EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

[FCarvalho]

A pressa de fechar questão é tanta antes das eleições que estão fazendo qualquer negócio. Mas os militares, como sempre, são uma pedra de tropeço no caminho dos políticos e vendilhões de Brasília em sua dura labuta em arribar o patrimônio nacional...

abs.

[knigh7]

Eu acho melhor AINDA termos um pouco de cautela sobre esse negócio, pois as informações mudam a cada semana. Eu acompanho também e sou um dos que colocam as notícias, mas é bom ter cautela.(Eu ainda não votei na enquete...).
E além do mais, parece-me que há aspectos importantes ainda não decididos.

Boeing e Embraer estão próximas de acordo

Negociações estão avançadas e divisão na participação das companhias na nova empresa está definida; composição do conselho ainda é entrave


Tânia Monteiro e Luciana Dyniewicz, O Estado de S.Paulo

19 Abril 2018 | 23h51

BRASÍLIA e SÃO PAULO - As negociações entre o governo brasileiro e a Boeing para a criação de uma nova companhia entre a maior fabricante de aeronaves do mundo e a Embraer estão “muito avançadas”, segundo fontes próximas às tratativas ouvidas pelo Estado. A divisão na participação da nova empresa deve ser de 80,01% para a americana e de 19,99% para a brasileira, modelo que o governo brasileiro não abre mão.

A joint venture envolverá apenas a área de jatos comerciais da brasileira, ficando de fora as partes militar e executiva. O acordo está aquém do que pretendia a norte-americana, que tinha planos de levar todos os negócios da Embraer

Nesta quinta-feira, 19, uma nova reunião de trabalho com equipes dos Ministérios da Defesa e da Fazenda foi realizada, em Brasília, para discutir a oferta apresentada pela Boeing. O grupo é composto também por representantes do Comando da Aeronáutica e do BNDES. O banco detém, por meio de sua empresa de participações, a BNDESPar, 5,4% do capital da Embraer.

Detentor de uma golden share (ação que dá direito a veto em importantes decisões) na Embraer desde a privatização, em 1994, o governo federal tenta buscar um consenso antes de a proposta ser encaminhada pelas empresas ao presidente Michel Temer.

Como o Estado informou, um dos pontos que ainda estão em discussão é a participação de um representante brasileiro no conselho de administração da nova companhia. A Boeing é contra. A reportagem apurou que se esse for um dos únicos pontos de entrave ao negócio, o governo pode ceder e ficar sem representantes no colegiado. Há, porém, forte pressão da área de militares para que o governo não ceda nessa questão.

Fábricas. De acordo com uma fonte com conhecimento das negociações, as grandes questões entre governo, Embraer e Boeing já foram definidas e só estão na mesa agora pontos considerados menos importantes, como definir a situação das fábricas da brasileira que desenvolvem produtos tanto para a área comercial como para a militar da Embraer.

Embora as conversas estejam caminhando bem, o acordo não deve ser fechado e anunciado na próxima semana porque o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, estará fora do País.

O interesse da Boeing é reforçar, com a aquisição, sua atuação na aviação comercial de médio porte, segmento no qual a Embraer figura entre as três maiores fabricantes mundiais. O acordo, que envolve, por exemplo, a fabricação de aviões de 150 lugares, está em negociação desde o ano passado, quando a Airbus surpreendeu o mercado global ao anunciar a compra de 50,1% do programa de jatos comerciais da Bombardier.

Depois de concretizado o negócio com a Boeing, a marca Embraer usada nos jatos comerciais deixaria de existir, permanecendo apenas nas aeronaves produzidas pela Embraer Defesa, como KC 390 e o Tucano. A proposta de associação prevê que Embraer Defesa detenha participação minoritária na receita da nova empresa, criada a partir da junção da Embraer com Boeing.

Procurados, Embraer, Boeing e governo não comentam.

http://economia.estadao.com.br/noticias ... 0002276186

[FCarvalho]

"Depois de concretizado o negócio com a Boeing, a marca Embraer usada nos jatos comerciais deixaria de existir, permanecendo apenas nas aeronaves produzidas pela Embraer Defesa,"

Aí é que está a questão. Desde quando o nome Embraer é um imbróglio para vender aviões no mundo? Muito pelo contrário. No seu nicho de atuação quem o nome que não vale nada é Boeing...

Já está mais que claro o que os americanos vieram fazer aqui. E só não conseguiram porque ainda temos as golden share com as quais a FAB segura a onde da gestão da Embraer naquilo que interessa ao país.

Mas pelo jeito, vai ser difícil manter isso por muito mais tempo. Afinal, os mandantes deste arremedo de país só enxergam uma única cor... a do dinheiro.

abs.

[knigh7]

Anúncio do acordo entre Embraer e Boeing está 'muito próximo'

Grupo de trabalho do governo deu sinal verde para negócio

POR ROBERTA SCRIVANO 19/04/2018 19:29 / atualizado 20/04/2018 8:35



SÃO PAULO — O grupo de trabalho montado pelo governo para avaliar os termos da proposta da Boeing à Embraer deu sinal verde para a venda da brasileira à gigante americana. O anúncio oficial do negócio está "muito próximo", disse uma fonte a par das negociações, e deve ser feito em conjunto pelas empresas e governo federal.

Nesta quinta-feira, o grupo, formado por membros dos ministérios da Fazenda, Defesa, da FAB e do BNDES, se encontrou em Brasília para realizar o que provavelmente foi a última reunião do grupo.


— As arestas estão aparadas — afirmou.

A divisão dos negócios deve ser de 80% à americana e 20% para a Embraer, modelo mais palatável ao governo. E está acertado que as áreas da aviação executiva e a defesa da Embraer ficarão fora da venda. A Boeing comprará, portanto, a fatia de aviação comercial da brasileira — que fabrica aviões de até 150 lugares (os E-Jets).

— A primeira proposta era de fato inviável. Não seguiria adiante. O termo alcançado nesta reunião é bom para todos os lados — contou outra fonte.

Manter a aviação executiva e a defesa juntas, em uma única empresa, foi a forma encontrada para garantir receita e sustentabilidade à defesa.

— Sozinha, a defesa poderia morrer em 10 anos — avaliou Adalberto Febeliano, especialista em economia do transporte aéreo.

A FAB desde o início foi quem mais colocou empecilhos para o fechamento do negócio justamente por não aceitar a venda da Embraer Defesa.

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À Boeing o principal atrativo da companhia brasileira era exatamente os E-Jets, construídos pela divisão de aviação comercial, para concorrer com os modelos C-Series da Airbus e Bombardier.

— A Boeing não tem interesse estratégico em jatos executivos de propósito específico. A Boeing, assim como a Embraer, está feliz em vender derivativos de aeronaves comerciais para o mercado VIP, mas nem a escala nem a tecnologia do negócio de jatos executivos detêm qualquer atração — explicou Stephen Trimble, da consultoria Flightglobal, com sede no Reino Unido.

Procurada, a Embraer não quis comentar o assunto. Até a publicação deste texto a Boeing não havia respondido à reportagem.





https://oglobo.globo.com/economia/anunc ... o-22611074

[FCarvalho]

De público, deixo aqui o meu último post sore esse assunto e também o meu mais veemente repúdio a esta venda da Embraer.

Estamos literalmente cuspindo no prato em que nós mesmos comemos e custamos muito para adquirir. Independente da parte de defesa e executiva ainda manter o nome Embraer, a galinha dos ovos de ouro está sendo entregue a preço de banana para o capital estrangeiro, e junto com ela toda a nossa capacidade de P&D no setor aeroespacial.

Viver em um país de pobres, analfabetos, alienados e vendilhões é foda...

Não dá mais para aguentar isso.

abs.

[Zelhos]

O brasileiro aprendeu a negociar com os índios, sempre trocando seus tesouros por espelhilhos.

[Túlio]

Bueno, a mim parece que já nos atiraram o limão, resta saber se dá para fazer limonada. Algumas questões:

Com a nova empresa, será EXPRESSAMENTE PROIBIDO usar a benchmark EMBRAER em produtos que não sejam especificamente de Defesa e Aviação Executiva? Estava pensando se não poderia, p ex, ser desenvolvida uma Família E-2 a partir da 145, com coisas que ela não usa ainda, tipo Double Bubble, FBW, HUD e talvez um pouco maior¹. Apenas um exemplo, claro...

A compra de uns 80% das ações implica na compra das instalações também? Mais ferramental, moldes, até as tecnologias (que eu saiba muitas são propriedade da FAB) e quadro de pessoal (vender gente??? ) ou é apenas compra do poder decisório? Ou ainda algo diferente?

Ademais, um retorno aos turboprops estaria descartado desde o início? A categoria parece estar renascendo/crescendo em diversos nichos da Aviação Regional...

1 - Lembremos que uma das "imunidades" mais importantes da EMBRAER sempre foi poder desenvolver tecnologias fortemente subsidiadas para a Aviação Militar e depois, legalmente, usar na Executiva e Comercial (com a rotatividade de pessoal, que ora está num projeto Militar, ora num Civil), o que se refletia no custo final do produto sem o risco de ações legais e multas bilionárias nos EUA. Isso continua a me parecer o grande "tiro no pé" da BOEING pois, sem a área Militar da EMBRAER, fica dependendo da sua própria, pra lá de obsoleta. Ainda não consegui entender como será a gestão de pessoal pretendida pela gigante dos EUA nem se topam por aqui...

[toncat]

A compra de uns 80% das ações implica na compra das instalações também? Mais ferramental, moldes, até as tecnologias (que eu saiba muitas são propriedade da FAB) e quadro de pessoal (vender gente??? ) ou é apenas compra do poder decisório? Ou ainda algo diferente?

No caso da criação da terceira empresa não existe compra de ações. Os acionistas recebem dinheiro pela venda de uma parte da Embraer. A diretoria e o conselho de administração avaliam se é melhor colocar tudo no bolso dos acionistas ou se reinvestem em algum outro projeto. Elaborada essa proposta os acionistas decidem se aceitam ou não.

A Embraer sera desmembrada. E a parte que a Boeing esta comprando pode estar incluído qualquer coisa; fabricas, ferramental, quadro de funcionários e projetos. A única certeza que se tem é que a Embraer vai perder relevância e diminuir de tamanho.

[toncat]

O ideal seria os bananas que participam dessa negociação condicionarem a aprovação do negocio ao fato da Embraer reinvestir o dinheiro ganho da Boeing, para desenvolver novos projetos. Esses projetos não teriam nada haver com Boeing e sim apenas com a Embraer.

A Embraer mantem todo o setor de engenharia, e a Embraer vende "apenas" o programa E2 e a linha de montagem. Assim ficaria para a Embraer avaliar oque é melhor, ficar com o E2 ou investir no desenvolvimento de novos programas.

Mas é claro que o amontoado de energúmenos que participam da negociação não vão exigir isso.. E o dinheiro vai todo pro bolso dos acionistas da Embraer.

[Zelhos]

Segundo as notícias tudo está no pacote, desde as fábricas a mão de obra, inclusive, não sabem onde a Embraer defesa vai fabricar depois da compra. Além que, o turboelice também ficaria com a Boeing, não? Lembrando que nesse tipo de compra a empresa se compromete a ficar fora do mercado durante um determinado tempo, quando a Nokia vendeu sua divisão de celulares para a Microsoft ela teve que ficar 5 anos fora do mercado.

[gabriel219]

Um muleque de 15 anos que assiste Trato Feito deve saber negociar melhor que esses imbecis.

A Boeing que veio até nós por temer levar uma surra nos próximos anos, ela que ceda às nossas exigências!

Se a compra for confirmada, esperem daqui há 2 anos, no máximo, pra esse escândalo de propina ser revelado. Não é possível que a inteligência de quem negocia possa se resumir a isso.

É muito imbecil ou ta levando uma bolada por fora.

É tipo aquele sujeito que entra na loja do Rick querendo vender uma antiguidade por 10 mil e depois sai de lá com 100 dólares cantando vitória e que está feliz.

[Sterrius]

A Aviação militar da embraer com isso ganhou ao invés de 10 anos, 20-30 anos de vida se não emplacar algo muito bom e relevante no médio prazo. E a aviação executiva de saudável também está agora com o relógio batendo. Especialmente pq vejo 0 chance do Brasil financiar qualquer problema na empresa. Deixaria morrer como deixou a Embrapa e a própria embraer estatal, que foi na época sabotada ao tirarem a proteção da empresa a loucura inflacionaria da época.

Não creio que irão ceder todas as instalações da embraer a boeing porque os acionistas da embraer não estarão dispostos em ganhar um soldo agora para perder tudo em 5 anos. È uma galinha dos ovos de ouro e não vale a pena mata-la mesmo sendo um majoritário. Até pq tem fabricas que são pra produçã odo KC-390 e outras unidades e reforma-las pra aviação comercial não sairia barato, sendo melhor criar outra instalação em algum lugar com melhores condições fiscais e tributarias em algum lugar do mundo.

Devido aos subsídios massivos estamos vendo uma monopolização ainda maior do setor de aviação. Cada vez temos menos concorrentes de peso no mundo porque essas empresas são "infalíveis". È dificil competir com os trilhões americanos e europeus.

Eu ainda investiria na nova embraer mas seria conservador. Pode dar mto certo ou mto errado. Voltamos a década de 90 em termos de segurança do negocio. Talvez eu até compre umas ações se a grana sobrar ^^.

[Marechal-do-ar]

Um muleque de 15 anos que assiste Trato Feito deve saber negociar melhor que esses imbecis.

A Boeing que veio até nós por temer levar uma surra nos próximos anos, ela que ceda às nossas exigências!

Se a compra for confirmada, esperem daqui há 2 anos, no máximo, pra esse escândalo de propina ser revelado. Não é possível que a inteligência de quem negocia possa se resumir a isso.

É muito imbecil ou ta levando uma bolada por fora.

É tipo aquele sujeito que entra na loja do Rick querendo vender uma antiguidade por 10 mil e depois sai de lá com 100 dólares cantando vitória e que está feliz.

É muito simples, os acionistas (que alias, 85% são estrangeiros) querem dinheiro, se a Boeing oferecer um bom prêmio pelas ações, negíocio fechado, eles não estão preocupados se o Brasil vai perder empregos ou divisas, a única preocupação é se o dinheiro deles vai render mais com a venda ou não.

[gabriel219]

Um muleque de 15 anos que assiste Trato Feito deve saber negociar melhor que esses imbecis.

A Boeing que veio até nós por temer levar uma surra nos próximos anos, ela que ceda às nossas exigências!

Se a compra for confirmada, esperem daqui há 2 anos, no máximo, pra esse escândalo de propina ser revelado. Não é possível que a inteligência de quem negocia possa se resumir a isso.

É muito imbecil ou ta levando uma bolada por fora.

É tipo aquele sujeito que entra na loja do Rick querendo vender uma antiguidade por 10 mil e depois sai de lá com 100 dólares cantando vitória e que está feliz.

É muito simples, os acionistas (que alias, 85% são estrangeiros) querem dinheiro, se a Boeing oferecer um bom prêmio pelas ações, negíocio fechado, eles não estão preocupados se o Brasil vai perder empregos ou divisas, a única preocupação é se o dinheiro deles vai render mais com a venda ou não.

Quem dera se os imbecis que falo fossem os acionistas da Embraer.

Só queria entender o argumento de "A, se não vender ela some daqui á 10 anos". Certeza de que isso veio de gente que recebe por fora.

[Túlio]

Quem dera se os imbecis que falo fossem os acionistas da Embraer.

Só queria entender o argumento de "A, se não vender ela some daqui á 10 anos". Certeza de que isso veio de gente que recebe por fora.

Bem que eu gostaria de estar sendo e$timulado, porque realmente penso assim, sequer estaria sendo corrompido. Os desafios são grandes demais para serem ignorados, a Airbus vem com tudo com o CSeries (para o qual, a partir do -500, a EMBRAER não tem rival sequer em projeto, mesmo o -300 já é parada dura), a Bombardier continua no negócio com aeronaves menores (inclusive seu forte, as Executivas), Chineses, Russos e, mais adiante, Japoneses e até Hindus estarão chegando. A EMBRAER simplesmente não tem nem terá como competir de igual para igual com toda essa gente e em tantos mercados pelo mundo todo.

A alternativa seria apostar tudo no 195 E-2 por uma década ou pouco mais e depois tentar um E-3, mas sempre com a limitação do 2+2; um 2+3 custaria os tubos e não vejo de onde sairia o dinheiro para bancar. Admito que posso ter errado apenas em presumir - e votei de acordo na enquete - que se tratava apenas de uma conjugação de esforços e não de uma venda pura e simples.

Em minha defesa, o que mais vejo, aqui e na mídia, são opiniões emocionais, porque FATOS são mais raros que crescer melancia na Serra Gaúcha em pleno inverno...