Programa de Reaparelhamento da Marinha

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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A.K. for T-7
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#586 Mensagem por A.K. for T-7 » Sáb Set 22, 2007 8:57 pm

Pablo Maica escreveu:E tbm vão dar de presente o projeto do SCAR pra imbel produzir sob licença quantas quiser... e pros generais do EB não ficarem trsites mudaram o nome do projeto pra FALSCAR.


Um abraço e t+ :D


O EB poderia produzir o SCAR sob licença no Brasil a partir de 2010, se feito um contrato de mais de 50 mil unidades. Fonte: a própria FN Herstal.




Se chiar resolvesse, Sonrisal não morria afogado.
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Pablo Maica
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#587 Mensagem por Pablo Maica » Sáb Set 22, 2007 10:06 pm

Mas pra que SCAR Beraldi se a gente tem o super MD-97L!? :?


Ass vezes até parece brincadeira como são levados os processos de escolha de armamentos aqui no Brasil.


Um abraço e t+ :D




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Mapinguari
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#588 Mensagem por Mapinguari » Dom Set 23, 2007 1:00 am

A.K. for T-7 escreveu:
Pablo Maica escreveu:E tbm vão dar de presente o projeto do SCAR pra imbel produzir sob licença quantas quiser... e pros generais do EB não ficarem trsites mudaram o nome do projeto pra FALSCAR.


Um abraço e t+ :D


O EB poderia produzir o SCAR sob licença no Brasil a partir de 2010, se feito um contrato de mais de 50 mil unidades. Fonte: a própria FN Herstal.


Para mim, embora goste muito do G36, o SCAR seria a melhor opção para o Brasil (e para os três ramos das FAs). É leve o suficiente, pode usar um monte de acessórios e, principalmente, é modular, podendo usar diversos tipos de munição nos calibres 7,62mm e 5,56mm, bastando tracar cano e carregadores. Isso já acabaria com aquele problema do pessoal da infantaria de selva, que não quer largar o 7,62 de jeito nenhum.




Mapinguari

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Marino
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#589 Mensagem por Marino » Dom Set 23, 2007 10:26 am

Do Correio Brasiliense:

Defesa nacional

Esquadra nacional está sucateada

Metade da frota de navios, submarinos, aviões e helicópteros da Marinha está fora de operação. Relatório aponta a vulnerabilidade estratégica do país e reconhece: há uma grave perda de capacidade dissuasória

Leonel Rocha

Da Equipe do Correio



A Marinha brasileira baixou o estaleiro. A força só pode contar hoje, em média, com metade dos navios, submarinos, aviões e helicópteros de sua frota. E mesmo os equipamentos disponíveis, operam com restrições. Documento entregue pelo comandante da Marinha, almirante Moura Neto, em sessão secreta na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional no Congresso, revela o grau de sucateamento da esquadra. Criada por dom Pedro I para entrar em combate na guerra pela independência, a força vem navegando em orçamento raso há muitas décadas.

Desde 1999, a Marinha descartou 22 navios e nove aviões. No mesmo período o dinheiro só deu para repor 10 aparelhos. Nos próximos três anos, outras 17 embarcações de guerra entrarão na fila da baixa. Isso representa quase 20% da frota. O documento entregue aos parlamentares, obtido com exclusividade pelo Correio, considera “críticos os índices de disponibilidade” da força e contém um alerta: “Tal situação nos leva a uma constrangedora e crescente vulnerabilidade estratégica, sem precedentes nos últimos 40 anos, que requer providências permanentes”.

Em tom grave, o relatório reservado da Marinha mostra a preocupação da cúpula militar com a segurança nacional e traz uma avaliação negativa da situação. “A atual condição de aprestamento já representa uma perigosa redução da capacidade do sistema de defesa nacional, o que limita significativamente as opções do país para fazer frente a crises político-estratégicas”. A Marinha também dá combate aos delitos transnacionais e cita no documento o crime organizado e até o terrorismo internacional entre suas atribuições.

O documento oficial aponta que “a perda de credibilidade da capacidade dissuasória nacional tende a fragilizar a política externa brasileira em todos os foros de atuação e decisão”. Desenhando cenários preocupantes, o relatório apresentado pelo comandante Moura Neto aponta, entre as principais conseqüências da baixa capacidade de operação da Marinha, a vulnerabilidade das plataformas de petróleo que produzem 1,6 milhões de barris por dia de óleo e 17,1 mil metros cúbicos de gás.



Riscos

Segundo avaliação da cúpula militar, a atual situação já compromete a segurança nas rotas dos 500 grandes navios por dia que chegam e saem do Brasil carregando 95% do comércio exterior brasileiro — perto de US$ 230 bilhões no ano passado, segundo dados da equipe econômica. O empobrecimento da Marinha também atinge diretamente o cidadão. Segundo o relatório reservado, já está comprometida a segurança da navegação marítima e fluvial no país.

Caso o governo não libere o dinheiro para um programa de reaparelhamento da Marinha, a projeção da cúpula militar é que, em 2025, quase 90% dos equipamentos hoje existentes estarão no ferro-velho. O atraso é tanto que a corveta Barroso está sendo construída há mais de 10 anos e, quando ficar pronta, algum dia, estará defasada tecnologicamente. “A Marinha padece de grave crise de reaparelhamento em razão dos cortes no orçamento. Há uma perda significativa do poder naval”, declarou o comandante Moura Neto aos deputados, na última quarta-feira, em sessão pública na Câmara.

Pela primeira vez em 10 anos, o orçamento para a força proposto pelo governo Lula para 2008 atende às necessidades mínimas da Marinha. Foram prometidos R$ 2,1 bilhões somente para custeio e investimento. Pouco mais do dobro do valor previsto para este ano, que permitiu ficar acima da linha d’água, quando ficou com pouco mais de R$ 2,3 bilhões. “Sem este tipo e poder, o Brasil não conseguirá fazer a política externa que espera, nem almejar pertencer ao Conselho de Segurança da ONU”, lamenta o vice-almirante Armando Ferreira Vidigal, hoje na reserva e que integra a direção do Sindicato das Empresas de Navegação Marítima.

No ano passado, menos de R$ 500 milhões foram liberados pelo governo. Somente 20% dos recursos destinados ao funcionamento da máquina administrativa, de ensino, pesquisa e área de tecnologia. Nas duas rubricas do orçamento que está sendo executado pelo governo, menos de 20% tinham sido aplicados até agosto. “A situação de elevada degradação da Marinha foi reconhecida tanto pelo Ministério da Defesa quanto pela área econômica”, revela o documento reservado.

“A atual condição de aprestamento já representa uma perigosa redução da capacidade do sistema de defesa nacional, o que limita significativamente as opções do país para fazer frente a crises político-estratégicas”

Trecho de relátorio entregue à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional



Prejuízo de US$ 1,1bilhão

No relatório que trata das “necessidades orçamentárias” da Marinha, apresentado pelo comando da força ao Congresso, revela que o “estado vegetativo” do programa nuclear brasileiro já provocou um prejuízo de US$ 1,1 bilhão aos cofres públicos até dezembro do ano passado. O dinheiro desapareceu com o sucateamento tecnológico do programa, que deixou de receber investimentos adequados desde quando foi criado. Além disso, a Marinha perdeu técnicos para multinacionais e o conhecimento científico específico foi junto.

Desde 1999, o programa vinha sendo tocado com recursos exclusivos da Marinha. Para 2007 estão previstos apenas R$ 41,4 milhões para mantê-lo vivo. “Mas sem avanço no desenvolvimento da tecnologia nuclear”, segundo o relatório apresentado pela cúpula militar. Para tentar ressuscitá-lo, a força estima investimento mínimo de R$ 130 milhões por ano. O comandante apresentou no relatório de necessidades um programa de recuperação que prevê — além da retomada do programa nuclear para gerar energia e combustível em Centro de Pesquisa de Aramar, interior de São Paulo, — a construção de um submarino, modernização de cinco outros e aquisição de torpedos até 2012 como prioridade absoluta. Valor estimado: R$5,3 bilhões.

Reconhecidamente, a Marinha é a força mais prejudicada com os consecutivos cortes no orçamento, impostos pela equipe econômica. O comando tem direito, por lei, a royalties pela exploração do petróleo no mar e outras taxas e impostos pagos por empresas de navegação e estruturas de portos e docas. Mas não recebe parte disso.

(LR)

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#590 Mensagem por Marino » Dom Set 23, 2007 11:01 am

Alguns comentários do post acima:

Caso o governo não libere o dinheiro para um programa de reaparelhamento da Marinha, a projeção da cúpula militar é que, em 2025, quase 90% dos equipamentos hoje existentes estarão no ferro-velho

O CM foi claro e leal no Congresso quando falou que em 2025, se nada for feito, o poder naval brasileiro acaba.
Podia ter dito que muito antes disso já não teremos poder militar ou credibilidade para defender o Brasil.

Foram prometidos R$ 2,1 bilhões somente para custeio e investimento. Pouco mais do dobro do valor previsto para este ano, que permitiu ficar acima da linha d’água, quando ficou com pouco mais de R$ 2,3 bilhões.

Basta ler com calma para ver que ocorreu um erro. 2,1 bi não são o dobro de 2,3 bi. Na realidade, este ano a MB ganhou 1,1 bi.

o “estado vegetativo” do programa nuclear brasileiro já provocou um prejuízo de US$ 1,1 bilhão aos cofres públicos até dezembro do ano passado. O dinheiro desapareceu com o sucateamento tecnológico do programa, que deixou de receber investimentos adequados desde quando foi criado. Além disso, a Marinha perdeu técnicos para multinacionais e o conhecimento científico específico foi junto.

Aqui também foi uma forçada de mão. Os US$1,1 bi foram os investimentos totais no programa nuclear, dos quais 900 milhões foram da MB. Então, não houve um prejuízo de 1,1 bi de dólares. é verdade o estado vegetativo, a contratação dos profissionais pela iniciativa privada, a estagnação científica, mas foi forçar a mão dizer que todo o investimento virou prejuízo.




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#591 Mensagem por Corsário01 » Dom Set 23, 2007 11:05 am

Marino e demais amigos,
Está na hora de se fazer algo, não?
Vamos deixar acabar?
A população que só se encontra pela midia(tv globo), não vê um palmo diante do nariz.
Só enxerga o que a mídia coloca.
Então, acho que o trabalho deve começar por ai.
O Willian Wack abriu as portas, cabe a Mb não fechar os olhos para a iniciativa dele.
Eu sei que o Jornal da Globo não atinge as classes D,E e F, talvez nem a C, mas é uma iniciativa.

A massa é manobrada pela mídia. Se vc quer algo dela, trate de ter a mídia ao seu lado. Trabalhando com vc.
Mas confesso que pelo que tenho visto, esta "praia" precisa ser trabalhada e muito pela MB.

Comentários?




Abraços,

Padilha
PRick

#592 Mensagem por PRick » Dom Set 23, 2007 11:15 am

Battleaxe escreveu:Marino e demais amigos,
Está na hora de se fazer algo, não?
Vamos deixar acabar?
A população que só se encontra pela midia(tv globo), não vê um palmo diante do nariz.
Só enxerga o que a mídia coloca.
Então, acho que o trabalho deve começar por ai.
O Willian Wack abriu as portas, cabe a Mb não fechar os olhos para a iniciativa dele.
Eu sei que o Jornal da Globo não atinge as classes D,E e F, talvez nem a C, mas é uma iniciativa.

A massa é manobrada pela mídia. Se vc quer algo dela, trate de ter a mídia ao seu lado. Trabalhando com vc.
Mas confesso que pelo que tenho visto, esta "praia" precisa ser trabalhada e muito pela MB.

Comentários?


A realidade é esta aqui, o resto é só mais uma versão de nossa mídia, não vale nada, porque a credibilidade de quem fala é nula:

Leonel Rocha

Da Equipe do Correio

Nas próximas semanas, o Congresso Nacional vai votar a lei do Orçamento Geral da União. E nela o dinheiro que o governo poderá gastar com as Forças Armadas em 2008. O Legislativo dirá que tipo de política deseja para a defesa nacional. Se mantiver o atual modelo, o país gastará mais de 80% dos R$ 44,3 bilhões de orçamento total previsto com pessoal e encargos. Os congressistas poderão, entretanto, reduzir o efetivo e redirecionar os recursos para a modernização da tecnologia de defesa...


Vamos ter este ano um Orçamento de Defesa maior que o da Índia, e gastamos 80% com encargos e pessoal. Adorei a frase "se mantivermos o modelo atual", quel tal a mídia dizer qual é o modelo que deve ser seguido, em vez de apenas jogar merda no ventilador, distorcendo dados e estatísticas para provar suas teses, acho que já seria um bom começo. Na verdade, esta reportagem apenas indica que nada mudou, principalmente, nossa mídia, continuar a mesma porcaria de 30 anos atrás.

Estou de saco cheio de discutir questões corporativas, se nossas FA´s levassem defesa a sério, a proposta para reduzir pessoal e dar um jeito na Previdência dos Militares, partiria dos próprios militares.

[ ]´s




Carlos Mathias

#593 Mensagem por Carlos Mathias » Dom Set 23, 2007 11:43 am

Ninguém fura o próprio olho amigo, ninguém.




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#594 Mensagem por Paisano » Dom Set 23, 2007 12:01 pm

PRick escreveu:
Leonel Rocha

Da Equipe do Correio

Nas próximas semanas, o Congresso Nacional vai votar a lei do Orçamento Geral da União. E nela o dinheiro que o governo poderá gastar com as Forças Armadas em 2008. O Legislativo dirá que tipo de política deseja para a defesa nacional. Se mantiver o atual modelo, o país gastará mais de 80% dos R$ 44,3 bilhões de orçamento total previsto com pessoal e encargos. Os congressistas poderão, entretanto, reduzir o efetivo e redirecionar os recursos para a modernização da tecnologia de defesa...


Pois bem, caso fosse decidido pelo governo e congresso a extinção das FAA´s, ainda assim seriam mantidos esses gastos de R$ 44,3 bilhões com pessoal e encargos.

Ou seja, dizer que existem esses "gastos" não passa de uma mera desculpa para não se investir mais na atividade fim das FAA´s.




PRick

#595 Mensagem por PRick » Dom Set 23, 2007 12:06 pm

Paisano escreveu:
PRick escreveu:
Leonel Rocha

Da Equipe do Correio

Nas próximas semanas, o Congresso Nacional vai votar a lei do Orçamento Geral da União. E nela o dinheiro que o governo poderá gastar com as Forças Armadas em 2008. O Legislativo dirá que tipo de política deseja para a defesa nacional. Se mantiver o atual modelo, o país gastará mais de 80% dos R$ 44,3 bilhões de orçamento total previsto com pessoal e encargos. Os congressistas poderão, entretanto, reduzir o efetivo e redirecionar os recursos para a modernização da tecnologia de defesa...


Pois bem, caso fosse decidido pelo governo e congresso a extinção das FAA´s, ainda assim seriam mantidos esses gastos de R$ 44,3 bilhões com pessoal e encargos.

Ou seja, dizer que existem esses "gastos" não passa de uma mera desculpa para não se investir mais na atividade fim das FAA´s.


Bem próximo do real, extinguindo as FA´s a União ainda teria despesas da ordem de uns 30 bilhões de reais anuais por um bom tempo.

A fórmula deve ser racionalização do efetivo ativo, com um corte de uns 10% nas 03 armas, e modificações no sistema previdenciário para os novos militares. Isto já daria uma boa folga para gastar em investimento. Agora, nenhum governo vai bancar este desgaste político adicional, temos milhões de problemas mais urgentes.

[ ]´s




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#596 Mensagem por talharim » Dom Set 23, 2007 12:32 pm

Alguma novidade sobre o Cimarron ? Existe alguma movimentação na MB a respeito da aquisição ?

Esse navio daria uma capacidade de projeção enorme para a esquadra.

Todos os Cimarron foram convertidos para Jumbo Oilers pela USNAVY e podem agora carregar 150.000 barris de combustível.Fora capacidade de carga

Na minha opinião seria uma ótima aquisição.




"I would rather have a German division in front of me than a French

one behind me."

General George S. Patton.
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#597 Mensagem por Marino » Dom Set 23, 2007 1:56 pm

Caro Prick
Eu não gosto de discutir salário ou previdência, que os militares não tem, possuem pensão, por sempre gerar emoções e desentendimentos.
Veja se acredita no que eu vou escrever:
1) Em nenhum ministério a folha de pessoal cai no orçamento do mesmo. Alguem aqui sabe quanto custam os funcionários da saúde, ou da educação? Simplesmente pq a responsabilidade de pagar os funcionários do Estado cabe ao Estado, e desta forma o pagamento de todos os ministérios sai do MPOG.
No governo FHC, em sua tentativa de destruir as FFAA, ele retirou do MPOG o pagamento dos militares e colocou para ser pago do orçamento das Forças. Manobra criminosa para, como já escrevi, destruir as FFAA.
O que está sendo escrito aqui era exatamente o objetivo deste senhor que quebrou o Brasil 2 vezes: fazer com que a sociedade se voltasse contra as FFAA e questionasse: como pode não sobrar nada para o reaparelhamento?
Imagina se soubessem quanto custa a saúde, a educação, a segurança pública.
2) vou colocar aqui uma reportagem da Folha de São Paulo, reconhecidamente um jornal que possui posições independentes:
Folha de São Paulo
Governo comprimiu gasto com militares e expandiu o de civis
No primeiro mandato, houve queda acentuada do gasto per capita com salários das Forças, o que gerou a insatisfação dos servidores
Durante quatro anos, Lula ampliou a máquina militar em 51,94%, muito mais do que a estrutura de servidores civis, que cresceu 7,65%.
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo Luiz Inácio Lula da Silva, que enfrentou recentemente o descontentamento dos controles militares de tráfego aéreo, que reclamavam entre outras coisas do baixo salário, comprimiu o gasto per capita com servidores militares, enquanto expandia o dos civis.
Segundo a nota técnica 01/ 2007 do Ministério do Planejamento, enviada à Câmara em 23 de março, o custo unitário médio do servidor militar, que engloba gasto com salários, encargos e benefícios, caiu 19,2% entre 2002 e 2006, em termos reais. No mesmo período, o custo médio com civis subiu 5,29% acima da inflação medida pelo IBGE. Os dados se referem a servidores da ativa.
Em quatro anos, Lula aumentou a máquina militar em 51,94%, muito mais do que a estrutura de servidores civis, que cresceu 7,65%. Mas a incorporação de 145.085 militares não foi acompanhada por injeção de recursos correspondente.
Os dados revelam que o aumento do volume de recursos para os salários de militares no primeiro mandato de Lula foi 11,24% menor do que a inflação acumulada no período.
O resultado foi a queda acentuada do gasto per capita com salários e a cada vez mais visível inquietação em quartéis, hangares, navios e torres de controle de aeroportos.
Segundo um levantamento do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), porta-voz dos militares no Congresso, 25 oficiais das Forças Armadas pediram baixa só nos primeiros três meses deste ano, em busca de carreiras mais promissoras.
Submetido à pressão, o governo atendeu a algumas das demandas, concedendo reajustes escalonados. "As reduções nas médias per capita são explicadas pelo aumento do número do efetivo variável de recrutas, que constituem a base da pirâmide salarial dos militares federais", diz nota do Ministério da Defesa enviada à Folha.

Segundo o ministério, não ocorreu achatamento salarial.
Para Geraldo Cavagnari, membro do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp, o reajuste dado por Lula não cobre a defasagem dos últimos dez anos. "O processo de achatamento dos salários dos militares vem desde o governo FHC."
(FÁBIO ZANINI)


Também outra reportagem, de 15/ABR, do ESP:
Estado de São Paulo

As ocas promessas do governo

O governo federal, na gestão Lula, é um patrão de quem o líder metalúrgico de tempos idos em nenhuma hipótese compraria um carro usado, tantas as provas de sua prontidão para lograr os interlocutores ou parceiros em potencial. Em mais de uma circunstância, de caso pensado, o presidente faz ou autoriza que se façam promessas de aumentos salariais a setores do serviço público que não podem ser cumpridas. A promessa, ou melhor, a embromação, é uma jogada afinal pueril para exorcizar momentaneamente insatisfações funcionais a caminho do ponto de ebulição. Pressupõe que, abrandado o fogo da hora, a mobilização pelas demandas tenderá a arrefecer com o tempo - e, se ressurgir, sempre será possível fabricar novos artifícios para neutralizá-la.
Exemplo disso foi o teatro montado pelo Planalto para se desvencilhar de um compromisso assumido com todas as letras - e números - pelo então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Em fevereiro do ano passado, ele prometeu por escrito ao Grupo de Entidades Representativas de Classe (Gerc), da Polícia Federal, que a corporação teria 60% de aumento, em duas parcelas iguais. Os primeiros 30% foram, de fato, autorizados em julho - como parte do polêmico pacote de bondades de R$ 7,7 bilhões, dirigidas a diferentes categorias do funcionalismo. A segunda parcela ficou para ser quitada em dezembro. Mas, àquela altura, já reeleito, Lula preferiu olhar para o outro lado, como se nada tivesse com a palavra empenhada daquele seu ministro que sabe perfeitamente o que significa a expressão latina pacta sunt servanda.
Com a sua paciência se esgarçando - e o justificado receio de que o governo quer passar-lhes um calote disfarçado de contingenciamento -, os federais decidiram, na última semana de março, fazer uma greve de advertência de 24 horas, que afetou 25 das 27 superintendências regionais do órgão, com as conseqüências de praxe: travamento de 38 mil inquéritos, suspensão da emissão de 7 mil passaportes e por aí. A idéia de promover nos aeroportos uma operação-padrão só não foi adiante porque os delegados concluíram sensatamente que isso seria escarnecer dos passageiros já submetidos ao intermitente apagão aéreo. O Planalto, de seu lado, produziu uma nova promessa - a de que os dirigentes da Federação Nacional dos Policiais Federais seriam recebidos dia 10, no Ministério do Planejamento, para novos entendimentos.
Mas este é um governo que não se envergonha de sua pequenez. Sob a patética alegação de que determinado técnico da Pasta viajara a São Paulo, a reunião com o titular Paulo Bernardo foi transferida para o dia 11. “Adiaram uma vez. Outro adiamento não vão poder”, reagiu um exasperado presidente da federação, Marcos Vinício Wink. “Uma hora vão ter que definir.” Definir, porém, é um termo que o lulismo baniu de Brasília faz tempo - em relação a seja lá o que for. Também dia 11 não houve reunião com os funcionários.
Para ficar apenas na área das reivindicações do funcionalismo, o passa-moleque e a indefinição empilham um problema sobre outro. Na semana passada, foi a vez de funcionários do Banco Central fazerem uma greve de advertência. Eles querem equiparação dos salários de nível superior com os dos auditores da Receita, que recebem cerca de 40% a mais. Seu último reajuste, de 10%, data de 2005.
Também os militares estão cientes de que o governo quer embromá-los. O novo comandante da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto, se queixa abertamente do soldo dos camaradas. As Forças Armadas, diz, são “a carreira de Estado mais mal paga do Executivo”. Em recente entrevista a este jornal, ele reconheceu que houve uma melhora no primeiro mandato, mas lembrou que ainda está para ser coberto um resíduo inflacionário de 7%. Absteve-se, naturalmente, de aludir às ocas promessas presidenciais na matéria. O **mulo da desmoralização da palavra oficial, como se sabe, foi a volta atrás no caso dos controladores de vôo amotinados. Tendo-lhes prometido o céu, Lula renegou tudo para apaziguar os militares. O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais resume bem toda a situação: “Não cumprir os compromissos acordados está se tornando um hábito do governo federal, que decepciona até os mais otimistas.”


3) Mais acima falei de pensões:
Os funcionários públicos passaram a descontar para o sistema previdenciário somente a pouco tempo. Os militares sempre descontaram durante o serviço ativo, com uma diferença: continuavam a descontar após a aposentadoria e continuavam a descontar após sua morte, com a viúva sofrendo desconto da pensão. Isto com a Constituição dizendo que após a aposentadoria não se poderia haver tal desconto.
Foram citados outros "privilégios", entre aspas sim, como as filhas.
Já escrevi em outro post que quando nascia uma filha era apresentada a possibilidade de se efetuar um desconto, como se previdência privada fosse, para que após a morte do militar a filha recebesse um pecúlio. Repito: era efetuado um desconto em folha, como se previdência privada fosse. ERA PAGO.
Se um cidadão paga por toda a vida um pecúlio, este pode ser cancelado por uma canetada? Em qual Estado de Direito isto ocorre?
Para completar, até o direito de pagar já foi cancelado para os novos militares.
Já escrevi em outro tópico que o então Ministro da Marinha, Almirante Mauro César, apresentou ao governo um estudo, feito pelo CASNAV, em que provava que se todos os recursos descontados pelos militares fossem investidos, se pagariam as aposentadorias, as pensões das viúvas, as pensões das filhas e sobraria dinheiro. Propôs que os recursos descontados da MB fossem a ela entregues e que o pagamento de pensões e aposentadorias fosse de sua responsabilidade. Mas o governo não quis abrir mão destes recursos, que vão para o "saco único" previdenciário. Não teriam como continuar a reclamar, mentir é a palavra mais correta, à população.
Vamos ver outro "privilégios" dos quais já escrevi em outros tópicos:
- promoção ao posto superior na aposentadoria - já acabou.
Não me lembro de algum mais, mas estou pronto a responder.
Existem outros privilégios dos militares, tais como:
- não se sindicalizar;
- não ganhar hora extra;
- não ter fundo de garantia;
- não poder fazer greve;
- não ganhar insalubridade;
- ser movimentado por necessidade de serviço, com filhos pequenos, para São Gabriel da Cachoeira, p. ex., ou Eirunepé.
- ser a única classe de cidadão para a qual é prevista a pena de morte.
- outros que podemos também conversar.

Quando eu leio sobre estes assuntos, me lembro da Presidente do Chile, Bachelet, cujo passado todos conhecem, respondendo a questões iguais a que são colocadas agora no Brasil: "Os militares são vitais para o Estado, nenhum Estado pode abrir mão dos mesmos, seus soldos e pensões são obrigação de um Estado que queira sobreviver e que não pode abrir mão dos mesmos". Estou citando de memória.
Paro por aqui e não pretendo voltar a escrever sobre o tema.
Tome meu post como uma simples tentativa de explicar o que ocorre.
Um forte abraço




PRick

#598 Mensagem por PRick » Dom Set 23, 2007 2:34 pm

Acho que invés de ficarmos vendo matérias jornalísticas que nada somam, que trazem dados sem qualquer comprovação ou fonte, podemos voltar a realidade, e ela é a seguinte, gastamos 80% dos recursos de nossas FA´s em pessoal, de uma forma ou de outra.

Os aumentos concedidos pelo atual governo foram os maiores da história recente do País, tanto para servidores cívis, como militares, estou falando em aumento salarial, não em proporções de o quanto se gastou com cada área.

Diga-se de passagem que em 08 anos de Governo FHC os servidores civis receberam um único aumento de 05%, por consequência, seus salários estavam ainda mais defasados, todos os salários públicos ficaram defasados durante os 08 anos do Sr. FHC.

O galho é este, todos querem mais recursos e o questionamento é simples, teremos que ver aonde estão sendo gastos os recursos, para saber quem merece ter mais recursos, o critério não pode ser o que grita mais alto. :wink:

Existem claras distorções no sistema previdenciário público, tanto dos civis quanto dos militares, não posso conceber um sistema em que inativos podem receber mais do que quando estavam na ativa, ou promoção de cargos e carreira após aposentadoria por tempo de serviço ou iniciativa própria.

Outro problema sério é que os militares depende de material bélico para cumprir sua missão, que custam cada vez mais caro, sem ele não tem sentido ter militares, isto é uma conclusão óbvia, a pergunta que temos que fazer é: adiantam efetivos em torno de 300 mil homens, com reduzida capacidade bélica, por falta de material e treinamento? Podemos aumentar ainda mais os gastos com o setor de Defesa? Existe justificatica para termos um Orçamento muito acima de 22 bilhões de dólares ano?

Os critérios de definição dos gasto em FA´s são internacionais, o pagamento de pessoal da ativa e inativo tem que ser contabilizado, porque é assim que se faz.

O resto do funcionalismo da União recebe salário por fora da dotação do ministério, porque são todos regidos por um único regime jurídico, quando você tem, regimes diferentes, a Folha é feita de modo diferente, como ocorre com os nossos Parlamentares por exemplo.

Quanto a racionalização, ela deve atingir todas as áreas do setor público, mas repito, quem deve dar o exemplo são as FA´s, porque são o que existe de mais específico e mais exemplar em nossos gastos públicos.

Ninguém fala que temos funcionários públicos em excesso, ainda mais se estamos falando de servidores para o atendimento da população em suas carências. Mas é bem possível que tenhamos excessos em algumas áreas e carências em outras.

Repito, a mídia não fala de gastos para informar, mas para atacar o Governo e fazer proselitismo político, mistura dados e distorce tudo para um único fim, jogar merda no ventilador, para ela quanto pior melhor.

Quero tão somente os dados de aumento salarial, concedidos para os militares durante o Governo Lula, e aumentos dados ao servidores civis. Não sou contra o aumento de salários do setor público, mas não aceito que nossa mídia seja defensora de salários do setor público, nunca de defenderam os trabalhadores de qualquer área ou setor. Querem mesmo que os salários fiquem miseráveis, iguais aos da iniciativa privada, não vêem com bons olhos nem o aumento real do salário mínimo.

Também, não podemos acreditar que os Governos querem ver seus funcionários e militares na miséria, o que ocorre é falta de recursos para se fazer o que precisa ser feito. Todo mundo reclama, mas ninguém quer dar uma contribuição, os milagres não existem, esta é a realidade. Quer se ter salários muito acima da média nacional, material bélico de primeira, aposenadorias maravilhosas, que os impostos sejam menores e as dívidas sejam paga. Olha esta fórmula não pode ser realista.

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Vinicius Pimenta
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#599 Mensagem por Vinicius Pimenta » Dom Set 23, 2007 11:11 pm

PRick escreveu:Acho que invés de ficarmos vendo matérias jornalísticas que nada somam, que trazem dados sem qualquer comprovação ou fonte, podemos voltar a realidade, e ela é a seguinte, gastamos 80% dos recursos de nossas FA´s em pessoal, de uma forma ou de outra.


Marino escreveu:(...)Segundo a nota técnica 01/ 2007 do Ministério do Planejamento, enviada à Câmara em 23 de março(...) - Fonte FSP


:roll:




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#600 Mensagem por PRick » Dom Set 23, 2007 11:49 pm

Vinicius Pimenta escreveu:
PRick escreveu:Acho que invés de ficarmos vendo matérias jornalísticas que nada somam, que trazem dados sem qualquer comprovação ou fonte, podemos voltar a realidade, e ela é a seguinte, gastamos 80% dos recursos de nossas FA´s em pessoal, de uma forma ou de outra.


Marino escreveu:(...)Segundo a nota técnica 01/ 2007 do Ministério do Planejamento, enviada à Câmara em 23 de março(...) - Fonte FSP


:roll:


Eu quero ver é a tal da Nota Técnica, o Jornal deveria ter colocado na íntegra a parte da NT, ou pelo menos dados mais exatos aonde poderia ser consultada. Porque o que tenho visto, é quando vou dar uma olhada na fonte, percebo que a interpretação dada aos números ou texto da fonte, não batem com o que o documento fala, quero acesso ao documento, a interpretação eu mesmo posso fazer. Como ocorre com o Orçamento, quase nunca batem os números, nem vou falar na interpretação deles. :wink:

Procurei a tal NT no Site do Governo e da Câmara, e não existe nada em nenhum dos dois. Alguém sabe aonde podemos encontrar tais NT´s?

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