ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

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PRick

Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4906 Mensagem por PRick » Seg Nov 08, 2010 3:30 pm

Wolfgang escreveu:O controle da mídia é formal. Direito de resposta e quetales.

Mas isso eu não considero controle, e o que diz a Constituição, garantia de livre expressão, desde que, não transgrida a legislação, além da garantida a reparação. São os casos do direito de resposta, ação de indenização e os casos de crime de calunia, injuria e difamação.

No caso do controle existe a proibição de fazer, por exemplo, está proíbido a edição do Livro Minha Luta no Brasil, porque faz apologia ao Nazismo, do mesmo modo que qualquer livro que faça apologia ao racismo não poderá ser editado e vendido. :wink:

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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4907 Mensagem por Guerra » Seg Nov 08, 2010 3:41 pm

Wolfgang escreveu:O controle da mídia é formal. Direito de resposta e quetales.
É isso que eu estou dizendo. Quem controla a mídia é a justiça. Se não vira bagunça.
Dai para frente vão criar orgãos para controle de tudo. Dai alguém controla o orgão controlador, outro alguém controla o cara que controla o orgão controlador e o negocio termina com o zé das couves com um poder maior que os juizes, presidente e deputados juntos.

"Ah mas a justiça é muito lenta".
Seria bom se ela funcionasse bem para todos e não só para preservar a imagem dos políticos.

Eu já estou enrolado a anos num processo, porque um picareta me roubou um documento, sujou meu nome e a justiça só faz merda e não resolve a questão. No Brasil o ladrão tem razão.
Dai eu pergunto. Se tivesse uma justiça agil e competente precisaria de orgão para controlar midia?
Não é melhor ter uma justiça mais agil que resolva esse tipo de questão? Quem ganha e quem perde com isso tudo?




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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4908 Mensagem por marcelo l. » Seg Nov 08, 2010 6:32 pm

http://www.amalgama.blog.br/11/2010/a-e ... 2011-2014/


João Villaverde – A eleição de 2010 enterrou o projeto de endireitização do PSDB.
Quando se viu na oposição, a partir de 2003, o PSDB ainda manteve um posicionamento coeso como partido político — entenda-se: um agrupamento de pessoas que compartilha ideias muito próximas e ambiciona tomar o poder do Estado para implementá-las. Com a crise do mensalão, em 2005, e as pesquisas ainda favoráveis à Lula, no início de 2006, o PSDB colocou aquelas ideias num saco, e partiu para o abraço conservador.

Geraldo Alckmin, candidato tucano em 2006, apostou todas as fichas no discurso moralista. “Eu não compactuo com corrupção”, dizia sempre, em meio a outros tantos “vou implementar o choque de gestão”.

Quatro anos depois, continuamos todos esperando uma explicação razoável do que seja o tal “choque de gestão” de Alckmin — algo que nunca ocorreu em São Paulo, onde ele governou entre 2001 e 2006, mas em Minas Gerais, com a equipe de Anastasia, que tocava os programas de Vicente Falconi, contratado por Aécio Neves para reformular a gestão do governo mineiro.

O PSDB perdeu as eleições presidenciais de 2006, como já havia perdido em 2002, mas com um diferencial: a apelação ao moralismo, em 2006.

Quando perdeu em 2002, quando havia, de fato, um choque entre projetos distintos, o PSDB fez uma coisa sensata, mas virou para o lado errado. Mudou o discurso, o que era sensato, uma vez que aquele se saiu derrotado, mas ao invés de olhar para suas ideias de origem – o embasamento social-democrata europeu, muito abraçado pelo PT de Lula, quando no poder – o PSDB resolveu olhar à direita. Mas, diferente do que poderia imaginar o incauto, não se tratou de olhar e pender à uma direita inteligente, mas a uma direita tacanha, que apela aos “bons costumes” da família e a clichês de “o exemplo que vem de cima”.

Quando perdeu em 2006, deveria ter estacionado o barco e refletido sobre o rumo, já que as águas estavam aceleradas em outro sentido. “Fazia sentido continuar adiante daquele jeito?”, deveriam ter se perguntado. Afinal, se o projeto vencedor em 2002 se renovou em 2006 é porque, e não é muito difícil perceber, “alguma coisa tinha”. Se soubesse responder o quê, saberia como derrotá-lo. É assim que funciona em política e é assim que funciona em qualquer relação humana.

Se assim tivesse feito, o PSDB perceberia que a despolitização do debate, promovida por Geraldo Alckmin, não chegaria a lugar algum quatro anos depois. A própria Marina Silva (PV), candidata sensação de 2010, não bateu nesta velha tecla porque sabe que em seu partido também há uma série de buracos e imbróglios. Todos os partidos têm. Vale lembrar que o único governador preso pela Polícia Federal em toda a história nacional foi José Roberto Arruda, que era filiado ao DEM, partido satélite do PSDB.

Além disso, o caso do mensalão, que explodiu em 2005, foi primeiro colocado em prática em Minas Gerais, nos anos 1990, durante o governo de Eduardo Azeredo… filiado ao PSDB. Lá estava o modelo de financiamento de parlamentares para que votassem a favor do governo, com dinheiro sendo bombeado das agências de publicidade de Marcos Valério, que tomava empréstimos em bancos públicos regionais. Tudo, literalmente, que pegou o governo federal do PT em 2005.

Por que, então, alguém, em sã consciência, bateria na tecla da ética e bons costumes em 2006, um ano depois de toda a exposição do lamaçal, que atingia igualmente todos os partidos?

Eu não sei.

Não contente com a derrota em 2006, o PSDB entrou de cabeça e alma no moralismo em 2010. Foi uma aposta errada, e essa bola já tinha sido cantada muito antes da campanha eleitoral esquentar, quando escrevi “Sobre o futuro do PSDB“. O candidato tucano de 2010, o mesmo de 2002, José Serra, trouxe a família, o aborto e beijou imagens de santas em missas ao longo da campanha. Tudo isso carregando uma figura da pior estirpe – seu vice, Índio da Costa (DEM).

No dia seguinte às eleições, na segunda-feira, fiz uma breve análise, afirmando que o jogo, para o PSDB, está em revigorar seu passado – que começou com as articulações de FHC no apagar de luzes do governo Collor, em 1992, e acabou em 2005 — e apontar para o futuro, que está em figuras como Aécio Neves, ex-governador de Minas (2003-2010) e senador da República, e em Beto Richa, bem-avaliado prefeito de Curitiba que se elegeu governador do Paraná no primeiro turno.

Na longa entrevista de Maria Cristina Frias e Vinícius Mota, da Folha, com Fernando Henrique, publicada na edição de terça-feira do jornal, a primeira bola foi levantada. Ao dizer que não endossa um PSDB que o renega, FHC lança as bases para os futuros cardeais do partido. Nas entrelinhas, diz o seguinte: “O negócio não está em uma luta fraticida interna, como a que ocorreu entre Alckmin e Serra, em 2006, nem na individualização total da campanha, como vimos em 2010. É preciso olhar para o passado se você quiser perseverar”.

Uma das respostas de FHC é uma bela sacada, que serve não só ao PSDB, mas também ao PT e qualquer outro partido que já foi ou quer ser hegemônico, como o PSB. Cá está:
A dose dos chamados marqueteiros nas campanhas tucanas está exagerada?

Sim, em todas as campanhas. Nós entramos num marquetismo perigoso, que despolitiza. Hoje a campanha faz pesquisas e vê o que a população quer naquele momento. A população sempre quer educação, saúde e segurança, e então você organiza tudo em termos de educação, saúde e segurança. Sem perceber que a verdadeira questão é como você transforma em problema uma coisa que a população não percebeu ainda como problema. Liderar é isso. Aí você abre um caminho. A pesquisa é útil não para você repetir o que ela disse, mas para você tentar influenciar no comportamento, a partir de seus valores. Suponha uma pesquisa sobre privatização em que a maioria é contra. A posição do líder político é tentar convencer a população [do contrário]. O que nós temos na campanha é a reafirmação dos clichês colhidos nas pesquisas. Onde é que está a liderança política, que é justamente você propor valor novo? O líder muda, não segue.
*
A endireitização do PSDB acabou em 2010. Resta agora saber se o consenso entre os diferentes grupos e correntes, como desenhei em agosto, ocorrerá de maneira suave ou na marra.

Mas podem apostar que esses movimentos já começaram.




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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4909 Mensagem por marcelo l. » Ter Nov 09, 2010 9:44 pm

http://www.locoporti.blog.br/

Mino Carta


Quem já leu um livro de Fernando Henrique Cardoso? É a pergunta que às vezes dirijo à plateia que, generosa além da conta, acompanha uma palestra minha. Que levante o braço quem leu. De quando em quando, alguém acena ao longe, por sobre e em meio a uma fuga de cabeças imóveis. Trata-se, obviamente, de uma pesquisa rudimentar. Tendo a crer, porém, que o príncipe dos sociólogos e ex-presidente não é tão lido quanto os jornalistas tucanos supõem.
É grande, isto sim, o número daqueles que lhe atribuem acertadamente a chamada “teoria da dependência”, objeto do ensaio escrito no Chile em parceria com o professor Enzo Falletto. Ali está uma crítica inexorável da burguesia nativa, incapaz, segundo a dupla de ensaístas, de agir por conta própria para tornar o Brasil um país contemporâneo do mundo.
Muitos anos após a publicação do livro, quando FHC ocupava a Presidência do País, eu me atrevi a perguntar aos meus botões se ele não estaria a provar a célebre teoria. Teria a oportunidade de demonstrar na prática seu teorema, pelo qual o Brasil é inescapavelmente destinado ao papel de dependente. Dos Estados Unidos, está claro. Ninguém como o presidente Fernando Henrique entendeu ser inevitável, ineludível, imperioso, cair nos braços do colega americano, no caso Bill Clinton.
Não me permito aventar a hipótese de que o nosso herói agiu em benefício próprio. Atendeu, legitimamente, isto sim, às suas convicções. A operação revela uma extraordinária habilidade política, a refletir seu incomum poder de sedução. A burguesia nativa encantou-se com aquele que recomendava o esquecimento de seu próprio passado, incapacitada, talvez, à comparação entre a teoria da dependência e a ação do presidente tucano, enquanto Bill escancarava os braços e oferecia o abrigo do ombro possante. Nem se fale do deleite da mídia: eis o presidente intelectual que o mundo nos inveja.
FHC é um encantador de serpentes. Plantou-se sobre o pedestal da estabilidade, obtida de início com a URV, enfim com o real, mérito indiscutível, premissa de progressos em espiral, que se renovam em uma espécie de estação de colheitas cada vez mais apressadas.
Trunfo notável, traído com a reeleição alcançada pela via da compra de votos para concretizar a emenda constitucional, e conduzida na campanha de 1998 à sombra da bandeira da estabilidade rasgada exatos 12 dias após a posse. Tanto em 94 quanto em 98, o obstinado Sapo Barbudo foi o adversário fadado à derrota, graças, inclusive, ao apoio maciço da mídia dos ainda influentes barões de longa vida e dos seus obedientes sabujos. Dá-se, inclusive, naquele 1998 vincado pela crise russa, um fenômeno peculiar: os patrões da mídia nativa passam a acreditar não somente nas promessas do seu candidato à reeleição, mas também nos seus colunistas que tão sofregamente o sustentam. Uma vez reeleito, FHC desvaloriza o real e deixa os senhores de tanga.
A Lula, vencedor em 2002, FHC entrega um país economicamente à deriva. O tucanato chegara ao poder oito anos antes com o propósito de ficar ali por duas décadas. Muita ambição, talvez, para um pássaro que não voa. Tenho uma lembrança pré-tucana que me vem à mente, remonta a 28 anos atrás. Acompanho André Franco Montoro na sua campanha à governança de São Paulo, na ocasião pela zona canavieira do estado. Chegamos a Rafard quando já caía a noite e a caçamba de um caminhão se dispôs a ser palanque nas bordas da cidadezinha.
Eu estava a bordo, do alto via aquela plateia de rostos iluminados obliquamente e ouvia a brisa ciciar em meio ao canavial que nos cercava. A sequência dos oradores previa também a fala de FHC e, ao cabo, aquela de Montoro. Quando o então suplente de senador tomou a palavra, Mário Covas veio sentar-se ao meu lado na amurada do convés. A cada período do discurso, olhava-me com cumplicidade e meneava a cabeça em desalento. Nunca esqueci aquele momento e quando o senador em lugar de Montoro, líder da cisão peemedebista criadora do tucanato, deixou-se encantar pelo convite de Fernando Collor e por sua própria, incomensurável vaidade, melhor entendi o comportamento de Covas na noite de Rafard.
Sua confiança no companheiro valia zero. E foi como se saísse da amurada e se chegasse ao orador garboso ao dizer com todas as letras, oito anos depois: “Se você for para o governo de Collor, eu saio do partido e trato de mandá-lo a pique”. FHC tirou o time de campo. Covas sabia ser persuasivo, e teve a ventura de não assistir ao desastre de 2002, a primeira derrota de José Serra.
Outro episódio para mim marcante tem 30 anos e alguns meses. Estamos a viver a última grande greve dos operários de São Bernardo e Diadema, comandada pelo presidente do sindicato, Luiz Inácio, melhor conhecido como Lula. Vou frequentemente ao estádio da Vila Euclydes para viver de perto aquela situação, e um dia Raymundo Faoro, o amigo que hoje me faz falta, liga e diz: “Quero ver também”. Veio a São Paulo e no aeroporto, quando fui buscá-lo, fomos interceptados por um emissário de FHC. O senador gostaria muito de se encontrar conosco a caminho do estádio. Faoro disse está bem.
Houve um café servido em xícaras de porcelana, e então o príncipe dos sociólogos iniciou a sua peroração a favor do nosso distanciamento daquela imponente manifestação dos grevistas. O segundo ato foi encenado no salão nobre do Paço Municipal de São Bernardo, precipitado pelo mesmo motivo. “Sou um jornalista – disse eu – esta conversa para mim é tempo perdido.” Faoro não disse nada. Levantamos e fomos ao palanque de Lula. Foi quando o autor de Os Donos do Poder e o líder sindical se conheceram. Refleti sobre as razões de FHC: por que pretendia impedir que Faoro fosse ter com Lula? Permito-me a seguinte conclusão: pelo jurista e historiador nutria turvos ciúmes intelectuais, pelo líder operário algo mais que a premonição de uma inevitável rivalidade. Tratava-se de um confronto já latente.
Como amiúde acontece com fanáticos da ambição, o instinto da rivalidade está sempre preparado para o bote. Qual seria, exatamente, a primeira corda da relação Fernando Henrique-José Serra? Digo, do ângulo daquele. De grande ami zade, é a resposta oficial. E nos bastidores das intimidades mais recônditas, até mesmo inconfessáveis? Não duvido que a amizade de FHC por Serjão Motta fosse autêntica, totalmente sincera. Pois Serjão era um ser amoitado por natureza, provavelmente o mais sábio do terceto. Não tinha o menor interesse em sair à luz do sol para se exibir. Com Serra, parece-me fácil imaginar que a amizade de FHC seja agulhada pela rivalidade. Latejante.
Eis dois modelos de ambição diferentes, de certa forma opostos, pelo menos sob certos aspectos. Por exemplo. Ambos são hábeis em trabalhar à sombra, em manobrar por baixo dos panos. FHC, contudo, sabe como manter intacto este fluxo subterrâneo. Serra, talvez por causa da origem calabresa, às vezes não se contém e mostra a cara. FHC faz questão de aparentar tolerância e bonomia, mesmo em relação a quem abomina, como convém ao político matreiro a explorar os sentimentos alheios ao montar o ardil que irá engolir quem confiou em excesso. Serra é, para o mal de seus desenhos, de cultivar ressentimentos e rancores. Ódios precipitados, quando não daninhos para ele mesmo.
Nesta rivalidade se esvai o PSDB. A ambição transbordante, evidente demais, afastou ambos de uma liderança sábia e até arguta como a de Ulysses Guimarães. Depois de ter assustado fatalmente Tancredo Neves, que os quis longe do governo destinado a sobrar para José Sarney. Cogitado para o Planejamento, Serra só teve espaço em São Paulo. FHC, que Tancredo definia como “o maior goela da política brasileira”, não foi além de um cargo inútil no Congresso.
Vanitas, vanitatum, diziam os latinos ao se referir à vaidade. Não é por acaso que o PSDB, nascido do inconformismo em relação à linha peemedebista que a tigrada tinha como muito branda, acaba por assumir, tardia e desastradamente, e empurrado pela presença de Lula, o papel da UDN velha de guerra. O enredo é impecável na moldura da deplorável trajetória da esquerda brasileira. É uma história escrita por um punhado de verdadeiros, digníssimos heróis, crentes alguns até as últimas consequências, e por uma armada de cidadãos inconsequentes, quando não oportunistas. Tal é a minoria branca, como diz Cláudio Lembo. Descrentes de tudo, muitos até sem se darem conta de sua descrença porque incapazes de perceber seus impulsos mais fundos.
Magistral a entrevista de FHC ao Financial Times publicada às vésperas do primeiro turno. Dizia ele que, em caso de vitória de Dilma Rousseff, o desenvolvimento do Brasil seria “mais lento”. Confrontado com aquele do governo Lula ou do seu? Se for com este, podemos vaticinar um futuro terrificante. No tempo de FHC, o índice anual de crescimento não passou de 2,5%. Em matéria de desfaçatez, a entrevista é digna do Guiness. “Eu fiz as reformas – afirma o rei da cocada preta –, Lula surfou na onda.” Então, por que é o presidente mais popular da história? Culpa do próprio PSDB, dos companheiros incompetentes, “entenderam errado”, permitiram “a mitificação de Lula”, o qual, embora nascido da classe trabalhadora “portou-se como se fizesse parte da velha elite conservadora”.
Quem serviu à velha elite conservadora, foi o presidente FHC, que confirmou o Brasil como quintal dos EUA e o atrelou ao neoliberalismo. O confronto entre os dois governos é inevitável, bem como entre a repercussão internacional de um e de outro. Ocorre-me imaginar como há de roer as entranhas do príncipe dos sociólogos constatar que o metalúrgico teve mundo afora, com sua política independente, o reconhecimento que lhe faltou, a despeito de sua política dependente.
E nas suas últimas falas, FHC age no seu melhor estilo, é o náufrago que exige lugar no bote salva-vidas em lugar de crianças, mulheres e velhos. São estes, aliás, os culpados pelo naufrágio, donde o privilégio lhe cabe. Quanto a José Serra, que afogue.




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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4910 Mensagem por Carlos Mathias » Qua Nov 10, 2010 12:03 am

Ocorre-me imaginar como há de roer as entranhas do príncipe dos sociólogos constatar que o metalúrgico teve mundo afora, com sua política independente, o reconhecimento que lhe faltou, a despeito de sua política dependente.
Muito boa. 8-]




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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4911 Mensagem por marcelo bahia » Qua Nov 10, 2010 12:33 am

Prick escreveu:Não existe qualquer mistério, a Dilma quer dar um passo adiante, os juros não são mais instrumentos adequados para segurar a inflação e a demanda, porque implicam numa avalanche de dólares por aqui, do tipo de especulação.

O que se quer fazer é um choque de oferta, e este seguraria a inflação. Muito investimento, uma queda de uns 02% pontos da taxa de juros, daria para o Estado aumentar muito o investimento da infraestrutura. Creio que se a inflação aumentar, em vez de juros, teríamos mais impostos. Assim, o Governo se capitalizaria pelos dois lados. Isso agora é possível, quando Lula assumiu era tarefa para bombeiro.

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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4912 Mensagem por Guerra » Qua Nov 10, 2010 8:21 am

marcelo bahia escreveu:
Prick escreveu:Não existe qualquer mistério, a Dilma quer dar um passo adiante, os juros não são mais instrumentos adequados para segurar a inflação e a demanda, porque implicam numa avalanche de dólares por aqui, do tipo de especulação.

O que se quer fazer é um choque de oferta, e este seguraria a inflação. Muito investimento, uma queda de uns 02% pontos da taxa de juros, daria para o Estado aumentar muito o investimento da infraestrutura. Creio que se a inflação aumentar, em vez de juros, teríamos mais impostos. Assim, o Governo se capitalizaria pelos dois lados. Isso agora é possível, quando Lula assumiu era tarefa para bombeiro.

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Abraço.
Isso que a Dilma quer aplicar no Brasil já foi feito pelo PSDB na epoca do FHC. Chama-se tecnocracia.

Se ela fosse metade do político que o Lula é, estava procurando uma solução política e não tecnica.

A Dilma não é política. O PT foi infeliz ao escolhe-la para substituir o Lula.




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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4913 Mensagem por GustavoB » Qua Nov 10, 2010 9:37 am

Quer apostar também Guerra?




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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4914 Mensagem por delmar » Qua Nov 10, 2010 9:45 am

Preeparem-se novamente os comissários do povo para repelirem um ataque da imprensa vendida. :roll: Por certo os PIGs e a revista "OIA" vão explorar a possível fraude contábil do banco do Silvio Santos (banco Panamericano) na mísera quantia de 2,5 bi para criticarem o governo.
No final do ano passado a CEF comprou parte do banco e ficou com 49% da ações dele. Na época teria feito uma "longa e detalhada" análise da situação do banco e não encontrou nenhuma irregularidade. Agora descobre-se que os diretores teriam registrados ativos e créditos fictícios para inflar o valor, num rombo de 2,5 bilhões de reais. Ontem as ações de vários bancos despencaram.
A imprensa vendida vai dizer, com certeza, que a CEF aportou dinheiro em 2009 para auxiliar o Silvio Santos e assim alavancar na rede Record a candidatura Dilma. Mentiras, mentiras, mentiras :lol: Foi o surgimento de uma grande oportunidade de negócio lucrativo que levou a CEF a colocar dinheiro no Panamericano. [003]




Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4915 Mensagem por PRick » Qua Nov 10, 2010 9:51 am

Guerra escreveu:
marcelo bahia escreveu: Isso que Dilma quer implementar se chama keynesianismo! :wink:

Abraço.
Isso que a Dilma quer aplicar no Brasil já foi feito pelo PSDB na epoca do FHC. Chama-se tecnocracia.

Se ela fosse metade do político que o Lula é, estava procurando uma solução política e não tecnica.

A Dilma não é política. O PT foi infeliz ao escolhe-la para substituir o Lula.
Não sei onde isso ocorreu, FHC fez uma política econômica do tipo Consenso de Whashington, nada haver com Keynes, era monetarismo do tipo neocon. Estamos falando de condução de política econômica, que é algo técnico. Agora, para isso ser implantado terá que ter apoio político para as mudanças necessárias.

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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4916 Mensagem por PRick » Qua Nov 10, 2010 9:54 am

delmar escreveu:Preeparem-se novamente os comissários do povo para repelirem um ataque da imprensa vendida. :roll: Por certo os PIGs e a revista "OIA" vão explorar a possível fraude contábil do banco do Silvio Santos (banco Panamericano) na mísera quantia de 2,5 bi para criticarem o governo.
No final do ano passado a CEF comprou parte do banco e ficou com 49% da ações dele. Na época teria feito uma "longa e detalhada" análise da situação do banco e não encontrou nenhuma irregularidade. Agora descobre-se que os diretores teriam registrados ativos e créditos fictícios para inflar o valor, num rombo de 2,5 bilhões de reais. Ontem as ações de vários bancos despencaram.
A imprensa vendida vai dizer, com certeza, que a CEF aportou dinheiro em 2009 para auxiliar o Silvio Santos e assim alavancar na rede Record a candidatura Dilma. Mentiras, mentiras, mentiras :lol: Foi o surgimento de uma grande oportunidade de negócio lucrativo que levou a CEF a colocar dinheiro no Panamericano. [003]
Nem mesmo a Empresa de Auditória Contratada encontrou qualquer irregularidade, nem as empresa de classificação de risco, porém, ao contrário da época do FHC, o rombo esté sendo coberto com os bens do Silvio Santos, assim, não iremos pagar como ocorreu com o PROER.

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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4917 Mensagem por marcelo l. » Qua Nov 10, 2010 10:03 am

delmar escreveu:Preeparem-se novamente os comissários do povo para repelirem um ataque da imprensa vendida. :roll: Por certo os PIGs e a revista "OIA" vão explorar a possível fraude contábil do banco do Silvio Santos (banco Panamericano) na mísera quantia de 2,5 bi para criticarem o governo.
No final do ano passado a CEF comprou parte do banco e ficou com 49% da ações dele. Na época teria feito uma "longa e detalhada" análise da situação do banco e não encontrou nenhuma irregularidade. Agora descobre-se que os diretores teriam registrados ativos e créditos fictícios para inflar o valor, num rombo de 2,5 bilhões de reais. Ontem as ações de vários bancos despencaram.
A imprensa vendida vai dizer, com certeza, que a CEF aportou dinheiro em 2009 para auxiliar o Silvio Santos e assim alavancar na rede Record a candidatura Dilma. Mentiras, mentiras, mentiras :lol: Foi o surgimento de uma grande oportunidade de negócio lucrativo que levou a CEF a colocar dinheiro no Panamericano. [003]
Bom, pelo sei o negócio foi calçado com pareceres do Banco Fator, KPMG Auditores Independentes, Deloitte e Banco Central (ele tinha que ter informado qualquer anomalia nas contas).

Tudo é bem nebuloso, desde a compra do banco Votorantin pelo BB, depois houve outras "fusões" menores como essa com dinheiro da Caixa e BB.

Como digo o problema não é a imprensa ser a favor ou contra o governo, mas ter negócios com ele dados em concessão (gratuita), quando seus interesses menores são contrariados, críticas que aparecem nos seus veículos parecem ser falsas...

Mas, o mais grave é entender como o procedimento ocorreu, já que coloquei outras "fusões" menores ocorreram e desconfiança que artifícios foram usados vão pairar no ar. Tecnicamente alguma mudança urge, quanto a política bem...em um país que quer discutir reforma política e não administrativa com forte controle interno dos atos dos administrados, falar o quê?




Editado pela última vez por marcelo l. em Qua Nov 10, 2010 10:19 am, em um total de 1 vez.
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4918 Mensagem por Guerra » Qua Nov 10, 2010 10:06 am

GustavoB escreveu:Quer apostar também Guerra?
Não! Não quero! Porque seria uma aposta ruim. De todo jeito eu perderia. :mrgreen: :mrgreen:
Prefiro apenas apontar o que eu acho que é falho. Isso é mais que uma simples torcida partidaria, é obrigação de todo cidadão.




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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4919 Mensagem por GustavoB » Qua Nov 10, 2010 10:08 am

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Guerra
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4920 Mensagem por Guerra » Qua Nov 10, 2010 10:10 am

delmar escreveu:Preeparem-se novamente os comissários do povo para repelirem um ataque da imprensa vendida. :roll: Por certo os PIGs e a revista "OIA" vão explorar a possível fraude contábil do banco do Silvio Santos (banco Panamericano) na mísera quantia de 2,5 bi para criticarem o governo.
No final do ano passado a CEF comprou parte do banco e ficou com 49% da ações dele. Na época teria feito uma "longa e detalhada" análise da situação do banco e não encontrou nenhuma irregularidade. Agora descobre-se que os diretores teriam registrados ativos e créditos fictícios para inflar o valor, num rombo de 2,5 bilhões de reais. Ontem as ações de vários bancos despencaram.
A imprensa vendida vai dizer, com certeza, que a CEF aportou dinheiro em 2009 para auxiliar o Silvio Santos e assim alavancar na rede Record a candidatura Dilma. Mentiras, mentiras, mentiras :lol: Foi o surgimento de uma grande oportunidade de negócio lucrativo que levou a CEF a colocar dinheiro no Panamericano. [003]
Uma coisa temos que reconhecer. Se a militância conseguir chegar ao final do mandato da Dilma com essa disposição toda esse epssola merece uma medalha. Porque ela nem assumiu e já esta tendo que criar impostos.
Eu acho que vão ter que ter saco para rebater todos ataques que vierem para se opor a truculência da presidente.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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