Fórum Defesa Brasil

ESTADO DE SP, 28/11

Eleita deve trocar os comandos das três Forças

Chefe da Marinha, o almirante Júlio de Moura Neto espera continuar no cargo, mas presidente pode adotar novo critério para indicação

Tânia Monteiro

No governo da presidente Dilma Rousseff os atuais comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica não deverão permanecer nos cargos. Em recentes reuniões de Alto Comando, o general Enzo Peri (do Exército) e o brigadeiro Juniti Saito (Aeronáutica) defenderam a renovação dos quadros. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu os comandantes pelo critério de antiguidade, mas Dilma pode adotar uma regra nova.

O almirante Júlio de Moura Neto (Marinha) alimenta a esperança de permanecer no comando da Força, mas os assessores de campanha de Dilma lembraram ao Estado a proximidade da presidente eleita, enquanto estava na Casa Civil, com o almirante Marcos Martins Torres. Apesar dessa proximidade, a pronta disponibilidade da Marinha para enfrentar o narcotráfico no Rio vai pesar em favor de Moura Neto na decisão final de Dilma.

O almirante Torres é hoje ministro do Superior Tribunal Militar (STM), um cargo do quadro suplementar da Armada, mas que é uma função da ativa - exigência para ocupar um posto de comando da Força. Torres foi o único a votar contra o acesso da imprensa ao processo judicial de Dilma, quando ela foi militante da guerrilha urbana (anos 60 e 70). O almirante foi derrotado pelo placar de 10 a 1.

Os outros nomes fortes na Armada são os dos almirantes Luiz Umberto de Mendonça, atual chefe do Estado Maior, e João Afonso Prado Maia, comandante de Operações Navais.

Aeronáutica. O comandante Saito, consultado sobre a sucessão na Força Aérea Brasileira (FAB), apontará o brigadeiro João Manoel Sandim de Rezende para o cargo - o brigadeiro, que assumirá o Estado Maior da Aeronáutica, é o mais antigo na hierarquia e é muito conceituado na Força.

Mas na Aeronáutica, a exemplo da Marinha, os contatos mantidos por Dilma com o brigadeiro Cleonilson Nicácio Silva, durante o período em que ele presidiu a Infraero, podem levá-lo ao cargo de comandante da Força. Nicácio foi nomeado recentemente para o STM. No Comando da Aeronáutica, há ainda outros nomes cotados, como o do brigadeiro Jorge Godinho, ex-secretário de Aviação Civil e que tem um bom trânsito político entre militares e no Planalto.

No Exército, o general Marius Teixeira Neto, atual chefe do Estado Maior do Exército, é o primeiro conforme o critério de antiguidade, seguido dos generais Antonio Gabriel Esper, José Elito Siqueira e Augusto Heleno Ribeiro Pereira.

Gabinete Militar. Nesta semana, a presidente eleita deve dar mais um passo em relação à definição dos nomes para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Mas a meta é ir além da procura de nomes e, se possível, transformar o GSI em um Gabinete Militar à moda antiga.

O assunto está em estudo dentro da ideia de reestruturar as assessorias diretas da Presidência e que funcionam no Planalto. Os três servidores do GSI designados para trabalhar na transição não foram chamados para repassar informações sobre o órgão.

A recriação da Casa Militar quer levar para fora do Planalto a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), hoje sob a alçada do general Jorge Félix, atual chefe do GSI.

Nos dois últimos anos de mandato, o presidente Lula chegou a pedir estudos para reestruturar a Inteligência do País, mas, de concreto, nada saiu do papel. A pretensão da Abin em ter constitucionalmente direito a fazer escutas judicialmente autorizadas tem tumultuado o debate.

saullo escreveu:

RobertoRS escreveu: Qual a relevância disso? Só falta alguém achar normal demorar mais de treze anos pra escolher um maldito caça...

Se for pela linha que temos visto, vai ser formada mais uma comissão para decidir quando vai poder ser marcada a reunião para decidir qual dos 3 candidatos será eliminado.
Ficam 2 caças, aí será feita nova comissão para analisar esse 2 caças que sobraram, novos voos de pilotos e muito blabláblá. Aí se forma outra comissão para decidir qual vai ser eliminado.
Sobra 1 caça que vai ser novamente examinado atentamente e aí, quando o Gripen NG/ o Rafal e e o F/A-18 Super Hornet já estiverem quase no final de suas linhas de produção, com exemplares usados dos mesmos sendo trasferidos de graça para Forças Aérea de peso como Burundi, Ruanda, Butão e Nepal, será enfim escolhido o caça.

Abraços

Não porque a se chegar finalmente no último caça, forma-se-a uma NOVA comissão para analisar a efetividade do caça escolhido frente aos novos modelos despontando no mercado, chegando a conclusão que deveríamos cancelar o F-X2 e, urgentemente, criar uma nova comissão para analisar a possilidade de abertura de nova concorrência (chamada, criativamente, F-X3).

Se for pela linha que temos visto

Não, eu queria SUA opinião.
Sem ironias e desvios. Por favor.

Roberto-RS, e você?
Acho que o motivo para tudo isso é o quê?

alcmartin escreveu:Sapao, embora concorde com o que disse, entendo o que o Orestes colocou. Inclusive isso foi a tonica do meu ultimo post, numa pag. anterior. Manda uma mensagem para a tropa, que estamos todos juntos, fechados. É um recado político. Acabar com os bizus, com os disse-me -disse. Que pode ser nem de dentro das forças e sim "plantado".

abração!

Correto, compreendeu perfeitamente, amigo AlcMartin.


PS: já se especula a permanecia do Cmd. Moura Neto e a saída dos Cmd. Saito e Peri. Por quê? Pra queimar? Muito provavelmente... Isto (o boato) dará pano pra manga, acredite.

Cada vez que eu entro aqui na seção da Forças Aéreas eu volto mais desapontado do que antes.

Concordo Orestes, ficaria uma situação meio estranha; mais um motivo para achar que vão trocar todos.
Vale lembrar que se ele chamar os oficiais que estão no STM abre a vaga de lá, que é bastante disputada. Será que haveria uma troca?

Pegando um gancho na exposição do nosso Descartes das alterosas, nosso bom cabôclo e mestre, voltemos um pouco ao passado.

Foi devido ao ninho de guaxos que se tornava a eternização de lideranças militares, imiscuidos na política mas que nunca se afastavam da caserna, que o mal. Castelo Branco disciplinou a lei do generalato com o prazo - máximo, além do limite de idade - de 12 anos. Com isto defenestrou-se, voluntária ou compulsoriamente, velhas e viciadas lideranças trazendo, como já bem comentado, ares novos e a possibilidade de ascenção aos oficiais mais novos.
Um detalhe curioso é que não se conseguiu resolver um nosso velho problema, o número excessivo de generais em relação ao tamanho de nossas forças. Vide os EUA por exemplo.

Paralelamente a isto, temos, hodiernamente, já em governos fora do período militar, uma noção esvaída de solidez regimental de que só os oficiais generais mais antigos devem assumir os comandos de suas respectivas forças. Esta rigidez, esquálida de pressupostos legais na verdade, foram "esquecidas" pelos líderes militares ou desconsideradas - curiosamente - nos governos militares, Mormente no início do período revolucionário (com intuito punitivo ou de "limpeza"), e no período compreendido entre os governos Geisel e Figueiredo. Eram notórias as "caronas", estas para promoverem aqueles mais coadunados com processo estabelecido e planejado por esses dois governos, Notar também, nem sempre nesses governos, efetivamente, os então, ministros das armas, eram os oficiais generais mais antigos. Aliás, inclusive os presidentes (exceção da exigência da 4ª estrela).

Resumindo, alçar ao posto de comando de uma arma a um oficial general é manejo político exclusivo do gestor político máximo. Porém, curiosamente, por excessiva cautela, para não ferir pundonores e melindres, por ou como afago e concessão do poder civil da nossa novel democracia aos militares, tem sido esta ação tomada e vista como um paradigma. Todavia, não sustenta-se em nenhum diploma legal, é sim opção meramente política, debalde delicada.

De fato, nossa intrépida fêmea presidente é dada á quebra de paradigmas, e certamente ocorrerá no transcorrer do seu período (político e não os ligados aos seus estrogênios frise-bem - ou não?). Por isto, o desconforto ter de aceitar as "sugestões" do "rei morto" fica cada vez mais visível. Por certo ela engulirá (sem trocadilhos por favor) tais "sugestões". Espero mesmo que "aceite" o "jobinalato", principalmente, o atual comnadante da Marinha, posto que é um entusiasta do SubNuc, que manterá sua continuidade, que se tem mostrado excelente administrador da Força, além de grande realizador e malabarista político ao seu modo (e olha que dizem que nosso "Nelson" é pavio curtíssimo).

Contudo... logo o dístico mineiro - liberta quae sera tamen - será lido no desfralde da bandeira na cozinha do Planalto. A história nos mostra que bicudos acabam sempre ficando à mingua de beijos
Aí, saiam debaixo...

Mas este tópico é sobre o que mesmo hein?!
Ah! Sim! Disseram que madame falará - oficialmente - com o centurião das coxilhas sobre a compra dos caças.
Pronto, falei do FX, agora não precisam criticar meu post off topic

Minha opinião Mestre, os presidentes civis escolhiam os mais antigos porque não queriam ter trabalho!
Não conheciam ninguem, para eles tudo era a mesma m*!
Tanto é assim que dentro das forças a antiguidade nem sempre e levada em conta nas indicações de comando; ela conta mas não é fator decisivo na maioria das vezes.
Acho que se o NJ ficar ele talvez siga esse caminho, mas não acho que permaneça com os mesmos comandantes!

jp escreveu:Pegando um gancho na exposição do nosso Descartes das alterosas, nosso bom cabôclo e mestre, voltemos um pouco ao passado.

Foi devido ao ninho de guaxos que se tornava a eternização de lideranças militares, imiscuidos na política mas que nunca se afastavam da caserna, que o mal. Castelo Branco disciplinou a lei do generalato com o prazo - máximo, além do limite de idade - de 12 anos. Com isto defenestrou-se, voluntária ou compulsoriamente, velhas e viciadas lideranças trazendo, como já bem comentado, ares novos e a possibilidade de ascenção aos oficiais mais novos.
Um detalhe curioso é que não se conseguiu resolver um nosso velho problema, o número excessivo de generais em relação ao tamanho de nossas forças. Vide os EUA por exemplo.

Paralelamente a isto, temos, hodiernamente, já em governos fora do período militar, uma noção esvaída de solidez regimental de que só os oficiais generais mais antigos devem assumir os comandos de suas respectivas forças. Esta rigidez, esquálida de pressupostos legais na verdade, foram "esquecidas" pelos líderes militares ou desconsideradas - curiosamente - nos governos militares, Mormente no início do período revolucionário (com intuito punitivo ou de "limpeza"), e no período compreendido entre os governos Geisel e Figueiredo. Eram notórias as "caronas", estas para promoverem aqueles mais coadunados com processo estabelecido e planejado por esses dois governos, Notar também, nem sempre nesses governos, efetivamente, os então, ministros das armas, eram os oficiais generais mais antigos. Aliás, inclusive os presidentes (exceção da exigência da 4ª estrela).

Resumindo, alçar ao posto de comando de uma arma a um oficial general é manejo político exclusivo do gestor político máximo. Porém, curiosamente, por excessiva cautela, para não ferir pundonores e melindres, por ou como afago e concessão do poder civil da nossa novel democracia aos militares, tem sido esta ação tomada e vista como um paradigma. Todavia, não sustenta-se em nenhum diploma legal, é sim opção meramente política, debalde delicada.

De fato, nossa intrépida fêmea presidente é dada á quebra de paradigmas, e certamente ocorrerá no transcorrer do seu período (político e não os ligados aos seus estrogênios frise-bem - ou não?). Por isto, o desconforto ter de aceitar as "sugestões" do "rei morto" fica cada vez mais visível. Por certo ela engulirá (sem trocadilhos por favor) tais "sugestões". Espero mesmo que "aceite" o "jobinalato", principalmente, o atual comnadante da Marinha, posto que é um entusiasta do SubNuc, que manterá sua continuidade, que se tem mostrado excelente administrador da Força, além de grande realizador e malabarista político ao seu modo (e olha que dizem que nosso "Nelson" é pavio curtíssimo).

Contudo... logo o dístico mineiro - liberta quae sera tamen - será lido no desfralde da bandeira na cozinha do Planalto. A história nos mostra que bicudos acabam sempre ficando à mingua de beijos
Aí, saiam debaixo...

Mas este tópico é sobre o que mesmo hein?!
Ah! Sim! Disseram que madame falará - oficialmente - com o centurião das coxilhas sobre a compra dos caças.
Pronto, falei do FX, agora não precisam criticar meu post off topic

Perfeito em tudo, nobilíssimo amigo/mano/tio JP!!!


Forte abraço!

sapao escreveu:Minha opinião Mestre, os presidentes civis escolhiam os mais antigos porque não queriam ter trabalho!
Não conheciam ninguem, para eles tudo era a mesma m*!
Tanto é assim que dentro das forças a antiguidade nem sempre e levada em conta nas indicações de comando; ela conta mas não é fator decisivo na maioria das vezes.
Acho que se o NJ ficar ele talvez siga esse caminho, mas não acho que permaneça com os mesmos comandantes!

Que o nobilíssimo e único ministro da Defesa, Sr. Nelson Jobim, continue ocupando a pasta, a sabedoria sutil agradece. Que os comandantes sigam o mesmo caminho, mesmo que a "tortura" do cargo exija o contrário. O tempo é passageiro, a luta maior exige caldo de galinha, mesmo que temporalidade extra seja para o ajeitamento da consolidação das conquistas.


Forte abraço, amigo Sapão véio!

Se era o Jobim ficar:

Eugênia Lopes, O Estado de S. Paulo
O ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), vai permanecer no cargo no governo de Dilma Rousseff. O convite foi feito pela presidente eleita e aceito horas antes de Jobim aparecer em rede nacional chancelando o apoio das Forças Armadas no combate ao crime no Rio de Janeiro. Interlocutores de Dilma informaram que a conversa entre os dois foi "longa e boa".

Vamos aguardar Mestre, o tempo vai dizer!

Abraço

Túlio escreveu:

Penguin escreveu:Nada como um dia após o outro...

Se estiveres falando do piloto Inglês no Rafale, eu te entendo: nos anos 90 outro píloto inglês falou quase que exatamente a mesma kôza sobre O GRIPEN, algo como "com esse data-link e esse radar eu iria à guerra contra qualquer coisa"...

A diferença é que nesta época não tinha Eurofighter. Falou, comparando o Gripen com o Tornado ou algo da época.
Já sobre o Rafale, é mais recente e mesmo tendo o Eurofighter como opção, ele prefere ir de Rafale.

marcelo l. escreveu:Se era o Jobim ficar:

Eugênia Lopes, O Estado de S. Paulo
O ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), vai permanecer no cargo no governo de Dilma Rousseff. O convite foi feito pela presidente eleita e aceito horas antes de Jobim aparecer em rede nacional chancelando o apoio das Forças Armadas no combate ao crime no Rio de Janeiro. Interlocutores de Dilma informaram que a conversa entre os dois foi "longa e boa".

Independentemente do teor da notícia, isto é boato (maquiavélico), Marcelo. A banda não toca a música no ritmo que desejamos, mesmo que a melodia seja a preferida.


Abração!!!

sapao escreveu:Vamos aguardar Mestre, o tempo vai dizer!

Abraço

Dizem que o tempo é o senhor da razão, grande amigo Sapão, mas não é bem assim: desde que revelaram ao mundo que a humanidade existe desde muito, bem, os erros primários existem e não se corrige. Se todos fossem matemáticos, precisos, o estrago seria enorme, daí a necessidade de não ser preciso nos fatos, mas ser humano nas decisões. O homem erra quando se sente senhor de si (= capacidade se criar, ser o próprio Senhor), bastaria ser ele mesmo, um ingênuo inveterado (= seguir suas intuições primitivas, pois existem pra isso).


Forte abraço!!!!