O futuro da AAAe no Brasil
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
É bom lembrarmos que, além da compra 'de prateleira' destes sistemas de média altura, estamos também vislumbrando a possibilidade de desenvolver um sistema antiaéreo próprio, na linha do Umkhonto-R.
Portanto, temos a projeção para um futuro com defesas antiaéreas em camadas, com um sistema mais voltado para uso contra aeronaves, nacional, um sistema CLOS, que é este que estamos escolhendo agora, e um de baixa altura, que será composto pelo Igla-S (talvez algum similar nacional) e o que deverá substituir os atuais canhões 35 e 40 mm quando a modernização destes expirar.
É interessante notar também, que a ameaça principal, vinda dos mares e apartir de navios e submarinos da OTAN são mesmo os mísseis de cruzeiro. E também, é muito pouco provável que tais forças venham a lançar este tipo de armamento sem antes terem passado pela nossa Marinha e seus submarinos, além dos caças com mísseis anti-navio e aeronaves antissubmarinos, ou até mesmo o SN-BR. Portanto, desde a ação inicial por parte do agressor, até a 'chuva de Tomahawk' em nosso território há aí alguns meses, o que pesa para a inviabilidade de um conflito dessa magnitude para o possível agressor.
abraços]
Portanto, temos a projeção para um futuro com defesas antiaéreas em camadas, com um sistema mais voltado para uso contra aeronaves, nacional, um sistema CLOS, que é este que estamos escolhendo agora, e um de baixa altura, que será composto pelo Igla-S (talvez algum similar nacional) e o que deverá substituir os atuais canhões 35 e 40 mm quando a modernização destes expirar.
É interessante notar também, que a ameaça principal, vinda dos mares e apartir de navios e submarinos da OTAN são mesmo os mísseis de cruzeiro. E também, é muito pouco provável que tais forças venham a lançar este tipo de armamento sem antes terem passado pela nossa Marinha e seus submarinos, além dos caças com mísseis anti-navio e aeronaves antissubmarinos, ou até mesmo o SN-BR. Portanto, desde a ação inicial por parte do agressor, até a 'chuva de Tomahawk' em nosso território há aí alguns meses, o que pesa para a inviabilidade de um conflito dessa magnitude para o possível agressor.
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- LeandroGCard
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
O problema é que estarão integrados sistemas de curtíssimo alcance (canhões) com sistemas de alcance muito curto (Manpads e RBS-70) e sistemas com boa eficiência apenas no curto alcance (Bamse). E todos com poder de fogo apenas razoável, sem capacidade para enfrentar ataques realmente sérios. É mais ou menos como ter todo um exército composto apenas por soldados armados de fuzis leves e metralhadoras, não importa quão eficiente e coordenado ele seja, quão bom o seu sistema C4 ou se a qualidade de suas armas leves é excelente, se tiver que enfrentar um inimigo equipado com artilharia, CC's, mísseis portáteis e etc... não haverá nenhuma chance de resistir.FCarvalho escreveu:Leandro, salvo engano, o BANSE pode e opera em nível de sistema integrado e complementar com os RBS70/90 e mais os Bofors 40/70, aqueles equipados com mísseis Bolide, com alcance de 8 km e altitude na casa dos 15 mil metros. Os RBS70/90 podem, e provavelmente o serão, se incorporados, ser integrados aos SABER e/ou equivalentes, como de resto, todoo sistema de AAe será ao SISDABRA, e por consequencia, aos radares de longo alcance deste mesmo sistema, que embora não feitos para tal função, operam já há tempos desenvolvendo esta capacitação específica.
Não poucas vezes vejo muitas críticas aqui ao BANSE e suas limitações, mas poucas vezes é lembrado aqui que todo o sistema de AAe funciona ligado e integrado em rede pelo SISCEAB. Então é no mínimo presumível que as dezenas e/ou centenas de radares e resdes de C4IR operada pela FAB estarão objetivamente a disposição das três forças para oferecer o apoio necessário não somente ao "alerta antecipado" mas também proverá a necessária e indispensável inteligencia eletrônica para que qualquer sistema de AAe implementado no Brasil, seja, no mínimo, crível e eficaz.
Acredito, portanto, que para a FAB e MB este sistema seria ideal para a defesa de suas instalações, isto claro, se operado em sua completude. Mesmo o EB necessita de um sistema como o BANSE. O problema é que não podemos e nem devemos ficar só nele, visto que, como tu mesmo disseste, há outras necessidades que o material sueco não cobre, e para isso, deverão ser adquiridos ou desenvolvidos sistemas outros que complementem o que eventualmente venha da Suécia.
Notar que já desenvolvemos alguns passos, poucos e tímidos, sim, no sentido de projetar e definir uma família de mísseis com a AS. O que vier depois disso, o BANSE pode e talvez seja, se adquirido, o ponto de inflexão de toda essa discussão da AAe que temos aqui no DB a anos.
abs
Só para citar um exemplo mais específico, o Bamse é praticamente inútil para a defesa de bases aéreas ou navais contra ataques por aviões, pois eles vão simplesmente despejar bombas guiadas ou não desde grandes distâncias (20-50Km) e altitudes (8-10km) e o sistema não terá nem alcance/precisão para hostilizar os aviões nem poder de fogo para interceptar todas as munições que os aviões poderão lançar impunemente. O RBS-70 mostrou boa eficiência na guerra Irã-Iraque e outros cenários, mas isso foi contra aeronaves em missões de apoio aéreo aproximado ou outras efetuadas em baixa altitude. O Bolide e o Bamse são aperfeiçoamentos deste sistema para mantê-lo minimamente atualizado, mas não mudam o cenário em que ele deverá ser empregado, e a regra agora é justamente que as aeronaves evitem ao máximo este tipo de ação.
Portanto não importa quantos links sejam criados entre estes sistemas e os radares que forem, em termos de eficiência real contra inimigos modernos com estes sistemas de armas estaremos em uma situação apenas um pouco melhor que a da Líbia alguns meses atrás.
A preocupação que eu tenho é se nossas FA's realmente percebem isso, e se tem bem claro em suas avaliações que com as aquisições e modernizações anunciadas até agora nossa defesa AAe ainda estará em um estágio extremamente incipiente tanto em qualidade quanto em quantidade, ou se acham que o assunto está resolvido e só voltarão a pensar nisso quando os sistemas que forem modernizados/recebidos agora saírem de operação, em uma ou duas décadas.
Longe de mim afirmar que seja este último caso, mas as notícias que encontrei até hoje não me permitem igualmente afirmar que não o seja. Portanto só me resta aguardar (como tenho feito já há mais de 30 anos) por mais notícias para ver se consigo vislumbrar o que realmente estamos buscando neste setor que considero um dos mais importantes para a defesa de qualquer país no cenário atual.
Um grande abraço,
Leandro G. Card
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
O Giraffe utilizado pelo CFN é o modelo 50AT, menos capaz e mais pesado que o SABER. Creio que o brasileiro substituirá sim o Giraffe..henriquejr escreveu:Que eu saiba o CFN só possui uma unidade do GIRAFFE junto com reboque autopropulsado sobre largata, de C². O GIRAFFE é utilizado junto com os canhões Bofors de 40mm. Creio que a aquisição do SABER é para complementar o sistema de defesa AA do CFN e não para substituir o GIRAFFE. O SABER deve ser utilizado em apoio ao MAMPAD Mistral.
http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
knigh7 escreveu:Isso valeria se fosse ou BAMSE ou nada.Túlio escreveu:POWS, a gente não tem nada e ainda ficamos regulando, sodas isso...
Na disputa existem concorrentes bem melhores de média altura que o sistema sueco.
me lembra outra disputa...
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Uma unidade de tiro do TorM2E vale por uma Bia de BAMSE. Term certeza que um Rafale vale por 2 Super Hornets??gribel escreveu:knigh7 escreveu: Isso valeria se fosse ou BAMSE ou nada.
Na disputa existem concorrentes bem melhores de média altura que o sistema sueco.
me lembra outra disputa...
- Boss
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Tecnicamente não, mas se você for além das especificações técnicas do caça, deve valer até mais que 2.
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
LeandroGCard escreveu:O problema é que estarão integrados sistemas de curtíssimo alcance (canhões) com sistemas de alcance muito curto (Manpads e RBS-70) e sistemas com boa eficiência apenas no curto alcance (Bamse). E todos com poder de fogo apenas razoável, sem capacidade para enfrentar ataques realmente sérios. É mais ou menos como ter todo um exército composto apenas por soldados armados de fuzis leves e metralhadoras, não importa quão eficiente e coordenado ele seja, quão bom o seu sistema C4 ou se a qualidade de suas armas leves é excelente, se tiver que enfrentar um inimigo equipado com artilharia, CC's, mísseis portáteis e etc... não haverá nenhuma chance de resistir.FCarvalho escreveu:Leandro, salvo engano, o BANSE pode e opera em nível de sistema integrado e complementar com os RBS70/90 e mais os Bofors 40/70, aqueles equipados com mísseis Bolide, com alcance de 8 km e altitude na casa dos 15 mil metros. Os RBS70/90 podem, e provavelmente o serão, se incorporados, ser integrados aos SABER e/ou equivalentes, como de resto, todoo sistema de AAe será ao SISDABRA, e por consequencia, aos radares de longo alcance deste mesmo sistema, que embora não feitos para tal função, operam já há tempos desenvolvendo esta capacitação específica.
Não poucas vezes vejo muitas críticas aqui ao BANSE e suas limitações, mas poucas vezes é lembrado aqui que todo o sistema de AAe funciona ligado e integrado em rede pelo SISCEAB. Então é no mínimo presumível que as dezenas e/ou centenas de radares e resdes de C4IR operada pela FAB estarão objetivamente a disposição das três forças para oferecer o apoio necessário não somente ao "alerta antecipado" mas também proverá a necessária e indispensável inteligencia eletrônica para que qualquer sistema de AAe implementado no Brasil, seja, no mínimo, crível e eficaz.
Acredito, portanto, que para a FAB e MB este sistema seria ideal para a defesa de suas instalações, isto claro, se operado em sua completude. Mesmo o EB necessita de um sistema como o BANSE. O problema é que não podemos e nem devemos ficar só nele, visto que, como tu mesmo disseste, há outras necessidades que o material sueco não cobre, e para isso, deverão ser adquiridos ou desenvolvidos sistemas outros que complementem o que eventualmente venha da Suécia.
Notar que já desenvolvemos alguns passos, poucos e tímidos, sim, no sentido de projetar e definir uma família de mísseis com a AS. O que vier depois disso, o BANSE pode e talvez seja, se adquirido, o ponto de inflexão de toda essa discussão da AAe que temos aqui no DB a anos.
abs
Só para citar um exemplo mais específico, o Bamse é praticamente inútil para a defesa de bases aéreas ou navais contra ataques por aviões, pois eles vão simplesmente despejar bombas guiadas ou não desde grandes distâncias (20-50Km) e altitudes (8-10km) e o sistema não terá nem alcance/precisão para hostilizar os aviões nem poder de fogo para interceptar todas as munições que os aviões poderão lançar impunemente. O RBS-70 mostrou boa eficiência na guerra Irã-Iraque e outros cenários, mas isso foi contra aeronaves em missões de apoio aéreo aproximado ou outras efetuadas em baixa altitude. O Bolide e o Bamse são aperfeiçoamentos deste sistema para mantê-lo minimamente atualizado, mas não mudam o cenário em que ele deverá ser empregado, e a regra agora é justamente que as aeronaves evitem ao máximo este tipo de ação.
Portanto não importa quantos links sejam criados entre estes sistemas e os radares que forem, em termos de eficiência real contra inimigos modernos com estes sistemas de armas estaremos em uma situação apenas um pouco melhor que a da Líbia alguns meses atrás.
A preocupação que eu tenho é se nossas FA's realmente percebem isso, e se tem bem claro em suas avaliações que com as aquisições e modernizações anunciadas até agora nossa defesa AAe ainda estará em um estágio extremamente incipiente tanto em qualidade quanto em quantidade, ou se acham que o assunto está resolvido e só voltarão a pensar nisso quando os sistemas que forem modernizados/recebidos agora saírem de operação, em uma ou duas décadas.
Longe de mim afirmar que seja este último caso, mas as notícias que encontrei até hoje não me permitem igualmente afirmar que não o seja. Portanto só me resta aguardar (como tenho feito já há mais de 30 anos) por mais notícias para ver se consigo vislumbrar o que realmente estamos buscando neste setor que considero um dos mais importantes para a defesa de qualquer país no cenário atual.
Um grande abraço,
Leandro G. Card
x 5000 três vezes.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Tenho nada, mesmo, K7.....só to amargurado com a AA. Caça, na boa...qqr um desses dois tava de bão tamanho. Vão ser poucos, de transição...e insuficientes.knigh7 escreveu:Uma unidade de tiro do TorM2E vale por uma Bia de BAMSE. Term certeza que um Rafale vale por 2 Super Hornets??gribel escreveu:
me lembra outra disputa...
Agora ...AA e de campanha...pqp....ando achando mais importante que caça. Desde que venham integrados com o tico de dente que tenhamos.
Abração, mestre. Torço pra nehum desses 3 caças, mais. Torço pelo meu país, pela minha bandeira....
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Opção para média altura KM-SAM o mini S-300 da Coreia do Sul.
Peso do míssil: 400kg.
Altura: 20.000 metros.
Alcance: 40 km.
Detonação: por impacto ou por aproximação.
Orientação primaria: navegação inercial
Orientação: por comando intermediário
Cabeça de busca: ativo guiado por radar
Cobertura 360 graus.
Projetado em parceria com assistência da Rússia.
- FCarvalho
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Acredito que a idéia das ffaa's com a parceria com a AS e quiçá russos, nos levem no médio/longo prazo a fabricarmos cá nossas próprias versões de S-300/400 e/ou BUK-M2.
Lembro-me de ter postado aqui mesmo a proposta de uma adaptação dos BUK-M2 nos veículos da família Tectran da Avirbrás, tendo um colega do fórum respondido que a empresa já teria feito as homologações necessárias quanto a este sistema, e que faltaria apenas o EB fazer os exames necessários.
Bom, sonhar ainda não está custando nada. Eu, particularmente, ainda sonho com evoluções como estas. Basta unir vontade e recursos, coisas que parecem frequentemente difusas, quando não, opostas, em nosso país.
abs.
Lembro-me de ter postado aqui mesmo a proposta de uma adaptação dos BUK-M2 nos veículos da família Tectran da Avirbrás, tendo um colega do fórum respondido que a empresa já teria feito as homologações necessárias quanto a este sistema, e que faltaria apenas o EB fazer os exames necessários.
Bom, sonhar ainda não está custando nada. Eu, particularmente, ainda sonho com evoluções como estas. Basta unir vontade e recursos, coisas que parecem frequentemente difusas, quando não, opostas, em nosso país.
abs.
Carpe Diem
- FCarvalho
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
AbsLeandroGCard escreveu:O problema é que estarão integrados sistemas de curtíssimo alcance (canhões) com sistemas de alcance muito curto (Manpads e RBS-70) e sistemas com boa eficiência apenas no curto alcance (Bamse). E todos com poder de fogo apenas razoável, sem capacidade para enfrentar ataques realmente sérios. É mais ou menos como ter todo um exército composto apenas por soldados armados de fuzis leves e metralhadoras, não importa quão eficiente e coordenado ele seja, quão bom o seu sistema C4 ou se a qualidade de suas armas leves é excelente, se tiver que enfrentar um inimigo equipado com artilharia, CC's, mísseis portáteis e etc... não haverá nenhuma chance de resistir.
Neste presente caso, vislumbra-se a atual aquisição, como sabemos, o abrir de uma fresta na escuridão que se tornou a AAe brasileira. Devemos lembrar sempre Leandro que o atual programa não responde a necessidades específicas das ffaa's, mas a objeções politicas do GF. Então, o negócio é aproveitar o embalo e tentar fazer desta fresta uma janela. Não é o ideal, mas em defesa no Brasil, nada é ou foi o ideal.
Só para citar um exemplo mais específico, o Bamse é praticamente inútil para a defesa de bases aéreas ou navais contra ataques por aviões, pois eles vão simplesmente despejar bombas guiadas ou não desde grandes distâncias (20-50Km) e altitudes (8-10km) e o sistema não terá nem alcance/precisão para hostilizar os aviões nem poder de fogo para interceptar todas as munições que os aviões poderão lançar impunemente. O RBS-70 mostrou boa eficiência na guerra Irã-Iraque e outros cenários, mas isso foi contra aeronaves em missões de apoio aéreo aproximado ou outras efetuadas em baixa altitude. O Bolide e o Bamse são aperfeiçoamentos deste sistema para mantê-lo minimamente atualizado, mas não mudam o cenário em que ele deverá ser empregado, e a regra agora é justamente que as aeronaves evitem ao máximo este tipo de ação.
Portanto não importa quantos links sejam criados entre estes sistemas e os radares que forem, em termos de eficiência real contra inimigos modernos com estes sistemas de armas estaremos em uma situação apenas um pouco melhor que a da Líbia alguns meses atrás.
Também o que se espera com esta suposta aquisição dos Banse Leandro, creio que seja bem mais o desenvolvimento da doutrina face a uma melhora na qualificação dos meios a disposição. Não dá para nós sairmos por aí de Tor e S-400 se a coisa mais moderna em termos de sistemas AAe que o EB conhece são simples Manpads. Uma coisa de cada vez. E conte-se que a partir do momento em que a END foi aprovada, vislumbra-se a partir de agora, que quaisquer compras que sejam feitas, ainda que no exterior, devem trazer uma "mais valia" para a BID. O exercito sabe disso. Então presumo que tal compra, para fechar uma determinada lacuna, irã nos levar mais adiante a deter não só os conhecimentos específicos para a utilização de meios missilísticos mais modernos, mas também seu projeto, homologação e utilização. O sistema terá os seus buracos cobertos na medida em que ganharmos a qualificação operacional e industrial necessárias à melhor operação de nossa AAe.
A preocupação que eu tenho é se nossas FA's realmente percebem isso, e se tem bem claro em suas avaliações que com as aquisições e modernizações anunciadas até agora nossa defesa AAe ainda estará em um estágio extremamente incipiente tanto em qualidade quanto em quantidade, ou se acham que o assunto está resolvido e só voltarão a pensar nisso quando os sistemas que forem modernizados/recebidos agora saírem de operação, em uma ou duas décadas.
Tanto percebem, acredite, que estão trabalhando no sentido de, face as poucas opções oferecidas, tirar o melhor delas, aproveitando-as o mais que possível. Os politicos não tem essa percepção que tu falas, e nem poderíamos esperar outra coisa, mas os nossos militares a possuem. E estão tentando, como sempre, fazer o melhor com que tem em mãos. Mesmo que o que tenham, não seja exatamente o melhor ou o desejado. Paciência, sempre ela, mais do que nunca é o que precisamos agora. As coisas parecem que virão. Mas não no tempo que desejamos ou que gostaríamos que fossem feitas as coisas. A defesa, continua tal como a educação, não sendo um assunto sério neste país, muito embora falem até por demais o contrário.
Longe de mim afirmar que seja este último caso, mas as notícias que encontrei até hoje não me permitem igualmente afirmar que não o seja. Portanto só me resta aguardar (como tenho feito já há mais de 30 anos) por mais notícias para ver se consigo vislumbrar o que realmente estamos buscando neste setor que considero um dos mais importantes para a defesa de qualquer país no cenário atual.
É sempre bom lembrar Leandro que os nossos políticos não gostam de correr riscos que eles entendam desnecessários a sua própria sobrevivência. E jogar com assuntos de defesa para eles, é um grande risco, pois não necessariamente podem contar com o beneplácido da massa ou mesmo das conveniências do poder em Brasília. É um jogo de interesses que tem saber-se jogar conforme as regras. Não podemos e nem devemos esperar muito mais que isso deles.
Como diria um ditado bem simples... "é melhor um na mão, do que dois no sutiã"(by Mamonas)
É o que as ffaa's estão fazendo neste último quarto de século. E as vezes, até bem de mais.
Um grande abraço,
Leandro G. Card
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Uai! Já fecharam a compra dos Bamses? Tem fuguetório não? Nem uma notinha de rodapé?
E os burrinhos para puxarem as carrocinhas? Já compraram também?
Tava aqui animadinho achando que iam adquirir uns S-400, uns Tor-M2, coisinhas assim do gênero! Bem pouquinho mesmo, só prá falar que tem!
Será que com os caças vai ser tipo estas coisinhas assim também?
E os burrinhos para puxarem as carrocinhas? Já compraram também?
Tava aqui animadinho achando que iam adquirir uns S-400, uns Tor-M2, coisinhas assim do gênero! Bem pouquinho mesmo, só prá falar que tem!
Será que com os caças vai ser tipo estas coisinhas assim também?
Editado pela última vez por faterra em Sáb Mai 05, 2012 7:55 pm, em um total de 2 vezes.
Um abraço!
Fernando Augusto Terra
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
knigh7 escreveu:Uma unidade de tiro do TorM2E vale por uma Bia de BAMSE. Term certeza que um Rafale vale por 2 Super Hornets??gribel escreveu:
me lembra outra disputa...
Po, também não exagera vai.
O BAMSE é diferente do TOR mas uma unidade de um ser comparada a uma bateria do outro é forçar a barra....
Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
Simplesmente um GRANDE caça.
- Túlio
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Se é pra defender estádio e vila olímpica - e é! - BAMSE já basta com folga...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
Re: O futuro da AAAe no Brasil
Os ingleses, vão usar aquela b#st& do Rapier agora nas olimpíadas
http://www.estadao.com.br/noticias/gera ... 7152,0.htm
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