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Enviado: Qui Jul 26, 2007 4:10 pm
por Moccelin
Eu ví essa 'cena' no jornal Hoje... Vou ver se consigo achar...

Enviado: Qui Jul 26, 2007 4:17 pm
por Moccelin
Achei o 'trecho' em uma notícia do portal G1:
http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL77790-5601,00.html

“Nossas ações não são julgadas pelas nossas intenções, mas pelos nossos resultados. A História não registra boas intenções”, disse o ministro para, em seguida, sinalizar que não aceitará ineficiência na cúpula do setor aéreo sob o seu comando.

“Nunca se queixe, nunca explique, nunca se desculpe. Aja ou saia. Faça ou vá embora”, afirmou, reproduzindo uma frase do ex-primeiro ministro inglês, Benjamim Disraeli.

Só pra adicionar, a parte em negrito foi dita olhando na direção do Waldir Pires...



Essas reportagens da Heuters também são interessantes:
http://br.today.reuters.com/news/newsArticle.aspx?type=domesticNews&storyID=2007-07-26T163351Z_01_N26454965_RTRIDST_0_BRASIL-POLITICA-JOBIM-ATUAII-POL.XML

http://br.today.reuters.com/news/newsArticle.aspx?type=domesticNews&storyID=2007-07-26T183105Z_01_N26454965_RTRIDST_0_BRASIL-POLITICA-JOBIM-ATUAIII-POL.XML&archived=False


Infelizmente o vídeo do Jornal Hoje não está online... Só tem um pequeno texto.
http://jornalhoje.globo.com/JHoje/0,19125,VJS0-3076-20070726-293058,00.html

Mas sugiro verem o vídeo da CPI dizendo que vai conseguir os dados da caixa preta "nem que seja na marra" e o Brigadeiro Kersul pedindo que eles tratem os dados com sigilo, coisa que não deve ocorrer, já que esses dados é uma moeda política super valorizada no momento...
http://jornalhoje.globo.com/JHoje/0,19125,VJS0-3076-20070726-293067,00.html

Enviado: Qui Jul 26, 2007 4:38 pm
por WalterGaudério
Dieneces escreveu:
vilmarmoccelin escreveu:
Dieneces escreveu:
morcego escreveu:
Dieneces escreveu:
jauro escreveu:
O resultado aí está: mais um para o cadafalso, agora um jurista que não merece o risco de encerrar sua biografia sem poder distinguir um esquadrão de Cavalaria de um pelotão de Infantaria.


E diria mais:

uma canoa de uma corveta e um boing de um L 42.
Essa crítica é apressada como as conclusões acerca das razões para a queda do vôo JJ3054. A ti , Jauro, e ao Carlos Chagas posso afirmar que o Jobim mais conhece do contexto militar do que vocês da biografia e da cultura geo-estratégica dele.Aguardem mais.


CONCORDO EM PARTES
É preciso somarmos que:

JOBIM ACEITOU APENAS APÓS A 3.ª INVESTIDA.

PODEMOS imaginar que ele pediu CARTA BRANCA PRA FAZER O QUE TIVER QUE FAZER.

em principio podemos esperar uma avaliação das coisas nas compras militares, mas acho que o FOCO é aviação CIVIL MESMO.
Aviação civil é a questão do momento , Morcego . O Jobim faz tempo que era o desejo do Lula para o MD . Desde quando não se falava em crise aérea.


Vocês viram a catracada que o Jobin deu no Waldir Pires no discurso de posse dele??? Simplesmente chamou o Waldir Pires de incompetente e que não queria largar o osso, com palavras mais 'leves' mas no conteúdo foi isso que ele quis dizer...
Vê se consegue postar esse discurso , Vilmar .


Já está no defesa net.

http://www.defesanet.com.br/zz/md_cmd_25.htm

Walter , o que mantem a esperança.

Enviado: Qui Jul 26, 2007 5:02 pm
por Dieneces
cicloneprojekt escreveu:
Dieneces escreveu:
vilmarmoccelin escreveu:
Dieneces escreveu:
morcego escreveu:
Dieneces escreveu:
jauro escreveu:
O resultado aí está: mais um para o cadafalso, agora um jurista que não merece o risco de encerrar sua biografia sem poder distinguir um esquadrão de Cavalaria de um pelotão de Infantaria.


E diria mais:

uma canoa de uma corveta e um boing de um L 42.
Essa crítica é apressada como as conclusões acerca das razões para a queda do vôo JJ3054. A ti , Jauro, e ao Carlos Chagas posso afirmar que o Jobim mais conhece do contexto militar do que vocês da biografia e da cultura geo-estratégica dele.Aguardem mais.


CONCORDO EM PARTES
É preciso somarmos que:

JOBIM ACEITOU APENAS APÓS A 3.ª INVESTIDA.

PODEMOS imaginar que ele pediu CARTA BRANCA PRA FAZER O QUE TIVER QUE FAZER.

em principio podemos esperar uma avaliação das coisas nas compras militares, mas acho que o FOCO é aviação CIVIL MESMO.
Aviação civil é a questão do momento , Morcego . O Jobim faz tempo que era o desejo do Lula para o MD . Desde quando não se falava em crise aérea.


Vocês viram a catracada que o Jobin deu no Waldir Pires no discurso de posse dele??? Simplesmente chamou o Waldir Pires de incompetente e que não queria largar o osso, com palavras mais 'leves' mas no conteúdo foi isso que ele quis dizer...
Vê se consegue postar esse discurso , Vilmar .


Já está no defesa net.

http://www.defesanet.com.br/zz/md_cmd_25.htm

Walter , o que mantem a esperança.
Não te deixarei sozinho , conterrâneo . :wink:

Enviado: Qui Jul 26, 2007 5:47 pm
por jauro
Folha on line

O ex-ministro disse que não teve esse poder enquanto ocupou o cargo porque a legislação impõe limites à atuação do ministro do Defesa.

"Espero, com confiança que possa dispor de todo o apoio para as correções e medidas adequadas, inclusive na natureza da competência executiva do Ministro da Defesa. Hoje, o ministro da Defesa não os tem, não os teve", disse ele se dirigindo a Jobim.

Para o mau F até o P atrapalha.

Enviado: Qui Jul 26, 2007 6:09 pm
por jauro
morcego escreveu:
Dieneces escreveu:
jauro escreveu:
O resultado aí está: mais um para o cadafalso, agora um jurista que não merece o risco de encerrar sua biografia sem poder distinguir um esquadrão de Cavalaria de um pelotão de Infantaria.


E diria mais:

uma canoa de uma corveta e um boing de um L 42.
Essa crítica é apressada como as conclusões acerca das razões para a queda do vôo JJ3054. A ti , Jauro, e ao Carlos Chagas posso afirmar que o Jobim mais conhece do contexto militar do que vocês da biografia e da cultura geo-estratégica dele.Aguardem mais.


CONCORDO EM PARTES
É preciso somarmos que:

JOBIM ACEITOU APENAS APÓS A 3.ª INVESTIDA.

PODEMOS imaginar que ele pediu CARTA BRANCA PRA FAZER O QUE TIVER QUE FAZER.


Dizem que a carta é em branco porque o Llula não sabe escrever.

Enviado: Qui Jul 26, 2007 6:09 pm
por Moccelin
Mas isso é uma coisa lógica. Todo mundo perdeu um pouco de prestígio com esse caos... Os generais, ao terem os rebelados sendo poupados pelo presidente, o Waldir Pires e todo mundo... O único detalhe é que o Waldir não fez nada, aparentemente, para tentar resolver o problema...

Aí vem um novo ministro, com carta branca do presidente, e a chave do cofre... Claro que vai ser um ministro com uma gestão, no mínimo, aceitável, se isso não acontecer que fechem o Min Def.

Imaginem a cena... Ele ajusta os salários, nem precisa aumentar, é só cubrir a desvalorização, aumenta as verbas para aquisições e modernizaçõs... Tudo anda, já que tem dinheiro sendo gasto, inclusive modernizando aeroportos etc... Aí termina o mandato do Lula e vão falar... É... O ministro Nelson Jobin fez um ÓTIMO trabalho... Falariam isso até dentro da caserna...

Enviado: Qui Jul 26, 2007 6:48 pm
por Kratos
vilmarmoccelin escreveu:Mas isso é uma coisa lógica. Todo mundo perdeu um pouco de prestígio com esse caos... Os generais, ao terem os rebelados sendo poupados pelo presidente, o Waldir Pires e todo mundo... O único detalhe é que o Waldir não fez nada, aparentemente, para tentar resolver o problema...

Aí vem um novo ministro, com carta branca do presidente, e a chave do cofre... Claro que vai ser um ministro com uma gestão, no mínimo, aceitável, se isso não acontecer que fechem o Min Def.

Imaginem a cena... Ele ajusta os salários, nem precisa aumentar, é só cubrir a desvalorização, aumenta as verbas para aquisições e modernizaçõs... Tudo anda, já que tem dinheiro sendo gasto, inclusive modernizando aeroportos etc... Aí termina o mandato do Lula e vão falar... É... O ministro Nelson Jobin fez um ÓTIMO trabalho... Falariam isso até dentro da caserna...


E zerar os impostos, não deviam ser cobrados impostos acima das atividades das FAs brasileiras.

Enviado: Qui Jul 26, 2007 7:43 pm
por Wolfgang
Caras, acho que o Jobim já deve estra recebendo tantas ligações de fornecedores, que nem temos idéia. O cara assumiu para resolver diversos problemas e deram a chave do cofre. Vamos esperar.

Enviado: Sex Jul 27, 2007 12:53 am
por Moccelin
Kratos escreveu:
vilmarmoccelin escreveu:Mas isso é uma coisa lógica. Todo mundo perdeu um pouco de prestígio com esse caos... Os generais, ao terem os rebelados sendo poupados pelo presidente, o Waldir Pires e todo mundo... O único detalhe é que o Waldir não fez nada, aparentemente, para tentar resolver o problema...

Aí vem um novo ministro, com carta branca do presidente, e a chave do cofre... Claro que vai ser um ministro com uma gestão, no mínimo, aceitável, se isso não acontecer que fechem o Min Def.

Imaginem a cena... Ele ajusta os salários, nem precisa aumentar, é só cubrir a desvalorização, aumenta as verbas para aquisições e modernizaçõs... Tudo anda, já que tem dinheiro sendo gasto, inclusive modernizando aeroportos etc... Aí termina o mandato do Lula e vão falar... É... O ministro Nelson Jobin fez um ÓTIMO trabalho... Falariam isso até dentro da caserna...


E zerar os impostos, não deviam ser cobrados impostos acima das atividades das FAs brasileiras.


Ah... Claro... Mas essa parte aí não depende só dele... A sede insaciável de dinheiro entrando 'fode com tudo'...

Enviado: Sex Jul 27, 2007 9:51 am
por Morcego
o cara é inteligente, VIROU E FEZ O QUE O PRESIDENTE TINHA MEDO DE FAZER OU FALTA DE HUMILDADE PRA FAZER.

falou em alto e bom tom, SE O PREÇO DA SEGURANÇA É A FILA, ENTÃO TEREMOS FILA POR ENQUANTO.

o cara já ta de parabéns por isso, os petistas e seus aliados da esquerda tem dificuldade em admitir incapacidades então NÃO CONSEGUIRIAM TOMAR ESSA POSIÇÃO, precisaram pegar um ex-ministro do FHC pra fazer.

Enviado: Sex Jul 27, 2007 10:13 am
por Penguin
26/07/07

Visão do Correio :: Os desafios de Jobim

Desde março do ano passado à espera de oportunidade para voltar à política, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim recusou dois convites do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o Ministério da Defesa. Cedeu na terceira tentativa, depois de certificar-se de que terá liberdade de ação, autoridade para promover as mudanças que julgar necessárias na Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) e na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Vai precisar de muito mais.

Criada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em 1999 e sempre comandada por civis, a pasta da Defesa ainda não existe efetivamente. Seus cinco titulares até aqui não fizeram mais que tratar de reivindicações salariais e defender a necessidade de verbas para as Forças Armadas, sem conseguir resolver nem um nem outro problema. Enquanto isso, Aeronáutica, Exército e Marinha mantêm estruturas estanques, cada qual com órgão próprio de pessoal, finanças, inteligência, informação, frotas de veículos, aeronaves, armas. E agem com absoluta independência do ministério. Portanto, a menos que receba total respaldo do Palácio do Planalto, Nelson Jobim enfrentará sérias dificuldades.

Restabelecer a ordem na aviação civil é emergência a ser tratada no primeiro segundo no cargo. Mas, quaisquer que sejam as providências, somente terão completo êxito se o ministro tiver o comando de fato e contar com o presidente da República no exercício pleno da função constitucional que lhe cabe como comandante supremo das Forças Armadas. Com essas condições, o advogado que foi deputado constituinte e ministro da Justiça antes de assumir o quarto cargo na linha sucessória do país e abandonar tudo para retomar a carreira política pode ter boa chance de ser bem-sucedido.

A partir desse ponto, Jobim dependerá do próprio potencial político para superar a falta de intimidade com o setor. Para vencer a tempestade do momento, desanuviando o ambiente, terá de conduzir o projeto de abertura de capital da Infraero em gestação no governo sabendo que os R$ 2 bilhões que se espera arrecadar com a medida não bastarão para atender às necessidades do transporte aéreo nacional. Precisará assegurar que os R$ 3 bilhões previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para investimentos em aeroportos nos próximos três anos não sofram contingenciamento. Terá ainda que convencer os ministérios da Fazenda e do Planejamento a completar o orçamento com as verbas que faltarem.

Na Anac, a dificuldade para promover as mudanças começa pela troca de comando. Os dirigentes da empresa têm mandato fixo, com estabilidade garantida por lei. São indemissíveis. A saída para o novo ministro da Defesa é apenas uma: persuadi-los a renunciar. No caso, também estará em jogo a capacidade de negociação de Jobim. No mais, ou ele consolida a pasta, ou será ejetado por ela.

Militares felizes

Oficiais-generais dizem ao Correio que vêem em Jobim qualidades que faltavam a Waldir Pires

Pedro Paulo Rezende e Edson Luiz
Da equipe do Correio

Militares do alto comando das três forças classificaram como positiva a nomeação de Nelson Jobim para o Ministério da Defesa no lugar de Waldir Pires, desgastado pela crise aérea deflagrada com a queda do Boeing 737-800 da Gol, em 29 de setembro do ano passado, e agravada com a tragédia com o Airbus da TAM, semana passada. O ministro demitido era considerado pelos comandantes das três forças como um homem inteligente e que conhecia as necessidades e potencialidades do país na área estratégica. Nesse quesito, apenas o embaixador José Viegas, que ocupou o cargo entre janeiro de 2003 e outubro de 2004, lhe era superior. No entanto, seu temperamento extremamente cordato e apaziguador, moldado pelos 80 anos de idade e por 50 anos de vida política, não se coadunava com a função, conforme disseram reservadamente oficiais-generais ouvidos pelo Correio.

Na última Feira Latino-Americana Aeroespacial e de Defesa (LAAD-2007), em 17 de abril, no Rio de Janeiro, Waldir Pires teve uma iniciativa inédita: visitou todos os estandes. Mostrou interesse em vários equipamentos exibidos lá. Enquanto isso, alguns de seus assessores, coronéis e tenentes-coronéis, ironizavam suas perguntas diante da imprensa nacional e estrangeira. “Um ministro militar não pode permitir esse tipo de comportamento dos subordinados”, comentou um militar que testemunhou a cena. Jobim é visto como um homem muito mais enérgico e dinâmico, qualidade que faltava a Pires.

Em sua passagem pelo Ministério da Defesa, Waldir Pires deu início a uma série de programas atropelados pelo apagão aéreo. Além de defender o reaparelhamento e a modernização das forças, ele queria remodelar a estrutura militar. Entre algumas medidas, pretendia unificar serviços burocráticos e eliminar duplicidades desnecessárias (Marinha, Exército e Aeronáutica ainda mantêm serviços de inteligência, financeiros e de pessoal separados), a mesma preocupação de Viegas antes de cair. De uma maneira geral, os militares opinam que, para ser bem-sucedido, o novo ministro da Defesa precisa contar com o apoio e a força do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Sem isso é trocar seis por meia-dúzia”, afirmou um oficial-general.

Lágrimas

Na última conversa que travou com o presidente Lula ainda no cargo de ministro, o próprio Waldir Pires disse ter travado um diálogo emotivo com o chefe. A assessores mais próximos, Pires não revelou detalhes da conversa, mas se mostrou magoado pelo fato de ter recebido críticas, de dentro e fora do governo, por não ter resolvido o problema do apagão aéreo, que já dura 10 meses.

O ex-ministro só soube oficialmente da própria demissão quando o presidente Lula ligou pela manhã convidando-o para uma reunião. Àquela altura, a imprensa já noticiava sua saída e a entrada de Nelson Jobim na pasta. O encontro foi cordial. Com assessores, comentou que o cargo era da confiança do presidente e, quando ele o pedisse, entregaria de imediato. À tarde, antes de seguir para o Palácio do Planalto, fez questão de dar esse esclarecimento para tirar a impressão de que havia uma “ruptura” com Lula.

Ao longo do dia, a assessoria do Planalto divulgou duas versões diferentes para a saída de Pires. Na primeira, anunciara que o ex-ministro havia sido demitido. Na segunda, pedira demissão. Em conversa com assessores, o próprio Pires disse que realmente havia sido mandado embora, sem entrar em detalhes.

Nos últimos dias em que esteve à frente do Ministério da Defesa, Waldir Pires recebeu muitas críticas, principalmente depois do acidente com o Airbus da TAM. “O ministro não esboçava nenhuma reação”, conta um assessor próximo. “Quando ele comentava algo, era para reclamar que o ministério não tinha nenhum ingerência sobre o tráfego aéreo, porque a legislação dá poderes totais a Aeronáutica”, completou.

Depois da reunião com Lula, Waldir Pires foi direto para um restaurante e almoçou com uma pessoa próxima. Em seguida, passou pelo ministério. Por volta das 15h45, dirigiu-se ao Planalto, onde assistiria à posse de Jobim. Antes da cerimônia, conversou com seu sucessor reservadamente na ante-sala do presidente. Hoje ambos voltam a se encontrar, às 11h, durante a transmissão do cargo — em cerimônia fechada.

Enviado: Sex Jul 27, 2007 10:24 am
por Penguin
Militares mantêm restrições a ministério

Para oficiais, independentemente do nome, civis desconhecem o que fazer para modernizar o setor

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA

A área militar reagiu à troca do ministro da Defesa com um misto de alívio, pela saída de Waldir Pires, e de indiferença, pela entrada de Nelson Jobim. Em resumo, oficiais ouvidos pela Folha acham que pior do que estava não vai ficar, mas ainda assim sem entusiasmo.

Conforme a reportagem apurou, a crise aérea e as sucessivas trocas de ministros da pasta, desde o segundo governo de Fernando Henrique Cardoso (1999-2003), aguçaram a rejeição entre os militares ao Ministério da Defesa. Em geral, eles dizem que o problema não é o ministro, mas o ministério.

Na realidade, segundo eles, há um comandante-em-chefe, que é o presidente da República, e um comandante para cada Força -Aeronáutica, Marinha e Exército-, sem espaço para o ministro. Tanto que as fotos nos gabinetes são de Lula e de cada comandante. Não há fotos de Waldir Pires, como não haverá de Jobim.

Na versão deles, qualquer civil, seja Waldir Pires, seja Jobim (que já fez palestras em cursos para oficiais) não se interessou e não estudou a complexa área de Defesa e, por isso, não entende o que é preciso para modernizar o setor.

O novo ministro não desconhece essa crítica, ou temor, tanto que foi enfático na primeira entrevista coletiva, ontem mesmo, no Planalto, ao mandar dois recados muito diretos às Forças Armadas.

"Estamos com problema de comando, e isso [o comando] agora vai ter." Em seguida, admitiu que não entende de defesa, mas fez referência indireta ao governador de São Paulo, o tucano José Serra, seu amigo ex-ministro da Saúde no governo FHC, ao dizer que o país já teve "um ministro da Saúde que não entendia nada de saúde e foi um grande ministro".

Em relação a Jobim, oficiais ouvidos pela Folha destacaram algumas vantagens de personalidade e de força política em relação ao ministro que está saindo: ex-ministro da Justiça no governo FHC e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Jobim tem mais "apetite" pelo poder, mais firmeza e será mais ouvido por Lula.

Além disso, tem a vantagem de não ter o carimbo de "esquerdista que lutou contra a ditadura militar" como outros cogitados, especialmente Aldo Rebelo, que é do PC do B. Também foi considerado melhor opção do que o atual ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, bancário que entrou na política pela via sindical.

A expectativa dos militares em relação a Jobim tem dois momentos. Num primeiro, que restabeleça uma certa organização no setor aéreo, para dar uma resposta rápida à população. Num segundo, que tenha força suficiente para arrancar verbas do Planalto e da área econômica para os projetos mais caros às três Forças.

O único deles citado especificamente por Lula ontem foi o do submarino atômico da Marinha. Mas há na fila também renovação de frota da Aeronáutica e de equipamentos do Exército.

Enviado: Sex Jul 27, 2007 11:07 am
por Penguin
Histórico do MD

http://www.defesa.gov.br/conheca_md/ind ... =historico

São raros os países que atualmente não reúnem suas Forças Armadas sob um único órgão de defesa, subordinado ao Chefe do Poder Executivo. No Brasil, as três Forças Armadas mantinham-se em ministérios independentes, até a criação oficial do Ministério da Defesa em 10 de junho de 1999.

A discussão sobre a criação de um Ministério da Defesa - integrando a Marinha, o Exército e a Aeronáutica - vem desde meados do século passado. A Constituição de 1946 já citava a criação de um Ministério único, que resultou na instituição do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), à época, chamado de Estado-Maior Geral.

O Presidente da República Marechal Castelo Branco defendia a tese da criação de um Ministério da Defesa. Ele assinou o Decreto-Lei 200, de 25 de fevereiro de 1967, que previa a promoção de estudos para elaborar o projeto de lei de criação do Ministério das Forças Armadas. No entanto, a proposta foi abandonada.

Durante a Assembléia Nacional Constituinte de 1988, o assunto voltou à discussão, mas não prosperou. Finalmente em 1995, o Presidente da República Fernando Henrique Cardoso declarou que, em seu plano de governo, estava prevista a discussão para criação do Ministério da Defesa.

O Presidente Fernando Henrique Cardoso pretendia criar o Ministério ainda no primeiro mandato. A idéia era otimizar o sistema de defesa nacional, formalizar uma política de defesa sustentável e integrar as três Forças, racionalizando as suas atividades.



Durante os anos de 1995/96, o EMFA, responsável pelos estudos sobre a criação do Ministério da Defesa, constatou que, entre 179 países, apenas 23 não possuíam Forças Armadas integradas por um único Ministério. Desses 23 países, apenas três, entre eles o Brasil, possuíam dimensões políticas para justificar a criação de um Ministério da Defesa, como extensão territorial e Forças Armadas treinadas e estruturadas.


Os Ministérios da Defesa da Alemanha, da Argentina, do Chile, da Espanha, dos EUA, da França, da Grã-Bretanha, da Itália e de Portugal foram escolhidos para análise aprofundada porque possuíam algum tipo de identificação com o Brasil, como extensão territorial, população, efetivo das Forças Armadas, entre outros fatores.


Para dar continuidade aos estudos de criação, o Presidente Fernando Henrique Cardoso criou o Grupo de Trabalho Interministerial que definiu as diretrizes para implantação do Ministério da Defesa. Reeleito, o Presidente nomeou o senador Elcio Álvares ministro Extraordinário da Defesa, em 1º de janeiro de 1999. O senador foi o responsável pela implantação do órgão.


Mas somente em 10 de junho de 1999, o Ministério da Defesa foi oficialmente criado, o Estado-Maior das Forças Armadas extinto e os Ministérios da Marinha, do Exército e da Aeronáutica transformados em Comandos.

Enviado: Sex Jul 27, 2007 11:11 am
por Penguin
Será possível uma convergência de interesses?

FUNÇÃO DO MIN. DA DEFESA:
A idéia era otimizar o sistema de defesa nacional, formalizar uma política de defesa sustentável e integrar as três Forças, racionalizando as suas atividades.


EXPECTATIVA DOS MILITARES:
A expectativa dos militares em relação a Jobim tem dois momentos. Num primeiro, que restabeleça uma certa organização no setor aéreo, para dar uma resposta rápida à população. Num segundo, que tenha força suficiente para arrancar verbas do Planalto e da área econômica para os projetos mais caros às três Forças.