born escreveu:Os EUA contruiram sua ordem hegemônica com base em dois conceitos: antiimperialismo e anti-livre mercado. O anti-livre mercado foi abandonado na década de 1980, por que o liberalismo seria interessante para manter os EUA como centro hegemônico. O antiimperialismo é uma marca norte-americana, o objetivo central da política externa norte-americana é defender seus interesses, apoiando países aliados e utilizando as instituições internacionais para legitimar seus atos. Entretanto, sempre buscando preservar a soberania dos países estrangeiros e autodeterminação dos povos. Essa posição norte-americana foi fundamental para impulsionar a descolonização da Ásia e África, nas décadas de 1950/1960.
Uma marca da hegemeonia norte-americana é a integração da economia mundial numa escala absurda, tanto em relação as finanças quanto ao comércio e arranjos produtivos. Assim, se torna impossível um país importante (a qual inclui o Brasil)se tornar uma igual e entrar em guerra como ouro, sem arcar com desdobramentos terríveis desses atos (como, por exemplo, desarticulação de arrajos produtivos, prejuízos em investimentos financeiros e desabastecimento interno e caos nos mercados mundiais). Dessa forma, os países do sistema estão presos a uma rede quebrar, sem se prejudicar. Porém, ninguém tem interesse em sair, por que todos estão ganhando. É uma situação semelhante a do século XIX, em que a Grã-Bretanha integrou o mundo de tal forma, que os países importantes evitavam entrar em guerra entre si. Isso, motivou a Paz dos Cem Anos na Europa, entra o fim das guerras napoleônicas, em 1815, e o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914, os anos de guerra na Europa foram mínimos, em comparação, ao Estado de guerra permanente no período anterior que a Europa.
A hegemonia norte-americana está em decadência, mas são uma superpotência e serão fortes por muitas décadas. Apesar de serem cada vez mais dependentes do exterior e começarem a ser superados em várias áreas, tal como a Grã-Bretanha no fim do século XIX. Atualmente, os países que querem se dar bem, tem que "surfar" na onda norte-americana e se incorporar ao sistema norte-americano, para obter os frutos no futuro. Como exemplo, podem ser citados a Índia, China, Rússia e até o Brasil, todos estão jogando o jogo dos EUA e logo não precisarão mais deles.
lobo_guara,
Sem ofensa, tua visão de conflito é imperialista e territorialista, semelhante ao que imperava na época da hegemonia britânica do século XIX, e que sobreviveu nas duas Guerras Mundiais na pele da Alemnha. O mundo norte-americano, como já escrevi nos parágrafos acima, é diferente e tem bases diferentes.
As guerras que os EUA se envolveram no sudeste asiáticos, não foram contra um país, mas contra a ameaça comunista. Caso o conflito fosse contra um país contituido e capitalista, como o Brasil, os americanos teriam arrasado o inimigo e vencido, impondo um governo simpático aos interesses norte-americanos e mascarado pela democracia e liberdade. Entretanto, hoje esses comunistas que venceram os norte-americanos, são altamente integrados com o concebido pelos norte-americano, receberam centenas de bilhões de dólares em investimentos estrangeiros (especialmente das multinacionais norte-americanas), para fazer parte dos arranjos produtivos de produtos que vão ser exportados para os EUA, além de serem ótimos lugares para realizar especulação financeira.
No Oriente Médio é algo semelhante, os EUA não questionam a soberania ou a existência dos Estados da região. Mais sim, se são simpáticos aos interesses norte-americanos ou não e, manter bases militares na região, é uma garantia que não haverá conflitos entre os páises da região e, na pior das hipóteses, evitar que os governos sejam derrubados e radicais tomem o poder. A Guerra do Iraque não foi motivada pelo "espirito" imperialista norte-americano, mas pelo governo do Saddan ser uma ameaça a estabilidade da região, um dia teria que ser retirado do poder.
Sobre o Brasil,
de bA capacidade militar brasileira é insignificante em relação a norte-americana, e será por muito tempo. Por mais que as FA's se esforcem, como ou sem F-X ou submarino nuclear, os EUA vão por o país de joelhos em algumas semanas. Não são algumas perdas que vão intimidar os americanos, com alguns misseis e ataques ombardeiros invisíveis, joga o Brasil de volta a idade média. Por exemplo, destruir o sistema de comunicações, o país literalmente pará. Não adianta pensar que vai lutar a Segunda Guerra Mundial, essa é a guerra hi-tech que ocorre a velocidade da luz. Se está pronto ou já era.
Além do mais, o Brasil é um país capitalista e está intimamente integrado com o mundo, tanto no aspecto financeiro quanto industrial/comercial, ou seja, parte da estrutura norte-americana de poder. Uma guerra contra os EUA, seja pelo motivo que for, é prejudicial para os capitalistas (expressão marxistas e genérica, mas serve) nacionais e norte-americanos, imaginem o caos decorrente. E, o caos no sistema de poder, não interessa ao chefe do sistema, pois prejudica a manutenção da sua própria posição.
Outra fator, é que o Estado incorpora os anceios capitalistas e do capital, especialmente na democracia. Assim, é Estado tem uma poder muito limitado ou inexistente de ação, sem o consentimento do capital. Historicamente, as guerras entre países capitalistas, só se efetivaram por que era de interesse do capital, em nome de sua prórpia sobrevivência e ascenção. Por exemplo, essa foi a justificativa dos capitalistas alemães apoiarem a Primeira e Segunda Guerras Mundiais. Aplicando esse pensamento numa pretensa guerra entre EUA e Brasil. O resultado será um caos sistêmico interno no Brasil, o governo vai cair ou ser forçado a tomar certas atitudes, caso contrário cai.
Assim sendo, se os EUA querem algo do Brasil, preferem negociar e buscar alternativas, tal como fazem com qualquer outro país na posição do Brasil. Guerra, nesse caso, é um péssimo negócio.
As tropas em terra, só em último caso. Saem caro e custam vidas. E por que?
EM RESUMO,
O Brasil, tal como o resto do mundo, temque surfar na decadente hegemonia norte-americana. Antes que a festa acabe.![]()
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Born,
Tua análise é interessante mas vamos por partes:
1º) "tua visão de conflito é imperialista e territorialista, semelhante ao que imperava na época da hegemonia britânica do século XIX". Nesse ponto acho que talvés tenha me interpretado mal, pois não estou me referindo a uma invasão americana no Brasil mas a possibilidade de uma interferência direta por parte dos EUA no sub-continente, ou seja na nossa área de influência, nesse caso enxergo três possibilidades: 1º nos colocar-mos na situação na qual esteve a Turquia durante a invasão no Iraque, ou seja, negar a utilização de nosso território as operações das tropas dos EUA ou de uma coalização liderada por estes, ou, 2ª possibilidade: nos colocar na situação atual dos países do Oriente Médio tais como Irã ou Síria, ou seja, mesmo contrários a interferência de tropas extra-continentais no espaço sul-americano ficaríamos frente-a frente, com as tropas norte-americanas do outor lado da froneteira,, ou ainda na ocorrência de um ataque unilateral por parte dos EUA a um país sul-americano signatário de acordos no âmbito do proposto conselho de defesa sul-americano, obrigando o Brasil a coordenar uma resposta no âmbito militar. Possibilidades disso ocorrer? Bem me parece que a Venezuela seria uma forte candidata!
2º) "Além do mais, o Brasil é um país capitalista e está intimamente integrado com o mundo, tanto no aspecto financeiro quanto industrial/comercial" - Bem, mas até o início da década de 80 o Iraque também gozava dessa condição, mais do que isso pois era um aliado prefrencial a ponto de receber equipamento e treinamento do ocidente para fazer frente a ameaça Iraniana, aliás também esse país fazia parte do círculo de amizades de Washington haja vista os F14 utilizados ainda hoje por sua Força Aérea.
Ou seja, as coisas mudam e no nosso contexto bastaria que o Brasil viesse a contrariar alguma regra do jogo (como ousou fazer o Iraque ao converter as suas reservas de dolar para o euro - essa era a arma em destruição em massa não revelada), ou o Irã ao optar de forma autonôma por um regime político contrário aos interesses ianques. Aliás não é isso o que ocorre atualmente na Venezuela (queiramos ou não, gostemos ou não, o Cel. Chaves goza de amplo apóio da população Venezuelana - portanto é obrigação das suas FFAA fazer valer o interesse nacional Venezuelano, gostem ou não os Americanos, imagino que isso vale também para o Brasil).
3º) "A hegemonia norte-americana está em decadência, mas são uma superpotência e serão fortes por muitas décadas... todos estão jogando o jogo dos EUA e logo não precisarão mais deles." [/i]- Nesse ponto tens razão e exatamente por isso é que as relações dos EUA com os demais países tendem a serem cada vez mais explosivas. É fruto dessa situação de fragilidade e insgurança do Império que permitiu surgir o conceitos de guerra preventiva ao qual assistimos diarimente os resultados pela TV - Por isso é que os EUA são tão perigosos e não será bom estar próximos a eles quando caírem de vez!
4º) "A capacidade militar brasileira é insignificante em relação a norte-americana, e será por muito tempo. Por mais que as FA's se esforcem, como ou sem F-X ou submarino nuclear, os EUA vão por o país de joelhos em algumas semanas. Não são algumas perdas que vão intimidar os americanos, com alguns misseis e ataques ombardeiros invisíveis, joga o Brasil de volta a idade média. Por exemplo, destruir o sistema de comunicações, o país literalmente pará. Não adianta pensar que vai lutar a Segunda Guerra Mundial, essa é a guerra hi-tech que ocorre a velocidade da luz. Se está pronto ou já era." - Mas não foi para isso que os mais altos comandantes brasileiros criaram o estratégia da resistência?!?!?! Aqui tu desconsideras totalmente os conceitos modernos de guerra assimétrica, pensado-se dessa forma poderíamos até nos questionarmos da própria necessidade de manutenção de nossas FFAA. A partir desse ponto de vista, no caso específico do FX poderáimos dar razão a idéia do NJ de que apenas aviões para vigilância de fronteiras bastariam ao Brasil (encomendaríamos uns 200 ALx's e pronto!). O que seria da Índia e da China se os seus militares pensassem dessa forma?
Emfim se por um lado tu estas certo sobre a integração econômica do Brasil no sistema capitalista ser um trunfo a nosso favor no caso de um conflito (que tu acredita ser impossível - muito emobra eu identifique as suas raízes brotando quase que diariamente nas negociações sobre o clima, ou nas disputas na OMC, ou nas questões de imigração), por outro considero que a tua visão peca por considerar a dinâmica histórica, ou seja o fato de que o que vale hoje pode não valer amanhã, e de nós apratra do contexto sul-americano muito mais compleo. Além disso considero a tua análise muito pessimista em relação a nossa capacidade de contornar a diversidade. Aliás em relação a isso sugiro que voltes no tempo e verás que foram os maiores e melhores exércitos do mundo aqueles que sofreram as derrrotas mais espetaculares da história universal, portanto...