Missão de Paz no Haiti
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https://www.mar.mil.br/cgcfn/menu_princ ... zis-28.pdf
Um breve e raro relato de como se desenrolou tacticamente o episódio em que forças do Brasil foram chamadas para retirar os ex-militares haitianos da casa do Aristide.
Interessante o uso de AT4. Apesar de não ser usado no dia a dia é bom saber que eles foram para o Haiti preparados para o pior.
Citação:
Operação Haiti
Operação de retomada da residência do Ex-Presidente
Na manhã do dia 15DEZ de 2004, dois dias após o 2º Contingente do
Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais ter iniciado sua missão, a
residência do ex-presidente Aristide foi ocupada por cerca de 50 ex-militares
haitianos que reivindicavam emprego e a ocupação legítima do local, para
ali estabelecerem seu quartel-general, ocupação esta considerada ilegal
pelo governo transitório.
Apesar das negociações, o problema político não foi resolvido,
ensejando a ordem da ONU para retirada dos ex-militares da residência.
Às 03:00h do dia 16DEZ, o CMG(FN) Oswaldo Queiroz de Castro,
Comandante do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais
(GptOpFuzNav) Haiti, recebeu do General Vilela, Comandante da Brigada
Haiti, a ordem para retomar a residência do ex-presidente.
O pouco tempo disponível para planejamento, associado à escassez
de informações sobre os rebeldes em termos de efetivo e armamento
utilizado e, principalmente, sobre a casa, aparentemente idealizada como
um verdadeiro quartel, com muros altos e guaritas em todo o perímetro
que dominavam toda a área externa, tornavam a situação ainda mais tensa.
A situação requeria bastante cautela, pois além das dificuldades levantadas na parte
tática, ainda havia o componente político, especificamente com relação às regras de
engajamento estabelecidas pela ONU, que definem as condições para realização do tiro e do
uso da proporcionalidade da força.
O planejamento da operação foi pautado no emprego gradativo da força, orientado para
a retomada com o mínimo de agressividade possível, porém em condições de ser reajustado
caso, numa pior hipótese, fosse encontrada resistência durante a entrada na residência.
As ações foram desencadeadas a partir das 04:00h do dia 16DEZ, mediante o
estabelecimento de quatro posições de bloqueio, seguido do cerco à residência, com o
conseqüente corte nos suprimentos dos rebeldes.
A partir daí, foram iniciadas intensas negociações com os rebeldes, ocasião em que
foram oferecidas várias concessões pelo governo transitório, para que eles se rendessem e
entregassem as armas, porém, todas sem êxito. Durante a realização das negociações, o
GptOpFuzNav ampliou seus conhecimentos sobre a área de atuação e reajustou seu
planejamento inicial.
No dia 17DEZ, às 14:00 horas, o General Heleno, Comandante da MINUSTAH entregou
o ultimato aos rebeldes, com prazo de 45 minutos para a rendição. Expirado o prazo estipulado,
o Comandante do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais, CMG (FN) Queiroz de Castro,
recebeu a ordem de retomada imediata da residência. Para o cumprimento desta missão o CCT/
GptOpFuzNav recebeu o reforço de um Pelotão do EB, embarcado em quatroViaturas URUTU.
Inicialmente, nossas tropas realizaram o cerco à residência, sendo estabelecidas posições
de bloqueio.
Às 16:00h foi dada a ordem para o início das ações ofensivas. Simultaneamente, o 1º
Pelotão de Fuzileiros Navais (1ºPelFuzNav) e o Pelotão do EB desencadearam o movimento
em direção ao objetivo.
O 1ºPelFuzNav progrediu pelo terreno, aproveitando a cobertura dos blindados, e apoiado
pelo fogo por uma SeçMtrP .50, uma SeçMtr MAG e por 09 peças de AT-4, portando, ainda,
granadas de mão OF/DEF e fuzis lançadores de granada M-203 carregados, compondo o
binômio carro-infantaria, com a tarefa de desencadear o ataque principal, caso houvesse
resistência inimiga, e respectiva limpeza da área externa.
Com o intuito de provocar alguma pressão psicológica sobre os rebeldes foram detonados
petardos de TNT.
Os rebeldes, com inferioridade numérica e, principalmente, de poder de combate renderam-se.
Os 43 ex-militares, assim como, as armas e munições capturadas foram escoltadas para a
Academia da Polícia Nacional Haitiana, onde foram entregues às autoridades competentes.
A situação exigia profissionalismo e, sobretudo, muito autocontrole de todos os
participantes da Operação, pois, um simples disparo seria capaz de desencadear conseqüências
que poderiam vir a comprometer definitivamente, em face dos poderes de combate envolvidos,
o clima favorável em que se desenrola a Operação para Manutenção da Paz no HAITI. Nesta
ação o GptOpFuzNav, com seu elevado nível de prontificação, honrou o nome da Marinha do
Brasil e do Corpo de Fuzileiros Navais, cumprindo a missão sem a necessidade de realizar um
único disparo e sem baixas. ADSUMUS!!!
Preparativos para a invasão
Fuzileiros Navais invadindo a residência
Idéia de manobra ao General Heleno –
Force Commander
Um breve e raro relato de como se desenrolou tacticamente o episódio em que forças do Brasil foram chamadas para retirar os ex-militares haitianos da casa do Aristide.
Interessante o uso de AT4. Apesar de não ser usado no dia a dia é bom saber que eles foram para o Haiti preparados para o pior.
Citação:
Operação Haiti
Operação de retomada da residência do Ex-Presidente
Na manhã do dia 15DEZ de 2004, dois dias após o 2º Contingente do
Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais ter iniciado sua missão, a
residência do ex-presidente Aristide foi ocupada por cerca de 50 ex-militares
haitianos que reivindicavam emprego e a ocupação legítima do local, para
ali estabelecerem seu quartel-general, ocupação esta considerada ilegal
pelo governo transitório.
Apesar das negociações, o problema político não foi resolvido,
ensejando a ordem da ONU para retirada dos ex-militares da residência.
Às 03:00h do dia 16DEZ, o CMG(FN) Oswaldo Queiroz de Castro,
Comandante do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais
(GptOpFuzNav) Haiti, recebeu do General Vilela, Comandante da Brigada
Haiti, a ordem para retomar a residência do ex-presidente.
O pouco tempo disponível para planejamento, associado à escassez
de informações sobre os rebeldes em termos de efetivo e armamento
utilizado e, principalmente, sobre a casa, aparentemente idealizada como
um verdadeiro quartel, com muros altos e guaritas em todo o perímetro
que dominavam toda a área externa, tornavam a situação ainda mais tensa.
A situação requeria bastante cautela, pois além das dificuldades levantadas na parte
tática, ainda havia o componente político, especificamente com relação às regras de
engajamento estabelecidas pela ONU, que definem as condições para realização do tiro e do
uso da proporcionalidade da força.
O planejamento da operação foi pautado no emprego gradativo da força, orientado para
a retomada com o mínimo de agressividade possível, porém em condições de ser reajustado
caso, numa pior hipótese, fosse encontrada resistência durante a entrada na residência.
As ações foram desencadeadas a partir das 04:00h do dia 16DEZ, mediante o
estabelecimento de quatro posições de bloqueio, seguido do cerco à residência, com o
conseqüente corte nos suprimentos dos rebeldes.
A partir daí, foram iniciadas intensas negociações com os rebeldes, ocasião em que
foram oferecidas várias concessões pelo governo transitório, para que eles se rendessem e
entregassem as armas, porém, todas sem êxito. Durante a realização das negociações, o
GptOpFuzNav ampliou seus conhecimentos sobre a área de atuação e reajustou seu
planejamento inicial.
No dia 17DEZ, às 14:00 horas, o General Heleno, Comandante da MINUSTAH entregou
o ultimato aos rebeldes, com prazo de 45 minutos para a rendição. Expirado o prazo estipulado,
o Comandante do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais, CMG (FN) Queiroz de Castro,
recebeu a ordem de retomada imediata da residência. Para o cumprimento desta missão o CCT/
GptOpFuzNav recebeu o reforço de um Pelotão do EB, embarcado em quatroViaturas URUTU.
Inicialmente, nossas tropas realizaram o cerco à residência, sendo estabelecidas posições
de bloqueio.
Às 16:00h foi dada a ordem para o início das ações ofensivas. Simultaneamente, o 1º
Pelotão de Fuzileiros Navais (1ºPelFuzNav) e o Pelotão do EB desencadearam o movimento
em direção ao objetivo.
O 1ºPelFuzNav progrediu pelo terreno, aproveitando a cobertura dos blindados, e apoiado
pelo fogo por uma SeçMtrP .50, uma SeçMtr MAG e por 09 peças de AT-4, portando, ainda,
granadas de mão OF/DEF e fuzis lançadores de granada M-203 carregados, compondo o
binômio carro-infantaria, com a tarefa de desencadear o ataque principal, caso houvesse
resistência inimiga, e respectiva limpeza da área externa.
Com o intuito de provocar alguma pressão psicológica sobre os rebeldes foram detonados
petardos de TNT.
Os rebeldes, com inferioridade numérica e, principalmente, de poder de combate renderam-se.
Os 43 ex-militares, assim como, as armas e munições capturadas foram escoltadas para a
Academia da Polícia Nacional Haitiana, onde foram entregues às autoridades competentes.
A situação exigia profissionalismo e, sobretudo, muito autocontrole de todos os
participantes da Operação, pois, um simples disparo seria capaz de desencadear conseqüências
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ação o GptOpFuzNav, com seu elevado nível de prontificação, honrou o nome da Marinha do
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- Vinicius Pimenta
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Essa foi sem dúvida uma excelente ação das tropas brasileiras. Depois tem gente que acha que não temos militares competentes. Ah, já sei que vão falar que era contra homens sem treinamento, mortos de fome, etc, etc...
Vinicius Pimenta
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Vinicius Pimenta escreveu:Essa foi sem dúvida uma excelente ação das tropas brasileiras. Depois tem gente que acha que não temos militares competentes. Ah, já sei que vão falar que era contra homens sem treinamento, mortos de fome, etc, etc...
É meu amigo Vinicius, nossos amigos Rangers e Deltas é que sabem o quanto é perigoso enfrentar "homens sem treinamento, mortos de fome, etc, etc...". Entende o que digo?
- rodrigo
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17/05/2006 | 0:00
Sem dinheiro
O governo Lula torrou mais de meio bilhão (exatos R$ 560 milhões) no Haiti e destinou só R$ 260 milhões para o Fundo Nacional de Segurança Pública.
http://www.claudiohumberto.com.br/
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O governo Lula torrou mais de meio bilhão (exatos R$ 560 milhões) no Haiti e destinou só R$ 260 milhões para o Fundo Nacional de Segurança Pública.
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"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
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João Guimarães Rosa
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rodrigo escreveu:17/05/2006 | 0:00
Sem dinheiro
O governo Lula torrou mais de meio bilhão (exatos R$ 560 milhões) no Haiti e destinou só R$ 260 milhões para o Fundo Nacional de Segurança Pública.
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Fora o corte de 700 mi do programa FX
"Uma nação que confia em seus direitos, em vez de confiar em seus soldados, engana-se a si mesma e prepara sua própria queda."
Rui Barbosa
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rodrigo escreveu:17/05/2006 | 0:00
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O governo Lula torrou mais de meio bilhão (exatos R$ 560 milhões) no Haiti e destinou só R$ 260 milhões para o Fundo Nacional de Segurança Pública.
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Tipico da sociedade Brasileira!
Se o governo gastou 700Mi no Haiti, não significa que este dinheiro tenha saído do FNSP !
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Sniper escreveu:rodrigo escreveu:17/05/2006 | 0:00
Sem dinheiro
O governo Lula torrou mais de meio bilhão (exatos R$ 560 milhões) no Haiti e destinou só R$ 260 milhões para o Fundo Nacional de Segurança Pública.
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Tipico da sociedade Brasileira!
Se o governo gastou 700Mi no Haiti, não significa que este dinheiro tenha saído do FNSP !
É, não saiu do FNSP, saiu do nosso bolso
"Uma nação que confia em seus direitos, em vez de confiar em seus soldados, engana-se a si mesma e prepara sua própria queda."
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- rodrigo
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Mas ninguém disse isso. Só houve uma comparação, e que na minha opinião é muito importante, porque se gastou mais nessa missão de relações públicas desse governo podre, do que na nossa própria segurança pública.Tipico da sociedade Brasileira!
Se o governo gastou 700Mi no Haiti, não significa que este dinheiro tenha saído do FNSP !
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
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aperta e daí afrouxa,
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VICTOR escreveu:Vai falar o quê?
MISSÃO NO CARIBE
Militar volta do Haiti com síndrome do pânico
Soldado gaúcho diz sonhar com imagens que viu de pessoas queimadas vivas; família quer processar União
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TRÊS COROAS (RS)
A síndrome do pânico, uma doença psiquiátrica que pode ser gerada por situações de grande estresse ou ansiedade, foi o diagnóstico recebido por Tailon Ruppenthal, 22, depois de servir de junho a dezembro de 2004 como soldado na força de paz da ONU no Haiti.
Ruppenthal conversou com a reportagem da Folha na casa de sua família, na cidade gaúcha de Três Coroas, a 98 km de Porto Alegre. Seis meses antes de integrar a missão no Haiti, como voluntário, ele havia entrado no 19º Batalhão de Infantaria Motorizada de São Leopoldo (RS). Hoje, desligado do Exército brasileiro, diz estar arrependido.
"Vi gente sendo queimada viva. Tive de trocar tiros com milícias e pedir licença para as pessoas saírem da frente. Elas ficavam em meio ao fogo cruzado sem se importar com a perda da própria vida", afirma sobre a situação em Porto Príncipe, capital haitiana.
"Quando pensei que via um porco morto ao meu lado, olhei melhor e constatei se tratar de uma criança de uns três anos, completamente carbonizada. Era cheiro de podridão com a imagem de corpos a céu aberto. Certa vez, aproximei-me do que pareciam pneus em chamas de uma barricada e vi que eram pessoas."
Pessoas morrendo queimadas são personagens diárias de seus sonhos. Para dormir, o ex-soldado toma meio Lexotan, acompanhado de outros dois remédios que lhe foram ministrados pelo psiquiatra particular Luís Guilherme Streb, com quem se trata: Depakene 250, para bipolaridade, e o antidepressivo Sertralina. O valor da despesa com remédios chega a R$ 330 mensais.
Alguns sintomas da síndrome de pânico, diagnosticada no ex-soldado por Streb, são medo de sair de casa, sensação de perigo iminente, falta de ar e vertigens.
As dificuldades de Ruppenthal vão da agitação em locais fechados ao sonambulismo, passando pela impossibilidade de freqüentar ambientes com muitas pessoas e de ter um sono tranqüilo.
A mãe de Ruppenthal, Marileusa, 46, pretende recorrer à Justiça contra a União para ter ajuda no tratamento do filho e talvez pleitear uma indenização. O psiquiatra lhe disse que seu filho ficará com seqüelas do trauma ocorrido quando servia na missão militar.
Além dos males da saúde, Ruppenthal gastou os R$ 20 mil que conseguiu trazer do Haiti -boa parte com bebida alcoólica.
Ruppenthal foi dispensado do Exército em março do ano passado. Ele iria servir nas Forças Armadas pelo prazo de um ano, que poderia ser prorrogado por mais seis, o que não ocorreu. Depois disso, ele foi trabalhar como diagramador em um jornal de Três Coroas. O jornal fechou, e Ruppenthal, cuja família é de classe média, passou a trabalhar como frentista, para ganhar R$ 600 mensais por meio turno.
Com o temperamento agressivo que assumiu em razão dos problemas emocionais, ele brigou com amigos e colegas de trabalho. Atualmente, está de licença do trabalho de frentista para tratamento de saúde.
Contrariando depoimentos reservados de outros militares, Ruppenthal se diz frustrado com a atuação brasileira no Haiti. "No terceiro mês, as pessoas se cansaram de nos ver subir e descer ruas, fazendo escolta para autoridades. Trocaram aplausos por vaias, pedradas e garrafadas. Sabe o que é ver uma criança se esforçar para falar a palavra água em português apenas para pedir um copo?".
"Nos últimos dias, resolvemos juntar o que sobrou da nossa comida e para dar àquela gente. Juntamos um caminhão. Mas era pouco. Queriam que a gente fosse embora. A única trégua ocorreu quando a seleção brasileira jogou lá [em agosto de 2004]", afirma.
Ruppenthal diz que só começou a sentir os sintomas da síndrome de pânico e da depressão dois meses após voltar ao Brasil. "Lá, não dava tempo para pensar. Aqui, processei tudo e entrei em depressão. Entre nós [os soldados], comentávamos muito os rumos que as coisas estavam tomando. A maioria estava infeliz."
Outro lado: Exército diz não ter constatado problemas com o ex-soldado
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TRÊS COROAS (RS)
O Comando Militar do Sul, do Exército brasileiro, disse, por meio de sua seção de comunicação social, que o ex-soldado Tailon Ruppenthal passou por uma inspeção de saúde que não constatou problemas psiquiátricos.
São confirmados apenas dois casos de soldados que estiveram no Haiti e foram licenciados para tratamento de saúde. Ambos ainda estão vinculados ao Exército. Os nomes não são revelados. Novos exames com esses soldados estão marcados para março. Caso não haja alta, os dois serão reformados.
Um desses militares, de 21 anos e oriundo de Jaguarão (fronteira com o Uruguai), sonha freqüentemente estar sentado em uma cadeira cercado por inimigos com fuzis apontados para sua cabeça, segundo seu advogado.
Outro, também de 21, chegou a ser afastado -em razão de liminar proferida pela 1ª Vara Federal de Novo Hamburgo- das suas atividades no 19º Batalhão de Infantaria Motorizada de São Leopoldo. Também segundo seu advogado, ele tinha crises de choro, pesadelos, evitava sair de casa, parou de se alimentar e se descuidou da higiene pessoal.
De acordo com o capitão Rogério Teixeira, assessor-adjunto da seção de comunicação do Batalhão Brasil no Haiti, não há, atualmente, casos de militares no país com problemas psicológicos. O atual contingente é integrado por tropas de São Paulo. O único caso de repatriação envolveu um militar que, em razão de acidente de trabalho, fraturou o pé. (LG)
Folha de S. Paulo - Via Notimp
Que que eu posso dizer agora?
Bueno, creio que
NÃO SE FAZEM MAIS GAÚCHOS COMO ANTIGAMENTE, POWS!
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Strider escreveu:Sniper escreveu:rodrigo escreveu:17/05/2006 | 0:00
Sem dinheiro
O governo Lula torrou mais de meio bilhão (exatos R$ 560 milhões) no Haiti e destinou só R$ 260 milhões para o Fundo Nacional de Segurança Pública.
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Tipico da sociedade Brasileira!
Se o governo gastou 700Mi no Haiti, não significa que este dinheiro tenha saído do FNSP !
É, não saiu do FNSP, saiu do nosso bolso
Sai do nosso bolso tmbém outras coisas tão menos "nobres" como : Verba indenizatória para gazolina de deputados, passagens de 1ª classe para esses ladrões que povoam o congresso, e até mesmo o próprio salário destes pilantras!
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Sniper escreveu:Strider escreveu:Sniper escreveu:rodrigo escreveu:17/05/2006 | 0:00
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O governo Lula torrou mais de meio bilhão (exatos R$ 560 milhões) no Haiti e destinou só R$ 260 milhões para o Fundo Nacional de Segurança Pública.
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Tipico da sociedade Brasileira!
Se o governo gastou 700Mi no Haiti, não significa que este dinheiro tenha saído do FNSP !
É, não saiu do FNSP, saiu do nosso bolso
Sai do nosso bolso tmbém outras coisas tão menos "nobres" como : Verba indenizatória para gazolina de deputados, passagens de 1ª classe para esses ladrões que povoam o congresso, e até mesmo o próprio salário destes pilantras!
Golpe militar já
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Tropas brasileiras iniciam ofensiva no último reduto rebelde no Haiti
http://www.defesabrasil.com/noticias/mi ... oleil1.htm
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Vinicius Pimenta
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- interregnum
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Alguém mentiu feio nessa estória. A equipe de jornalistas afirmou ter encontrado, pessoalmente, o oficial sob a mira dos rebeldes.
http://www.defesanet.com.br/panoramahai ... leil_1.htm
http://www.defesanet.com.br/panoramahai ... leil_1.htm
Haiti: líder rebelde negocia trégua com
tropas brasileiras em Cité Soleil
Encontro ocorreu num blindado, um dia depois de ataque a militares
PORTO PRÍNCIPE. O líder rebelde haitiano Comandante Evans procurou o comando das forças de paz brasileiras no Haiti para negociar uma trégua nos combates na favela de Cité Soleil, iniciados no dia 17. O encontro aconteceu na tarde de quinta-feira, segundo o tenente-coronel Fernando Cunha Mattos, comandante do setor de informações públicas do Batalhão Haiti.
A reunião entre Evans e o Coronel Luiz Santiago, comandante do Batalhão Haiti, aconteceu no dia seguinte à primeira noite de ocupação militar de Cité Soleil, que tem 250 mil habitantes e é considerada o último reduto de milícias leais ao ex-presidente deposto Jean-Bertrand Aristide, conhecidas como chimères.
Santiago e Evans se encontraram dentro de um blindado brasileiro, estacionado na praça central da favela. O coronel propôs que os chimères participem de um programa da ONU de desarmamento e reinserção (DDR) na sociedade. Em troca, a companhia de engenharia brasileira faria melhorias na favela, como asfaltamento de ruas e perfuração de postos artesianos.
Batalhão desmente seqüestro de oficial brasileiro
O líder rebelde teria se comprometido a reunir-se com os demais chefes de grupos armados da região (22 ao todo) para articular a trégua. Segundo Cunha Mattos, para obter a entrevista com Santiago, Evans concordou em deixar um oficial brasileiro visitar um depósito de armas rebeldes.
Uma agência de notícias chegou a noticiar que um capitão-de-corveta brasileiro, responsável pela visita, teria sido seqüestrado pelos chimères. Segundo Cunha Mattos, o oficial não conseguiu realizar a visita, mas voltou em segurança à base.
Conforme negociado, tropas brasileiras contrataram 28 trabalhadores locais para iniciar um processo de limpeza em Cité Soleil ontem.
As tropas brasileiras iniciaram a ocupação de Cité Soleil na quarta-feira. Naquela noite, rebeldes atacaram dois dos três pontos ocupados por brasileiros. Os militares usaram atiradores de elite para responder ao ataque. Eles acreditam que os rebeldes tenham sofrido baixas. Nenhum brasileiro se feriu.
*Do Diário de S. Paulo
- interregnum
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Não sei se já discutiram essa operação por ai mas de qualquer maneira ai vai. Achei bem interessante o relato.
https://www.mar.mil.br/cgcfn/menu_princ ... zis-32.pdf
Operação Furacão Dennis
SITUAÇÃO GERAL EM PORTO PRÍNCIPE NO
FINAL DE JUNHO - estável, exceto na capital, onde chiméres
(seguidores do ex-presidente Aristide) e criminosos comuns,
executavam seqüestros, roubos, contrabando de armas e atentados.
As forças da MINUSTAH (tropas jordanianas e peruanas)
vinham, diariamente, recebendo fogos em “Cité Soleil”,
região mais populosa e pobre da capital. Nos últimos meses, as
gangues locais vinham expandindo suas atividades para as áreas
industriais adjacentes, dificultando a obtenção de mão-deobra,
minando a confiança na missão da ONU e ameaçando o
processo eleitoral. Foram desencadeadas, até junho de 2005,
cinco grandes operações na capital: “Liberté”, “Restore Liberté”,
“Raised Sun”,”Bay Spwa” e “Marreta”, sem grande sucesso.
Diante da situação, o “Force Commander” decidiu pela
realização de uma operação de vulto na área de “Cité Soleil”,
para propiciar um ambiente melhor e mais seguro para a execução
do processo eleitoral.
PLANEJAMENTO DA OPERAÇÃO - coube ao Btl
HAITI a área de “Bois Neuf”, reduto de Dread Wilmé, principal
líder das gangues de “Cité Soleil”. Como reforço, recebeu uma
CiaInf Peruana e frações dos contingentes Jordaniano e Uruguaio,
sob controle operacional, bem como elementos da FPU
(1) e CIVPOL (2). Nos 20 dias seguintes, as LA foram alteradas e
a operação adiada por diversas vezes. As alterações decorreram
das novas informações do posicionamento das forças adversas.
Foi constatado, durante um reconhecimento aéreo, a abertura
de fossos anticarro nos arruamentos que demandavam ao
interior de “Bois Neuf”. Anteriormente, em ação terrestre
conduzida na área, um blindado ficara imobilizado em um fosso,
por várias horas. Foi constatado, no reconhecimento, que a
região a noroeste tinha muitos trechos alagadiços, podendo
constituir-se em obstáculo para Vtr sobre rodas (ver Fig 1).
O Batalhão HAITI organizou-se com três peças de manobra:
a “FT PAIVA CHAVES” (EsqdCMec e uma equipe de
forças especiais); a “FT HUMAITÁ” composta pelo
GptOpFuzNav HAITI apoiado por um PelCMec(-); e a CiaInf
Peruana. A manobra previa ações em três frentes distintas: a FT
PAIVA CHAVES pelo leste, a partir da rua “Soleil 9” em direção
à rua “Impasse Chavanne”, onde estavam localizados o PC da
gangue de Dread Wilmé e um suposto paiol de armas e munições
(Obj 1 e 2); uma ação por oeste, com a CiaInf peruana
infiltrada, ainda no período noturno, na região central da rua
“Impasse Rossy”, onde estaria localizada a casa de Dread Wilmé
(Obj 3); e uma ação por noroeste, com a FT HUMAITÁ, a partir
da região alagada na direção oeste da rua “Impasse Chavanne”,
onde estava uma suposta região de cativeiros (Obj 4) (ver Fig
2). Com esta ação, pretendia-se dividir o esforço de defesa das
forças adversas. (ver Fig 3). Seriam também realizados trabalhos
de engenharia para fechamento de um fosso anticarro. As demais
forças em apoio realizariam ações para isolar a área. Dia-D
06 de julho, Hora-H (ação no Obj 3) 05:35h e Hora-I 06:00h.
Foram também incorporados ao GptOpFuzNav, 1 GpPion/
PelEng, 2 atiradores de precisão do Btl HAITI e 1 OLig/CiaInf
peruana. Foram destacados na FT PAIVA CHAVES, 4 SG-FN
com fuzis dotados de LçGr M-203.
A Base de Fuzileiros Navais Acadêmica Raquel de Queiroz
(BFNHARQ) teve sua Equipe Médica Nível 1 incluída na cadeia
Batismo de Fogo do 3º Contingente do GptOpFuzNav - Haiti
de evacuação, sendo reforçada por pessoal de saúde do Btl
HAITI. A proximidade com o Hospital Argentino (Nível 2) e as
boas condições das nossas instalações recomendavam sua
inclusão como elo da cadeia de evacuação.
Devido à curta duração da operação, a CPI foi
estabelecida em 150 tiros. Parte da CPU foi embarcada nas VtrBld.
EXECUÇÃO – realizaram-se, em D-2 e D-1, os ensaios e
o reconhecimento noturno na região do Obj 4. No Dia-D, iniciaram-
se os primeiros movimentos para a área de operação, com a
infiltração da CiaInf peruana a partir das 3h e 30min e com a
formação do comboio (de cerca de 55 viaturas) na Base “B”( Btl
HAITI) e na BFNHARQ. O deslocamento ocorreu às 05:00h,
seguindo pelas ruas Boulevard des Industries e Lisius, até o
cruzamento com a rua Soleil 9. Já na rua Lisius, o comboio começou
a receber fogos oriundos do Sul, provenientes da região de
Drouillard. No cruzamento da rua Lisius com a rua Soleil 9, o
volume de fogos intensificou-se.
Da retaguarda do comboio podia ver-se os projéteis
traçantes disparados tanto pelo Escalão de Assalto quanto pela
força adversa. Às 05:35h, a CiaInf peruana iniciou a ação no Obj
3 e a FT PAIVA CHAVES abordou a rua “Soleil 9” pelo norte,
deslocando-se em direção ao Obj 1, recebendo intensos fogos.
O GptOpFuzNav deslocou-se para a região noroeste do Obj 4 e,
por volta de 06:00h, o CCT, embarcado nas viaturas blindadas
URUTU encontrava-se bloqueando a região oeste da rua
“Impasse Chavanne”, também sob intensos fogos. O Componente
de Comando, o CASC formado para a operação e a reserva
do CCT, que seguiam à retaguarda em viaturas sobre rodas ½
Ton e 5 Ton, desembarcaram cerca de 200m ao norte do CCT e
estabeleceram posições em uma região de casario. O CCmdo
estabeleceu um PO em uma laje, de onde pode controlar as ações.
O PO teve de ser reforçado com sacos de areia, devido aos
fogos dos adversários.
A CiaInf peruana infiltrada retraía do interior da favela,
porém alguns de seus integrantes estavam fora da faixa balizada
pelos blindados. Neste momento a atuação do Oficial de Ligação
peruano foi fundamental para evitar o fogo amigo, pois aquela
parcela da tropa peruana só foi identificada quando acenderam
“cialumens”, permitindo, então, serem acolhidos pelo CCT e embarcar
nos seus blindados e retirar-se, com a nossa cobertura.
Figura 1
5 -
A FT HUMAITÁ apoiou, pelo fogo, as ações da FT
PAIVA CHAVES e o desenvolvimento dos trabalhos de engenharia
na região leste da rua “Impasse Chavanne”. Por volta de
06:30h, o comandante do CCT informou, por rádio, que duas
viaturas em apoio encontravam-se atoladas e que seriam realizadas
tentativas para liberá-las. Neste mesmo momento foram
encerrados os trabalhos de engenharia para fechamento do fosso
anticarro e, com o código de “Caveira vai entrar”, o Escalão
de Assalto retomou seu o prosseguimento para o Obj 2. Nas
ações do Escalão de Assalto, na região leste da rua “Impasse
Chavanne” foi constatado que as granadas lançadas pelos M-
203, além de possuírem um grande poder de destruição, produziam
um forte impacto psicológico sobre as forças adversárias.
Relatos dão conta de atiradores adversários que não retraíam
de suas posições, apesar dos fogos recebidos de armas automáticas,
e que abandonaram-nas rapidamente, ao perceberem
as primeiras explosões das granadas lançadas pelos M-203.
O CCT prosseguia, com duas viaturas imobilizadas e
sofrendo fogos da orla norte da localidade, apoiando pelo fogo
as ações do escalão de assalto. O GptOpFuzNav HAITI solicitou
ao comando do Batalhão apoio para os trabalhos de
desatolamento da viaturas do CCT e recebeu dois blindados do
pelotão uruguaio. Neste momento, passou a receber fogos também
oriundos de leste, próximo ao mar. Às 08:30h o Escalão de
Assalto finalizou sua ação na região do Obj 2 e iniciou seu
retraimento, recebendo fogos oriundos de Bois Neuf e Drouillard.
Após a retirada do Escalão de Assalto os blindados Jordanianos
iniciaram patrulhamento na rua “Soleil 9”. O Btl HAITI designou
três blindados que haviam retraído do Obj 2 para apoio aos
trabalhos de desatolamento na zona de ação do GptOpFuzNav.
Como o consumo da munição crescia, uma vez que os
ataques das forças adversas prosseguiam, a munição disponível
para o CCT começou a preocupar, sendo que alguns militares
já haviam consumido a CPI, restando, em alguns casos, apenas
um carregador da CPU. O CASC recolheu dois carregadores
por homem, dentre os militares que se encontravam no PC, a fim
de suprir o CCT, caso a ação tivesse que se prolongar. Neste
ínterim, foi acionado o ressuprimento de munição na BFNHARQ,
o que foi rapidamente prontificado. Acionado, também, junto ao
escalão superior, meios de engenharia para apoiar os trabalhos
e a aviação, que havia se retirado. O apoio aéreo retornou por
volta de 10:00h, notando que elementos adversos se reorganizavam
na região sudeste de Bois Neuf. O CCT e parte dos militares
do Escalão de Assalto que apoiavam os trabalhos de
desatolamento realizaram fogos na direção das forças adversas
para dispersá-las. De seu PO à retaguarda, o CCmdo notou uma
provável troca de tiros entre os blindados jordanianos que se
encontravam neste momento patrulhando a rua “Soleil 9” e nossas
forças, e determinou um cessar fogo temporário a fim de
realizar a coordenação necessária. O cessar fogo foi rapidamente
interrompido por fogos oriundos da localidade norte de Bois
Neuf, que obrigaram o CCT a responder.
Por volta de 11:45h, os carros desatolaram definitivamente
(foram necessários três carros para cada blindado). Como
o terreno próximo à orla norte de Bois Neuf impedia a aproximação
de viaturas sobre rodas, decidiu-se pela não abordagem do
Obj “4”. Às 12:00h o CCT, parte da “FT PAIVA CHAVES” e os
blindados uruguaios que apoiavam os trabalhos de
desatolamento iniciaram o retraimento para a região do PC do
GptOpFuzNav HAITI, sob fogo esparso dos elementos adversos.
O CCT, embarcado em viaturas blindadas e alguns blindados
da “FT PAIVA CHAVES” forneceram cobertura para o retraimento
e a retirada do CCmdo, CASC e reserva, embarcados em
viaturas leves e médias. Os destacamentos regressaram a
BFNHARQ por volta de 12:45h.
LIÇÕES APRENDIDAS - a Operação atingiu os propósitos
definidos pelo “Force Commander”, demonstrando a capacidade
das tropas da MINUSTAH. Foram empregados 260
militares brasileiros, 80 peruanos, 40 jordanianos, 40 uruguaios,
10 chilenos e 10 equatorianos, além de 30 policiais das FPU
chinesa, jordaniana e nepalesa. Foram empregados 35 viaturas
blindadas, 4 helicópteros, 1 avião e 20 viaturas leves e médias.
Dentre outros informes obtidos sobre os resultados da
operação, 6 membros de gangues que estavam armados por
ocasião da ação teriam sido eliminados, dentre os quais, o próprio
Dread Wilmé . Em contrapartida, não houve baixas por parte
das forças da MINUSTAH. Tal fato pode ser creditado, em
grande parte, ao emprego dos blindados durante as ações, com
pouquíssimos elementos desembarcados, o que ressalta a importância
deste tipo de viatura em Forças de Paz.
Houve um expressivo consumo de munição, em quase
seis horas e meia de combate. Foram empregadas, entre outras,
munições de armas portáteis, granadas de 40mm do M-203, granadas
de mão Of/Def, de sopro e ruído e fumígenas, além de
explosivos. Tal consumo foi imposto pela necessidade de manter
superioridade de fogos sobre os elementos adversos evitando
que pudessem realizar a pontaria livremente e, com isso,
causar baixas na tropa da MINUSTAH.
Vimos que ao longo de toda a operação, o CCT esteve
envolvido com as ações no terreno e o CCmdo nas ligações com
Figura 2 Figura 3
Suposto local de
cativeiros
Depósito de armas e
munições
Local de reunião dos
soldados de Dread Wilmee 1
2
4
- 6
os demais escalões da manobra, o que facilitou muito a operação
daquele Comandante, livrando-o de coordenações, por vezes,
difíceis, como foi, por exemplo, o incidente de fogo amigo
proveniente dos blindados jordanianos, que só foi percebido e
coordenado pelo CCmdo, o que corrobora o acerto do emprego
de forças de fuzileiros navais em GptOpFuzNav.
A existência do Oficial de Ligação peruano junto ao
GptOpFuzNav durante o acolhimento no setor de atuação do
CCT foi fundamental para que houvesse uma boa coordenação
dos fogos das duas tropas.
A equipagem individual dos fuzileiros navais mostrouse
adequada ao combate. O CB-FN-IF RIBEIRO recebeu o impacto
de um projétil disparado por elementos adversos. O projétil
atingiu o colete balístico, na região das costas, não penetrando,
devido ao uso da placa. O colete balístico de nível III mostrouse,
assim, uma medida de proteção eficaz, evitando que o militar
sofresse maiores ferimentos, além de possibilitar, por ser modular,
o transporte da CPI nos módulos de forma apropriada, tendo
fácil acesso aos carregadores, granadas de mão e M-203 e demais
itens de seu equipamento quando necessário. As granadas
de 40mm do M-203 tem um grande poder de destruição e
causam um forte impacto psicológico nas forças adversárias,
mostrando-se apropriadas para o uso em combate em localidade.
O equipamento rádio Motorola funcionou bem durante toda
a operação e atendeu às necessidades de enlace a pequena
distância. O Camel Back tem a vantagem de não precisar ser
sacado do cinto, bem como possibilita que o combatente abasteça-
o com água e gelo e possa manter a água fresca, fator de
elevação do moral, no forte calor do HAITI.
Nossos fuzileiros navais mostraram, mais uma vez, preparo
psicológico e bravura durante as ações. Os 3ºSG-FN-IF
EUGÊNIO, CB-FN-IF SALERNO e o CB-FN-EF CARPES sofreram
ferimentos leves por projéteis e estilhaços de granadas durante
o combate, porém permaneceram em seus postos, na linha
de frente. Demonstrações deste tipo enchem de orgulho todos
os que trazem gravado no coração a âncora e os fuzis cruzados.
ADSUMUS!
(1) FPU – Unidades Policiais Formadas, subordinadas a CIVPOL, enviadas
por países participantes da MINUSTAH, constantes de 125 policiais
especializados em controle de distúrbios civis.
(2) CIVPOL - Polícia Internacional – Setor da MINUSTAH que agrega
policiais de diversos países enviados para a missão.