NOTÍCIAS POLÍTICAS

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pafuncio
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#5521 Mensagem por pafuncio » Sáb Ago 09, 2014 12:29 am

Cross escreveu:
Grep escreveu:Mais uma crise eleitoral fabricada.
"fabricada"

Requentada.

Fato de maio. Ano passado.

Belo trabalho de perdigueiro de campanha. Vamos ver o desenrolar da novel crise retroativa.

Sld.
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#5522 Mensagem por Grep » Sáb Ago 09, 2014 11:56 am

Essa historia é patética para não dizer outra coisa.

Mas o que esperar da imprensa do ataque da bolinha de papel/bobina do molina?


É uma pena que muita gente caia nesses golpes baratos.
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knigh7
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#5523 Mensagem por knigh7 » Sáb Ago 09, 2014 12:08 pm

editorial do Estadão de hoje
via
http://www.eb.mil.br/web/imprensa/resen ... 3DdoSearch
A degeneração do Mercosul



A última cúpula do Mercosul, em Caracas, prestou somente para reafirmar que o bloco econômico não tem outra utilidade senão a de servir como palanque político. O Mercosul está sendo usado, cada vez mais, para legitimar posições ideológicas que representam o atraso e que estão condenando esta parte da América do Sul à estagnação. Esse melancólico papel ficou claro quando os chefes de Estado ali reunidos deram muito mais importância a tópicos que nada têm a ver com questões comerciais – que deveriam ser, afinal, sua preocupação central.

A presidente Dilma Rousseff até tentou trazer um importante assunto para a pauta – a defesa de um acordo de livre-comércio do Mercosul com a Aliança do Pacífico, o dinâmico bloco formado por México, Peru, Colômbia e Chile. Mas foram palavras ao vento, pronunciadas com o único propósito de caracterizar Dilma, candidata à reeleição, como uma presidente preocupada em realizar bons negócios para o Brasil e em ampliar os horizontes do Mercosul. Mas o discurso da petista caiu no vazio e nem foi mencionado na declaração final da cúpula.

Assim como Dilma, a maioria dos demais chefes de Estado parecia estar ali apenas para cuidar de seu peixe. Mercosul, cada um por si foi o apropriado título de reportagem do jornal El País sobre os bastidores do encontro.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, por exemplo, usou a reunião para obter respaldo a seu autoritarismo e a suas desastrosas iniciativas econômicas, que recentemente causaram convulsão no país. Logo no início da declaração oficial do encontro, por exemplo, os chefes de Estado condenaram "todo tipo de violência e intolerância que busque atentar contra a democracia e suas instituições, tais como os lamentáveis acontecimentos que ameaçaram, no início do ano, a ordem democrática legalmente constituída pelo voto popular" na Venezuela. Portanto, para o Mercosul, foi a oposição a Maduro que atentou contra a democracia, e não a resposta truculenta do governo, que causou mais de 30 mortes e resultou na prisão arbitrária de dissidentes.

Na declaração final, raras foram as menções a iniciativas para articular os mercados regionais – e mesmo essas poucas sugestões retratam o viés bolivariano que predomina no bloco. Presidente do Mercosul e anfitrião do encontro, Maduro ficou à vontade para desfiar seu rosário de bobagens sobre integração. Ele defendeu, por exemplo, a união entre o Mercosul e a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), o bloco bolivariano criado pelo falecido caudilho Hugo Chávez. A intenção, disse o venezuelano, é "ir muito além do que se convencionou chamar de livre-comércio". Para ele, é necessário "transcender" esse conceito, "chegando ao comércio justo e integrador". A situação de penúria econômica da Venezuela mostra o que tal discurso significa. Embora a prudência recomendasse a rejeição da proposta de Maduro, o Mercosul, que não consegue deslanchar nem em seu atual formato, aceitou negociar a criação dessa "zona econômica complementar", conforme se lê em um dos documentos da cúpula.

Já a presidente argentina, Cristina Kirchner, aproveitou a cúpula para obter apoio do Mercosul à sua guerra contra os credores apelidados de "abutres" – aqueles que não aceitaram os termos da renegociação da dívida do país e ganharam na Justiça americana o direito de receber integralmente o que a Argentina lhes deve. Cristina, que agora preside o Mercosul, foi bem-sucedida: na declaração final, consta uma nota especial que lhe oferece respaldo "irrestrito".

Abastardado, reduzido cada vez mais a um fórum de oportunistas bolivarianos, o Mercosul caminha para a irrelevância, deixando passar excelentes possibilidades de negócios mundo afora. Quem melhor resumiu esse estado de coisas foi o sempre honesto presidente uruguaio, José Mujica, após o encontro de Caracas: "Quando volto ao Uruguai (depois de alguma reunião do Mercosul), as pessoas me perguntam o que decidimos... Eu sei lá o que decidiram. Fizemos uma declaração".
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#5524 Mensagem por Viktor Reznov » Sáb Ago 09, 2014 12:55 pm

Grep escreveu:Essa historia é patética para não dizer outra coisa.

Mas o que esperar da imprensa do ataque da bolinha de papel/bobina do molina?


É uma pena que muita gente caia nesses golpes baratos.
Aham, patética. Nada de mais, só muito possivelmente um servidor público se utilizando de recursos federais pra difamar jornalistas. Nada mais. Coisa corriqueira. Normal. Pouca bosta. Irrelevante.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#5525 Mensagem por Clermont » Sáb Ago 09, 2014 6:14 pm

Aloprados agora atacam do Planalto (Editorial).

O Globo - 09.08.2014.

O termo foi lançado com propriedade pelo presidente Lula, na campanha para a reeleição, em setembro de 2006, depois que petistas foram presos pela Polícia Federal, em São Paulo, quando se preparavam para comprar um dossiê falso contra a candidatura de José Serra ao governo paulista. Um bando de “aloprados”, tachou Lula, até como forma de manter distância daquela operação atrapalhada de sabotadores incautos. Entre os “aloprados”, estavam pessoas próximas a ele e de sua campanha.

O tempo correu, o PT ampliou o exército de militantes na internet, e cresceu, também, o número de sites/blogs chapas-brancas, bancados com dinheiro público, até que, na campanha presidencial seguinte, em 2010, soube-se de nova operação aloprada. No ano anterior, o sigilo fiscal do candidato tucano, adversário de Dilma Rousseff, José Serra, fora quebrado na agência da Receita Federal em Mauá, na Grande São Paulo. Arquivos com informações pessoais, sigilosas, sob a guarda do Estado, haviam sido invadidos. E também de familiares do candidato.

A atuação do PT na internet é ponto forte do partido. Mérito dele. O problema é a atuação criminosa na rede de computadores a serviço de interesses partidários.

A mais recente ação aloprada foi cometida a partir do Palácio do Planalto, de onde acessaram-se os perfis na Wikipedia dos jornalistas Míriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg, para difamá-los. Por uma dessas irônicas coincidências, trabalha hoje no Planalto, como ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, presidente do PT em 2006, e acusado por Lula, na época, de ter escolhido aqueles “aloprados” para trabalhar na sua campanha.

A seriedade do fato, agravada pelo local em que ocorreu, exige investigação profunda, séria. O governo, pela Secretaria de Comunicação do Planalto, lamentou o uso da rede do Palácio para o ataques aos profissionais, porém alegou ser impossível localizar-se registros dos acessos, para se identificar o(s) culpado(s).

Há controvérsias. Técnicos garantem que as informações podem ser resgatadas dos servidores de Palácio. E, se lá não estiverem, a identidade de quem as retirou terá ficado gravada.

Mais este escândalo reafirma a incapacidade de militantes que chegaram ao poder em 2003 de conviver com a independência e diversidade de pensamento. Portanto, com o jornalismo profissional. Na sua intolerância, agem como fascistas. Por isso, constituem ameaça à democracia.

O fato denuncia, também, o fácil trânsito em palácios desses agentes do autoritarismo. Nada surpreende, nem a constatação de que este é mais um ataque de aloprados mantidos nas cercanias dos poderosos do turno, como ferozes cães de guerra. Tudo faz parte de uma mesma cultura política, partidária e ideológica que não tem pudor de mobilizar todos os meios para se manter nos aparelhos instalados dentro do Estado.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#5526 Mensagem por Viktor Reznov » Sáb Ago 09, 2014 9:03 pm

Grep, agora você pode mudar seu discurso e começar a condenar o fato, a Dilma já mandou apurar e pessoal disse que esse tipo de atitude é um absurdo.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#5527 Mensagem por Grep » Dom Ago 10, 2014 12:06 am

Não, não preciso. É obvio que a preside não vai apoiar isso. O patético nessa historia é um fato antigo ser requentado com objetivos obviamente eleitorais. E uma burrada que um servidor fez. Se é que foi um servidor, já que usar ip do planalto para plantar esse tipo de coisa não deve ser tao difícil.

E qual a grande seriedade de alguem mudar descricao de jornalista em wikipedia?

Dar grande atenção a isso nesse momento é puramente eleitoral.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#5528 Mensagem por Grep » Dom Ago 10, 2014 12:12 am

Enxergar o ocorrido como exemplo de "fascismo de militantes petistas" é algo inacreditável.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#5529 Mensagem por Marechal-do-ar » Dom Ago 10, 2014 3:47 am

Grep... Editar um artigo da wikipedia para desprezar um jornalista é algo ridículo, diz mais sobre a infantilidade de quem edita do que sobre o perfil editado, requentar isso em época de eleições também é ridículo e infantil, acusar o requentamento idem.

A política brasileira é suja e de baixo nível, nas campanhas eleitorais vale tudo e todos se comportam como crianças, mas podemos manter o nível aqui, não acha?
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#5530 Mensagem por Grep » Dom Ago 10, 2014 9:10 am

Não vi onde o nivel aqui foi baixado.

Permaneco avaliando que dar atenção pra esse assunto algo inútil.

Não sei qual o nivel de segurança da rede do planalto, mas é bastante provável que esses logs de acesso realmente não existam mais.

O PT e a presidente vem tomando a atitude explicativa/passiva usual e pelo jeito é o melhor pra eles mesmo. Daqui a poco esse assunto desaparece e a próxima mini crise futil surge.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#5531 Mensagem por Wingate » Dom Ago 10, 2014 10:03 am

Grep escreveu:Não vi onde o nivel aqui foi baixado.

Permaneco avaliando que dar atenção pra esse assunto algo inútil.

Não sei qual o nivel de segurança da rede do planalto, mas é bastante provável que esses logs de acesso realmente não existam mais.

O PT e a presidente vem tomando a atitude explicativa/passiva usual e pelo jeito é o melhor pra eles mesmo. Daqui a poco esse assunto desaparece e a próxima mini crise futil surge.
Alguém disse: "Na política, na guerra e no amor, a Verdade é a primeira que morre."

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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#5532 Mensagem por Clermont » Dom Ago 10, 2014 11:20 am

Aloprados fazem o diabo.

Merval Pereira, O Globo - 10.08.2014.

O hábito de enviar mensagens por meio de robôs com ataques a jornalistas independentes, e invadir sites ou usar os que são abertos, como a Wikipédia, para denegrir a imagem dos que consideram seus inimigos políticos, é um expediente comum dos militantes petistas aloprados.

Em 29 de outubro de 2011 esses marginais entraram na minha página na Wikipédia para incluir uma suposta notícia de que eu havia sido identificado pelo Wikileaks como “informante” do governo dos Estados Unidos, juntamente com outros jornalistas.

Na verdade, o Wikileaks havia divulgado uma série de telegramas do embaixador dos Estados Unidos, entre os quais relatos de encontros que mantivera comigo e com outros jornalistas, onde conversamos sobre diversos assuntos, inclusive as eleições presidenciais de 2010.

Nada do que disse naquele encontro diferia do que escrevi nas minhas colunas naquela ocasião, nenhum segredo havia para ser informado.

O encontro de jornalistas com diplomatas estrangeiros é o que há de mais normal no mundo todo, e essa troca de opiniões faz parte de um relacionamento profissional que apenas mentes pervertidas, ou a soldo, podem transformar em uma atividade de “espionagem”.

Alertado, eu mesmo entrei no Wikileaks e retirei a peça infamante. Esta semana, vendo o que aconteceu com Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardemberg, lembrei-me do episódio e mandei fazer um levantamento na Wikipédia para verificar se era possível, a partir do IP dos computadores, saber de onde haviam sido acionados.

Para minha surpresa, descobri que haviam feito, de junho de 2011 até 8 de agosto deste ano, diversas entradas em minha página na Wikipédia para acrescentar comentários desairosos ou informações falsas.

Algumas dessas aleivosias foram retiradas pela própria direção da Wikipédia; outras por pessoas que discordavam do que lá estava escrito, como, por exemplo, de que eu, nas colunas, destilo meu ódio contra o ex-presidente Lula.

Ontem, retiraram qualquer juízo de valor sobre minhas atividades jornalísticas. O levantamento feito pelo jornal não indicou nenhum servidor de órgãos do governo, inclusive o Palácio do Planalto, nas agressões inseridas na Wikipédia contra mim.

Os servidores utilizados são de Toronto, no Canadá, da Austrália e apenas um tem origem em São Paulo, mas não foi possível definir com precisão sua localização.

O que espanta no caso atual, em que Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardemberg foram os alvos, é que as agressões partiram de computadores alocados no Palácio do Planalto, o que indica que essa ação de alterar perfis de jornalistas e pessoas consideradas “inimigas” já se tornou tão habitual para a militância petista que ela deixou de lado a cautela, utilizando até mesmo o Planalto para suas investidas ilegais.

É sintomático que jornalistas independentes tenham sido vítimas dessas ações de guerrilha na internet, pois desde que chegaram ao poder, em 2003, há um núcleo petista que tenta de diversas maneiras controlar a imprensa, a última delas com o tal “controle social da mídia”.

Os conselhos populares fazem parte desse mecanismo de controle estatal que os petistas tentam impor à sociedade brasileira.

O fato de que os atos delinquenciais partiram de dentro do Palácio do Planalto os coloca muito próximos, pelo menos fisicamente, do centro do poder. O episódio revela, no mínimo, uma falta de controle do pessoal que trabalha no Palácio do Governo.

Quando não a conivência de algum alto assessor com o crime contra a liberdade de imprensa numa campanha em que "fazer o diabo" estava previsto pela própria presidente Dilma Rousseff.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#5533 Mensagem por Grep » Dom Ago 10, 2014 12:08 pm

O expediente comum dos militantes do PSDB nas mídias familiares Brasileiras é acusar os inimigos de todos os crimes que o partido protegido deles comete. É uma estrategia que funciona. Masba eficiência esta diminuindo.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#5534 Mensagem por Grep » Dom Ago 10, 2014 3:10 pm

Planalto alterou perfil de Míriam Leitão, diz O Globo

Segundo o jornal, computadores ligados à rede da Presidência teriam alterado as páginas de Míriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg na Wikipedia com o objetivo de atacá-los


Desde 2009, IP ligado ao Palácio do Planalto teria feito mais de 256 alterações na Wikipedia
São Paulo – Até perfis de jornalistas na Wikipedia teriam sido alvo de edições feitas por computadores ligados à rede do Palácio do Planalto, segundo informações do jornal O Globo de hoje.

De acordo com a reportagem, as páginas de Míriam Leitão, colunista do jornal, e Carlos Alberto Sardenberg, da CBN e Rede Globo, foram editadas por número de protocolo de internet (IP) ligado ao Planalto. As alterações, feitas em maio do ano passado, tinham o objetivo de criticar os jornalistas.

Na primeira delas, os editores que usavam a rede da Presidência relacionaram o posicionamento de Sardenberg ao fato de ele ser irmão do diretor da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), instituição que, segundo as alterações, teria “grande interesse na manutenção de juros altos no Brasil, uma medida geralmente defendida também por Carlos Alberto Sardenberg em suas colunas”, escreveram.

Três dias depois, o mesmo IP voltou a atacar o jornalista. “A relação familiar denota um conflito de interesse em sua posição como colunista econômico”, adicionaram ao texto da Wikipedia.

A página de Míriam Leitão foi manipulada nos mesmos dias. Primeiro, para classificar as análises da colunista como desastrosas; depois, para afirmar que ela teria feito “a mais corajosa e apaixonada defesa de Daniel Dantas”.

Leia Mais

09/08/2014 | Computador do governo altera novamente perfil de Míriam
09/08/2014 | Dilma diz que mudança na Wikipedia é inadmissível
09/08/2014 | Casa Civil vai apurar alteração de perfis no Wikipedia
08/08/2014 | Presidência diz que apurará mudança de perfis na Wikipédia
Essas não teriam sido as primeiras vezes que computadores ligados à rede do governo editaram perfis na ferramenta. Desde 2009, o IP 200.181.15.10, ligado ao Planalto, fez 256 alterações em textos da Wikipedia. Só no governo Dilma foram quase 170 modificações. Entre elas estão edições nos perfis do Movimento Passe Livre e no de José Serra (PSDB).

Na semana passada, o jornal Folha de São Paulo relatou que o mesmo IP teria adicionado elogios ao programa Mais Médicos na página de Alexandre Padilha e excluído um trecho que falava sobre suposto esquema de corrupção na Funasa (Fundação Nacional da Saúde) quando o ex-ministro da Saúde dirigia o órgão.

Até a diferença de idade entre Michel Temer, vice-presidente da República, e a sua esposa teria sido apagada por computadores do Planalto. As informações de que ela foi candidata ao Miss Paulínia e de que Temer seria ligado à maçonaria também foram excluídas.

Ao Globo, o governo alegou que o IP citado corresponde ao endereço geral do servidor da rede sem fio do Palácio do Planalto. "Isso significa que qualquer pessoa que utilizou essa rede via internet móvel terá como endereço de saída este número geral de IP. Por isso, não é possível apontar com segurança a identidade de quem alterou os textos citados pela reportagem a partir deste número de IP em maio de 2013”, afirmou ao jornal.

Em página da Wikipedia é possível ver todas as contribuições do IP 200.181.15.10 desde 2009 até abril deste ano.

http://exame.abril.com.br/brasil/notici ... wikipedia/
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#5535 Mensagem por Agnaldo Marques » Dom Ago 10, 2014 5:33 pm

editorial de Saul Leblon, extraído da Carta Maior:



O CHÃO MOLE DE AÉCIO


Enredado em dissimulações o tucano tem dificuldades e já constrange as audiências, que viam nele um biombo para o retorno dos heróis do mercado.

À medida em que a campanha presidencial supera a fase alegre dos consensos, ancorada em sorrisos e manchetes de credibilidade equivalente, o bicho pega.

As pesquisas de intenção de voto exalam um cheiro de queimado e a fumaça ondula na direção do palanque conservador.

Exceto na hipótese de um novo escândalo inoculado pela mídia, a dúvida confidenciada em fileiras de bicudos e graúdos carrega nervosa pertinência.

De onde, afinal, Aécio e assemelhados vão extrair o fôlego que as pesquisas lhes sonegam, se meses e meses de exposição exclusiva e esfericamente favorável na mídia não foi capaz de lhes proporcionar o estirão previsto na preferência nacional?

A partir do dia 19, a propaganda eleitoral abre uma trinca nesse monólogo.

Faz mais.

Temas cruciais para o desenvolvimento brasileiro, como a redução da desigualdade, o futuro do salário mínimo, a desindustrialização, passam a exigir um posicionamento claro de quem pretende chegar competitivo às urnas de outubro.

Na boca de Aécio Neves eles queimam como batata quente.

A dificuldade de discorrer com clareza sobre esses itens revela dois flancos mortais em uma disputa presidencial.

De um lado, a fragilidade de um projeto que não pode se explicar honestamente ao eleitor, sob pena de evidenciar seu conteúdo antissocial .

De outro, o chão mole mais incomodo do palanque conservador: seu próprio candidato. Visto com entusiasmo como um biombo para o regresso dos heróis do mercado a Brasília, o tucano às vezes soa como um piano difícil de escutar e de carregar.

Enredado na teia da dissimulação Aécio Neves tem dificuldades evidentes com a consistência.

Expor como enxerga e de que modo pretende equacionar os grandes gargalos brasileiros é uma tarefa acima de suas possibilidades.

Sua incapacidade de discorrer mais que alguns segundos sobre um mesmo assunto, depois de esgotar o estoque de lugares comuns, começa a constranger as audiências mais receptivas.

Em encontro recente com industriais, promovido pela CNI, o desconforto na plateia era mais denso do que a enorme boa vontade com o jovial neto de Tancredo.

Mesmo lendo, ficou flagrante que debulha uma espiga adversa quando se trata de discorrer sobre o país, seus flancos e suas possibilidades.

Não é sua praia. Aécio é mais afeito à ligeireza do que ao manejo das grandes agendas nacionais.

Lula, que hoje tem o Brasil na palma da mão, faiscava em 2002 uma experiência de vida riquíssima, coisa que o mineiro tampouco possui. Da boca do metalúrgico emergia o arranque sofrido de milhões de personagens e sonhos de um Brasil quase ausente do repertório dominante.

Do esforço de Aécio se ouve uma versão empobrecida da narrativa gordurosa, monótona e burocrática dos editoriais conservadores.

Dilma não tem a vivência popular de Lula. Mas dispõe de uma densidade técnica e intelectual , ademais do domínio e da experiência no manejo da máquina do Estado, da economia e da infraestrutura nacional, que a singularizam de imediato aos olhos do observador isento.

Mas sofre uma restrição séria do ponto de vista dos donos do país:

‘Dilma? Esta não é para amadores. “Não adianta achar que ela vai querer te ajudar. Ela não ajuda ninguém. Você tem que fazer por onde convencê-la que seu projeto se encaixa nas prioridades do governo. Lula era mais sensível a argumentos como o risco de demissões e o esforço na construção de uma solução de consenso. Dilma só cede à racionalidade econômica e republicana”, reclamavam titãs do mercado no jornal Valor, na semana passada (01/08/2014)

Aécio é o próprio jogo. Mas o placar não anda com ele. O discurso linear, desprovido de ênfase, sucedido de improvisos jejunos, revelam cada vez mais a natureza fraudulenta do produto que a mídia vende como sinônimo de ‘mudança’.

A plutocracia não desistirá. As doações jorram.

Não espanta.

Assim ocorreu também na promoção de outro simulacro, em 1989, fruto da mesma determinação omnívora: ‘tudo , menos o PT’.

Nesta 5ª feira, Aécio foi levado pelo impoluto Paulinho ‘Boca’, da Força, para conhecer a classe operária, na zona norte de São Paulo.

O candidato aproveitou o pano de fundo e sapecou uma do estoque de bolso: ‘País vive hoje a maior crise de desindustrialização da sua história’.

Teve o azar de ser cobrado em seguida sobre um tema pedestre: sua política de reajuste para o salário mínimo.

A batata quente fumegou na boca.

‘Vou assumir o governo e, de posse de todas as informações que eu tiver, vou valorizar o trabalhador brasileiro’, arriscou franzindo o cenho como se suplicasse : ‘Emplacou?’ .

Quase na mesma hora, um de seus formuladores, o economista Monsueto Almeida, um centurião da guerra contra o gasto público, dizia à Reuters, por escrito: ‘Se for eleito, o governo Neves terá como objetivo acabar com o populismo monetário (…) e voltar a uma taxa livre de câmbio flutuante’.

O que exatamente significa adotar o câmbio livre num mundo imerso em um dilúvio de liquidez?

Depois de quase sete anos de colapso da ordem neoliberal, os fundos internacionais de investimento e de pensão tem 31% mais dinheiro do que o saldo anterior à crise; uma bolada equivalente a 75% do PIB mundial.

As opções de investimento em contrapartida evoluíram na direção inversa.

Há mais de um ano, o governo brasileiro intervém no câmbio.

É um pouco como enxugar gelo. Mas é indispensável para impedir que o ingresso de capitais especulativos (atraídos pelas maiores taxas de juros do planeta –concessão de Dilma ao mercado aecista) deprimam o valor do dólar.

Caso contrário, as importações matariam de vez a indústria local.

Aí vem o assessor de Aécio. E anuncia o programa do PSDB para a área cambial: a ‘livre flutuação da paridade’, um fermento à desindustrialização .

De novo, o candidato não consegue ou não pode falar sobre o que pretende com o Brasil.

Para um conservadorismo hesitante diante da fraqueza de seu pupilo resta a esperança de torna-lo um adereço ornamental.

‘Aécio delega’, retrucam muxoxos sob um piano que começa a pesar justamente na escalada de uma eleição que entra na etapa da conquista da credibilidade.

É fato: delegar, o mineiro delega. É uma questão de sobrevivência . O problema agora é esconder do eleitor os portadores dessa delegação.

Em caso de vitória, um coringa de estimação dos mercados assumiria as rédeas da economia com carta branca para agir, confidenciam bicudos do PSDB.

Armínio Fraga seria o presidente da república do dinheiro. Aécio o seu suporte legal.

O que Armínio fez ao assumir o BC, em março de 1999, que o credenciou aos olhos da plutocracia para ser esse Napoleão dos bastidores, a mão invisível dos mercados tropicais?

Vale recordar.

Fernando Henrique acabara de ser reeleito para um segundo mandato e decretara uma maxidesvalorização de 30%, em 19 de janeiro de 1999.

O Real fazia água.

Uma semana depois da máxi que esfarelou o engodo da moeda forte, a fuga de capitais havia reduzido as reservas brasileiras a US$ 30 bilhões, o equivalente às da Argentina hoje, denegrida como nação irresponsável pelo colunismo conservador e por fundos abutres.

As expectativas de inflação oscilavam de 20% a 50% ao ano –maior que a da Argentina.

A avalanche inflacionária, cambial e fiscal derrubaria dois presidentes do BC antes de Armínio chegar ao posto, em março.

O que fez então?

Sancionou as fronteiras delimitadas pelo dinheiro no campo de guerra.

A taxa de juro foi fixada em singelos 45% ao ano –hoje está em 11% e é, como de fato é, apontada como asfixiante.

Com Armínio, o BC adotou o regime de metas de inflação: a escalada dos juros tornou-se a resposta à indisciplina dos preços.

Mais que isso.

Armínio deu assim aos detentores da riqueza, que acabavam de perder a ilusória âncora da paridade cambial, um potente escudo de juros para defender o valor real de seu pecúlio.

Liberou o campo desse modo para a maxidesvalorização fazer o serviço que lhe cabia: escalpelar o poder de compra dos assalariados, sem aviltar a riqueza dos rentistas.

Foi assim que se consolidou a transferência da âncora do plano Real, do câmbio, para o juro.

De forma mais simples: Armínio foi o fiador do pacto histórico e carnal entre o PSDB e o rentismo.

E assim Armínio se consagrou como escudeiro do mercado.

O que se espera dele agora é que repita o desempenho se Aécio chegar ao Planalto.

Não necessariamente nessa ordem dos fatores. Mas com poderes até maiores que os da experiência anterior. Poderes de um presidente da república do dinheiro, repita-se.

Ao tarifaço no lombo dos assalariados, preconizado como o start do processo por formuladores tucanos, seguir-se-á uma robusta talagada de juros para salvaguardar –como antes– os endinheirados do rebote da inflação.

Uma volta extra no torniquete fiscal —‘’um superávit de uns 3% do PIB”— daria à turma do mercado a certeza de que o Estado faria o arrocho necessário para pagar o serviço da dívida.

O dólar flutuante de que fala Monsueto daria o arremate à obra.

Dólar barato mais abertura ampla às importações = nocaute nas taxas de inflação.

É o que se promete nos salões elegantes onde a conversa é desabrida, quase eufórica.

A que preço sairia o pacote?

Ao preço, entre outros, de uma contração do parque manufatureiro, capaz de deixar saudade ‘na maior desindustrialização da história’ denunciada hoje por Aécio.

O saldo restante seria quitado na forma de desemprego e depreciação salarial, reduzindo de fato o demonizado ‘custo Brasil’.

Por isso Aécio não pode adiantar a sua fórmula de correção do salário mínimo, nem a da correção da tabela do Bolsa Família e outras miudezas sociais.

Restaria apenas uma incógnita colateral: quanto sobraria do país fora do ralo?

Deixados à própria sorte, como advogam os ‘matadores’ à la Armínio, os ‘ajustes de mercado’ empurram a economia para operar à beira do sumidouro.

Ou seja, em condições de baixa demanda efetiva e elevado nível de desemprego.

Sem prejuízo da carteira rentista.

A ração dos juros fica assegurada pela dinâmica de um endividamento público emparedado entre despesas fixas e receita fiscal corroída pela recessão.

O conjunto reúne os ingredientes típicos da receita que levou o mundo ao desastre neoliberal de 2008.

A saber: empobrecimento das famílias assalariadas, desigualdade crescente, decadência industrial, elevado desemprego e a cereja do bolo: déficit fiscal, de um lado, e derrocada dos serviços e investimentos públicos, de outro.

Maiores informações, consultar as contas nacionais da Espanha, Grécia, Portugal e assemelhados. Todos submetidos à mesma terapia acalentada aqui pela turma empenhada no desmonte da incipiente democracia social brasileira.

A ideia que desse necrológio possa brotar uma pujante base exportadora equivale a acreditar que a Faixa de Gaza hoje está mais apta a crescer e a prosperar do que antes dos 28 dias de bombardeios de Israel.

Esse é o angu de caroço temperado nos bastidores da candidatura tucana, que Aécio Neves protagoniza mas não consegue, nem pode, verbalizar de forma palatável

A campanha, porém, ingressa numa fase em que o tucano será instado, cada vez mais, a esclarecer suas propostas para o presente e o futuro brasileiro.

É a hora em que as batatas queimam na boca do conservadorismo.

Pior que isso.

A hora em que o próprio Aécio se torna uma delas .
Trancado