Pepê Rezende escreveu:A Suécia, por uma questão de disciplina fiscal, está assassinando a indústria aeronáutica no país. Não se comprometeu com o Gripen NG, uma proposta furada desde o início. Disse isso ao Bengt quando a campanha foi lançada. A outra ideia, sufocada por um bando de engenheiros sem qualquer imaginação, envolvia um caça de 5ª geração bimotor do porte do Rafale, antecedida pela venda de Gripens C/D ao Brasil. ESSA proposta, eu defenderia. Há apenas um problema, por uma questão de economia, partiram para a adoção cega de motores norte-americanos. Foi um dos cravos no caixão do programa NG na Índia. Por favor, leiam o post sobre restrições que coloquei acima. Há facsímiles das determinações dos EUA sobre uso de material.
Por outro lado, a Suécia MATOU seu radar AESA próprio, o NORA. Ficou presa a um produto voltado para o mercado de upgrade, o RAVEN, da Selex (o produto sério da empresa é o CAESAR, que só será produzido daqui a CINCO ANOS). É importante ressaltar que nenhum hardware do radar foi oferecido pelo consórcio sueco ao Brasil, ao contrário da França, que vai produzir os módulos da antena em São José dos Campos.
Tivemos uma boa chance, com a Rússia, e a jogamos fora. Vou acentuar: a Suécia não tem massa crítica para desenvolver um produto que nos dê independência plena. Ficaríamos presos à coleira norte-americana. Minha ideia seria um conjunto brasileiro-franco-sueco para suprir as deficiências de cada um. O problema é que os dois parceiros estão tocando programas de 4,5ª geração: o Gripen E/F (uma modernização dos atuais C/D) e o Rafale. Sobra uma alternativa: aderirmos a um dos programas não estadunidenses de caças de 5ª geração, embora não goste do projeto chinês.
Pepê
Luís Henrique escreveu:Pepê, a Suécia não tem demanda para nacionalizar um caça.
Agora, se sentarmos para discutir e acenarmos com uma aquisição de cerca de 200 unidades (FAB + MB), a Suécia poderia adquirir cerca de 100 unidades. Se colocarmos na mesa que pagariamos 2/3 do desenvolvimento do caça...
Foi a jogada que tentaram no NG. Nós pagaríamos o desenvolvimento. O total do F-X2 é de 120 unidades. Eles disseram que, caso comprássemos o pacote,
poderiam adquirir 20 unidades... No Parlamento sueco, afirmam que, caso isso ocorresse, o total de aviões operados pela Flygvapnet teria de cair para 76 unidades por questões de economia. Para os deputados, a frota atual poderá sobreviver até 2030...
Quanto ao Gripen Naval, é um projeto muito complicado, que envolve, até mesmo, a mudança do sistema de retirada do motor. O avião teria que receber modificações tão importantes que pouco restaria da estrutura original. Para que possa avaliar melhor, com o sistema atual de remoção do motor o gancho TERIA que ser colocado onde está o pilone central. Se ficar atrás, arrancaria a parte traseira da aeronave...
Luís Henrique escreveu:Enfim, a Suécia não teria TECNOLOGIA através da volvo para desenvolver um motor equivalente ao F414?
A tecnologia que a Volvo dispõe é norte-americana. Para vc ter uma ideia das limitações impostas, a Marinha dos EUA, detentora dos direitos intelectuais, não repassou o custo operacional do motor para a SAAB. Para calcular a hora/voo, a FAB DIVIDIU pela metade o custo da hora/voo da F414 do SuperHornet, que possui apenas 80% de comunabilidade com a F414 que será empregada no NG.
Luís Henrique escreveu:Ou mesmo, reatar o NORA.
A pesquisa foi perdida e o grupo envolvido no programa dissolvido. Por que vc acha que correram atrás do RAVEN, um radar embasado em um produto para upgrades, que, além de pesado, possui apenas 120 km de alcance e metade da capacidade de gerenciamento de alvos do RBE2?
Luís Henrique escreveu:Teríamos bons argumentos. O novo caça seria binacional e o Brasil e a Suécia não DEPENDERIAM dos americanos para exporta-lo. Com soluções inteligentes e sendo produzido no Brasil, este caça poderia ficar em uma faixa de preço BEM COMPETITIVA para exportação.
Teoricamente, ótimo, só que não teríamos como fabricá-lo sem apoio norte-americano. Ou seja, toda a propaganda que envolve o NG e a possibilidade de fabricar um novo caça stealth a partir dele é falaciosa.
Abraços
Pepê