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Enviado: Seg Set 17, 2007 7:25 pm
por Vinicius Pimenta
O salário dos militares é o mais baixo do funcionalismo público federal.

A folha de pagamento inclui ativa, reserva, reformados e pensionistas. Na minha visão, essa folha de pagamento não deveria constar no MD.

Comparem PIB, população, extensão territorial, contingente e necessidades. Números crus de "valores absolutos" não ajudam a entender o problema.

Pensão das filhas já acabou há mais de 5 anos. Quem já tinha, PAGOU por isso, não perdeu, pois é direito adiquirido. Quem não tem, não vai ter mais.

Enviado: Seg Set 17, 2007 7:56 pm
por César
Kratos escreveu:
douglas_bc escreveu:O que vem a ser "gasto absoluto com defesa"? É estranho, porque, pela lista acima, Israel, gasta "absolutamente"menos do que o Brasil, o que é altamente improvável.


O que inclui a despesa com o pessoal no nosso caso, cerca de 70% do orçamento.

Até onde eu saiba, a Espanha gasta mais ou menos esse percentual com folha de pagamento, mas é incomparável as suas forças armadas com as nossas.

Já havia levantado essa questão do gasto tempos atrás. Nosso orçamento não é nada pequeno, e, ao comparar os nossos equipamentos com o de países cujos orçamentos são similares, percebe-se que há algo profundamente errado.

Sinceramente, não acho que essa história de pagamento de salários, por si só, justifique essa discrepância. Aliás, não tenho resposta para que um país que gasta 40 bilhões em defesa tenha equipamentos tão obsoletos e com disponibilidade tão baixa.

Abraços

César

Enviado: Seg Set 17, 2007 9:51 pm
por faterra
Nem que seja a título de curiosidade por que não consideram o orçamento sem a folha de pagamento? Se é que em todos os países a folha de pagamento está incluída nos orçamentos.

José Carneiro,
O PIB + gastos com defesa da Índia são deste tamanho? Anualmente?
E o país continua com a maioria esmagadora de sua população fudida daquela maneira? :shock:

Enviado: Seg Set 17, 2007 11:01 pm
por Kratos
César escreveu:
Kratos escreveu:
douglas_bc escreveu:O que vem a ser "gasto absoluto com defesa"? É estranho, porque, pela lista acima, Israel, gasta "absolutamente"menos do que o Brasil, o que é altamente improvável.


O que inclui a despesa com o pessoal no nosso caso, cerca de 70% do orçamento.

Até onde eu saiba, a Espanha gasta mais ou menos esse percentual com folha de pagamento, mas é incomparável as suas forças armadas com as nossas.

Já havia levantado essa questão do gasto tempos atrás. Nosso orçamento não é nada pequeno, e, ao comparar os nossos equipamentos com o de países cujos orçamentos são similares, percebe-se que há algo profundamente errado.

Sinceramente, não acho que essa história de pagamento de salários, por si só, justifique essa discrepância. Aliás, não tenho resposta para que um país que gasta 40 bilhões em defesa tenha equipamentos tão obsoletos e com disponibilidade tão baixa.

Abraços

César


Se o que você diz é verdade então nossa situação cai no reino do "inexplicável", pra não fala outras coisas.

Enviado: Ter Set 18, 2007 4:20 am
por Booz
Sem entrar em mais pormenores.
Alio-me a tese que não são - apenas - o que se deve pagar (folha) que emerge como problema único e principal.
Uma auditoria, ampla, abrangente e, neceessariamente, discreta, apontaria "búlicas nervosas". Fiscalização constante e munida de instrumentos eficázes de apenamento, coisa que daria o que falar, poderia sanar, com o tempo, possiveis discrepâncias.
Por certo há distorções (como em vários segmentos do resto do funcionalismo federal), mas que devem ser analisados pela ótica particular das peculiaridades da profissão. O problema de se mexer com certas prerrogativas é que alguns segmentos às alçam como privilégios perenes, algusn até as distorcem.
Porém, as administrações atuais estão mudando tudo isto. A coisa segue devagar, pois a estrutura é pesada, mas vai melhorar no âmbito geral. A tendência é valorizar bastante o profissional militar.

Enviado: Ter Set 18, 2007 3:54 pm
por JOSE CARNEIRO
Vinicius Pimenta escreveu:O salário dos militares é o mais baixo do funcionalismo público federal.

A folha de pagamento inclui ativa, reserva, reformados e pensionistas. Na minha visão, essa folha de pagamento não deveria constar no MD.

Comparem PIB, população, extensão territorial, contingente e necessidades. Números crus de "valores absolutos" não ajudam a entender o problema.

Pensão das filhas já acabou há mais de 5 anos. Quem já tinha, PAGOU por isso, não perdeu, pois é direito adiquirido. Quem não tem, não vai ter mais.


Não Vinicios, não pagou. A pensão e o tipo de aposentadoria só são possíveis pelo sistema ser de repartição. Os militares podem até ter pago um adicional, não pago pelos civis, para ter o direito, mas de forma alguma há uma relação contábil razoável entre contribuição e benefício.
O custo não pode ser pensado apenas em termos de salários, mas de todo gasto intertemporal que a existência de um soldado gera. Nesse caso, em virtude do modelo adotado, nossos soldados estão entre os mais caros do planeta. Pegue o gasto com pessoal e divida pelos número de tropas ativas.
O que acabou por volta do ano 2000 foi o direito para os novos militares. O real impacto orçamentário dessa mudança vai demorar uns trinta anos para acontecer.
Gasto com pessoal dedicado a defesa é gasto com defesa. O gasto com pessoal da saúde faz parte do orçamento da saúde. O financiamento do regime próprio de previdência também é da pasta, pois está vinculado aos custos futuros da contratação presente. Reserva remunerada também é, em tese, tropa com poder de dissuasão :? .
Na classificação que postei, o que conta são os gastos relativos ao PIB, não o gasto absoluto. Como pode ser visto, a França gasta em termos relativos o mesmo que o Brasil, como seu PIB é maior, em termos absolutos deve gastar mais. Já a Alemanha, gasta menos em termos relativos e em termos absolutos. Duvido que esses países não considerem o gasto com pessoal militar no gasto com defesa.
Por último, todos o Ministérios têm em seus orçamentos os gastos com pessoal e regime próprio. O Ministérios da Defesa tem o segundo maior orçamento da Esplanada, perde apenas para a Saúde.
Por fim, os militares não são o menor salário do executivo. Um civil nível A3 com mestrado tem salário base de 530 reais. Se tiver ocupado e incorporado cargos comissionados chegará, ao fim de sua carreira, a um rendimento total de cerca de R$ 3.500. Lembro ainda, que a remuneração média dos domicílios no Brasil é em de uns 1600 Reais (PNAD) e o do trabalhador uns 1300 (Dieese).

Mas é claro que folha de pagamento não é o único problema e do ponto de vista administrativo existem alguns esforços interessantes (como o BSC do exército).

Abraços

Enviado: Ter Set 18, 2007 4:01 pm
por JOSE CARNEIRO
Kratos escreveu:
César escreveu:
Kratos escreveu:
douglas_bc escreveu:O que vem a ser "gasto absoluto com defesa"? É estranho, porque, pela lista acima, Israel, gasta "absolutamente"menos do que o Brasil, o que é altamente improvável.


O que inclui a despesa com o pessoal no nosso caso, cerca de 70% do orçamento.

Até onde eu saiba, a Espanha gasta mais ou menos esse percentual com folha de pagamento, mas é incomparável as suas forças armadas com as nossas.

Já havia levantado essa questão do gasto tempos atrás. Nosso orçamento não é nada pequeno, e, ao comparar os nossos equipamentos com o de países cujos orçamentos são similares, percebe-se que há algo profundamente errado.

Sinceramente, não acho que essa história de pagamento de salários, por si só, justifique essa discrepância. Aliás, não tenho resposta para que um país que gasta 40 bilhões em defesa tenha equipamentos tão obsoletos e com disponibilidade tão baixa.

Abraços

César


Se o que você diz é verdade então nossa situação cai no reino do "inexplicável", pra não fala outras coisas.


Todas as nossas instituições estão nesse reino. Em pesquisa recente, a FGV constatou que o Brasil é quem mais gasta com o Judiciário, em termos relativos ao PIB, e, em termos absolutos, só gastamos menos que a Itália. O juiz de primeira instância federal só ganha menos que o seu par canadense. Pois é... olha que belo judiciário nós temos.
O orçamento das três esferas de governo para saúde está em torno de 70 bi de reais (2007). Alguns estudos apontam que metade desse dinheiro será simplesmente jogado fora.

É triste e é o Brasil.

Abraços

Enviado: Ter Set 18, 2007 4:09 pm
por Carlos Mathias
metade desse dinheiro será simplesmente jogado fora.



É ruim hein!? Vão jogar fora na conta de alguém.

Enviado: Ter Set 18, 2007 4:12 pm
por JOSE CARNEIRO
faterra escreveu:Nem que seja a título de curiosidade por que não consideram o orçamento sem a folha de pagamento? Se é que em todos os países a folha de pagamento está incluída nos orçamentos.

José Carneiro,
O PIB + gastos com defesa da Índia são deste tamanho? Anualmente?
E o país continua com a maioria esmagadora de sua população fudida daquela maneira? :shock:


O sistema de casta foi proibido pela constituição, mas na prática ainda existe. De qualquer forma, são 4 tri (PIB) dividido por um bi (pop). O resultado é um PIB per capta em PPP de 3.800 dólares. Para efeito de comparação, o do Brasil é de 8.800 dólares.

Abraços

Enviado: Ter Set 18, 2007 5:25 pm
por Glauber Prestes
JOSE CARNEIRO escreveu:
faterra escreveu:Nem que seja a título de curiosidade por que não consideram o orçamento sem a folha de pagamento? Se é que em todos os países a folha de pagamento está incluída nos orçamentos.

José Carneiro,
O PIB + gastos com defesa da Índia são deste tamanho? Anualmente?
E o país continua com a maioria esmagadora de sua população fudida daquela maneira? :shock:


O sistema de casta foi proibido pela constituição, mas na prática ainda existe. De qualquer forma, são 4 tri (PIB) dividido por um bi (pop). O resultado é um PIB per capta em PPP de 3.800 dólares. Para efeito de comparação, o do Brasil é de 8.800 dólares.

Abraços


Era exatamente o que eu ia dizer...
É quase proibitivo ter uma discussão sobre a pobreza na Índia! O sistema de castas é muito complexo para se misturar ao mundo ocidental..

Enviado: Qua Set 19, 2007 12:39 pm
por douglas_bc
Aí já faz que entremos em intrincadas questões orçamentárias, como gastos com previdencia, etc. Tudo leva ao velho conceito de "o bom emprego público", no qual não se pode demitir e que tem centenas de benefícios e regalias, todas essas coisas que geram custos e oneram e a economia e uma eficiente aplicação de recursos.

Por exemplo, pra mim não faz sentido as filhas do militar receberem pensão até completarem 21 anos (pagam por isso? pode até ser, mas na ponta do lápis não fecha a conta). Claro, não digo só dos militares. Qual o sentido de um governador contribuir por 4 anos e receber pensão após isso? Pior de tudo, integral, e se bobear, até as filhas dele.

Enviado: Qua Set 19, 2007 9:45 pm
por Vinicius Pimenta
Pagar, pagou. Se não foi suficiente, são outros quinhentos. Há mais de 100 anos, quando esse papo de pensão começou, ninguém pensou nisso.

Mas, tanto a conta não fecha e tanto não é "justo" que isso acabou. Mas também não acho certo tirar o benefício de quem pagou (pouco ou não) por isso.

Quando falei em menores salários, estou falando em média, levando em conta a formação. Por exemplo, um tenente (formação superior) tem salário inicial de cerca de R$ 2.500, enquanto um Policial Rodoviário começa a ganhar quase R$ 4 mil.

Diante do tamanho do país (economia e geográfico), necessidade de contingente, etc, os valores gastos com Defesa, mesmo que absolutos são baixos ao meu ver. Mesmo que se considere o gasto de 2% do PIB, isso é abaixo da média mundial.

Enviado: Qui Set 20, 2007 8:52 am
por Sniper
douglas_bc escreveu:Por exemplo, pra mim não faz sentido as filhas do militar receberem pensão até completarem 21 anos (pagam por isso? pode até ser, mas na ponta do lápis não fecha a conta). Claro, não digo só dos militares. Qual o sentido de um governador contribuir por 4 anos e receber pensão após isso? Pior de tudo, integral, e se bobear, até as filhas dele.


Qual o sentido de um cara estudar a vida inteira para passar em um EPCAR, AFA, AMAN, EsPCEx, IME, CN, EN, sendo que a grande maioria desses jovens tem potencial de serem muitíssimo melhore sucedidos na vida civíl ?

Vocação, amor a pátria, etc... São lindos! Mas infelizmente não enchem a barriga nem dão educação, saúde, moradia, etc.... ao militar.

Como eu sempre digo, se queremos ter militares do nível Indiano ou Árabe, ótimo! Comecemos a afugentar os jovens com potêncial da carreira militar, cortando tudo que de certa forma "compensa" os salários MEDÍOCRES que os militares Brasileiros ganham.

Abraços!

Enviado: Qui Set 20, 2007 12:24 pm
por douglas_bc
Senhores, não sou contra, pela contrário, sou a favor de pagar bons salários aos militares. Me refiro aos benefícios que engessam a máquina pública (sim, pagar pensão a filha está incluso), e não só no campo militar, mas em todas as esferas públicas.

Enviado: Qui Set 20, 2007 1:00 pm
por Pablo Maica
Pelo que eu saiba as filhas de militares atualmente tem direito a pe~ção até os 24 anos (as que estiverem cursando faculdade) e os filhos tambem... não ha mais penção vitalicia como antes... e os militares que tinham filhas com essa opção contribuiam com uma parcela maior que os demais para o fundo de penção.


Um abraço e t+ :D