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Re: NOTÍCIAS

Enviado: Qua Fev 02, 2011 8:00 pm
por delmar
Atenção, nem todos médicos e estudantes pensam assim. Tenho um sobrinho que formou-se em medicina pela UFRGS, uma das dez mais do Brasil. Formado fez mais quatro anos de residência e especializações em Pneumonologia, no hospital de clínicas de Porto Alegre. Aí a vida de estudante acabou e ele foi chamado a cumprir o SMO que vinha postergando. Aceitou numa boa e ficou um ano como tenente no Hospital Militar de Santiago/RS. Hoje ele tem boas lembranças daquele período e orgulho de ser "oficial" da reserva do exército.

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Qui Fev 03, 2011 12:07 am
por FCarvalho
Por mim, pra cada ano de faculdade postergando a incorporação, para esse povo da saude, tinha que dar 6 meses de serviço a mais para o sujeito ficar no SMO. até pois, com o salario das fa's ele levaria bem mais que um ano pra "devolver" tudo que o Estado investiu nele durante 7/8 anos de curso.

Mesmo hoje em dia, ter no curriculo o oficialato da reserva, é sinônimo de bons atecedentes e formação.

Eu tenho certeza que em 3 ou 4 anos de SMO eles aprenderiam muito mais do que em qualquer residência.
Fazer o que se aprendeu em hospital com tudo do bom e do melhor é mole, mole... quero ver fazer com tudo quanto é limitação de estrutura, recursos, pessoal, etc... aí a gente sabe se o cabra aprendeu mesmo as lições da faculdade.

abs

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Qui Fev 03, 2011 12:27 am
por felipexion
prp escreveu:A questão é.
O GF paga o mais caro de todos os cursos para o sujeito e o sujeito não quer ficar um ano retribuindo, e ainda por cima recebendo o que não é uma merreca. Tem dó.
Tem gente que acha que universidade pública é para o bem do cara que passou no vestibular, vai ter que rever seus conceitos.
Pago impostos altíssimos para isso.
Como já disse: Se o EB quer ter profissionais qualificados vai ter que pagar caro.

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Qui Fev 03, 2011 12:32 am
por felipexion
FCarvalho escreveu:
Eu tenho certeza que em 3 ou 4 anos de SMO eles aprenderiam muito mais do que em qualquer residência.

abs
Acho que você só isso porque nunca acompanhou um estágio supervisionado. :wink:
Fazer o que se aprendeu em hospital com tudo do bom e do melhor é mole, mole... quero ver fazer com tudo quanto é limitação de estrutura, recursos, pessoal, etc... aí a gente sabe se o cabra aprendeu mesmo as lições da faculdade.
Colegas meus já deram banho no leito em pacientes com algodão e touca porque não tinha esponja própria para realizar o procedimento, isso significa que eles são mais capazes que outros colegas que nunca passaram por isso? :roll:
A falta de estrutura física só diminui a qualidade do atendimento e as possibilidades de cura.

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Qui Fev 03, 2011 11:10 am
por Skyway
felipexion escreveu:
Fazer o que se aprendeu em hospital com tudo do bom e do melhor é mole, mole... quero ver fazer com tudo quanto é limitação de estrutura, recursos, pessoal, etc... aí a gente sabe se o cabra aprendeu mesmo as lições da faculdade.
Colegas meus já deram banho no leito em pacientes com algodão e touca porque não tinha esponja própria para realizar o procedimento, isso significa que eles são mais capazes que outros colegas que nunca passaram por isso? :roll:
A falta de estrutura física só diminui a qualidade do atendimento e as possibilidades de cura.
Não to afim de entrar nessa discussão não, tenho minha opinião e ponto. Mas queria comentar esse post destacado acima.

A resposta é sim Felipe.
As condições adversas ensinam muito mais que a rotina, em qualquer coisa, qualquer meio, qualquer profissão.

A diferença de um profissional que sempre teve a esponja nas mãos e a de um profissional que passou pelo que seus colegas passaram, é que se for, por algum motivo, necessária a realização imediata do procedimento e a esponja faltar, quem nunca passou por isso vai travar por alguns minutos até bolar uma alternativa, seja ela algodão, touca, toalha ou etc. Já os seus amigos que passaram pelo perrengue vão correr imediatamente para buscar seus algodões e suas toucas, além de ja saberem como usar de forma adaptada esse material, por já terem feito isso antes.

Não entra em questão as qualidades perfeitas para o atendimeto, entra em questão a experiência do profissional que, uma vez que passou por uma situação difícil, qualquer outro problema enfrentado depois em um ambiente de trabalho melhor, mais bem equipado e melhor provido de instrumentos, será minimizado, assim como estará pronto sempre para trabalhar, se necessário, em condições piores por ja ter passado por isso.

É questão de experiência de vida profissional, não de procedimentos corretos ou matérias da faculdade.

Um forte abraço e espero que não encare como uma critica, apenas como um direcionamento para um ponto de vista mais justo em relação ao post do outro colega.

PS: Quanto a discussão, só pra quem quiser saber, a minha opinião é que o cara deveria sim servir por um ano. Pagar imposto alto todos pagam, até quem não faz faculdade, ou seja, até quem o governo não investiu em um curso caro por anos. Moralmente falando, servir ao seu país por um ano não deveria nem ser questionado, o aluno tem que entender e servir. Financeiramente falando, servir por um ano para "devolver" ao país o que foi investido em você é algo que também não deveria ser questionado, os impostos altos não estão pagando seu curso. Mas não vou debater nenhuma citação ou argumento contra ou a favor disso que escrevi, não quero mesmo entrar nessa discussão.

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Qui Fev 03, 2011 11:52 am
por delmar
Por mim, pra cada ano de faculdade postergando a incorporação, para esse povo da saude, tinha que dar 6 meses de serviço a mais para o sujeito ficar no SMO. até pois, com o salario das fa's ele levaria bem mais que um ano pra "devolver" tudo que o Estado investiu nele durante 7/8 anos de curso.
Caro companheiro, estás a laborar no erro. No caso de residência médica trata-se de uma especialização. O residente já é médico formado e passa a trabalhar para o governo em algum hospital, ganhando uma pequena bolsa, auxiliando no atendimento de pacientes do SUS. Assim o sistema de residência médica proporciona uma mão de obra barata para os hospitais, sem vínculos trabalhistas. Vá a qualquer hospital, que atenda o SUS, fora do horário de expediente e só vai encontrar médicos residentes de plantão (não recebem hora extra). É claro que para o médico recém formado é um investimento na profissão.
Para as Forças Armadas também é vantajoso ter um médico especializado ( ortopedista, cardiologista, oftalmo, et..) mesmo tendo de aguardar três ou quatro anos a mais, que ter apenas clínicos gerais em seus quadros.

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Qui Fev 03, 2011 12:29 pm
por Moccelin
Principalmente porque não se sabe o que o cara quer da vida... O médico que me atendeu simplesmente esqueceu de estabilizar meu fêmur, o sargento músico com brevê de primeiros socorros, que teria que ser treinado constantemente por esses clínicos gerais, não foi, então quem teve que fazer os primeiros socorros em mim foi eu mesmo.

Caí, na hora que fui tentar levantar senti muita dor, o Tenente e dois sargentos músicos (ambos com o brevê de primeiros socorros, mas provavelmente feitos a muito tempo e sem treinamento feitos pelos médicos) ficaram olhando, mas graças ao meu histórico eu sabia mais ou menos o que fazer. Pedi uma tesoura ou faca, o cara me deu, cortei minha farda pra ver se não tinha sido fratura exposta (e se era fratura mesmo). Não era exposta, então menos mal. Quem teve que manter um certo controle nos sintomas de possível hemorragia interna fui eu também (observando a irrigação nos dedos), porque ninguém sabia o que fazer (falta de treinamento). Graças a Deus não tive hemorragia nem outro problema circulatório (possível de acontecer e que me levaria a óbito rapidinho se não fosse socorrido rapidamente). Mas já tinha falado pro sargento, que se eu apagasse era pra me levar de qualquer jeito porque era algum problema grave.

MAIS DE DUAS HORAS DEPOIS o Aspirante Médico, com 6 anos estudando com o curso pago pelo Estado (Unicamp), mesmo sendo filho de pais ricos (nenhum Aspirante tem condições próprias de comprar um carro como o dele) chegou! A desculpa foi que ele foi levar um outro Aluno que estava passando mal na Escola... Mas espera aí, a Escola ficava a menos de 1/2 hora de onde estávamos... 1/2 hora pra ir, 1/2 hora pra voltar, mais uns 15 minutos pra passar os dados... E o resto do tempo?

Mas quando ele chegou eu parei de prestar atenção em mim mesmo, afinal tinha um MÉDICO no local, aí a adrenalina do medo de dar algum problema já vai baixando, e eu passei a prestar atenção mais na dor. O cara me colocou numa padiola (porque ele não sabia como tirar aquela maca rígida da ambulância) sem usar o método correto, não estabilizou a minha perna, e sequer aferiu minha pressão ou minha frequência cardíaca. Quando o motorista perguntou se era caso de correr ele ficou com um ar tão grande de dúvida que o Cabo resolveu decidir por ele próprio, ligou a sirene e afundou o pé.

Agora me explique... Porque ele demorou tanto? Isso eu não sei responder, deixo cada um imaginar o que acha. E um cara formado numa Unicamp poderia cometer uma sucessão de erros desses? Isso eu sei responder: NÃO. É a falta de vontade que sempre encontramos nos caras como ele, que estão servindo o SMO pós faculdade, putos, por terem um ano de suas vidas "desperdiçadas", afinal poderiam estar ganhando o triplo no consultório do papai ou titio, ou dando plantão num hospital desses fodões, mas que esquecem a porra do juramento que fizeram na formatura, juramentos esses que são cada vez mais esquecidos, que já deveriam ter sido modificados a muito tempo para "proteger o meu bolso", e não a vida.

Ok, ganhar R$4000 em Campinas é pouco para um cara desses? Pode até ser, mais é maior que o salário inicial da maioria das profissões universitárias ganhariam por esse tempo de serviço. E está em lei, cursou ensino público passa por uma nova seleção do SMO, e é OBRIGADO a servir. Sabia disso, ou deveria saber, porque o desconhecimento da lei não o isenta dela, no dia que fez vestibular. E mesmo se não quisesse a partir do momento que foi obrigado deveria manter seu juramento, assim como eu estava mantendo o meu.

Mas ok, a vida é assim, hoje eu estou aqui, ralando pra conseguir um estágio remunerado de R$800 pras mesmas 4 horas por conta de cagação de pau de outros como ele, que cagaram em todo o meu processo, e ele, que tem pouco mais que a minha idade está lá, oftalmologista, civil, rachando o cu de ganhar dinheiro e cagando e andando pra nobreza que deveria haver na sua profissão. Então não venha me falar que não é verdade que 90% das pessoas que fazerm medicina (principalmente nas Federais) são filhinhos de papai mais preocupados com o seus bolsos do que com a VIDA dos seus pacientes. É isso mesmo e durante minha vida tive muitas provas disso, inclusive um dia que um motoqueiro se acidentou, eu estava, mero transeunte, estava prestando os primeiros socorros e ví um CONHECIDO MÉDICO passando batido pelo acidente, bem no estilo, "não é minha obrigação"!

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Qui Fev 03, 2011 1:03 pm
por Skyway
Tenho muitos amigos e familiares médicos, e infelizmente sei que a maioria dos que concluem o curso são exatamente assim. Tem muitos que não são também, que honram o juramento e não esquecem nunca o significado dele e a importância da profissão que escolheu. Mas não são a maioria.

Meu avô era médico, e na minha opinião um médico exemplar, das antigas. Que ia na casa do paciente mesmo não sendo necessário, só pra ver como estava...que não cobrava consulta quando sabia que a condição financeira da pessoa não era confortável..que ajudava todos que precisavam, não importa o que estava fazendo. Um médico que entendia que a profissão que escolheu não era uma qualquer, que a profissão que escolheu faz a diferença para o próximo quando esse mais precisa. Foi militar, e isso acabou alavancando bastante a carreira dele, se tornando chefe de hospital graças a sua experiência.

Pra mim, médico se negar a servir, é olhar para o próprio umbigo em uma profissão em que a premissa é justamente não ser em hipótese alguma egoísta. E se servir, fazer trabalho porco é jogar o diploma no lixo.

Hoje essa noção atinge uns 20% dos estudantes de medicina, se tanto!

Um abraço.

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Qui Fev 03, 2011 3:40 pm
por cabeça de martelo
Em Portugal é a mesma coisa... :evil:

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Qui Fev 03, 2011 11:39 pm
por Elias RS
Skyway escreveu:... Pra mim, médico se negar a servir, é olhar para o próprio umbigo em uma profissão em que a premissa é justamente não ser em hipótese alguma egoísta. E se servir, fazer trabalho porco é jogar o diploma no lixo.

Hoje essa noção atinge uns 20% dos estudantes de medicina, se tanto!

Um abraço.
Só os 20% que fazem medicina por vocação pura e não pelo status ou pelo retorno/conforto financeiro que ela geralmente proporciona...
Abss
Elias

PS: Também acho certo o SMo para o pessoal da área de saúde. Só fico com receio quando vou ser atendido por um deles pela falta de experiência...

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Qui Fev 03, 2011 11:49 pm
por rmturchiello
Pois é pessoal, durante esses anos que estou no EB tive contato com vários médicos prestando SMO, alguns excelentes profissionais outros não deveriam nem receber salário, acho que todo medico recém formado deveria servir, por pelo menos um ano e aquele que postergasse o SMO para concluir residência deveria ficar por pelo dois anos servindo seu pais.
E quanto ao felipexion, não sei de onde você é mas te digo uma coisa não sai dai por nada por que salários como o que você postou só são pagos ai, aqui no sul os dentistas brigam pelo SMO e ficam os 8 anos, mesmo após especializados, um enfermeiro de nivel superior que ganhe mais de 3 tem que levantar as mãos para o céu, fisioterapeuta ta na mesma, técnico em enfermagem aqui se ganhar 1 mil tb levanta mão pro céu, médicos esses sim são bem remunerados.
Abraço

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Sex Fev 04, 2011 12:27 pm
por FCarvalho
felipexion escreveu:
prp escreveu:A questão é.
O GF paga o mais caro de todos os cursos para o sujeito e o sujeito não quer ficar um ano retribuindo, e ainda por cima recebendo o que não é uma merreca. Tem dó.
Tem gente que acha que universidade pública é para o bem do cara que passou no vestibular, vai ter que rever seus conceitos.
Pago impostos altíssimos para isso.
Como já disse: Se o EB quer ter profissionais qualificados vai ter que pagar caro.
Felipe, também pago impostos altíssimos e se fosse só assim, creio que como professor eu deveria ser o profissional melhor remunerado do país. E no entanto...

Todos nós temos uma cota de "doação" a sociedade que mal ou bem nos educa, alimenta e veste. É o que mantem a coesão social e a idéia de bem estar coletivo.

Não digo que você querer ganhar bem esteja errado, mas essa mentalidade bem capitalista é mais própria de quem está em um mercado de trabalho que comumente não reconhece as necessidade e particularidades das relações humanas. A não ser para o próprio benefício.

Se a universidade é pública e para todos, também é justo que o Estado, como provedor do bem estar social, nos cobre os benefícios mantidos pelos nossos impostos.

Quem achar que não tem nada com isso, eu acredito que deveria fazer faculdade particular e f...-se o resto. Mas mesmo assim, isso não nos isenta totalmente de nossas obrigações com a sociedade.

O fato, como disse antes é que hoje, não só a medicina, mas, outras tantas profissões importantes para a manutenção da civilidade dos homens estão se tornando cada vez mais objeto de consumo particular, como quem entra em um super-mercado e "escolhe a que mais lhe convém".

Medicina, como dizem na minha área, é um sacerdócio. Ou pelo menos deveria ser entendido assim. Porque trata-se de vidas humanas. E não apenas de um cheque ou cartão de plano de saude.

Eu não trabalho com um bisturi nas minhas mãos, para ter, ainda que momentaneamente poderes de vida e morte sobre alguém. Mas sei que com um simples pincel e um quadro branco, posso, se quiser, ferrar a vida não de um, mais de muitas pessoas de muitas formas diferentes. A palavra, mesmo hoje, ainda tem uma força que só quem sabe entende. Imangina então um médico, ou um advogado, um engenheiro...

Nós todos devemos o que somos, ainda, aquilo que a sociedade nos permitiu que fossemos. E não será diferente por muito tempo ainda.

Até que um dia nós deixemos as máquinas fazerem o que só um ser humano poderia fazer. Mas isso já é uma outra história.

abs

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Sex Fev 04, 2011 12:40 pm
por WalterGaudério
FCarvalho escreveu:
felipexion escreveu: Pago impostos altíssimos para isso.
Como já disse: Se o EB quer ter profissionais qualificados vai ter que pagar caro.
Felipe, também pago impostos altíssimos e se fosse só assim, creio que como professor eu deveria ser o profissional melhor remunerado do país. E no entanto...

Todos nós temos uma cota de "doação" a sociedade que mal ou bem nos educa, alimenta e veste. É o que mantem a coesão social e a idéia de bem estar coletivo.

Não digo que você querer ganhar bem esteja errado, mas essa mentalidade bem capitalista é mais própria de quem está em um mercado de trabalho que comumente não reconhece as necessidade e particularidades das relações humanas. A não ser para o próprio benefício.

Se a universidade é pública e para todos, também é justo que o Estado, como provedor do bem estar social, nos cobre os benefícios mantidos pelos nossos impostos.

Quem achar que não tem nada com isso, eu acredito que deveria fazer faculdade particular e f...-se o resto. Mas mesmo assim, isso não nos isenta totalmente de nossas obrigações com a sociedade.

O fato, como disse antes é que hoje, não só a medicina, mas, outras tantas profissões importantes para a manutenção da civilidade dos homens estão se tornando cada vez mais objeto de consumo particular, como quem entra em um super-mercado e "escolhe a que mais lhe convém".

Medicina, como dizem na minha área, é um sacerdócio. Ou pelo menos deveria ser entendido assim. Porque trata-se de vidas humanas. E não apenas de um cheque ou cartão de plano de saude.

Eu não trabalho com um bisturi nas minhas mãos, para ter, ainda que momentaneamente poderes de vida e morte sobre alguém. Mas sei que com um simples pincel e um quadro branco, posso, se quiser, ferrar a vida não de um, mais de muitas pessoas de muitas formas diferentes. A palavra, mesmo hoje, ainda tem uma força que só quem sabe entende. Imangina então um médico, ou um advogado, um engenheiro...

Nós todos devemos o que somos, ainda, aquilo que a sociedade nos permitiu que fossemos. E não será diferente por muito tempo ainda.

Até que um dia nós deixemos as máquinas fazerem o que só um ser humano poderia fazer. Mas isso já é uma outra história.

abs
Ecxelente post FC Carvalho

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Sex Fev 04, 2011 3:08 pm
por cvn73
Primeira tenente índia é incorporada ao Exército brasileiro
Waiãpi foi aprovada com uma das melhores pontuações no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro, onde faz o estágio

AGÊNCIA BRASIL José Cruz/ABr
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Sílvia Nobre Waiãpi concorreu com 5 mil candidatos

Rio de Janeiro – Em mais uma conquista das mulheres e das minorias étnicas, o Exército brasileiro incorporou hoje (3) a primeira tenente índia. Sílvia Nobre Waiãpi concorreu com 5 mil candidatos e foi aprovada com uma das melhores pontuações no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (Cpor) do Rio de Janeiro, onde faz o estágio.


Natural do Amapá, da etnia Waiãpi, Silvia é formada em artes e fisioterapia e está fazendo pós-graduação em gênero e sexualidade pelo Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

A nova oficial do Exército quer que seu exemplo possa inspirar outros jovens índios espalhados por milhares de aldeias no território nacional, que muitas vezes ficam sem alternativa profissional e acabam caindo no isolamento, no vício das drogas ou até na criminalidade.

“Eu lutei para chegar até aqui, respeitando todos os ensinamentos que aprendi com os meus antepassados. Porque um povo que não preserva a sua identidade e nem guarda a memória dos seus mortos não sabe de onde veio e nem para onde vai”, afirmou Sílvia.

A militar considera fundamental a integração dos índios à sociedade formal, principalmente por meio da continuidade dos estudos. “É importante que todos os indígenas estejam inseridos nesta sociedade", disse.

Sílvia vê um papel decisivo das Forças Armadas na política indigenista do país, pois os militares têm meios e pessoal para chegar a comunidades muito afastadas e de difícil acesso, levando apoio social e exercendo ações na área de saúde.

“O Exército salvaguarda as fronteiras e a soberania do país em locais muitas vezes esquecidos. As Forças Armadas servem de suporte e apoio, com hospitais de campanha e atendimento às populações ribeirinhas.”

Ela vai passar os primeiros seis meses fazendo estágio como aspirante a oficial, quando será promovida a tenente. “Eu escolhi o Exército porque aqui eu posso ser igual a todo mundo. Aqui tem lugar para brancos, para negros, para índios. É uma força que integra toda a sociedade brasileira.”

Re: NOTÍCIAS

Enviado: Sex Fev 04, 2011 10:38 pm
por FCarvalho
cvn73 escreveu:“Eu lutei para chegar até aqui, respeitando todos os ensinamentos que aprendi com os meus antepassados. Porque um povo que não preserva a sua identidade e nem guarda a memória dos seus mortos não sabe de onde veio e nem para onde vai”, afirmou Sílvia.

Ela vai passar os primeiros seis meses fazendo estágio como aspirante a oficial, quando será promovida a tenente. “Eu escolhi o Exército porque aqui eu posso ser igual a todo mundo. Aqui tem lugar para brancos, para negros, para índios. É uma força que integra toda a sociedade brasileira.”



Gostaria apenas de ressaltar essas duas frases muito felizes da nova tenente.

Lendo isso, ainda podemos acreditar que existe neste país hombridade, dignidade e respeito aos maiores valores da nação.

E que estes, superam, e dever ser sempre assim, as hipocrisias ideológica e fisiológica das relações políticas , o "sentimento" de oportunismo como valor moral, e a noção espúria de Estado assistencialista ao invés de provedor.

abs.