Vi muita bobagem aí. Os 3 Patetas menosprezaram o P-3AM. Ele é tão eficaz quanto os outros P-3 modernizados, quanto um C-295 MPA, um ATR-72M, as equipes da FAB sabem explorar o potencial dos sensores e a tarefa ASW e com o programa que os P-3AM passaram na AKAER poderão disparar os Harpoons.
Na década de operação dos P-3 da FAB, participaram de vários exercícios demonstrando bom desempenho. Segue o exemplo de um:
https://www2.fab.mil.br/musal/index.php ... no-nuclearP-3AM ORION ENFRENTOU UM SUBMARINO NUCLEAR
Imagine buscar um inimigo invisível em uma área de 2 mil quilômetros quadrados, equivalente a mais de 242 mil gramados do Maracanã, no meio do Oceano Atlântico. Foi esse o desafio encarado pelas tripulações do Esquadrão Orungan em um treinamento a bordo dos seus aviões P-3AM realizado em julho de 2014.
E não era um alvo qualquer: com pouco mais de um ano de uso, o HMS Ambush era o submarino nuclear mais moderno do Reino Unido. Movida por um reator nuclear fabricado pela Rolls Royce, a embarcação é capaz de dar uma volta ao mundo debaixo d’água, e esteve na costa da Bahia para treinar com as tripulações da FAB.
O combate entre um avião e um submarino começa como um jogo de “gato e rato”. Sem poder ver abaixo da linha da água, a tripulação da aeronave usa a tecnologia.
De pequenas aberturas na parte de baixo do P-3AM, sonoboias caem diretamente na água. Ali, elas começam a emitir ondas sonoras e receber de volta todos os ecos do mar. Podem encontrar o leito marinho, baleias… e alvos.
Também há as sonoboias passivas, que buscam ruídos como os motores dos submarinos.
Os dados de até dezenas de sonobóias são enviados em tempo real para computadores e tripulantes responsáveis por tentar identificar um submarino em meio a tantos ruídos no mar. Enquanto isso, o submarino se mantêm em máximo silêncio e tenta seguir para uma área longe da aeronave.
Nesse treinamento, a tática não deu certo para o HMS Ambush. Com os dados das sonoboias indicando onde estava o alvo, o P-3AM foi para a segunda parte da missão: localizar, exatamente, onde estava o submarino.
Foi a hora de usar o enorme “ferrão” na parte traseira da aeronave. É um Detector de Anomalias Magnéticas, conhecido pela sigla inglesa MAD, de Magnetic Anomaly Detector. Com esse sensor, o avião voando baixo consegue detectar a presença de uma grande massa metálica na água.
No combate entre o P-3AM da FAB e o HMS Ambush, todas essas fases foram cumpridas. Foram cinco horas de busca até confirmar a localização do submarino. Só não houve o passo seguinte: lançar o armamento. Mas o treinamento já é motivo de comemoração no Esquadrão Orungan. “Hoje em dia podemos afirmar que temos plena capacidade de localizar submarinos”, afirma o Tenente-Coronel Aviador Antônio Lima Júnior, comandante do Esquadrão.
De acordo com ele, conseguir achar o submarino pode alterar todo o cenário estratégico. “Revelar a posição já é uma vitória. O que eles iriam fazer já não fariam mais”, conta. No caso do HMS Ambush, a tripulação do P-3AM conseguiu até perceber a embarcação britânica desistir de sua rota. “Nós o cercamos com as nossas sonoboias e ele precisou curvar 180 graus e voltar”, relata.
O embate contra o HMS Ambush não foi o único treinamento do Orungan. Nos dias seguintes, exercícios semelhantes tiveram como protagonistas o submarino peruano Pisagua,de propulsão diesel-elétrica, e mais dois nucleares: o Amethyste, da França, e o USS Dallas, da Marinha dos Estados Unidos. Este último é uma das “estrelas” do filme “A Caçada do Outubro Vermelho”. Todos foram localizados pelos P-3AM da FAB.
Os submarinos vieram para o Brasil para participarem das comemorações dos 100 anos da Força de Submarinos da Marinha do Brasil, celebrada em 17 de julho de 2014. No caminho, aproveitaram para treinar com a Força Aérea Brasileira.
Um mês depois, foi a vez de um P-3AM viajar: entre 18 e 24 de agosto, uma aeronave brasileira operou a partir da Base Aérea Naval de Bahía Blanca, da Armada Argentina. Era a Operação Fraterno, realizada pelos argentinos em parceria com a Marinha do Brasil.
A aeronave atuou na busca das fragatas Greenhalgh, brasileira, e La Argentina, da Armada Argentina, que também participou com um avião P-3B e as corvetas Espora e Robinson. “O cenário era diferente do que operamos. O movimento de embarcações era muito grande e por isso era mais difícil confirmar a localização dos nossos alvos”, explica o Tenente-Coronel Lima Júnior.
Durante a Operação Fraterno, o P-3AM brasileiro compartilhou dados de sonoboias com o P-3B argentino. A bordo das duas aeronaves as tripulações puderam participar juntas na busca dos alvos.