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Re: Aviação Naval Brasileira

Enviado: Ter Out 19, 2021 10:20 pm
por FCarvalho
Um adendo. Sendo o Gripen F um avião biplace, e uma vez eleito como vetor exclusivo para a aquisição de 16 unidades, isto proporcionaria ao VF-1 além da total capacidade de operar nos mais amplos TOM sul americano, quiçá fora dele, também facilitar a questão da formação e manutenção das horas de voo dos caçadores navais, já que ao invés de um piloto ele levaria sempre dois.

Como o esquadrão da marinha é uma unidade pequena, ter um caça biplace como padrão torna a parte de treinamento, formação e operacionalidade melhor equilibrada já que com 16 unidades a MB pode prover o VF-1 com até 48 pilotos, o que seria uma injeção de ânimo tremenda nos oficiais que sonham dentro da instituição em pilotar os caças cinzas com o cocar naval. Além disto, com tal demanda por pilotos, a formação poderia migrar para a própria marinha ou ser reajustada com a FAB no sentido de obter mais espaço para os oficiais alunos nas escolas de formação. Com mais vagas para o esquadrão Falcão, a parte humana (oficiais e praças) receberia um incentivo muito legal no sentido de amparar operacionalmente aquela OM. E para isso muita gente dentro da MB poderia ser mobilizada e ter oportunidades de engendrar novas carreiras e/ou atividades dentro e fora de suas áreas de atuação.

Uma escola de aviação naval talvez até fosse possível de ser pensada, mesmo que em conjunto com a FAB. Aliás, penso que quando mais o tempo passar e a asa fixa se tornar uma realidade cada vez mais inquestionável na MB, tudo isso concorre para que no futuro a questão da demanda para suportar a formação dos quadros permanentes desta área da marinha irá forçar cedo ou tarde um remodelamento da formação/capacitação de seus servidores. Quem sabe daqui a vinte anos nós tenhamos a oportunidade de ter a aviação não mais como uma opção de oportunidade durante a vida profissional dos marinheiros, mas uma das Armas, Quadros e Serviços de opção já na formação básica seja na Escola Naval, seja nas demais escolas de formação da MB. Um passo e tanto.

Aliás, O antigo CATRE seria uma excelente aposta para sediar a nossa Top Gun tupiniquim. :mrgreen: 8-]

Re: Aviação Naval Brasileira

Enviado: Qua Out 20, 2021 6:40 am
por Matheus
FCarvalho escreveu: Ter Out 19, 2021 10:20 pm Um adendo. Sendo o Gripen F um avião biplace, e uma vez eleito como vetor exclusivo para a aquisição de 16 unidades, isto proporcionaria ao VF-1 além da total capacidade de operar nos mais amplos TOM sul americano, quiçá fora dele, também facilitar a questão da formação e manutenção das horas de voo dos caçadores navais, já que ao invés de um piloto ele levaria sempre dois.

Como o esquadrão da marinha é uma unidade pequena, ter um caça biplace como padrão torna a parte de treinamento, formação e operacionalidade melhor equilibrada já que com 16 unidades a MB pode prover o VF-1 com até 48 pilotos, o que seria uma injeção de ânimo tremenda nos oficiais que sonham dentro da instituição em pilotar os caças cinzas com o cocar naval. Além disto, com tal demanda por pilotos, a formação poderia migrar para a própria marinha ou ser reajustada com a FAB no sentido de obter mais espaço para os oficiais alunos nas escolas de formação. Com mais vagas para o esquadrão Falcão, a parte humana (oficiais e praças) receberia um incentivo muito legal no sentido de amparar operacionalmente aquela OM. E para isso muita gente dentro da MB poderia ser mobilizada e ter oportunidades de engendrar novas carreiras e/ou atividades dentro e fora de suas áreas de atuação.

Uma escola de aviação naval talvez até fosse possível de ser pensada, mesmo que em conjunto com a FAB. Aliás, penso que quando mais o tempo passar e a asa fixa se tornar uma realidade cada vez mais inquestionável na MB, tudo isso concorre para que no futuro a questão da demanda para suportar a formação dos quadros permanentes desta área da marinha irá forçar cedo ou tarde um remodelamento da formação/capacitação de seus servidores. Quem sabe daqui a vinte anos nós tenhamos a oportunidade de ter a aviação não mais como uma opção de oportunidade durante a vida profissional dos marinheiros, mas uma das Armas, Quadros e Serviços de opção já na formação básica seja na Escola Naval, seja nas demais escolas de formação da MB. Um passo e tanto.

Aliás, O antigo CATRE seria uma excelente aposta para sediar a nossa Top Gun tupiniquim. :mrgreen: 8-]
Concordo que a solução Gripen seria ótima por dar impulso ao programa e uma verdadeira comunalidade e capacidade de combate. No entanto, certa feita li que a MB tem "preferência" por caças que podem ser embarcados, para que seja possível treino de pouso "duro" e enganche. Na vejo nada viável além de um esquadrão de F-18C/D ex kuwait.

Re: Aviação Naval Brasileira

Enviado: Qua Out 20, 2021 9:37 am
por J.Ricardo
Se a MB estivesse preocupada com padronização com as outras forças, ela teria acompanhado o exército e comprado o veículo blindado da Iveco e não o JLTV.

Se for pra comprar um avião que não opere em porta aviões, melhor comprar logo um SU-34, mas descendo a nossa falta de verbas, compra um M-346 FA e espera pra ver o caminho que vão tomar...

Re: Aviação Naval Brasileira

Enviado: Qua Out 20, 2021 2:13 pm
por FCarvalho
Matheus escreveu: Qua Out 20, 2021 6:40 am Concordo que a solução Gripen seria ótima por dar impulso ao programa e uma verdadeira comunalidade e capacidade de combate. No entanto, certa feita li que a MB tem "preferência" por caças que podem ser embarcados, para que seja possível treino de pouso "duro" e enganche. Na vejo nada viável além de um esquadrão de F-18C/D ex kuwait.
Atualmente a única forma que os caçadores navais do VF-1 tem de praticar pouso e decolagem de Nae é quando vão aos USA e operam em algum dos Nae da US Navy, e mesmo assim, salvo erro, eles operam apenas nos T-45 GostHawk, nunca um F-18 ou coisa parecida. Eles nem tem condições para isso a não ser de "saco".
Estas visitas tem como único e exclusivo motivo não deixar que percam a habilitação de operação embarcada. E é só por isso que eles vão lá. Mas nada.
E como disse, mesmo que a MB tenha a intenção de possuir um Nae, este vetor é impensável nos próximos vinte anos, pelo menos. Não há como simplesmente argumentar em seu favor tendo em vista os motivos que elenquei antes. E o almirantado sabe disso. Só não contam para ninguém.
Quanto aos F-18 do Kuwait, bem, são realmente uma opção tentadora, mas são caças com muitas horas de voo e com mais de vinte anos de uso, dado que chegaram logo após a guerra do golfo 1. Então, a meu ver seria como trocar seis por meia dúzia.
A única diferença efetiva é que quando os Nae da US Navy aparecessem por aqui, teríamos em tese como pedir carona para operar embarcado neles enquanto estivessem por aqui. E isso acontece uma ou duas vezes no ano, o que dispensaria as idas ao USA para manter a habilitação dos pilotos. Ademais, estes caças teriam que passar por uma revisão geral antes de serem incorporados, e só nisso aí, com certeza você perde algumas unidades para o tempo de uso e os esforços de voo, manutenções mal feitas, ou não feitas, etc. Nem em sonho a MB teria condições de operar 38 unidades. Com muita sorte apenas 12 a 16, e o resto viraria spar parts.
Não é algo muito animador.

Re: Aviação Naval Brasileira

Enviado: Qua Out 20, 2021 2:15 pm
por FCarvalho
J.Ricardo escreveu: Qua Out 20, 2021 9:37 am Se a MB estivesse preocupada com padronização com as outras forças, ela teria acompanhado o exército e comprado o veículo blindado da Iveco e não o JLTV.
Se for pra comprar um avião que não opere em porta aviões, melhor comprar logo um SU-34, mas descendo a nossa falta de verbas, compra um M-346 FA e espera pra ver o caminho que vão tomar...
É como eu costumo dizer, a falta que faz um MD com culhões. :?

Re: Aviação Naval Brasileira

Enviado: Qui Out 21, 2021 10:50 am
por Matheus
FCarvalho escreveu: Qua Out 20, 2021 2:13 pm
Matheus escreveu: Qua Out 20, 2021 6:40 am Concordo que a solução Gripen seria ótima por dar impulso ao programa e uma verdadeira comunalidade e capacidade de combate. No entanto, certa feita li que a MB tem "preferência" por caças que podem ser embarcados, para que seja possível treino de pouso "duro" e enganche. Na vejo nada viável além de um esquadrão de F-18C/D ex kuwait.
Atualmente a única forma que os caçadores navais do VF-1 tem de praticar pouso e decolagem de Nae é quando vão aos USA e operam em algum dos Nae da US Navy, e mesmo assim, salvo erro, eles operam apenas nos T-45 GostHawk, nunca um F-18 ou coisa parecida. Eles nem tem condições para isso a não ser de "saco".
Estas visitas tem como único e exclusivo motivo não deixar que percam a habilitação de operação embarcada. E é só por isso que eles vão lá. Mas nada.
E como disse, mesmo que a MB tenha a intenção de possuir um Nae, este vetor é impensável nos próximos vinte anos, pelo menos. Não há como simplesmente argumentar em seu favor tendo em vista os motivos que elenquei antes. E o almirantado sabe disso. Só não contam para ninguém.
Quanto aos F-18 do Kuwait, bem, são realmente uma opção tentadora, mas são caças com muitas horas de voo e com mais de vinte anos de uso, dado que chegaram logo após a guerra do golfo 1. Então, a meu ver seria como trocar seis por meia dúzia.
A única diferença efetiva é que quando os Nae da US Navy aparecessem por aqui, teríamos em tese como pedir carona para operar embarcado neles enquanto estivessem por aqui. E isso acontece uma ou duas vezes no ano, o que dispensaria as idas ao USA para manter a habilitação dos pilotos. Ademais, estes caças teriam que passar por uma revisão geral antes de serem incorporados, e só nisso aí, com certeza você perde algumas unidades para o tempo de uso e os esforços de voo, manutenções mal feitas, ou não feitas, etc. Nem em sonho a MB teria condições de operar 38 unidades. Com muita sorte apenas 12 a 16, e o resto viraria spar parts.
Não é algo muito animador.
Segundo já li, o VF-1 realiza treinamento em solo com características utilizadas em Nae, como pouso duro, gancho de parada, sistema ótico, etc. Aí vai da questão doutrinária. Se a ideia da MB é ter caças embarcados, o Gripen não ajuda muito nesse quesito. Se a ideia da MB é abandonar a aviação embarcada, aí faz sentido.

Re: Aviação Naval Brasileira

Enviado: Qui Out 21, 2021 9:12 pm
por FCarvalho
Matheus escreveu: Qui Out 21, 2021 10:50 am Segundo já li, o VF-1 realiza treinamento em solo com características utilizadas em Nae, como pouso duro, gancho de parada, sistema ótico, etc. Aí vai da questão doutrinária. Se a ideia da MB é ter caças embarcados, o Gripen não ajuda muito nesse quesito. Se a ideia da MB é abandonar a aviação embarcada, aí faz sentido.
Sim, eu sei. A pista da Macega tem toda a aparelhagem para simular pouso a bordo de Nae, isto dá alguma expertise aos pilotos e mantém eles com certa aptidão para os meandros deste tipo de operação. Mas é tudo muito limitado, e até por isso eles tem de ir de tempos em tempos aos USA para garantir a habilitação, operando a partir dos Nae norte americanos. Sem isso praticamente o VF-1 se torna uma unidade sem qualquer capacidade aeronaval. E esta, até ordem em contrário, é a diretiva básica da existência desta OM pela marinha.
No caso do Gripen, há muito tempo atrás um ex-piloto do VF-1 voo o modelo na Suécia para a Revista Força Aérea e pelo que ele falou na matéria depois publicada na mesma é que o caça tem todas as qualidades de um caça naval, só não o é na prática por questões de mercado. A adaptação dele para operações embarcadas passaria basicamente por novos trens de pouco, gancho de parada e reforço estrutural onde necessário. Mas não apareceu até hoje ninguém interessado em pagar para ver.
Neste aspecto, por mais que o Gripen E/F não seja um caça naval puro, ele é o mais próximo de algo assim que a MB poderia obter em termos de modelos zero km, com apoio interno.
Já a questão da MB deixar de operar Nae, tem que ser discutida para além dos muros do almirantado brasileiro. Se ficar só no intra-muros, vamos passar à eternidade a espera de um, sem sequer ter cacife para arrumar escoltas decentes.
E é esta parte do PEM 2040 que ferra com a ideia de uma esquadra baseada em Nae. É só olhar os cronogramas dos vários projetos que a MB tenta manter, e pode-se ver que é praticamente impossível pensar em um Nae antes de 2050. Mas claro, a MB não fala nada que é para não terminar de enterrar a ideia de ter um novo Nae algum dia.
De qualquer forma, mesmo operando apenas de terra o VF-1 pode muito bem cumprir todas a missões de suporte aéreo naval que a esquadra precisa, desde que dentro do nosso TOM na América do Sul. Se formos para além disso, no caso da costa ocidental africana e/ou mar do caribe, ou mesmo a costa oeste da AS, como agora consta no PEM, aí o buraco é mais embaixo.
Então, temos que tomar uma decisão coletiva (o sentido social, político, militar e estratégico) até 2040: precisamos ou não de um Nae na Marinha do Brasil? Se sim ou não, por quê e para quê? O resto é consequência.

Re: Aviação Naval Brasileira

Enviado: Qui Out 21, 2021 9:30 pm
por FCarvalho
Hã, apenas reforçando uma opinião pessoal que hoje tenho sobre o futuro da aviação naval; nós temos tantos problemas e lacunas a serem cobertas no curto e médio prazo que não há como pensar sequer em construir Nae sem que ao menos os problemas atuais sejam resolvidos a contento.
Neste sentido, temos dois programas não resolvidos já fazem mais de 5 anos, no mínimo, e que é a substituição dos Esquilo e dos Bell Jet Ranger, algo que poderia ter sido feito há tempos se houvesse um pouco mais de vontade e celeridade, mas acabou perdendo-se no tempo e para outras prioridades elencadas pela própria MB.
Falta-nos mais SH-16 para o HS-1, assim como um substituto para depois de 2030 aos 8 AH-11 Super Linx modernizados, e também para equipar as Fragatas Tamandaré, O mesmo ocorre com os UH-15/15A que são em número insuficiente para o apoio ao CFN e demais organizações da marinha.
Temos a questão da vigilância da ZEE via SISGAAZ, que indica o uso de drones, satélites, e outros meios aéreos necessários. Há a questão dos aviões de patrulha, que penso, cedo ou tarde irá voltar à aviação naval, talvez com a aposentadoria dos P-3AM da FAB. Precisaremos de um avião de transporte e emprego geral médio e/ou grande para diversas funções de apoio a esquadra, ao CFN e as OM espalhadas pelo país ao longo do litoral e interior. Acredito que um avião SAR na aviação naval também é uma necessidade, e já temos algumas opções nacionais a serem pensadas. Há a questão do treinamento e formação, as escolas, enfim, uma miríade de coisas que temos de fazer para deixar a aviação naval da marinha à altura dos desafios que se lhe impõe, que pensar em Nae é realmente uma quimera nos planos estratégicos da MB.
Se conseguirmos fazer tudo isso que descrevi, e ainda conseguirmos verbas, interesse e compromisso de quem por obrigação, duvido que alcancemos bom termo antes de 2050.
Por mais que os almirantes sonhem com uma esquadra de porte, e capaz de, sobretudo, suscitar a dissuasão necessária em nosso entorno estratégico, tanto para a vizinhança como para eventuais incursos externas, dificilmente iremos alcançar os objetivos de tal monta. Pelo simples fato de que não temos aqui os motivos, as razões, e nem a "necessidade" para realizá-los de forma célere e responsável.
E é isso. Com alguma sorte nós chegaremos ao final da primeira metade deste século com talvez 10 a 12 navios de escolta na esquadra, mais alguns NaPaOc, que a marinha considera como se fossem navios de guerra, e ficamos por aí. Nada demais para uma marinha que sonha alto voos de galinha.

Re: Aviação Naval Brasileira

Enviado: Ter Nov 23, 2021 10:59 pm
por knigh7

Re: Aviação Naval Brasileira

Enviado: Qua Nov 24, 2021 12:42 pm
por FCarvalho
A confirmar se os próximos 4 e últimos também serão AH-15B. Tudo indica que sim.

Re: Aviação Naval Brasileira

Enviado: Dom Dez 19, 2021 4:26 pm
por arcanjo
Helibras entrega o terceiro EC135 à Marinha do Brasil

https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiL9aWOk4P50GxWkRwepvVBuP54qa2WWrEzgJjbWvwTeBfMqngJ3cicvz77_2IEj7Gq9FVQ_lkqgJuUUMwfbYKRrU4YMGtmou72KnmjQoN8JuZrKz7UuFbT5H1Lk905Qici6eTGEKZPJs8-DRcW7NTsWlO1y1ZCxM9cXjolUrRw5b3USCPocP7umwuknA=s1024

https://www.defesabrasilnoticias.com/20 ... ec135.html

abs.

arcanjo

Re: Aviação Naval Brasileira

Enviado: Dom Dez 19, 2021 10:39 pm
por henriquejr
Sobre a questão da MB adquirir um substituto para o AF-1, só acho que se não for uma plataforma com capacidade de operar embarcado, ainda que seja utilizado por quase toda a sua vida útil para manter a doutrina, não faz sentido a MB ser uma segunda Força Aérea no Brasil. Melhor deixar os caças de lado e dedicar a aviação naval para apoio a esquadra (helicópteros, aviões de transporte, patrulha marítima, etc...) e ao CFN, com helicópteros de reconhecimento e ataque, que podem ser operados nos atuais meios da MB.

Re: Aviação Naval Brasileira

Enviado: Qua Dez 22, 2021 8:38 pm
por FCarvalho
henriquejr escreveu: Dom Dez 19, 2021 10:39 pm Sobre a questão da MB adquirir um substituto para o AF-1, só acho que se não for uma plataforma com capacidade de operar embarcado, ainda que seja utilizado por quase toda a sua vida útil para manter a doutrina, não faz sentido a MB ser uma segunda Força Aérea no Brasil. Melhor deixar os caças de lado e dedicar a aviação naval para apoio a esquadra (helicópteros, aviões de transporte, patrulha marítima, etc...) e ao CFN, com helicópteros de reconhecimento e ataque, que podem ser operados nos atuais meios da MB.
A missão da aviação naval é primariamente apoiar a esquadra e, de acordo com os seus meios, dar-lhe cobertura e ampliar seu raio de ação. Isto posto, é mister afirmar que não se pode confundir o que é missão primária da aviação naval com o que é missão primária da força aérea. São complementares, mas uma não substitui a outra de forma nenhuma.
Portanto, o que a MB ainda busca no longo prazo (2040) é a possibilidade de voltar a operar Nae próprios de acordo com o contexto geopolítico, estratégico e econômico do país. Mas esta é uma decisão que precisa de foco no longo prazo, algo que por aqui é inviável diante da nossa tradicional miopia em relação a qualquer coisa que vá além das próximas eleições, ou de assuntos estúpidos e irrelevantes pelos quais estamos diariamente cercados.
O VF-1 será mantido até que haja uma ordem superior ao almirantado que diga: asa fixa na MB acabou. Ponto. Cumpra-se a ordem. Mas quem vai fazer isso fora da MB? Ninguém que eu saiba até hoje. Ou em havendo decisão do próprio almirantado que, mudando todos os padrões doutrinários até agora assumidos e a visão estratégica da MB, decidam que caças na MB são um anacronismo, e portanto, desnecessários. Desconheço qualquer pensamento, teórico ou prático, dentro da instituição Marinha do Brasil que corrobore este tipo de iniciativa. Então, o VF-1 e seus vetustos A-4 seguem aí até decisão em contrário, ou que um substituto seja encontrado. No caso, temos um candidato natural, o Gripen E/F.
É sempre bom lembrar que a existência de vetores de asa fixa na aviação naval, mesmo caças, não concorre com a força aérea, visto que ambas desempenham missões totalmente diferentes, e cada uma tem suas próprias postulações doutrinárias e operacionais. Se parecem, mas não são iguais.
E sim, a MB está em busca de conseguir todos os (melhores) meios de asa rotativa e fixa para aquinhoar seus esquadrões atuais, e futuros. O problema como sempre é que as demandas são muito maiores do que a nossa vontade de dar conta delas. Ou seja, falta verba até para o mais simples desde sempre, imagines conseguir abrir a carteira para outras que bem mais importantes.

Re: Aviação Naval Brasileira

Enviado: Qua Dez 29, 2021 11:55 pm
por henriquejr
FCarvalho escreveu: Qua Dez 22, 2021 8:38 pm
henriquejr escreveu: Dom Dez 19, 2021 10:39 pm Sobre a questão da MB adquirir um substituto para o AF-1, só acho que se não for uma plataforma com capacidade de operar embarcado, ainda que seja utilizado por quase toda a sua vida útil para manter a doutrina, não faz sentido a MB ser uma segunda Força Aérea no Brasil. Melhor deixar os caças de lado e dedicar a aviação naval para apoio a esquadra (helicópteros, aviões de transporte, patrulha marítima, etc...) e ao CFN, com helicópteros de reconhecimento e ataque, que podem ser operados nos atuais meios da MB.
A missão da aviação naval é primariamente apoiar a esquadra e, de acordo com os seus meios, dar-lhe cobertura e ampliar seu raio de ação. Isto posto, é mister afirmar que não se pode confundir o que é missão primária da aviação naval com o que é missão primária da força aérea. São complementares, mas uma não substitui a outra de forma nenhuma.
Portanto, o que a MB ainda busca no longo prazo (2040) é a possibilidade de voltar a operar Nae próprios de acordo com o contexto geopolítico, estratégico e econômico do país. Mas esta é uma decisão que precisa de foco no longo prazo, algo que por aqui é inviável diante da nossa tradicional miopia em relação a qualquer coisa que vá além das próximas eleições, ou de assuntos estúpidos e irrelevantes pelos quais estamos diariamente cercados.
O VF-1 será mantido até que haja uma ordem superior ao almirantado que diga: asa fixa na MB acabou. Ponto. Cumpra-se a ordem. Mas quem vai fazer isso fora da MB? Ninguém que eu saiba até hoje. Ou em havendo decisão do próprio almirantado que, mudando todos os padrões doutrinários até agora assumidos e a visão estratégica da MB, decidam que caças na MB são um anacronismo, e portanto, desnecessários. Desconheço qualquer pensamento, teórico ou prático, dentro da instituição Marinha do Brasil que corrobore este tipo de iniciativa. Então, o VF-1 e seus vetustos A-4 seguem aí até decisão em contrário, ou que um substituto seja encontrado. No caso, temos um candidato natural, o Gripen E/F.
É sempre bom lembrar que a existência de vetores de asa fixa na aviação naval, mesmo caças, não concorre com a força aérea, visto que ambas desempenham missões totalmente diferentes, e cada uma tem suas próprias postulações doutrinárias e operacionais. Se parecem, mas não são iguais.
E sim, a MB está em busca de conseguir todos os (melhores) meios de asa rotativa e fixa para aquinhoar seus esquadrões atuais, e futuros. O problema como sempre é que as demandas são muito maiores do que a nossa vontade de dar conta delas. Ou seja, falta verba até para o mais simples desde sempre, imagines conseguir abrir a carteira para outras que bem mais importantes.
Em nenhum momento eu disse que a aviação de caça naval concorre com a aviação de caça da Força Aérea. O que eu disse é que não faz sentido a MB operar caças sem capacidade de serem operados embarcados, mesmo que MB não venha dispor desse meio, mas que seja possível pelo menos manter a doutrina (a exemplo a Armada Argentina, com os SUE). Não tem como manter isso operando caças projetados para operarem em terra. Como estes caças iriam prover a tão necessária cobertura aérea a Esquadra, tendo que operar em terra? Mudaremos a missão da nossa esquadra para atuar apenas na plataforma continental do Brasil, onde, teoricamente, seria possível esse apoio aéreo de caças operados em terra? A MB perderia a sua vocação de projeção de poder para justificar uma Aviação Naval baseada em terra?
Sei que essa é uma decisão e almirantado, e eu acredito que eles tem quebrado muito a cabeça com essa questão.
Se o que se quer é uma aviação naval com capacidade para dar cobertura aérea à Esquadra, então ela tem que acompanhá-la!

Re: Aviação Naval Brasileira

Enviado: Qui Dez 30, 2021 1:36 am
por knigh7
O Tenente Brigadeiro Taveira, chefe do então COMGAR, que era na época o responsável por delinear o Programa de Fortalecimento do Espaço Aéreo Brasileiro, vulgo plano Fênix. em entrevista a Revista Força Aérea em 1.997 disse que a atividade da FAB é dar cobertura aérea à esquadra dentro dos limites das aeronaves.

Com o Gripen+KC 390, seria muito maior.


Obs: sabem que dos 5 submarinos que temos 2 estão na reserva? Que o Orçamento do SisGAAz para 2022 é de R$ 2,6 milhões? Sabem que estamos carentes de escoltas (mesmo com as 4), de Navios Patrulha, de Navios Oceanográficos, de navios-tanque (navio de apoio logístico), de navios caça-minas etc, etc, etc...
Mas se quiserem insistir no debate da MB ter caças tendo as restrições orçamentárias que frequentemente tem, boa sorte.