sapao escreveu:
Então Pepê, o proprio Ozires Silva disse em uma palestra na AFA que a asa dele NÃO é a que foi projetada, foi mudada a pedidos...
Depois que causou um acidente fatal...
sapao escreveu:De mercado realmente eu acho que ele não teria sucesso, mas não era essa a intenção; a intenção era fazer extamente o que você propõe que seja feito hoje: uma parceria.
Só que não soubemos escolher o parceiro. Na mesma época a Northrop nos ofereceu a linha do F-20 por apenas US$ 800 milhões. A Dassault propôs criar uma linha de Mirage 3NG aqui.
sapao escreveu:Se no Kosovo os alvos que ele destruiu eram falsos, acho que o problema estava na Inteligencia e não na aeronave, que afinal acertou onde falaram que estariam os alvos, mesmo que falsos.
Concordo, mas lembre-se que ele foi testado contra alvos que os iugoslavos QUERIAM que fossem destruídos, numa área sem defesas antiaéreas adequadas (por isso foi designado para o ataque, pois não sobreviveria numa área mais densa) e em condições de combate completamente artificiais.
sapao escreveu:Certamente comprariamos 120 F-16 SE os USA nos quisessem vender, e esses F-16 seriam semelhantes aos modelos que a Venezuela utiliza e que durante uma Cruzex não decolaram para efetuar o bombardeio em Maxaranguape porque o tempo estava fechado; alias só duas aeronaves decolaram : o A-29 e o A-1.
Obviamente, não compraríamos 120 aviões, teríamos uma força muito mais capaz com menos unidades. Com um MLU, estariam perfeitamente prontos para combater. Na mesma época a França nos ofereceu o Mirage 2000C num padrão muito semelhante ao indiano. Eles serão completamente reconstruidos e receberão turbinas novas (daí o alto custo do pacote) porque a IAF tem alta consideração sobre a capacidade de combate qualquer tempo dos bichos.
sapao escreveu:E voltamos a aquela velha pergunta: melhor produzir aqui com 2 gerações de atraso ou comprar "brand new" lá fora?
É melhor entrar como associado num projeto "brand new", o que nos foi oferecido, diversas vezes, e negamos.
Pepê Rezende escreveu:Um amigo da FAB, seu colega, que participou da campanha afirma que o apelido carinhoso na Força é "queima-sapata"...
sapao escreveu:Como disse , o problema não está no missil...
A interface também faz parte do conjunto. Se ele queima a sapata é porque está mal dimensionado.
sapao escreveu:Não fizemos o seeker e mais uma infinidade de projetos que nasceram naquela epoca e não foram finalizados; o problema foi falta de capacidade tecnica somente?
Não, faltou gerenciamento. Vou dar um bom exemplo: em 1980, o general Argus, amigo de meu pai, pediu a uma empresa privada brasileira que desenvolvesse um telêmetro laser. Prometeu comprar 2 mil unidades. Seis meses depois o projeto estava pronto ao custo de US$ 1 milhão. A encomenda feita foi de apenas seis aparelhos, causando um bruta prejuízo ao dono da firma. Obviamente, o capitalista se desinteressou e nunca mais produziu nada para o EB. O CTex, enquanto isso, estudou o assunto por CINCO ANOS sem qualquer resultado.
O caso do Piranha também é emblemático. Começou como um projeto do CTA que escolheu a DF Vasconcellos para absorver a tecnologia do seeker, basicamente o mesmo do AIM-9B. A empresa desviou US$ 60 milhões pagos pelo Tesouro para a produção de "Lunetas para ver o Cometa". Como o Halley foi um fiasco, ela não teve como repor os recursos. A partir daí, o programa foi repassado à Órbita, de triste memória. Quando a Engesa (a Órbita era uma sociedade entre a Engesa e a Embraer) faleceu, o programa foi entregue a Elebra, que também morreu. Estava mais que na hora de procurar um desenvolvimento conjunto, mas criamos a MECTRON para tocar o Piranha.
sapao escreveu:A propria MECTRON, que vive de lucro, não quis fazer uma parceria com a Africa do Sul para desenvolver o MAA-1B.
E ela não está fazendo isso por orgulho, e sim porque ela sabe que tem condições de fazer aqui um produto que atenda as nossas necessidades.
Lhe garanto que se ela achasse que o programa é sem futuro e fracassado já teria desistido dele a muito tempo, como outras empresas já o fizeram.
A MECTRON não desiste do MAA-1 porque é a única fonte de renda garantida que possui. Enquanto mantiver o programa vivo, terá acesso a recursos do Tesouro. É uma mesada para uma empresa que só conseguiu desenvolver um projeto bem-sucedido, o MSS1.2, que nada mais é que um velho programa da OTO-Melara concebido na década de 1980. O MAA-1 é caro, obsoleto e nada acrescenta ao AIM-9L. Deveríamos usar esses recursos para acelerar o processo de industrialização do A-Darter. Aí, a MECTRON teria alguma função... Espero que, com a parceria da Odebrecht, isso mude.
Pepê