Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2
Enviado: Sáb Mai 21, 2011 9:27 pm
Imagina se estivesse mal na fita...
Tivemos chance de cair fora porque o programa quase foi suspenso pela Itália pelos aumentos exponenciais de custo. A bem da verdade, nossa participação no programa foi pífia. Fizemos o projeto do nariz com canhões 30 mm, que quase inviabilizou a instalação de radares, e colocamos tanques de combustível nas asas. A oferta da linha de F-20 aqui, que tinha encomendas seguras de Taiwan e outros países do Terceiro Mundo, coincidiu com esse momento.sapao escreveu:Ok, concordo que talvez nossos parceiros não tenham sido os melhores.
Mas isso é facil de saber hoje, depois que tudo já aconteceu.
E lembra aquela teoria de que se tivessemos sidos colonizados pelos holandeses, pelos britanicos, pelos chineses e assim por diante tudo seria diferente e para melhor.
Poderiamos ter feito uma parceria melhor?
Acredito que sim, mas acho que grande parte dos problemas tiveram mais a ver com o processo de como tudo foi feito do que com a parceria em si.
Mas naquela epoca logo após a moratoria e em transição para a Democracia, após a suspensão de vendas de suprimento para o Brasil pelos USA, o apoio americano e frances ao Reino Unido nas Falklands/Malvinas acho que não deve ter sido uma decisão facil.
Assim como acho que a do H-60L não foi, nem a dos P-3, nem a dos MI-35 e assim por diante.
Mas as decisões tem que ser tomadas, porque senão ficamos como o estamos no F-X, uma situação que ao meu ver é a pior que podemos ter: sem decisão nenhuma!
Eu teria preferido a linha de F-20, que nos foi oferecida por menos de 1/3 do valor pago pela linha de A-1. Vc estaria certo se não tivéssemos alternativas. Tínhamos.sapao escreveu:Em uma comparação, seria o mesmo que hoje partissemos para a compra direta lá fora de 60 caças modernos para o F-X porque daqui a 15 anos vamos conseguir fazer o MLU no modelo e eles virão muito melhor do que qualquer coisa que venhamos a produzir aqui dentro.
Como disse, é uma solução viavel e existe uma corrente neste sentido.
Eu sou contra porque não entra na minha cabeça que uma país como o Brasil que tem uma industria como a EMBRAER tenha que buscar soluções totalmente dependentes do exterior, mas é a minha opinião.
E acho que se aplica tanto a aquela epoca como a hoje em dia.
Se tivesse que escolher entre comprar um F-16 pronto ou meio A-1 com 1/3 dele sendo produzido na EMBRAER eu teria tomado a mesma decisão que foi tomada na decada de 80.
Mesmo sabendo que o F-16 é superior em performance e avionica.
Foi-nos oferecido parceria num projeto de 5ª geração, mas a COPAC achou que era sonho e que o NG era algo mais concreto. Como vemos, ela tinha razão. O Su-35S entrou em série e o protótipo do PAK-FA está voando.sapao escreveu:Negamos ou escolhemos mal?
O ultimo foi o AMX, depois uma decada morta e agora estamos tentando de novo.
A sapata funciona para AIM-9L e todos os mísseis ocidentais de aerodinâmica semelhante (o Python 3 não é compatível por isso).sapao escreveu:Por alguma chance remota, não poderia estar parte do problema na sapata?
Aliás, peço ajuda aos engenheiros para completarem a frase: para dimensiona-lo para uma determinada sapata eu preciso das...
O A-1 e o Piranha têm algo em comum: são dois projetos que nasceram defasados e anacrônicos. O mau gerenciamento é outro ponto em comum. Numa época onde os aviões de ataque eram altamente blindados ou supersônicos, partimos para uma atualização do conceito operacional do Gina. Quanto à Mectron, ela nasceu sabendo que ganharia o projeto do piranha e do MSS-1...sapao escreveu:Como você já disse, gerenciamento.
Cai no mesmo caso que falei do A-1, um bom projeto com falhas na gerencia.
Sobe a MECTRON, ela não foi criada por NÓS (presumo que você se refira ao GF) e sim por alguns engenheiros que começaram a firma sem ter nada a ver com Defesa, e muito menos para que o projeto do Piranha fosse retomado.
Mostre-me um projeto próprio bem sucedido e em operação que mudo minha frase...sapao escreveu:Eu acho que a MECTRON é muito mais do que isso, e pode (como já fez) sobreviver sem ter que ficar sendo pajeada pelo governo.
Alias, coisa que eu acho que ela não faz é ficar recebendo mesada para tocar projeto natimorto, muito pelo contrario.
Pois é,Carlos Mathias escreveu:Imagina se estivesse mal na fita...
cb_lima escreveu:Desculpem... mas entre o F-20 ser oferecido e o Governo americano realmente aceitar vai uma distância enorme.
Eu honestamente acho díficil eles realmente quererem oferecer uma aeronave superior as versões iniciais da sua 'estrela' o F-16 e deixar voar o concorrente fabricado no "Brasil" que provavelmente ainda iria sair mais barato com radar, etc do F-16.
Desculpem mesmo, mas a nossa realidade era outra e por isso que acabamos com F-5 tortos e oferta de misseis AIM-9 "B" P4 pré-históricos além da recusa explicita de acesso a informações que iriam facilitar em muito a integração do Piranha nos nossos F-5.
Se isso tudo foi negado, imagina o "inimigo" do F-16.
Não duvido de terem existido até "conversas", mas entre isso e uma proposta real com notificação ao congresso que a Northop iria fabricar F-20 no Brasil para disputar o mercado de caças com o F-16 da LM... vai uma distância enorme.
[]s
CB_Lima
Olá Lima,cb_lima escreveu:Pois é,Carlos Mathias escreveu:Imagina se estivesse mal na fita...
O cara foi ignorado pelo cerimonial do Gov. Brasileiro e agora eles vem com esse papo...
Acho que qualquer investimento desse tipo de propaganda deveria ser desviado para a compra real de Gripen NG pela Suécia, porque senão vai acabar como um outro F-20 se não pior, porque nem existe ainda.
[]s
CB_Lima
A comitiva sueca não foi recebida oficialmente pela nossa presidência no Palácio no Planalto e não existiu nenhuma cerimonia de recebimento deles.DELTA22 escreveu:Olá Lima,cb_lima escreveu: Pois é,
O cara foi ignorado pelo cerimonial do Gov. Brasileiro e agora eles vem com esse papo...
Acho que qualquer investimento desse tipo de propaganda deveria ser desviado para a compra real de Gripen NG pela Suécia, porque senão vai acabar como um outro F-20 se não pior, porque nem existe ainda.
[]s
CB_Lima
quem foi ignorado pelo cerimonial do GF?
[]'s.
Entendido.Pepê Rezende escreveu:SE a Suécia topasse. Ela não quer nem comprar os NG, imagine um novo projeto que consumiria bilhões de euros em investimento...Luís Henrique escreveu: Como você mesmo disse que é favorável a 60 caças de 5ª geração + os 120 do FX2. Isto, somado aos 48 da marinha não seria suficiente para um caça binacional, que teria mais 100 ou 76 unidades da Suécia?
A decisão não é apenas financeira em relação ao motor, é técnica, como coloquei acima. Quanto ao RAVEN, a SAAB ficou sem alternativa depois que o governo sueco cancelou o NORA por questão de economia. Primeiro, ia usar um radar norte-americano, tomaram um contra do Departamento de Estado. Foram até os franceses, que deixaram que ela se encalacrasse pensando que teria o RBE2, para depois negar a participação no projeto no último momento, coisa sacana, bem pensada e premeditada. Desesperada, partiu para a IAI, que foi proibida de ceder o radar pelos EUA. Sobrou a SELEX...Luís Henrique escreveu: Sobre a Suécia usar o motor americano, não foi uma decisão FINANCEIRA e sobre o radar da Selex eu creio que foi uma decisão devido ao timing.
Foi EXATAMENTE O QUE SUGERI AO BENGT. Vou deixar bem claro: NÃO SOU ANTISSUECO. Gosto do Gripen A/B/C/D e o acho perfeitamente adequado para a FAB. No entanto, a SAAB tomou uma medida conservadora ao decidir pelo NG. Houve uma briga interna. O CEO deposto defendia a manutenção do C/D e o desenvolvimento de um caça de 5ª geração com a Coreia. Um grupo de engenheiros retrógrados, no entanto, convenceu o Conselho Diretor dos méritos, ao meu ver inexistentes, do programa NG. A luta foi decidida por essa turma, que olha para trás, contrariando a tradição da companhia.Luís Henrique escreveu: Mas se adquirissimos Gripen C e desenvolvessemos um caça de 5ª geração para entrar em serviço em 2020, não teriamos tempo e tecnologia para nos independermos dos americanos?
Se a resposta for não, então temos que procurar os franceses ou russos...
O Túlio colocou duas informações inverdadeiras acima. O PW1120 não é um projeto israelense, é norte-americano, bolado pela Pratt & Whitney a pedido do Estado judeu. A segunda é que é o SEGUNDO motor supersônico high by pass a ser instalado num caça. O mérito pertence ao RM8 do Viggen, que não passa de um motor comercial de Boeing 707 adaptado a condições militares.
Tanto Israel quanto a Suécia não estão plenamente capacitados a realizar projetos de núcleos de motores a reação de grande capacidade. Apenas, por ordem alfabética, Alemanha, Estados Unidos, França, Japão, Reino Unido, Rússia e Ucrânia o estão. Notem que não coloquei a República Popular da China na lista. Ela chegou agora no clube, mas, até o momento, apenas modificou um núcleo de motor comercial, o CFM 56, para o seu WS10 (o CFM 56 é a base do General Electric F110 norte-americano). Mesmo assim enfrentou sérios problemas de desenvolvimento. A Índia, depois de patinar no Kaveri, pediu ajuda à SAFRAN francesa.
Deu para entender as dificuldades?
Abraços
Pepê
100% de acordo! Aliás, muito além do FX-2, existem muitíssimos motivos para recebê-los super bem. São grandes investidores no Brasil, empresas suecas geram empregos aqui, é um País amigo, etc. e tal...AlbertoRJ escreveu:Uma gafe muito feia, mas menos mal. Não existe motivo nenhum para não serem bem recebidos e isso não tem nada a ver com o FX-2.
[]'s
Creio que sim.AlbertoRJ escreveu:Em termos aeronáuticos, o Brahmos é para quem tem um Flanker, no mínimo. Não?
[]'s