Túlio escreveu:Marino escreveu:
Com o IKL nós aprendemos a CONSTRUIR um modelo de submarino, que nos foi vendido.
Agora, estamos aprendendo a PROJETAR submarinos, por engenheiros brasileiros que estão cursando na França, por técnicos que já estão construíndo a seção de proa do primeiro (algo que nunca fizemos), subs que serão CONSTRUÍDOS em um estaleiro nacional, específico para este tipo de empreendimento.
A situação é totalmente outra.
Excelente. Finalmente entendo o que significou o IKL aqui, a capacitação da Indústria Nacional em construir e fazer a manutenção de subs. O próximo passo lógico é sem dúvida a capacitação em projeto e desenvolvimento autônomos. Palavra, até agora achava o 'caso IKL' como puro estelionato Alemão...
Mas e nos caças? JAMAIS fizemos um, sequer sob licença, como foi o caso dos IKL; jamais nos responsabilizamos pela manutenção integral dele, chegando ao ponto de desenvolver uma versão melhorada e mais potente (uma espécie de NG), como foi o caso do IKL; a seguir essa linha, o que podemos esperar do FX? Se partirmos do 'Modelo IKL' teremos então um caça para aprendermos a CONSTRUIR - qualquer dos dois com REAL chance no FX, ou seja, Super Hornet e Rafale - para só então darmos o segundo passo, ou seja, escolher um novo projeto para aprendermos a DESENVOLVER...
E aí a porca torce o rabo: tanto a versão do IKL feita no Brasil quanto o Scorpéne
NÃO FORAM ADQUIRIDOS por seus Países de origem. AMBOS foram/são navios pensados
APENAS PARA A EXPORTAÇÃO. A Alemanha atualmente está com apenas quatro modelos IKL212 (desativou os outros seis IKL206) e a França usa apenas SSNs, tendo desativado o último Agosta em 1999.
Isso me faz olhar com um pouco mais de simpatia para o GRIPEN NG: a Suécia dificilmente o irá adquirir, do mesmo modo que as citadas Marinhas não adquiriram os subs citados. No caso do Scorpéne ou a França desenvolve uma versão diferente (parece que as kôzaz se encaminham nessa direção) ou vai ter confusão judicial com a Espanha e teremos de pagar royalties ao Chile (cliente de lançamento).
Bueno, onde quero chegar? Com o NG poderíamos reunir grande parte das DUAS fases seguidas pela MB com seus subs em UMA SÓ, apenas aprendendo a CONSTRUIR o que já está feito e a PROJETAR e DESENVOLVER o que falta. Tudo na mesma geração e não em mais de três décadas, como foi no caso dos subs...
E isso valeria bem um TAMPAX tipo Mirage 2000-9 - se for o caso, e acho que realmente
É - até o NG ficar pronto, dentro de especificações NOSSAS, com projetistas, técnicos e engenheiros NOSSOS e para atuarem dentro da NOSSA realidade, já saindo da linha de montagem com sistemas e armas Nacionais integrados. E a experiência obtida nos permitiria torná-lo o NOSSO LO em uma equação HI-LO-MIX, com o HI sendo desenvolvido por NÓS, talvez até com ajuda Sueca ou de quem quiser participar de um projeto de caça biturbina para a próxima geração. Para mim seria um excelente caminho a ser trilhado, mesmo tendo em mente o chamado 'risco AMX' que, aliás, existe igualmente com o Rafale, ou seja, apenas Brasil e França operando uma determinada aeronave (no caso do Rafale e do SH não precisaria TAMPAX, creio)...
É a minha opinião.
![Cool 8-]](./images/smilies/icon_cool.gif)
Na minha opinião a “amarração” de seu raciocínio é totalmente lógica Túlio,mas quando voltamos a estes dilemas básicos da questão dos caças como: comprar X fazer , ( O companheiro Faterra bate muito nesta tecla!)tempo X Capacitação de quadros,Hi X Low ,operacional X versão demo,por mais que pareça um retrocesso é bom retornar a linha de partida do pensamento do tão debatido “sucedâneo”:
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“"Dentre todas as preocupações a enfrentar no desenvolvimento
da Força Aérea, a que inspira cuidados mais vivos e prementes é a
maneira de substituir os atuais aviões de combate no intervalo entre
2015 e 2025, uma vez esgotada a possibilidade de prolongar-lhes a
vida por modernização de seus sistemas de armas, de sua aviônica e
de partes de sua estrutura e fuselagem.
O Brasil confronta, nesse particular, dilema corriqueiro em toda a parte:
manter a prioridade das capacitações futuras sobre os gastos atuais,
sem tolerar desproteção aérea. Precisa investir nas capacidades que lhe
assegurem potencial de fabricação independente de seus meios aéreos
de defesa. Não pode, porém, aceitar ficar desfalcado de um escudo aéreo
enquanto reúne as condições para ganhar tal independência. A solução
a dar a esse problema é tão importante, e exerce efeitos tão variados
sobre a situação estratégica do País na América do Sul e no mundo, que
transcende uma mera discussão de equipamento e merece ser entendida
como parte integrante da Estratégia Nacional de Defesa.
O princípio genérico da solução é a rejeição das soluções extremas -
simplesmente comprar no mercado internacional um caça “de quinta
geração” ou sacrificar a compra para investir na modernização dos aviões
existentes, nos projetos de aviões não-tripulados, no desenvolvimento,
junto com outro país, do protótipo de um caça tripulado do futuro e
na formação maciça de quadros científicos e técnicos. Convém solução
híbrida, que providencie o avião de combate dentro do intervalo
temporal necessário mas que o faça de maneira a criar condições para
a fabricação nacional de caças tripulados avançados.
Tal solução híbrida poderá obedecer a um de dois figurinos. Embora
esses dois figurinos possam coexistir em tese, na prática um terá
de prevalecer sobre o outro. Ambos ultrapassam de muito os limites
convencionais de compra com transferência de tecnologia ou “off-set” e
envolvem iniciativa substancial de concepção e de fabricação no Brasil.
Atingem o mesmo resultado por caminhos diferentes.
De acordo com o primeiro figurino, estabelecer-se-ia parceria com
outro país ou países para projetar e fabricar no Brasil, dentro do
intervalo temporal relevante, um sucedâneo(Qualquer coisa que possa substituir outra e tenha igual valôr) a um caça de quinta
geração à venda no mercado internacional. Projeta-se e constrói-se
o sucedâneo de maneira a superar limitações técnicas e operacionais
significativas da versão atual daquele avião (por exemplo, seu raio
de ação, suas limitações em matéria de empuxo vetorado, sua
falta de baixa assinatura radar). A solução em foco daria resposta
simultânea aos problemas das limitações técnicas e da independência
tecnológica.
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De acordo com o segundo figurino, seria comprado um caça de quinta
geração, em negociação que contemplasse a transferência integral de
tecnologia, inclusive as tecnologias de projeto e de fabricação do avião
e os “códigos-fonte”. A compra seria feita na escala mínima necessária
para facultar a transferência integral dessas tecnologias. Uma empresa
brasileira começa a produzir, sob orientação do Estado brasileiro,
um sucedâneo àquele avião comprado, autorizado por negociação
antecedente com o país e a empresa vendedores. A solução em foco
dar-se-ia por seqüenciamento e não por simultaneidade.
A escolha entre os dois figurinos é questão de circunstância e de
negociação. Consideração que poderá ser decisiva é a necessidade de
preferir a opção que minimize a dependência tecnológica ou política em
relação a qualquer fornecedor que, por deter componentes do avião a
comprar ou a modernizar, possa pretender, por conta dessa participação,
inibir ou influir sobre iniciativas de defesa desencadeadas pelo Brasil." “
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Quando eu particularmente releio estas linhas acima,eu geralmente me convenço novamente que não existirá uma receita pronta,comparações como estas feitas por ti com relação aos subs da MB por mais “lógicas” que pareçam como espelho para FX, são apenas uma das muitas e infinitas possibilidades que antevejo para o futuro,dentre muitas que não estão nem nestas palavras da END e outras do Min. MU.
Pois ao contrário da MB,que quando se associou a IKL nunca sequer tinha feito a “montagem” de um sub,a industria aeronáutica nacional já está consolidada a 50 anos,e já possui mão de obra,tecnologia e expertise industrial,de nível internacional mesmo que mais fortemente na área de aviação civil,e já foi “montadora de outros projetos de caças,sem citar inclusive o F5Tiger que é quase um produto nacionalizado.
Existe “lógica” na tua idéia,mas as diferenças entre o patamar de evolução da industria naval mais especificamente no caso dos Subs,quanto a quadros e parque industrial é bem distante da já consolidada industria aeronáutica na figura da Embraer.
Só uma opinião também.
Grande abraço!