos na Bacia de Santos

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Túlio
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#61 Mensagem por Túlio » Sáb Nov 10, 2007 3:14 pm

Tigershark escreveu:Brasil quer ser membro da Opep, diz Lula no Chile
10/11 - 14:15 - BBC Brasil

ImprimirEnviarCorrigirFale ConoscoO presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado que o Brasil quer entrar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), diante da descoberta das novas reservas de petróleo e gás anunciadas pelo governo esta semana.

Lula ainda disse que quando o Brasil estiver na Opep, o país vai trabalhar para reduzir o preço do petróleo, hoje perto dos US$ 100 o barril.

“Logo, logo o Brasil vai participar da Opep. E obviamente que se o Brasil participar da Opep nós vamos brigar para que baixe um pouco o preço do petróleo, porque é uma das contribuições que os países ricos em petróleo podem dar”, afirmou o presidente a jornalistas, pouco antes de embarcar de volta para o Brasil depois de ter participado na quinta e sexta-feira da cúpula ibero-americana de chefes de Estado e de governo, em Santiago, no Chile.


Isso é que é ser EQUILIBRISTA:

Tá fazendo média com o Chávez - :twisted: TINHA que ter o Chávez nessa charla :twisted: - com a UE e com o Bush, tudo ao mesmo tempo...




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
Malandro
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#62 Mensagem por Malandro » Sáb Nov 10, 2007 6:16 pm

É bom lembrar que a OPEP hoje é uma sombra do que já foi . Hoje só controla uns 20% de toda a oferta de petróleo no mundo o que obviamente nos mostra o redúzido poder de barganha deste grupo .Isso sem falar nas constantes tramoias dentro deste grupo , inerentes à tipos de organizações como esse . Qq. estudante de economia já lidou com isso ao estudar Teoria dos Jogos Mais uma jogadinha populista do nosso guia . Enquanto isso , machos de verdade como certos reis de países cuja economia crescem absurdamente rápido desde os anos 60 aproximadamente peitam projetos de ditadores .




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FIGHTERCOM
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#63 Mensagem por FIGHTERCOM » Sáb Nov 10, 2007 9:16 pm

Lula: entrar na Opep agora é um objetivo do Brasil

Sáb, 10 Nov, 03h09

Santiago do Chile, 10 nov (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou hoje em Santiago que, após a descoberta do novo campo de petróleo na Bacia de Santos, a entrada do Brasil na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) passa a ser um objetivo.

"Obviamente, temos a intenção de participar de um fórum no qual podem ser decididas políticas para o mundo inteiro", declarou Lula antes de deixar a XVII Cúpula Ibero-americana, no Chile.

O presidente chamou a descoberta de "uma dádiva de Deus" e esclareceu que o Brasil só poderá pleitear a entrada na Opep dentro de cinco ou seis anos, quando se calcula que o país estará em condições de exportar petróleo.

Lula admitiu que ainda "falta muito" e que isso não ocorrerá durante seu Governo, mas afirmou que o Brasil entrará na Opep com a intenção de ajudar a reduzir os preços do petróleo.

"O Brasil vai entrar na Opep e obviamente brigará para que o preço do petróleo caia, porque essa é uma das contribuições que os países ricos em petróleo podem dar", argumentou.

Segundo Lula, "os países que têm petróleo precisam ser ressarcidos com um preço justo, mas não podem achar que acabarão com os problemas de suas economias às custas dos mais pobres".

O presidente disse que muitos dos chefes de Estado e de Governo que estiveram presentes na Cúpula Ibero-americana brincaram com ele por causa da descoberta anunciada pela Petrobras.

"Agora me chamam de xeque, de magnata do petróleo", brincou Lula.

Ele comentou particularmente o caso do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que propôs aproveitar esse petróleo para fortalecer projetos como a Petroamérica, a Petrocaribe e outros promovidos por Caracas.

"Eu disse a ele que antes de tirarmos um litro de petróleo ele já tinha socializado tudo na Petrocaribe e outras coisas. Então pedi que ele nos deixe começar a tirar petróleo para ver o que vamos fazer", comentou.


Lula também assegurou que o fato de o Brasil poder se transformar em um exportador de petróleo não significará "retroceder um milímetro" na política de produção de biocombustíveis. EFE ed/va pa POL:POLITICA,MULTILATERAL POL:POLITICA,EXTERNA|


http://br.noticias.yahoo.com/s/10112007 ... &printer=1




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Moccelin
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#64 Mensagem por Moccelin » Dom Nov 11, 2007 12:12 am

É uma bela descoberta, mas falar em OPEP, MB poderosa, etc ainda é muito precoce...




The cake is a lie...
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#65 Mensagem por Vinicius Pimenta » Dom Nov 11, 2007 12:26 am

Bela cutucada no Chávez, senhores. Analisem direito as entrelinhas. Até que enfim.

Faíscas já saindo.




Vinicius Pimenta

Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
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Koslova
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#66 Mensagem por Koslova » Dom Nov 11, 2007 2:04 pm

FIGHTERCOM escreveu:Lula: entrar na Opep agora é um objetivo do Brasil

Sáb, 10 Nov, 03h09

Santiago do Chile, 10 nov (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou hoje em Santiago que, após a descoberta do novo campo de petróleo na Bacia de Santos, a entrada do Brasil na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) passa a ser um objetivo.

"Obviamente, temos a intenção de participar de um fórum no qual podem ser decididas políticas para o mundo inteiro", declarou Lula antes de deixar a XVII Cúpula Ibero-americana, no Chile.





Brasil não se tornará exportador de petróleo, afirma Associação
de Engenheiros da Petrobras

/Agência Brasil //

9/11/2007
A descoberta de nova reserva de petróleo no campo de Tupi, na Bacia de
Santos, anunciada ontem (8) pela Petrobras, não tornará o Brasil um
exportador de petróleo. A afirmação é do diretor da Associação de
Engenheiros da Petrobras (Aepet), Fernando Siqueira. O Brasil não pode
exportar petróleo porque não tem reservas para isso. O país tem que
guardar as reservas que tem e procurar investir maciçamente em fontes
alternativas. O Brasil é o país do mundo que tem mais condição de
substituir petróleo por energias renováveis, sugeriu.

Ele esclareceu que o país tem 14 bilhões de barris de petróleo de
reserva. Supondo que esse campo dê até 10 bilhões [de barris] de
reserva, com muito otimismo, seriam 24 bilhões de barris. Isso não é
nada. Dá para 15 a 20 anos. Agora, a auto-suficiência acaba em menos de
dez anos, mesmo com essa descoberta, revelou.

O engenheiro criticou o governo e as declarações sobre as mudanças de
posicionamento do país no mercado internacional de petróleo.

O que é preocupante é a Dilma [Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil]
falar na televisão que o Brasil agora vai ser exportador porque está no
nível da Venezuela ou do Kuwait, que têm 80 e 90 bilhões de barris de
reserva, respectivamente. O Brasil não tem 20 bilhões de barris. Como é
que pode estar no nível deles?, questionou o engenheiro.

Siqueira afirmou que não há planejamento com relação à questão
energética no Brasil. Nosso governo não tem idéia, mínima possível, da
questão energética. O governo está absolutamente desinformado, como
mostrou a ministra Dilma, salientou.




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#67 Mensagem por FIGHTERCOM » Dom Nov 11, 2007 2:10 pm

É incrível como depois de tantos anos e tantas experiências, ainda somos tão ingênuos...


Abraços,

Wesley




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#68 Mensagem por Iron Hand » Dom Nov 11, 2007 3:07 pm

Koslova escreveu:
FIGHTERCOM escreveu:Lula: entrar na Opep agora é um objetivo do Brasil

Sáb, 10 Nov, 03h09

Santiago do Chile, 10 nov (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou hoje em Santiago que, após a descoberta do novo campo de petróleo na Bacia de Santos, a entrada do Brasil na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) passa a ser um objetivo.

"Obviamente, temos a intenção de participar de um fórum no qual podem ser decididas políticas para o mundo inteiro", declarou Lula antes de deixar a XVII Cúpula Ibero-americana, no Chile.





Brasil não se tornará exportador de petróleo, afirma Associação
de Engenheiros da Petrobras

/Agência Brasil //

9/11/2007
A descoberta de nova reserva de petróleo no campo de Tupi, na Bacia de
Santos, anunciada ontem (8) pela Petrobras, não tornará o Brasil um
exportador de petróleo. A afirmação é do diretor da Associação de
Engenheiros da Petrobras (Aepet), Fernando Siqueira. O Brasil não pode
exportar petróleo porque não tem reservas para isso. O país tem que
guardar as reservas que tem e procurar investir maciçamente em fontes
alternativas. O Brasil é o país do mundo que tem mais condição de
substituir petróleo por energias renováveis, sugeriu.

Ele esclareceu que o país tem 14 bilhões de barris de petróleo de
reserva. Supondo que esse campo dê até 10 bilhões [de barris] de
reserva, com muito otimismo, seriam 24 bilhões de barris. Isso não é
nada. Dá para 15 a 20 anos. Agora, a auto-suficiência acaba em menos de
dez anos, mesmo com essa descoberta, revelou.

O engenheiro criticou o governo e as declarações sobre as mudanças de
posicionamento do país no mercado internacional de petróleo.

O que é preocupante é a Dilma [Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil]
falar na televisão que o Brasil agora vai ser exportador porque está no
nível da Venezuela ou do Kuwait, que têm 80 e 90 bilhões de barris de
reserva, respectivamente. O Brasil não tem 20 bilhões de barris. Como é
que pode estar no nível deles?, questionou o engenheiro.

Siqueira afirmou que não há planejamento com relação à questão
energética no Brasil. Nosso governo não tem idéia, mínima possível, da
questão energética. O governo está absolutamente desinformado, como
mostrou a ministra Dilma, salientou.



Cara Koslova,

A matéria citada traz apenas o aspecto técnico das reservas. É claro que existe gente muito bem informada no Governo, e que os dados reais chegam à ministra Dilma, ao Gabrielli e ao Lula.
Todavia, os dividendos políticos de expressar publicamente uma suposta condição de futuro exportador são muito tentadores para se deixar prevalecer a realidade. Especialmente à beira de uma nova crise energética. O que há, de fato, é uma grande exploração da boa descoberta, pelo grupo político mandatário. Nada de desinformação, penso eu.

Saudações,


Iron Hand




"Há homens que lutam um dia e são bons; Há outros que lutam um ano e são melhores. Há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida, e estes são imprescindíveis".
(Bertold Brecht)
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#69 Mensagem por jauro » Dom Nov 11, 2007 3:14 pm

jauro escreveu:Descoberta histórica não resolve problemas em curto prazo, diz especialista; para professor da UFRJ, ainda é necessário estudar viabilidade para exploração



Você está assistindo...

Antonio Farinaci entrevista Edmar Almeida, da UFRJ


http://noticias.uol.com.br/uolnews/economia/2007/11/08/ult2498u353.jhtm


A entrevista do cara aí, explica.

8.000.000.000 de Barris a 2.000.000Brr dia=4.000dias=10,9 anos.
Isso é tempo para novas pesquisas e não para exportar ou integrar OPEP.




"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
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J.Ricardo
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#70 Mensagem por J.Ricardo » Seg Nov 12, 2007 7:30 am

Um ponto relevante e que atá agora (pelo menos eu não li) não abordado aqui no DB é o impacto das exportações do petróleo em nossa balança comercial, com as entradas de capital especulativo que dinamitam a cada dia do R$ frente ao US$, somadas com as futuras exportações de etanol+petróleo a tendência é que o R$ valorize-se demais frente ao US$ e as indústrias exportadores simplesmente entrem em colápso e nosso parque industrial se desintegrado frente a concorrência (neste caso turbinada pela combinação real super faturado + China).

Meu bem, meu mal
A descoberta do super-campo pela Petrobras é motivo de orgulho; mas é preciso visão estratégica da parte do governo

No Summit do Ethanol, ocorrido no início do ano em São Paulo, participei de uma mesa que juntou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o investidor George Soros. O tema era o enorme potencial do Brasil nesse campo.

O ex-presidente fez digressões sobre a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina), que dizia que as relações de trocas entre nações sempre favoreciam os produtores de produtos industrializados em detrimento dos exportadores de produtos primários. Mencionou a explosão de preços das commodities para tentar demonstrar que a teoria estava errada.

De seu lado, com a perspicácia de quem consegue identificar o que é efetivamente relevante em processos econômicos, Soros limitou a analisar a explosão dos preços agrícolas sob o prisma da “maldição das matérias primas”. O processo é conhecido. Países que, de repente, conseguem se tornar grandes exportadores de determinadas matérias primas, obtêm enormes superávits comerciais que provocam uma apreciação tal na sua moeda que acaba matando todo o desenvolvimento industrial.

***

A descoberta do poço de Tupi pela Petrobrás, de um lado, é motivo de orgulho para o país. Pelas primeiras informações, poderá mais que dobrar as reservas brasileiras incluindo o Brasil no primeiro time dos exportadores de petróleo.

Por outro lado, se não houver visão estratégica da parte do governo, poderá ser a pá de cal na tentativa de modernização do país.

Hoje em dia, a explosão das commodities, somada à imprudência da política monetária e cambial, já está produzindo uma avaria irreversível no tecido industrial brasileiro. A cada dia que passa, com o dólar deslizando ladeira abaixo, mas indústrias, emprego, produção brasileira são alijados do mercado por produtos importados.

Por enquanto esse processo é menos explícito devido ao aquecimento da demanda interna. Em um primeiro momento, as importações não conseguem crescer a ponto de atender a todo crescimento de demanda. O dólar vai caindo e cada importação nova que se viabiliza necessita de tempo, até que os importadores identifiquem os vendedores e montem estruturas internas de distribuição.

A partir de certo momento – que já começou – as importações ganham velocidade de cruzeiro. O crescimento da demanda, por si, não consegue mais sustentar o aumento do emprego e da renda – porque mais e mais esse espaço será ocupado por produtos importados.

Quando arrefecer a atual onda de aumento de demanda, a maré baixa e os escombros aparecem.

***

Com a descoberta dessa super-reserva, o governo tomou uma primeira atitude sensata: mandou cancelar o leilão de todas as áreas contíguas ao poço. Agora, precisaria partir para o segundo tempo: discutir com o país o tratamento a ser dado a esse novo presente da natureza ao Brasil. Sem uma visão de longo prazo, que permita acumular recursos para o desenvolvimento futuro, que impeça o aprofundamento da “maldição dos recursos naturais”, o presente poderá se transformar em tragédia com data anunciada.

É hora de comemorar. Mas é hora de se pensar com seriedade o futuro.

http://www.dinheirovivo.com.br




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Matheus
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#71 Mensagem por Matheus » Seg Nov 12, 2007 10:46 am

A minha opinião é a seguinte:

já sabiam destas reservas há algum tempo e agora soltaram a notícia para abafar o caso Evo, onde o Brasil, com o rabo entre as pernas teve que ir socorrer-se novamente a Bolívia.




Sniper
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#72 Mensagem por Sniper » Seg Nov 12, 2007 11:06 am

O pessoal está sendo MUITO precipitado quanto a esse negócio de exportação do Petróleo. Se não localizarmos mais campos, este petróleo não será suficiente sequer para mantermos nossa auto-suficiencia por 10 anos... :?

O campo de Tupi não será explorado antes de 6/7 anos, até lá como estará nossa economia?

Como estará a economia mundial? Será que continuará aquecida?

Como estará o cenário Sulamericano?

Como estará o mercado do Petróleo?

Então, pra mim, esse negócio de nos preocuparmos agora com a valorização do real daqui 7 anos é bobagem, a 8 anos nem tinhamos o câmbio Flutuante, as coisas mudaram da água para o vinho no Brasil em 8 anos...

Temos que nos preocupar com coisas muito mais urgentes como a tecnologia para exploração desse petroleo a 7 mil metros de profundidade e como defender essa nossa nova riqueza. :wink:

Abraços!




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#73 Mensagem por Dieneces » Seg Nov 12, 2007 11:28 am

Há uma confusão a respeito do tamanho desse achado recente da Petrobrás . Os 5 a 8 bilhões de barris que se fala são estimativa para o bloco campo de Tupi . Quando se diz que o Brasil aumentaria suas reservas para patamares entre Nigéria ( perto de 40 bilhões de barris) e Venezuela (perto de 90milhões de barris) se está estimando a "cubagem" de toda a província da bacia de Santos em que o Tupi está incluso , embora aí é muito arriscado prever . Salvo melhor juízo...




Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
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#74 Mensagem por Pedro Gilberto » Seg Nov 12, 2007 12:13 pm

Uma reportagem com a estimativa sobre os custos de exploração do campo descoberto.

Exploração de megacampo terá alto custo

11/11/2007 - 10h03

RAQUEL ABRANTES
da Folha de S.Paulo, no Rio

Especialista calcula que cada plataforma para exploração em áreas ultraprofundas na megarreserva da bacia de Santos custará mais de três vezes o preço atual. O campo, anunciado na última quinta-feira, poderá tornar o Brasil um país exportador de petróleo, segundo o governo, e está localizado em uma profundidade ainda não explorada pela Petrobras.

A última plataforma a entrar em ação, a P-54, custou US$ 900 milhões, mas a exploração e a produção de petróleo e gás natural no campo de Tupi exigem plataformas do tipo FPSO (Floating Production Storage and Offloading), que flutuam, produzem, armazenam e transferem o produto para o navio de transporte.

Cada FPSO custa de US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões e pode produzir 100 mil barris por dia, diz o pesquisador da Coppe (a coordenação de programas de pós-graduação da UFRJ) Giuseppe Bacoccoli, que trabalhou 32 anos na área de exploração da Petrobras.

A primeira plataforma deve começar a operar em três ou quatro anos. Dada a extensão da área da reserva, de 800 km, serão necessárias dez plataformas, que devem estar funcionando em sete ou oito anos, com capacidade total para 1 milhão de barris por dia. A nova área pode elevar em mais de 50% as atuais reservas do país (14 bilhões de barris) de acordo com a Petrobras, com volume estimado entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris.

"Acredito que a área pode realmente ter a extensão avaliada e, com a confirmação, passará a ser o maior campo brasileiro, ultrapassando o campo de Marlim Sul (bacia de Campos), abrindo enormes perspectivas para estratégias semelhantes", avalia Bacoccoli.

Antes, contudo, será preciso ultrapassar as dificuldades tecnológicas para a exploração do pré-sal, que são rochas-reservatórios abaixo de uma extensa camada de sal, que abrange do litoral do Espírito Santo até o de Santa Catarina.

Da superfície da água para baixo são 2.000 metros, seguidos de 2.000 metros de sedimentos (argila, areia) e 2.000 metros de sal. Embaixo, está o reservatório rochoso, com petróleo e gás encontrados nos espaços porosos. Antes de furar o poço, o pesquisador explica ser preciso fazer estudos geológicos e sísmicos (espécie de ultra-sonografia do solo).

"A camada de sal varia muito de espessura, porque, a essa profundidade, o sal se comporta de maneira elástica, como se fosse um gel. Isso gera deformação muito grande nas ondas sísmicas, lançadas para enxergar o que há embaixo", diz.

O primeiro enfrentamento é a correção da imagem sísmica, que pode ser feito por uma das companhias internacionais especializadas ou pela Petrobras, para determinar o local da perfuração. O sal está em águas muito profundas, o que exige uma unidade de perfuração flutuante. Segundo o pesquisador, pode ser uma semi-submersível ou um navio-sonda.

O tubo que irá da unidade flutuante até o fundo do mar, chamado riser, tem que agüentar ondas, correntes marítimas e flutuações da base. Por isso, o custo é elevado, e a operação, delicada. O riser vai entrar nos sedimentos e a conexão com o primeiro revestimento no fundo do mar tem uma válvula que fecha caso o tubo quebre ou o navio saia do lugar.

Como o sal é gelatinoso e o poço tem de 200ºC a 300ºC, a alta pressão faz com que o buraco aberto seja tampado de novo. "Em Campos, muitos poços já foram perdidos por causa do sal profundo", conta. Por isso, são usados tubos de aço de altíssima resistência, chamados revestimentos, dentro do poço, para evitar que ele feche.

Depois de 6.000 metros de profundidade, as pressões são muito altas, confinadas, porque o sal é impermeável. É preciso controlar essa pressão para impedir uma explosão, jorrando petróleo. É usado, assim, um fluido de perfuração que exerce pressão sobre o reservatório.

"É um equilíbrio extremamente delicado de pressões. Para companhias dominadoras de tecnologia, como a Petrobras, é possível fazer qualquer coisa, só é preciso saber como. A empresa já sabia de tudo isso e foi avaliando todas as variáveis", diz Bacoccoli.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u344640.shtml



EDIT: outra noticia relacionada. Ressalto os valores mencionados do custo de perfuração de um poço e o custo total para a exploração do poço: US$ 4 bi.


Reserva gigante da Petrobras enfrenta desafio de custo
09/11/2007 - 18h13

Por Andrei Khalip

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Grandes desafios relacionados a custos e a questões técnicas aguardam a Petrobras no caminho para o desenvolvimento da jazida gigante de petróeo e gás de Tupi anunciada na quinta-feira, disseram geólogos e especialistas do setor nesta sexta.

Eles afirmam que, antes de produzir abaixo de uma camada de sal a 6 mil metros de profundidade, a Petrobras ainda teria que coletar grandes quantidades de dados sobre o fluxo do reservatório e então provavelmente enfrentaria o triplo dos custos para um poço na comparação com perfurações em campos normais e acima do sal.

O campo de Tupi, na bacia de Santos, tem reservas recuperáveis estimadas em 5 bilhões a 8 bilhões de barris, sendo 85 por cento de petróleo leve. Essa foi a maior descoberta no Brasil, que pode aumentar em 50 por cento as reservas do país.

"A questão do fluxo do reservatório é importante e ainda é uma incerteza. Se o reservatório for apertado, seria necessário mais poços, poços bem caros", disse Ruaraidh Montgomery, da consultoria Wood Mackenzie, em Edimburgo.

Analistas destacaram que apesar de com os preços atuais do petróleo nenhum nível de gasto parecer alto demais, uma possível queda dos preços colocaria mais pressão sobre a Petrobras para desenvolver um projeto complicado como Tupi no futuro.

O professor Giuseppe Baccocoli, geólogo e entusiasta da exploração pré-sal (ultraprofunda) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, afirmou que o custo do projeto poderia ser multiplicado por mais de 10 em comparação com outros empreendimentos da Petrobras.

"Se um poço na bacia de Campos pode custar 10 milhões de dólares, em Tupi seriam 120 milhões", disse ele. O poço teria que perfurar 2 mil metros de sedimentos e 2 mil metros de sal.

"Nessa profundidade, o sal se torna uma massa plástica que se move tentando fechar o poço. Tentamos antes e sempre tivemos esse problema", disse ele.

Montgomery calculou o custo de um poço pré-sal em 100 milhões a 150 milhões de dólares cada, afirmando que um poço convencional em águas profundas custaria 40 milhões a 50 milhões de dólares.

Tanto Montgomery quanto Baccocoli afirmaram que o problema do sal exigiria tubos de aço de alta resistência para aguentar a pressão e a força, o que também eleva os custos.

Além disso, o sal tende a distorcer a imagem sísmica.

"O projeto de Tupi exige alta tecnologia, é muito complicado e caro... levou dois anos apenas para estudar como perfurar o poço exploratório", disse Baccocoli.

A camada pré-sal do Brasil tem características diferentes das formações pré-sal no Golfo do México, onde as empresas perfuram essas camadas há anos. Lá, a região pré-sal é na maior parte alóctone, ou transferida de seu local de deposição, enquanto que no Brasil faz parte da formação original, disse Baccocoli.

"Esse tipo de matéria mineral é nova. Existem alguns campos similares na península arábica, mas são campos bem menores. Precisamos de muito conhecimento primeiro sobre essa questão, conhecimento que ninguém no mundo tem", disse o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella.

"Os custos de desenvolvimento são muito altos e faremos de tudo para reduzir os custos. Mas não vemos obstáculos insuperáveis para recuperar esse petróleo", afirmou ele em teleconferência.

O custo do projeto está estimado até agora em 4 bilhões de dólares.

A Petrobras quer instalar um projeto-piloto em Tupi em 2010 ou 2011, que gradualmente chegaria a uma capacidade de produção de 100 mil barris por dia. Se o piloto tiver sucesso, várias plataformas serão instaladas no campo. Analistas estimam que seriam necessárias de 4 a 10 plataformas.

"É um piloto muito grande, mas é um reservatório enorme. Eles também podem levantar algum dinheiro para gerar renda para esse projeto", disse Montgomery, afirmando que a Petrobras tem bastante experiência para executar um projeto desafiador como esse.

"A empresa é bastante experiente, do ponto de vista de estrutura não é nada novo. Trata-se dos poços e conclusões e sobre como fazer o reservatório fluir", disse ele.

Ainda, Tupi é um desafio e uma tarefa a longo prazo porque a Petrobras não tem infra-estrutura na área. Ela planeja iniciar em breve o desenvolvimento de outros dois campos pré-sal, Caxaréu e Pirambu, na bacia de Campos.

"Lá também existe o desafio pré-sal, mas a maior diferença é a infra-estrutura existente. E será útil usar como teste para Tupi", afirmou Montgomery.

(Reportagem adicional de Denise Luna)

http://economia.uol.com.br/ultnot/reuters/2007/11/09/ult29u58576.jhtm


[]´s




"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas
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#75 Mensagem por Sniper » Seg Nov 12, 2007 1:43 pm

Outra vantagem é a tecnologia empregada nos processos. Já imaginaram o quanto outras indústrias como os estaleiros e siderurgicas podem faturar em dinheiro e tecnologia com os investimentos feitos nesses campos? [009]

Abraços!




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