Re: Destroyer TYPE 45: Notícias e fotos (+ Royal Navy geral)
Enviado: Qua Out 20, 2010 10:45 am
ANÁLISE
Corte britânico e aceitação dos gays nos EUA respondem a novas necessidades
RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO
Duas decisões bem distintas estão no fundo relacionadas. A decisão americana de aceitar homossexuais assumidos nos meios militares e o grande corte de gastos militares no Reino Unido são consequência direta das mudanças trazidas por conflitos como recentes no Iraque e Afeganistão.
As forças armadas dos dois países são compostas por voluntários. Os EUA estão tendo dificuldades em lutar os dois conflitos com as tropas disponíveis. As mesmas unidades têm de retornar para novos "tours" de combate.
Aceitar homossexuais é um reflexo dessa decisão de continuar com o voluntariado; retornar ao recrutamento compulsório de jovens, como era durante o conflito no Vietnã, praticamente causaria uma guerra civil nos Estados Unidos.
Os cortes britânicos afetaram principalmente equipamento que seria usado em uma guerra convencional, mas de menos valia no conflito atual no Afeganistão e nas guerras presumidas do futuro.
A perda dos caça-bombardeiros Harriers será particularmente sentida pela Royal Navy (Marinha Real), que deixará de ter aeronaves de asa fixa. Os porta-aviões deixarão de embarcar aviões, e um deles, o HMS Ark Royal, vai ser aposentado.
Um navio-irmão, o HMS Invincible, foi fundamental para a retomada das ilhas Falklands/Malvinas dos argentinos em 1982, mas já foi aposentado. Sobrarão só dois deste tipo de navio.
O maior programa militar britânico, a construção de dois novos porta-aviões grandes, será mantido -mas sem a garantia de que um deles continuará na Marinha.
Navios como estes não navegam sozinhos, demandam escoltas, cujo número não cessa de diminuir.
Em 1998, uma outra revisão da defesa britânica afirmava que o número mínimo de navios de escolta -destróieres e fragatas- deveria ser 32. Hoje, a Marinha tem 23 destes navios, e, com a nova decisão, o número cairá para 19. Em 1997, a Marinha tinha 137 navios, número que caiu para 99 este ano.
O Exército também vai encolher nas forças convencionais. Sua capacidade expedicionária cairá.
Hoje, o Reino Unido tem o terceiro maior orçamento militar do planeta, depois dos EUA e China, segundo dados do Sipri (Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo); depois dos cortes, deverá ser ultrapassado pela França.
Reino Unido faz maior corte de gasto de defesa em 19 anos
Para reduzir despesas, governo suprime postos e aposenta equipamentos bélicos
VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES
O Reino Unido anunciou ontem o maior corte em seus gastos militares desde o fim da Guerra Fria, há 19 anos.
Serão fechados 17 mil postos nas Forças Armadas (9,7% dos 176 mil existentes hoje). Outros 25 mil funcionários civis do Ministério da Defesa serão demitidos até 2015. Hoje são 85 mil.
Além disso, trocas de equipamentos serão adiadas, tanques e artilharia pesada serão reduzidos em 40%, e as tropas que estão na Alemanha desde o fim da Segunda Guerra (20 mil no total) voltarão para casa.
Operações como a invasão do Iraque, em 2003, com 45 mil soldados, não serão mais possíveis. O limite será de 30 mil homens.
Tudo isso para cortar 8% do orçamento do Ministério da Defesa, que consome 36 bilhões de libras por ano (cerca de R$ 95 bilhões).
É muito dinheiro, mas o percentual é pequeno perto dos cortes gerais no governo que serão apresentados hoje. A ideia é reduzir os gastos públicos em 25%.
PAÍS VULNERÁVEL
Oposição, indústria bélica e militares dizem que as medidas são muito intensas e deixarão o país vulnerável, sem condições de enfrentar os desafios externos.
O governo discorda. Na apresentação dos cortes, o primeiro-ministro David Cameron disse que o atual sistema de defesa do país é gastão, ineficiente e descompassado com os atuais riscos que o país enfrenta. Culpou, mais uma vez, o governo anterior, dos trabalhistas.
Não será reduzido o dinheiro gasto com a campanha no Afeganistão.
O país quer também manter o status de parceiro prioritário dos EUA.
Na segunda, Cameron ligou para o presidente dos EUA, Barack Obama, para falar sobre os cortes e reafirmar a aliança.
Mas a redução de gastos explicita algo que acontece em toda a Europa. Alemanha, Espanha e Itália também já anunciaram as suas. A França congelou gastos.
Os governos veem nos gastos militares uma fonte de recursos para ajudar a equilibrar as contas, que estão estouradas.
Ao mesmo tempo, especialistas dizem que muitas estratégias militares levam em conta um mundo que não existe mais.
O Reino Unido, por exemplo, considera pouco provável a ameaça de um Estado constituído, mas parte de seu aparato militar funciona como se o país pudesse ser invadido pela França.
Corte britânico e aceitação dos gays nos EUA respondem a novas necessidades
RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO
Duas decisões bem distintas estão no fundo relacionadas. A decisão americana de aceitar homossexuais assumidos nos meios militares e o grande corte de gastos militares no Reino Unido são consequência direta das mudanças trazidas por conflitos como recentes no Iraque e Afeganistão.
As forças armadas dos dois países são compostas por voluntários. Os EUA estão tendo dificuldades em lutar os dois conflitos com as tropas disponíveis. As mesmas unidades têm de retornar para novos "tours" de combate.
Aceitar homossexuais é um reflexo dessa decisão de continuar com o voluntariado; retornar ao recrutamento compulsório de jovens, como era durante o conflito no Vietnã, praticamente causaria uma guerra civil nos Estados Unidos.
Os cortes britânicos afetaram principalmente equipamento que seria usado em uma guerra convencional, mas de menos valia no conflito atual no Afeganistão e nas guerras presumidas do futuro.
A perda dos caça-bombardeiros Harriers será particularmente sentida pela Royal Navy (Marinha Real), que deixará de ter aeronaves de asa fixa. Os porta-aviões deixarão de embarcar aviões, e um deles, o HMS Ark Royal, vai ser aposentado.
Um navio-irmão, o HMS Invincible, foi fundamental para a retomada das ilhas Falklands/Malvinas dos argentinos em 1982, mas já foi aposentado. Sobrarão só dois deste tipo de navio.
O maior programa militar britânico, a construção de dois novos porta-aviões grandes, será mantido -mas sem a garantia de que um deles continuará na Marinha.
Navios como estes não navegam sozinhos, demandam escoltas, cujo número não cessa de diminuir.
Em 1998, uma outra revisão da defesa britânica afirmava que o número mínimo de navios de escolta -destróieres e fragatas- deveria ser 32. Hoje, a Marinha tem 23 destes navios, e, com a nova decisão, o número cairá para 19. Em 1997, a Marinha tinha 137 navios, número que caiu para 99 este ano.
O Exército também vai encolher nas forças convencionais. Sua capacidade expedicionária cairá.
Hoje, o Reino Unido tem o terceiro maior orçamento militar do planeta, depois dos EUA e China, segundo dados do Sipri (Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo); depois dos cortes, deverá ser ultrapassado pela França.
Reino Unido faz maior corte de gasto de defesa em 19 anos
Para reduzir despesas, governo suprime postos e aposenta equipamentos bélicos
VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES
O Reino Unido anunciou ontem o maior corte em seus gastos militares desde o fim da Guerra Fria, há 19 anos.
Serão fechados 17 mil postos nas Forças Armadas (9,7% dos 176 mil existentes hoje). Outros 25 mil funcionários civis do Ministério da Defesa serão demitidos até 2015. Hoje são 85 mil.
Além disso, trocas de equipamentos serão adiadas, tanques e artilharia pesada serão reduzidos em 40%, e as tropas que estão na Alemanha desde o fim da Segunda Guerra (20 mil no total) voltarão para casa.
Operações como a invasão do Iraque, em 2003, com 45 mil soldados, não serão mais possíveis. O limite será de 30 mil homens.
Tudo isso para cortar 8% do orçamento do Ministério da Defesa, que consome 36 bilhões de libras por ano (cerca de R$ 95 bilhões).
É muito dinheiro, mas o percentual é pequeno perto dos cortes gerais no governo que serão apresentados hoje. A ideia é reduzir os gastos públicos em 25%.
PAÍS VULNERÁVEL
Oposição, indústria bélica e militares dizem que as medidas são muito intensas e deixarão o país vulnerável, sem condições de enfrentar os desafios externos.
O governo discorda. Na apresentação dos cortes, o primeiro-ministro David Cameron disse que o atual sistema de defesa do país é gastão, ineficiente e descompassado com os atuais riscos que o país enfrenta. Culpou, mais uma vez, o governo anterior, dos trabalhistas.
Não será reduzido o dinheiro gasto com a campanha no Afeganistão.
O país quer também manter o status de parceiro prioritário dos EUA.
Na segunda, Cameron ligou para o presidente dos EUA, Barack Obama, para falar sobre os cortes e reafirmar a aliança.
Mas a redução de gastos explicita algo que acontece em toda a Europa. Alemanha, Espanha e Itália também já anunciaram as suas. A França congelou gastos.
Os governos veem nos gastos militares uma fonte de recursos para ajudar a equilibrar as contas, que estão estouradas.
Ao mesmo tempo, especialistas dizem que muitas estratégias militares levam em conta um mundo que não existe mais.
O Reino Unido, por exemplo, considera pouco provável a ameaça de um Estado constituído, mas parte de seu aparato militar funciona como se o país pudesse ser invadido pela França.