.......................1990..1992..2016
United States....24,7...22,8...17,8 (-27,94%)
Japan ................9,9....9,2....5,0 (-49,49%)
Germany.............6,1....5,9....3,4 (-44,26%)
France...............4,4....4,0....2,5 (-43,18%)
United Kingdom....4,1... 3,6....2,6 (-36,59%)
China.................3,9....4,3..18,0 (361,54%)
Brazil................. 3,3....3,0....2,9 (-12,12%)
India..................3,2... 3,0....6,6 (+100%)
Russia.................ND...4,2...2,9 (-30,95%)
O FMI não esconde Vou postar no tópico da Russia!
Ainda que os dados do FMI não sejam tão precisos quanto do Banco Mundial, tudo aponta para a desvalorização contínua do Dólar e uma diminuição das economias do G7, em face aos BRIC`S. E do Ocidente em relação ao Oriente.
Essa tendência é mais nova que a decadência dos EUA. Surgi a partir da década de 1990, com o fima da URSS.
[]´s
Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência
Enviado: Qua Ago 10, 2011 12:26 pm
por GustavoB
Os Estados Unidos em decadência
A supremacia do poder corporativo sobre a política e a sociedade nos EUA chegou ao grau de que as formações políticas, que nesta etapa apenas se parecem com os partidos tradicionais, estão muito mais à direita da população nos principais temas em debate. Para o povo, a principal preocupação interna é o desemprego. Mas, para as instituições financeiras, a principal preocupação é o déficit. Ao triturar os restos da democracia política, as instituições financeiras estão lançando as bases para fazer avançar ainda mais este processo letal, enquanto suas vítimas parecem dispostas a sofrer em silêncio. O artigo é de Noam Chomsky.
Noam Chosmky – La Jornada
É um tema comum que os Estados Unidos, que há apenas alguns anos era visto como um colosso que percorreria o mundo com um poder sem paralelo e um atrativo sem igual (…) estão em decadência, enfrentando atualmente a perspectiva de uma deterioração definitiva, assinala Giacomo Chiozza, no número atual de Political Science Quaterly.
A crença neste tema, efetivamente, está muito difundida. Em com certa razão, se bem que seja o caso de fazer algumas precisões. Para começar, a decadência tem sido constante desde o ponto culminante do poderio dos EUA, logo após a Segunda Guerra Mundial, e o notável triunfalismo dos anos 90, depois da Guerra do Golfo, foi basicamente um autoengano.
Outro temam comum, ao menos entre aqueles que não ficaram cegos deliberadamente, é que a decadência dos EUA, em grande medida, é auto-inflingida. A ópera bufa que vimos este verão em Washington, que desgostou o país e deixou o mundo perplexo, pode não ter comparação nos anais da democracia parlamentar. O espetáculo inclusive está chegando a assustar aos patrocinadores desta paródia. Agora, preocupa ao poder corporativo que os extremistas que ajudou a por no Congresso de fato derrubem o edifício do qual depende sua própria riqueza e seus privilégios, o poderoso estado-babá que atende a seus interesses.
A supremacia do poder corporativo sobre a política e a sociedade – basicamente financeira – chegou ao grau de que as formações políticas, que nesta etapa apenas se parecem com os partidos tradicionais, estão muito mais à direita da população nos principais temas em debate.
Para o povo, a principal preocupação interna é o desemprego. Nas circunstâncias atuais, esta crise pode ser superada só mediante um significativo estímulo do governo, muito mais além do que foi o mais recente, que apenas fez coincidir a deterioração no gasto estatal e local, ainda que essa iniciativa tão limitada provavelmente tenha salvado milhões de empregos.
Mas, para as instituições financeiras, a principal preocupação é o déficit. Assim, só o déficit está em discussão. Uma grande maioria da população está a favor de abordar o problema do déficit taxando os muito ricos (72%, com 27% contra), segundo uma pesquisa do The Washington Post e da ABC News. Fazer cortes nos programas de atenção médica conta com a oposição de uma esmagadora maioria (69% no caso do Medicaid, 78% no caso do Medicare). O resultado provável, porém, é o oposto.
O Programa sobre Atitudes de Política Internacional (PIPA) investigou como a população eliminaria o déficit. Steven Kull, diretor do PIPA, afirma: É evidente que, tanto o governo como a Câmara (de Representantes) dirigida pelos republicanos, estão fora de sintonia com os valores e as prioridades da população no que diz respeito ao orçamento.
A pesquisa ilustra a profunda divisão: a maior diferença no gasto é que o povo apoia cortes profundos no gasto militar, enquanto que o governo e a Câmara de Representantes propõem aumentos modestos. O povo também defende aumentar o gasto na capacitação para o trabalho, na educação e no combate à poluição em maior medida que o governo ou a Câmara.
O acordo final – ou, mais precisamente, a capitulação ante à extrema direita – é o oposto em todos os sentidos, e quase com toda certeza provocará um crescimento mais lento e danos de longo prazo para todos, menos para os ricos e as corporações, que gozam de benefícios sem precedentes.
Nem sequer se discutiu que o déficit poderia ser eliminado se, como demonstrou o economista Dean Baker, se substituísse o sistema disfuncional de atenção médica privada dos EUA por um semelhante ao de outras sociedades industrializadas, que tem a metade do custo per capita e obtém resultados médicos equivalentes ou melhores.
As instituições financeiras e as grandes companhias farmacêuticas são demasiado poderosas para que sequer se analisem tais opções, ainda que a ideia dificilmente pareça utópica. Fora da agenda por razões similares também se encontram outras opções economicamente sensatas, como a do imposto às pequenas transações financeiras.
Entretanto, Wall Street recebe regularmente generosos presentes. O Comitê de Atribuições da Câmara de Representantes cortou o orçamento da Comissão de Títulos e Bolsa, a principal barreira contra a fraude financeira. E é pouco provável que sobreviva intacta a Agência de Proteção ao Consumidor.
O Congresso brande outras armas em sua batalha contra as gerações futuras. Apoiada pela oposição republicana à proteção ambiental, a importante companhia de eletricidade American Eletric Power arquivou o principal esforço do país para captar o dióxido de carbono de uma planta atualmente impulsionada por carvão, o que significou um forte golpe às campanhas para reduzir as emissões causadoras do aquecimento global, informou o The New York Times.
Esses golpes auto-aplicados, ainda que sejam cada vez mais potentes, não são uma inovação recente. Datam dos anos 70, quando a política econômica nacional sofreu importantes transformações, que puseram fim ao que se costuma chamar de “época de ouro” do capitalismo de Estado.
Dois importantes elementos desse processo foram a financeirização (o deslocamento das preferências de investimento, da produção industrial para as finanças, os seguros e os bens imobiliários) e a externalização da produção. O triunfo ideológico das doutrinas de livre mercado, muito seletivo como sempre, desferiu mais alguns golpes, que se traduziram em desregulação, regras de administração corporativa que condicionavam as enormes recompensas aos diretores gerais com os benefícios de curto prazo e outras decisões políticas similares.
A concentração resultante da riqueza produz maior poder político, acelerando um círculo vicioso que aportou uma riqueza extraordinária para 1% da população, basicamente diretores gerais de grandes corporações, gerentes de fundos de garantia e similares, enquanto que a maioria das receitas reais praticamente estancou.
Ao mesmo tempo, o custo das eleições disparou para as nuvens, fazendo com que os dois partidos tivessem que escavar mais fundo os bolsos das corporações. O que restava de democracia política foi solapado ainda mais quando ambos partidos recorreram ao leilão de postos diretivos no Congresso, como apontou o economista Thomas Ferguson, no The Financial Times.
Os principais partidos políticos adotaram uma prática das grandes empresas varejistas, como Walmart, Best Buy e Target, escreve Ferguson. Caso único nas legislaturas do mundo desenvolvido, os partidos estadunidenses no Congresso colocam preço em postos chave no processo legislativo. Os legisladores que conseguem mais fundos ao partido são os que indicam os nomes para esses postos.
O resultado, segundo Ferguson, é que os debates se baseiam fortemente na repetição interminável de um punhado de consignas, aprovadas pelos blocos de investidores e grupos de interesse nacionais, dos quais depende a obtenção de recursos. E o país que se dane.
Antes do crack de 2007, do qual foram responsáveis em grande medida, as instituições financeiras posteriores à época de ouro tinham obtido um surpreendente poder econômico, multiplicando por mais de três sua participação nos lucros corporativos. Depois do crack, numerosos economistas começaram a investigar sua função em termos puramente econômicos. Robert Solow, prêmio Nobel de Economia, concluiu que seu efeito poderia ser negativo. Seu êxito aporta muito pouco ou nada à eficiência da economia real, enquanto seus desastres transferem a riqueza dos contribuintes ricos para o setor financeiro.
Ao triturar os restos da democracia política, as instituições financeiras estão lançando as bases para fazer avançar ainda mais este processo letal…enquanto suas vítimas parecem dispostas a sofrer em silêncio.
(*) Professor emérito de lingüística e filosofía do Instituto Tecnológico de Massachusetts. Seu livro mais recente é 9-11: Tenth Anniversary.
Tradução: Katarina Peixoto
Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência
Enviado: Qua Ago 10, 2011 12:31 pm
por Sterrius
Apesar do Brasil estar tb perdendo espaço no mundo vale lembrar que pro Brasil "vencer" esta corrida basta ele se manter na sua posição de 3%, ganhar um pouco na melhor hipotese ou perder menos que o resto na pior.
Apesar que consigo ver o Brasil com uns 5% na boa e seria um numero adequado comparando a nossa população!
Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência
Enviado: Qua Ago 10, 2011 1:13 pm
por PRick
Bem, o Brasil vem crescendo nos últimos 08 anos a uma taxa média um pouco acima de 4%. E esse ano vamos chegar aos 4% de novo, e diante da crise é um ótimo número, mas vamos ao tema do Tópico.
Como o texto do Noam C. deixa claro, e os dados que postei aqui também, os EUA alcançaram no final da Segunda Guerra uma preponderância de quase 50% do PIB mundial, era evidente que isso só foi alcançado por conta da guerra.
Então a queda do PIB dos EUA em relação ao mundo para 38% em 1960 e 35% em 1970 era esperada, mas não marcava uma decadência clara. Porém o que se passa na década de 1970 é a perda de 10% até 1980. Isso indicava um decadência.
Na década de 1980 os EUA começam o contra-ataque, partindo para a financeirização da riqueza. E usando seu poder de centro financeiro para tentar deter o desastre da década anterior. Como podemos observar esse contra-ataque apenas estabilizou a notável queda dos anos 70.
Eis que surgi o milagre da década de 90, na verdade, mesmo esse milagre, não trás a o patamar perdido nos anos 70, apenas repõe 50%. Porém, isso é conseguido com a derrocada da URSS, e ao contrário do que muitos pensam, isso marca o último grande entrave para a fase atual, qual seja, o fima da hegemonia da economia dos EUA no mundo.
Corroborando tal fato temos o mergulho brutal da década seguinte, que deixa a economia dos EUA num novo piso em relação ao PIB mundial, muitos se pergutaram por quê foi tão rápido esse mergulho? A rapidez em muito se deveu ao desastroso governo de Bush Filho.
Em ambos os desastres estão presentes o envolvimento dos EUA em uma guerra externa, extremamente dispendiosa. E deterioração das contas internas. A primeira foi resolvida com o fim do padrão ouro para o Dólar. E uma série de medidas desregulamentadoras que estancaram o desastre que poderia ser ainda maior. E muito do que foi feito só foi possível porque o mundo era o da Guerra Fria.
Hoje nenhum desses mecanismos pode ser usado, quer porque já foram medidas tomadas e são permamentes, quer porque não existem mais condições em face ao fim da Guerra Fria. Quer dizer, não existe mais saída mágica para os EUA, do tipo, aumentar ainda mais a emissão de moeda sem lastro, exportar impostos e inflação para os outros países. Não é mais possível baixar impostos, não existe mais como aumentar consumo via alavancagem de empréstimos, não tem como baixar mais os juros, etc.. Para continuar a aumentar o padrão de consumo, a sociedade dos EUA é baseada em consumo, e ele não tem como se expandir mais.
Então, os EUA agora terão que se contentar a viver dentro das suas possibilidades. Quer dizer, se quiserem controlar seus deficites terão que cortar despesas e aumentar impostos. Qualquer solução agora implica em baixo crescimento ou nenhum crescimento econômico. Porque essas medidas limitam o consumo.
E logo agora que os EUA tem um crescimento demográfico significativo por conta da emigração. Quer dizer, quando mais precisam crescer, quando mais a pressão por crescimento se avoluma, eles tem menos condições de crescer. Resultado, veremos não só uma queda do PIB relativo ao resto do mundo, por meio da desvalorização de sua moeda e um baixo ou nenhum crescimento, teremos ainda uma queda na renda per capta relativa ao resto do mundo e provavelmente absoluta. O cavalo dos EUA ainda vai continuar a andar para frente, porém, será ultrapassado por vários outros cavalos.
Os próximos capítulos serão interessantes, se os EUA tiverem boas lideranças o pouso poderá ser mais suave e o país poderá ser salvo de maiores problemas internos, caso contrário, o futuro dos EUA não será nada animador.
[]´s
Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência
Enviado: Qua Ago 10, 2011 2:46 pm
por FoxHound
Os próximos capítulos serão interessantes, se os EUA tiverem boas lideranças o pouso poderá ser mais suave e o país poderá ser salvo de maiores problemas internos, caso contrário, o futuro dos EUA não será nada animador.
Se for um candidato do Tea Party ganhar pode ter certeza que o pouso vai ser catastrófico.
Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência
Enviado: Qua Ago 10, 2011 2:59 pm
por Túlio
POUSO? CRASH, isso sim!
Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência
Enviado: Qua Ago 10, 2011 3:30 pm
por GustavoB
A democracia pode estar em jogo. E agora não é mais teoria da conspiração.
Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência
Enviado: Ter Ago 16, 2011 11:10 am
por kurgan
16/08/2011 - 10:30 | Redação | São Paulo Diplomata dos EUA causa revolta na Índia após dizer: 'sem banho eu fico suja e escura como vocês'
Maureen Chao, vice-cônsul dos Estados Unidos no estado indiano de Tamil Nadu, provocou uma crise diplomática após afirmar em uma escola de Chennai, capital do estado, que a falta de banho havia deixado a pele dela "suja e escura", como a dos indianos. Políticos locais pediram pelo afastamento imediato de Chao do consulado.
Chao, vicê-cônsul dos EUA em Tamil Nadu
"Eu estava em uma viagem de trem de 24 horas de Nova Déli até Orissa [estado indiano localizado junto ao Golfo de Bengala]. No entanto, após 72 horas, o trem ainda não havia chegado ao seu destino...e minha pele ficou suja e escura como a de vocês", afirmou a diplomata, às gargalhadas, para uma classe de aula cheia de crianças.
Após o incidente, que provocou revolta na cidade, de acordo com o jornal local Hindustan Times, o consulado pediu desculpas por Chao por meio de um comunicado: "a Senhora Chao fez um comentário inapropriado. Ela se arrepende profundamente caso ele tenha ofendido alguém, pois essa não foi sua intenção".
Líderes políticos de Tamil Nadu não se contentaram com o pedido de desculpas. "É altamente condenável o que ela fez. Enquanto os tâmeis se destacam em diversas áreas, inclusive em tecnologia, surpreendendo até os norte-americanos, não podemos tolerar que uma funcionária do Departamento de Estado dos EUA fale dessa forma", afirmou ao Deccan Chronicle Dr S Ramadoss, fundandor do partido PMK.