Mundo Árabe em Ebulição

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
pt
Sênior
Sênior
Mensagens: 3131
Registrado em: Qua Out 01, 2003 6:42 pm
Localização: Setubal - Portugal
Agradeceram: 161 vezes
Contato:

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5011 Mensagem por pt » Dom Ago 12, 2012 7:10 pm

romeo escreveu:Uma mídia russa é tão parcial quanto uma americana
Desculpe, mas esta afirmação é absolutamente absurda.

A «midia» russa diz o que a censura manda e deixa. Nos Estados Unidos existe uma coisa chamada liberdade, na Russia não.
Esse pasquim pornográfico, chamado Pravda, que foi comprado por um líder do crime organizado, que detem redes de prostituição na Russia, é um exemplo do lixo mais fétido, que é aquilo a que os russos chamam imprensa.

A simples comparação da Russia com uma democracia é um insulto à inteligência. E além disso é também um insulto ao Brasil.
A imprensa brasileira quando comparada com a russa, é a BBC, nos seus melhores dias de imparcialidade e qualidade jornalistica.


A imprensa russa, ladra conforme Putin manda. E se não ladra conforme o ditador manda, então morre.

É a única coisa que explica a tentativa de explicar o que não tem explicação.
Todos já perceberam que neste momento o que os russos pretendem, é não perder a cara. Eles não querem permitir nenhuma intervenção, mas não têm capacidade para a impedir, nem capacidade para ajudar o Assad.

Hoje como ontem, há apenas um país que pode decidir este conflito. Esse país não é a Russia e também não são os Estados Unidos. No entanto, sem o apoio dos americanos ninguém é capaz de fazer nada.
Mais ninguém tem os meios e a gigantesca máquina logística americana.

Mais tarde ou mais cedo, terá que ser declarada uma zona de exclusão aérea, como foi feito na Líbia. As Nações Unidas falharam, mais uma vez, dando cobertura a um ditador.

Aliás, na Síria, vimos o sistema electrónico mais eficiente dos armamentos que os russos vendem: O VETO no Conselho de Segurança.
Quando um ditador compra armas aos russos, ele sabe perfeitamente que as armas não funcionam. Ele sabe que o que ele está a comprar é o VETO russo no Conselho de Segurança. E é esse sistema que protege o Assad, não são os T-72, nem as BMP nem os MiG.

O Putin não pode dar-se ao luxo de perder esse acessório, principalmente porque agora tem os chineses no páreo, que já ultrapassaram os russos em muitos mercados e que também podem vender o VETO no Conselho de Segurança.




Avatar do usuário
romeo
Sênior
Sênior
Mensagens: 869
Registrado em: Ter Fev 12, 2008 12:46 am
Agradeceram: 81 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5012 Mensagem por romeo » Dom Ago 12, 2012 8:14 pm

Se o amigo julga a mídia americana fidedigna e imparcial, tanto melhor... Menos leitura necessária para formar opinião.

Quanto a mim, não tenho essa mesma crença ou capacidade e preciso ver várias fontes; portanto me é bem mais trabalhosa a pesquisa do que ao companheiro.

Nenhuma crítica... Enfim... Cada um exerce seu próprio caminho de convencimento.




Avatar do usuário
pt
Sênior
Sênior
Mensagens: 3131
Registrado em: Qua Out 01, 2003 6:42 pm
Localização: Setubal - Portugal
Agradeceram: 161 vezes
Contato:

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5013 Mensagem por pt » Seg Ago 13, 2012 7:42 am

A América é um país muito diverso e muito complexo, para se reduzir de forma demasiado maniqueista.

Costumo dizer que quando colocamos um republicano do Texas, ao lado de um democrata do Massachusetts, é como colocar um esquimó ao lado de um aborigene.
A impresnsa americana reflete essa diversidade.

O facto de haver na América uma imprensa livre, não é razão para ler menos para formar opinião, é apenas razão para ler mais.
Mas quando apenas vemos a Fox news e achamos que aquilo é a imprensa americana a falar, então realmente nem era preciso ver nada.

As fontes são evidentemente necessárias, mas quando as fontes são um pasquim pornográfico, gerido por gente do crime organizado, temos que pensar duas vezes.

Não podemos deixar de considerar que os nazistas também tinham uma imprensa que dizia que os campos de concentração e o assassinato de judeus eram mentira !!!

Você acha que essa fonte era credivel ?
Era tão credível quanto o Pravda.

Numa ditadura, a imprensa não é uma fonte de informação credível, porque apenas diz o que lhe mandam.
Numa democracia, há de tudo. Boa informação, má informação, informação isenta e também há propaganda.
Temos que saber navegar entre a informação que temos.
Mas numa ditadura, como a russa ou a chinesa, só há uma coisa:
Propaganda !
Por isso é ilegítimo comparar os meios de comunicação e uma ditadura com os de uma democracia.

De outra forma, só isso explica que os russos continuem a apoiar Assad, a defender o regime de terror que a minoria Xiita impõe ao resto da população, e a vender uma visão completamente aberrante da realidade.

O sujo e porco nisto tudo, é que os mesmos que estariam aqui e noutros lados a defender o combatente socialista Assad, e a culpar os americanos - se houvesse intervenção - são os mesmos que defendem um assassino que já matou 20.000 pessoas (segundo as estimativas mais conservadoras, dos meios ocidentais).

Se fosse ao contrário, a gloriosa imprensa da grande mãe Russia já teria multiplicado o número de vítimas por dez (COMO FEZ NA LÍBIA E NA GEORGIA) e já culparia os americanos de 200.000 mortos.

Não fosse o Assad o lider do PARTIDO SOCIALISTA BAHAS, e não se levantariam tantas vozes para defender o criminoso.






Dito isto, também estou convencido de que no ocidente ninnguém quer ajudar os rebeldes sírios porque receia o que pode acontecer se um regime extremista islâmico toma o poder em Damasco (mesmo sabendo-se que os islamitas são menos representativos na Síria que eram na Líbia). Israel fica cercado a norte e a sul por governos da irmandade muçulmana e como um articulista árabe escreveu há dias num jornal da região, só fica a faltar a Jordânia para completar o cerco. Os americanos não querem complicar as coisas para Israel, que nem desgosta de uma Síria mais e mais fraca.
Israel sabe que o regime de Assad acabou. Ele pode até recuperar, matar todos os rebeldes, mas internacionalmente o regime está isolado e nunca mais vai sair desta situação.

Por isso, a recusa russa no Conselho de Segurança é apenas uma desculpa. Toda a gente sabe que se os americanos quisessem, já tinha havido intervenção.
A Rússia está apenas a fornecer um alibí que os países ocidentais acabam por aceitar de bom grado.
Os russos, não querem correr o risco de perder a cara, porque o Putin não quer que aconteça o mesmo que na Líbia.
Portanto, temos que continuar a aguardar por aqueles acontecimentos dramáticos, que contrariam a inercia dos governos.

Infelizmente, isso só acontece quando há massacres e quando morre muita gente, ou um terceiro país é atacado.
Até lá, para defender um dos últimos regimes erigidos pela KGB e pela STASI, centenas de pessoas continuarão a morrer todos os dias.



Cumprimentos




Avatar do usuário
rodrigo
Sênior
Sênior
Mensagens: 12891
Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
Agradeceram: 424 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5014 Mensagem por rodrigo » Seg Ago 13, 2012 1:39 pm

Syria Dictator Assad Loses MIG-23 in Attack on Deir Ez Zour 8-13-12 Mohassan Area





"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
Avatar do usuário
romeo
Sênior
Sênior
Mensagens: 869
Registrado em: Ter Fev 12, 2008 12:46 am
Agradeceram: 81 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5015 Mensagem por romeo » Seg Ago 13, 2012 1:58 pm

Bom post pt...

Nem deveria rebate-lo, até porque estamos acordes nas linhas gerais.

E também não estou aqui para defender o Pravda. Este acho ótimo justamente por sempre estar refletindo posições do governo russo.

Quem me conhece sabe que abomino direitismos e esquerdismos.

Se o Chaves acertou parabenizo-o. Se acho que errou critico-o. Assim como os americanos, russos, persas e israelenses, espanhois e portugueses, ingleses ou argentinos.

A única situação que sou faccioso é quando criticam o Brasil lá fora. Internamente tudo bem, mas quando vejo críticas na imprensa externa - principalmente a inglesa, que anda meio "despeitada" confesso que perco completamente a imparcialidade.

Se grafo este texto é para dizer que antes de fixar opinião sobre determinado assunto, leio tanto o Jerusalem Herald como o PressTv; tanto o Pravda como o Washington Post.

Acho que acabou por tornar-se vícioso para mim ouvir todas as partes, depois de trabalhar a vida toda no tribunal de justiça aqui do Rio de Janeiro.

Abcs e obrigado por trazer-nos mais um enfoque coerente sobre a situação síria.




Enlil
Sênior
Sênior
Mensagens: 8577
Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
Agradeceram: 28 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5016 Mensagem por Enlil » Seg Ago 13, 2012 4:01 pm

http://i.imgur.com/qCHal.jpg...




Avatar do usuário
marcelo l.
Sênior
Sênior
Mensagens: 6097
Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
Agradeceram: 66 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5017 Mensagem por marcelo l. » Seg Ago 13, 2012 5:30 pm



Entrevista do tal piloto...claro que não dá para saber se é fake ou não nesse momento.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
WalterGaudério
Sênior
Sênior
Mensagens: 13539
Registrado em: Sáb Jun 18, 2005 10:26 pm
Agradeceram: 201 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5018 Mensagem por WalterGaudério » Seg Ago 13, 2012 8:10 pm

rodrigo escreveu:Syria Dictator Assad Loses MIG-23 in Attack on Deir Ez Zour 8-13-12 Mohassan Area


Parece um Mig 23BN, ou, mais provavelmente um MIG27. Se isso aconteceu, s´´o pode ter uma explicação. Como não consta que os rebeldes tivessem MANPADS até a divulgação destas imagens, só pode se tratar do fato de que os rebeldes já estão contando com a ajuda de EX-integrantes do Exercito Sírio que desertaram e estão levando suas armas "embora", unindo-se a genérica oposição Síria.




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
Avatar do usuário
Bolovo
Sênior
Sênior
Mensagens: 28560
Registrado em: Ter Jul 12, 2005 11:31 pm
Agradeceram: 442 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5019 Mensagem por Bolovo » Seg Ago 13, 2012 8:44 pm

A Síria não tem MiG-27. É algum MiG-23 das variadas versões que dispõem os sírios. Suponho eu que seja a 23BN, especializada em ataque ao solo. Tem fotos do piloto capturado pela net tbm. Se eu achar eu posto.




"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
WalterGaudério
Sênior
Sênior
Mensagens: 13539
Registrado em: Sáb Jun 18, 2005 10:26 pm
Agradeceram: 201 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5020 Mensagem por WalterGaudério » Seg Ago 13, 2012 11:45 pm

Bolovo escreveu:A Síria não tem MiG-27. É algum MiG-23 das variadas versões que dispõem os sírios. Suponho eu que seja a 23BN, especializada em ataque ao solo. Tem fotos do piloto capturado pela net tbm. Se eu achar eu posto.
É um 23BN.




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
Avatar do usuário
marcelo l.
Sênior
Sênior
Mensagens: 6097
Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
Agradeceram: 66 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5021 Mensagem por marcelo l. » Ter Ago 14, 2012 12:29 am

pt escreveu: Dito isto, também estou convencido de que no ocidente ninnguém quer ajudar os rebeldes sírios porque receia o que pode acontecer se um regime extremista islâmico toma o poder em Damasco (mesmo sabendo-se que os islamitas são menos representativos na Síria que eram na Líbia). Israel fica cercado a norte e a sul por governos da irmandade muçulmana e como um articulista árabe escreveu há dias num jornal da região, só fica a faltar a Jordânia para completar o cerco. Os americanos não querem complicar as coisas para Israel, que nem desgosta de uma Síria mais e mais fraca.
Israel sabe que o regime de Assad acabou. Ele pode até recuperar, matar todos os rebeldes, mas internacionalmente o regime está isolado e nunca mais vai sair desta situação.

Por isso, a recusa russa no Conselho de Segurança é apenas uma desculpa. Toda a gente sabe que se os americanos quisessem, já tinha havido intervenção.
A Rússia está apenas a fornecer um alibí que os países ocidentais acabam por aceitar de bom grado.
Os russos, não querem correr o risco de perder a cara, porque o Putin não quer que aconteça o mesmo que na Líbia.
Portanto, temos que continuar a aguardar por aqueles acontecimentos dramáticos, que contrariam a inercia dos governos.

Infelizmente, isso só acontece quando há massacres e quando morre muita gente, ou um terceiro país é atacado.
Até lá, para defender um dos últimos regimes erigidos pela KGB e pela STASI, centenas de pessoas continuarão a morrer todos os dias.



Cumprimentos
Bom PT, longe de discordar da sua analise, mas tanto Ocidente quanto a própria Rússia tem a questão dos cristãos que deve ser pensada. Os russos são ortodoxos, o Patriarca Kirim considera-se protetor da comunidade ortodoxa na Síria, vem apoiando publicamente o al-Assad, e ele tem grande força política. Será que é vantagem para Putin ter ele como adversário?

O ocidente teme que acabado o conflito os sunitas resolvam acabar com os cristãos, afinal a muitos cristãos no Baath (o fundador era maronita*, se não estou enganado) e no Iraque informa-se que o conflito levou a extinção da comunidade, esta foi acolhida na Síria e apoia o dito cujo. Já pensou o noticiário, fim da comunidade cristã na Síria, acho que o Obama perde a eleição na hora.

Além disso a Rússia vê a Síria como seu último aliado naquela região que lhe deu a possibilidade de ter um porto e cujo no passado até aceitou um perdão da dívida, mesmo assim por causa dos laços fez grandes empréstimos que foram usados em compras de armas. Para os saudosistas da URSS utilizariam para atacar Putin e dizer que ele se dobra aos interesses americanos.

Se para Moscou há laços, em Washington só se pensa em eleição e tem-se muito medo de um retorno da guerra sectária no Iraque, os americanos pareciam preferir na minha visão uma saída igual a do Yemem com os Russos colocando um aliado, mantém-se as forças armadas e o partido relativamente intacto, este se afasta-se do Irã e corta os laços com o Partido de Deus.

Concluindo: No fundo, vejo que os americanos preferiam que muda-se tudo para não mudar nada até para não reforçar o poder dos seus aliados na região. Quanto aos russos é mais complexa a posição até pela liderança que eles têm.

Abraços,
edit:
* sobre os maronitas pode ser que a coisa piore para al-Assad depois do escândalo no Líbano do projeto de assassinar o Patriarca Maronita ligado a um de seus aliados.




Editado pela última vez por marcelo l. em Ter Ago 14, 2012 12:37 pm, em um total de 1 vez.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
Avatar do usuário
marcelo l.
Sênior
Sênior
Mensagens: 6097
Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
Agradeceram: 66 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5022 Mensagem por marcelo l. » Ter Ago 14, 2012 9:38 am

Por coincidência, o valor de hoje apareceu uma narrativa sobre o ponto de vista dos cristãos e seus medos.

Religião e história nutrem conflito sírio
Autor(es): Por Bill Spindle e Sam Dagher | The Wall Street Journal
Valor Econômico - 14/08/2012

Muçulmanos sírios e libaneses fazem oração, enquanto um líder salafita prega a favor do Exército Livre da Síria, um dos principais grupos rebeldes a combater o regime do presidente Bashar al Assad

Perto da cidade síria de Aleppo, a Igreja de São Simeão Estilita comemora o asceta do século V que se tornou uma celebridade antiga ao viver no topo de uma coluna por décadas para demonstrar sua fé. O Krak dos Cavaleiros, castelo imponente nas proximidades de Homs, foi uma fortaleza da ordem dos Cavaleiros Hospitalários em sua missão de defender um reino das Cruzadas. Seydnaya, um imponente mosteiro na cidade de mesmo nome, foi provavelmente construído no tempo de Justiniano.

Uma freira desse mosteiro falou recentemente sobre a atual crise da Síria em uma alcova à luz de velas, cercada por ícones votivos de mil anos, doados por fiéis russos ortodoxos, e pingentes de prata com formas de partes do corpo que os suplicantes procuravam curar: pés, cabeças, pernas, braços e até um par de pulmões e um rim.

"Não é algo de pequenas dimensões o que estamos enfrentando", disse ela, se referindo tanto à situação do país quanto de sua religião. "Nós simplesmente desejamos que a matança cesse."

Poucos lugares são tão centrais como a Síria na longa história do cristianismo. Saulo de Tarso fez sua conversão aqui, supostamente na Rua Chamada Direita, que ainda existente em Damasco. Foi nessas terras que ele praticou suas primeiras missões com a meta de atrair não judeus para a nascente fé.

Um século atrás, o Levante tinha uma população possivelmente 20% cristã. Agora, está mais próxima de 5%. A Síria hoje hospeda comunidades vibrantes, embora minguantes, de diversas antigas seitas: sírios ortodoxos, sírios católicos, gregos ortodoxos, gregos católicos e armênios ortodoxos.

Mas as comunidades cristãs na Síria estão sendo severamente testadas pela revolta que angustia o país há mais de um ano. Elas relembram o ano de 636, quando o imperador bizantino cristão Heráclio viu seu exército ser derrotado pelas forças muçulmanas ao sul da atual Damasco. "A paz esteja contigo, Síria. Que bela terra serás para os nossos inimigos", lamentou o imperador, antes de fugir para a Antioquia. No Século VIII, uma famosa igreja em Damasco foi demolida para dar lugar a uma mesquita omíada, hoje um dos lugares mais sagrados do Islã.

Não poucos cristãos na moderna Síria temem que a atual crise possa terminar da mesma maneira, para eles, se Bashar al Assad e seu regime forem derrotados pela insurgência rebelde.

Conflito torna-se cada vez mais sectário e oprime algumas das mais antigas comunidades cristãs na Terra

Sob muitos aspectos, é uma preocupação estranha. Cristãos e muçulmanos viveram lado a lado com um mínimo de atrito durante as décadas em que a família Assad esteve no poder. Historicamente, comunidades cristãs locais por vezes acolheram até mesmo senhores muçulmanos, quando os libertaram da mão pesada de Constantinopla ou de Roma. Em muitos lugares, os dois grupos continuam, ainda hoje, a estender as mãos uns aos outros. Até mesmo extremistas rebeldes dizem também nada ter contra os cristãos.

Mas, à medida que o conflito no país assume contornos sectários cada vez mais acentuados, pois a maioria dos cristãos se posiciona a favor do regime ou pelo menos não se opõe ativamente a ele, algumas das mais antigas comunidades cristãs da Terra estão se sentindo oprimidas.

"Levamos uma vida que tem sido inveja de muitos", diz Isadore Battikha, que até 2010 foi arcebispo de Homs, Hama e Yabroud para a Igreja Católica greco-melquita. "Mas, hoje, o medo é uma realidade."

O padre Battikha é um dos muitos apoiadores ferrenhos do presidente Assad.

Desde o início do atual conflito, história e religião têm desempenhado um papel fundamental no fomento das paixões em ambos os campos na Síria. E isso tornou-se mais pronunciado à medida que o conflito foi se arrastando, tornando-se mais sangrento e perverso.

Uma das afirmações frequentemente repetidas feitas pelo regime sírio explora com eficácia antigas rivalidades. O conflito, alega-se, é uma tentativa de neo-otomanos na Turquia e ultraconservadores muçulmanos de ambições expansionistas na Arábia Saudita, conhecidos como wahhabitas, de conquistar terreno na Síria.

Essa narrativa, segundo a qual uma maioria de muçulmanos sunitas domina e reprime as minorias, é agora matéria de noticiários noite após noite na televisão estatal síria. O regime sabe que essa mensagem repercute bem entre os cristãos e outras minorias.

Os otomanos, turcos que governaram a Síria de 1516 até a Primeira Guerra Mundial, relegaram os cristãos a um status de cidadãos de segunda classe. Eles foram autorizados a praticar sua religião e a governarem-se em assuntos que não diziam respeito aos muçulmanos. Mas também foram obrigados a pagar impostos especiais e havia muitas restrições a eles no que dizia respeito a interações com os muçulmanos. O wahhabismo, a forma ascética e fortemente conservadora do islamismo praticado na Arábia Saudita, é ainda mais duro em relação aos cristãos.

Os rebeldes facilitaram, para o regime, a manipulação desse tipo de temor. Num esforço para inspirar seus próprios combatentes e obter favores e apoio de estrangeiros, principalmente da Arábia Saudita e do Catar, o único outro país onde o wahhabismo é a religião estatal, alguns caracterizam o conflito como uma luta para restaurar as glórias dos califados islâmicos e resgatar a Síria do domínio dos infiéis.

Isso transparece claramente nos nomes adotados para identificar as brigadas do Exército Livre da Síria - a frouxa articulação de milícias locais e desertores do Exército. Muitas das milícias receberam seus nomes em homenagem a figuras reverenciadas por muçulmanos sunitas como o terceiro califa Umar ibn al -Khattab, cujo título principal era al Farouq, que significa "aquele que distingue verdade de falsidade", e o guerreiro islâmico e comandante militar Khalid ibn al Walid.

Foi Ibn al Walid, combatendo pelo califa Umar, quem derrotou o imperador Heráclio em 636, durante a primeira onda da conquista muçulmana proveniente da Península Arábica nos anos que se seguiram à morte do profeta Maomé.

O principal alvo dos rebeldes de inclinação mais sectária não são os cristãos. São os alauitas, grupo minoritário ao qual pertence a família Assad. Os alauitas, que compõem cerca de 12% da população da Síria, praticamente o mesmo percentual dos cristãos, são uma seita heterodoxa que ramificou-se do Islã. São considerados heréticos por extremistas muçulmanos, muito piores do que os cristãos.

O regime sírio frequentemente explora com eficácia antigas rivalidades religiosas

Apesar disso, muitos cristãos temem que um governo que venha a substituir o regime de Assad possa ser dominado por grupos como a Irmandade Muçulmana, que poderiam devolvê-los à condição de cidadãos de segunda classe. Eles também temem que suas comunidades possam ser devastadas pelo fogo cruzado entre a insurgência predominantemente muçulmana sunita síria e o bem armado regime alauita, da mesma maneira que os cristãos no vizinho Iraque muito sofreram durante as guerras sectárias lá nos últimos dez anos.

A expansão do conflito a Damasco e Aleppo, as duas maiores cidades sírias, amplificou os temores dos cristãos. Eles estão sob pressão tanto do regime como dos rebeldes para que tomem partido e declarem suas alianças. Aqueles que querem evitar tomar partido estão deixando o país.

Por ora, muitos refugiados - tanto cristãos como muçulmanos e outros - mudaram-se para áreas onde se sentem mais seguros na Síria ou no vizinho Líbano. Até agora, não emergiu o padrão visto no Iraque, onde muitos cristãos emigraram definitivamente para países ocidentais.

Os exemplos mais claros de adesão de cristãos ao regime ocorreram em Homs. Na cidade de Qusayr, a sudoeste de Homs, uma família cristã ajudou as forças de segurança pegando em armas e operando postos de controle. O resultado foi uma reação contra todos os cristãos, e a cidade ficou praticamente esvaziada de cristãos a partir de então.

Em Wadi al Nasara - o Vale dos Cristãos, outro enclave em meio a cerca de 30 aldeias a oeste da cidade de Homs -, uma família de cristãos pró-regime combateu ao lado de elementos leais a alauitas, dizem moradores que recentemente fugiram da área. Cristãos pro-regime tomaram, no belíssimo vale, dois palácios de propriedade de diplomatas árabes do Golfo, disseram eles.

Perto dali, combatentes sunitas estabeleceram uma base no Krak dos Cavaleiros, castelo que é um marco histórico do Século XII e pertencia às cruzadas. "Agora é impossível para um muçulmano descer até o vale", disse um morador da área.

O padre Paulo Dall"Oglio, sacerdote jesuíta italiano que viveu na Síria durante três décadas, mas foi expulso pelo regime em junho, diz que muitos membros da igreja têm velhos laços com o regime e com os serviços de inteligência, o que moldou sua posição.

"Muitos cristãos na Síria acreditam não haver alternativa ao regime de Bashar al Assad", diz o padre Dall"Oglio.

Alguns cristãos, porém, estão se esforçando para superar esse fosso, tentando um diálogo com a oposição e os rebeldes, ou pelo menos lançando uma ponte sobre o abismo sectário que cada vez mais os separam.

Basilios Nassar, um sacerdote ortodoxo grego da cidade central de Hama, foi baleado e morto por franco-atiradores do governo em janeiro, enquanto ajudava a evacuar os feridos em confrontos em um bairro, dizem ativistas cristãos.

Eles dizem que os franco-atiradores provavelmente o confundiram com um combatente islâmico por causa de sua barba e vestes negras. Sua igreja disse que ele foi morto por "um grupo terrorista armado".

Caroline, uma ativista cristã que pediu para ser identificada apenas por seu primeiro nome, foi presa pelas forças de segurança em abril, em Damasco, enquanto distribuía ovos de Páscoa para filhos de cristãos, de sunitas e de famílias alauitas expulsas pelos combates em Homs.

Tiras de papel com passagens do Alcorão e da Bíblia acompanhavam os ovos. Caroline disse que esse ato fazia parte de suas tentativas de eliminar gradualmente as barreiras que agora separam os grupos religiosos na Síria devido ao conflito.

Anteriormente, ela fez questão de ajudar as esposas e filhos de homens mortos em combate na cidade predominantemente sunita de Douma, nos arredores de Damasco, distribuindo provisões de comida e envelopes com dinheiro.

Ela também procurou realizar reuniões com líderes eclesiásticos para pedir-lhes que "não impusessem uma posição em relação a todos os cristãos". Ela disse que a maioria a repreendeu por ser contra o regime ou não quiseram dialogar com ela.

O padre Nawras Sammour, um jesuíta de 44 anos de idade originário de Alepo, dirige um programa de assistência em todo o país, denominado Serviço Jesuíta para Refugiados. O grupo está atualmente prestando assistência a 6.000 famílias sírias em todo o país que deixaram suas casas, afetadas pela violência: muçulmanos sunitas e xiitas, drusos, alauitas e cristãos.

Ele acredita que somente mediante diálogo entre diferentes grupos religiosos os cristãos continuarão sendo uma presença vibrante nessas antigas terras. Ele admite os problemas e diz compreender as preocupações dos cristãos.

"Veja o Iraque, veja o Egito", diz ele, listando os países vizinhos onde turbulência política e a substituição de um governante autoritário por uma ressurgência islâmica impactou comunidades cristãs há muito estabelecidas. "Mas, apesar disso, temos de construir pontes. Esses são os princípios do Evangelho. Não podemos simplesmente escolher um lado e aderir a ele".

Alexandre Haddad, um residente com 66 anos de idade na aldeia serrana de Maalula, está preocupado com o destino de sua antiga comunidade cristã, mas assume uma perspectiva de longo prazo. Como outros moradores no vilarejo, ele fala uma variante do aramaico, a língua falada pelo próprio Jesus.

"Muitas pessoas passaram por este país - bizantinos, muçulmanos, tamerlanos, mongóis, otomanos", disse Haddad, sentado à sombra do convento de Santa Tecla, heroína da lenda bíblica "Os Atos de Paulo e Tecla".

"Jesus era originário de [uma região] um pouco ao sul. São Paulo esteve em Malula ", diz ele. "O cristianismo é muito forte aqui".




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
Avatar do usuário
pt
Sênior
Sênior
Mensagens: 3131
Registrado em: Qua Out 01, 2003 6:42 pm
Localização: Setubal - Portugal
Agradeceram: 161 vezes
Contato:

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5023 Mensagem por pt » Ter Ago 14, 2012 1:35 pm

Bom PT, longe de discordar da sua analise, mas tanto Ocidente quanto a própria Rússia tem a questão dos cristãos que deve ser pensada. Os russos são ortodoxos, o Patriarca Kirim considera-se protetor da comunidade ortodoxa na Síria, vem apoiando publicamente o al-Assad, e ele tem grande força política. Será que é vantagem para Putin ter ele como adversário?
Sim, também existe a questão religiosa e essa mesma questão já levou a Russia para a guerra em 1853, por causa de o Czar exigir o direito de proteger a população ortodoxa do império otomano.
O facto de os russos se considerarem os herdeiros do império bizantino, nunca pode ser esquecido, o que aumenta ainda mais a complexidade da questão, porquanto neste caso, o verdadeiro problema seria o mesmo de 1853. O conflito latente entre o império russo e o império otomano.

Até 1853, a Russia ainda acalentava o sonho de conseguir acesso ao mediterrâneo, retomando Constantinopla (actual Istambul), que os ortodoxos reclamam como a sua cidade por direito.
A França e a Inglaterra apoiaram o Império Otomano e a Russia nunca perdoou a derrota militar que lhe foi imposta e que terminou definitivamente a expansão russa para o sul.

A Síria é deste ponto de vista uma espécie de «lança em África», mas depois da questão dos cristãos, há outro conflito que acho que ainda é mais grave e é o que toda a gente na região teme:
Que o conflito na Síria degenere para um conflito entre xiitas e sunitas.

E então teriamos novamente a guerra declarada no Líbano, com o Hezbollah a apoiar Assad e eventualmente, se fosse vantajoso, a atacar Israel.
Depois há a posição dos iranianos nisto tudo, que obviamente apoiam Assad e apoiam o Hezbolah, mas a somar a isto, há a posição de um Iraque maioritariamente Xiita, que não se sabe para que lado poderia pender.

A ideia de que o Iraque é apenas um satélite americano está muito longe da realidade. Em caso de conflito sectário religioso, é perfeitamente possível que o Iraquie Xiita alinhe ao lado dos iranianos.

E depois quem é o líder dos sunitas ?
Será a Arábia Saudita, ou será a Turquia, que não esconde as suas pretensões na região, na tentativa de juntar de uma forma ou de outra as suas antigas possessões?
Já agiu na Líbia (antigo território do império otomano), pode intervir na Síria, piorou as suas relações com Israel e apresenta-se como um contra-poder neste momento perante os iranianos.

Neste puzzle, não sabemos o que fará o Egipto, que era formalmente parte do império otomano, mas que funcionava como aliado (Os egipcios enviavam tropas para combater em nome do sultão otomano, mas essas tropas eram tropas egipcias).

As recentes ações do novo governo egipcio são confusas.
Por um lado eles claramente tomam posições contrárias ao Hamas, mas ao mesmo tempo um governo da Irmandade Muçulmana passa a controlar os militares.
(Agora para voltar atrás só com golpe de estado e não há clima para golpes de estado no mundo árabe, presentemente).

Portanto, se a situação derivar para um conflito entre sunitas e xiitas, é de prever que as duas maiores potências militares árabes estejam do mesmo lado (Turquia e Egipto) contra os iranianos.
Mas neste caso eles estarão objetivamente do lado de Israel, que também se quer ver livre dos iranianos.

A China, que não gosta nem um pouco de problemas internos e já teve problemas com a sua população de origem turca, não deixará de tomar posição, ainda mais porque um conflito com a república islâmica, cortará parte do petróleo que Pequim precisa para alimentar uma economia que já não está a crescer tanto quando nos últimos anos.

Há aqui pano para mangas e uma incrível quantidade de material para as teorias da conspiração... :mrgreen:

Cumprimentos




WalterGaudério
Sênior
Sênior
Mensagens: 13539
Registrado em: Sáb Jun 18, 2005 10:26 pm
Agradeceram: 201 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5024 Mensagem por WalterGaudério » Ter Ago 14, 2012 2:30 pm

pt escreveu:
Bom PT, longe de discordar da sua analise, mas tanto Ocidente quanto a própria Rússia tem a questão dos cristãos que deve ser pensada. Os russos são ortodoxos, o Patriarca Kirim considera-se protetor da comunidade ortodoxa na Síria, vem apoiando publicamente o al-Assad, e ele tem grande força política. Será que é vantagem para Putin ter ele como adversário?
Sim, também existe a questão religiosa e essa mesma questão já levou a Russia para a guerra em 1853, por causa de o Czar exigir o direito de proteger a população ortodoxa do império otomano.
O facto de os russos se considerarem os herdeiros do império bizantino, nunca pode ser esquecido, o que aumenta ainda mais a complexidade da questão, porquanto neste caso, o verdadeiro problema seria o mesmo de 1853. O conflito latente entre o império russo e o império otomano.

Até 1853, a Russia ainda acalentava o sonho de conseguir acesso ao mediterrâneo, retomando Constantinopla (actual Istambul), que os ortodoxos reclamam como a sua cidade por direito.
A França e a Inglaterra apoiaram o Império Otomano e a Russia nunca perdoou a derrota militar que lhe foi imposta e que terminou definitivamente a expansão russa para o sul.

A Síria é deste ponto de vista uma espécie de «lança em África», mas depois da questão dos cristãos, há outro conflito que acho que ainda é mais grave e é o que toda a gente na região teme:
Que o conflito na Síria degenere para um conflito entre xiitas e sunitas.

E então teriamos novamente a guerra declarada no Líbano, com o Hezbollah a apoiar Assad e eventualmente, se fosse vantajoso, a atacar Israel.
Depois há a posição dos iranianos nisto tudo, que obviamente apoiam Assad e apoiam o Hezbolah, mas a somar a isto, há a posição de um Iraque maioritariamente Xiita, que não se sabe para que lado poderia pender.

A ideia de que o Iraque é apenas um satélite americano está muito longe da realidade. Em caso de conflito sectário religioso, é perfeitamente possível que o Iraquie Xiita alinhe ao lado dos iranianos.

E depois quem é o líder dos sunitas ?
Será a Arábia Saudita, ou será a Turquia, que não esconde as suas pretensões na região, na tentativa de juntar de uma forma ou de outra as suas antigas possessões?
Já agiu na Líbia (antigo território do império otomano), pode intervir na Síria, piorou as suas relações com Israel e apresenta-se como um contra-poder neste momento perante os iranianos.

Neste puzzle, não sabemos o que fará o Egipto, que era formalmente parte do império otomano, mas que funcionava como aliado (Os egipcios enviavam tropas para combater em nome do sultão otomano, mas essas tropas eram tropas egipcias).

As recentes ações do novo governo egipcio são confusas.
Por um lado eles claramente tomam posições contrárias ao Hamas, mas ao mesmo tempo um governo da Irmandade Muçulmana passa a controlar os militares.
(Agora para voltar atrás só com golpe de estado e não há clima para golpes de estado no mundo árabe, presentemente).

Portanto, se a situação derivar para um conflito entre sunitas e xiitas, é de prever que as duas maiores potências militares árabes estejam do mesmo lado (Turquia e Egipto) contra os iranianos.
Mas neste caso eles estarão objetivamente do lado de Israel, que também se quer ver livre dos iranianos.
A China, que não gosta nem um pouco de problemas internos e já teve problemas com a sua população de origem turca, não deixará de tomar posição, ainda mais porque um conflito com a república islâmica, cortará parte do petróleo que Pequim precisa para alimentar uma economia que já não está a crescer tanto quando nos últimos anos.

Há aqui pano para mangas e uma incrível quantidade de material para as teorias da conspiração... :mrgreen:

Cumprimentos

Resumo da ópera:

O inimigo do meu inimigo,...

...é meu amigo também.




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
Avatar do usuário
pt
Sênior
Sênior
Mensagens: 3131
Registrado em: Qua Out 01, 2003 6:42 pm
Localização: Setubal - Portugal
Agradeceram: 161 vezes
Contato:

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5025 Mensagem por pt » Ter Ago 14, 2012 3:22 pm

É ainda mais complicado e mais retorcido que isso:

É mais ou menos como: O meu inimigo, que é inimigo do meu outro inimigo, embora seja inimigo, pode ser amigo. :mrgreen: :mrgreen:




Responder