Pressões Nucleares sobre o Brasil
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- prp
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Eu assisti um pouco do Painel, me deu nauseas Fico triste por ver uma campanha tão grande para difamar o brasil querendo nos relegar a meros vira-latas. Chega a ser humilhante a categoria que algums nos quer levar.
- suntsé
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
As vezes eu sou a favor de fazer com a Elite Brasileira a mesma coisa que a União Soviética fez com a elite Polonesa em Katyn....Marino escreveu:Inacreditável posição da Veja contra o Brasil.
==============================================
Texto escroto da Veja.......
- MAJOR FRAGUAS
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Uma coisa é defender uma posição politica, oposição, OK, mas outra e muito mais importante é ser patriota.
Para mim uma pessoa que ganha dinheiro para falar mal e denegrir seu proprio país p/ fins eleitorais é um traidor, mas no caso da mídia paulista, deveriam criar um país em separado já que seriam um exercito de mercenários!
Para mim uma pessoa que ganha dinheiro para falar mal e denegrir seu proprio país p/ fins eleitorais é um traidor, mas no caso da mídia paulista, deveriam criar um país em separado já que seriam um exercito de mercenários!
- suntsé
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Concordo em termos, exeto pelo parte que tu re refere ao estado de são paulo.MAJOR FRAGUAS escreveu:Uma coisa é defender uma posição politica, oposição, OK, mas outra e muito mais importante é ser patriota.
Para mim uma pessoa que ganha dinheiro para falar mal e denegrir seu proprio país p/ fins eleitorais é um traidor, mas no caso da mídia paulista, deveriam criar um país em separado já que seriam um exercito de mercenários!
Pela quantidade de bobagens que leio em todos os jornais, a unica conclusão que tiro é que falta patriotismo a nossa "elite socio economica".
OBS: Parte consideravel dos nossos meios de comunicação possuem QG no rio de janeiro e em outros estados.
- Marino
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
O último tango (nuclear) em Praga
O acordo EUA-Rússia para reduzir arsenais atômicos tem números [br]inflados e truques baratos.
Ao final, os cortes serão modestos, de até 7%
*MICHAEL BOHM, THE MOSCOW TIMES - O Estado de S.Paulo
Joseph Stalin disse, certa vez, "não é importante como as pessoas votam, mas quem está
contando os votos". Isso poderia se aplicar também à contagem das ogivas no novo Tratado de Redução
de Armas Estratégicas. Apesar de todo o falatório sobre "reduções de 30%" das armas nucleares no que
o presidente Barack Obama chamou de "o mais abrangente acordo de controle de armas em quase duas
décadas", as reduções de fato nos arsenais nucleares de ambos os lados são, na melhor hipótese,
modestas.
Como o New York Times, Rússia e EUA concordaram em aplicar uma "contabilidade criativa"
para inflar as reduções de ambos lados até obter a muito desejada cifra de 30% - ao menos no papel.
Por exemplo, um truque foi contar as 20 ogivas em bombardeiros B-52 como apenas uma. No fim das
contas, os cortes líquidos, segundo Hans Kristenson da Federação de Cientistas Americanos, serão de
apenas 100 ogivas americanas e 190 russas.
Com base nos números de Kristenson de ogivas atualmente posicionadas do lado dos EUA
(2.100) e do lado russo (2.600), o arsenal será reduzido apenas 5% e 7%, respectivamente. A
contabilidade criativa produziu um desarmamento criativo.
Mas esse não foi o único truque de prestidigitação nuclear. Quando os dois anunciaram o
número final - 1.550 ogivas posicionadas - o qualificador chave é "posicionadas". As cerca de 2.000
ogivas não posicionadas armazenadas em depósitos militares americanos não foram incluídas no novo
Start. (A Rússia possui bem menos ogivas guardadas.) Essas ogivas guardadas podem ser remontadas
em veículos de transporte estratégicos americanos numa questão de semanas. Se os EUA levassem a
sério o desarmamento, teriam incluído as ogivas armazenadas no novo acordo.
Durante as conversações de 16 meses, as objeções da Rússia se concentravam em duas
questões: recondicionar lançadores estratégicos com armas convencionais e defesa antimíssil.
Os russos deixaram claro que o novo Start devia limitar veículos de lançamento de médio e longo
alcance (ditos estratégicos), independentemente de carregarem ou não armas nucleares. O velho Start
de 1991 tratava todos os lançadores estratégicos como nucleares a priori. Mas, de 1991 para cá, os EUA
desenvolveram a capacidade de reequipar seus veículos lançadores com armas convencionais. A
principal posição americana foi que o novo Start - como o velho - devia concentrar-se só nas armas
nucleares, não nas convencionais.
Reequipar lançadores estratégicos extras (acima do limite de 800) com armas convencionais de
alta precisão é um objetivo militar chave dos EUA. A Rússia é contra a manobra, principalmente porque
ela não está reequipando seus próprios lançadores. Curiosamente, a Rússia listou essas armas de alta
geração como a quarta maior ameaça externa do país em sua nova doutrina militar, divulgada em
fevereiro.
Desastres. Ao mesmo tempo, é legítima a preocupação da Rússia com a possibilidade de se
equivocar com um submarino nuclear classe Ohio, por exemplo, que tenha sido reequipado com mísseis
convencionais - possibilidade com consequências potencialmente apocalípticas para ambos os lados no
caso de um lançamento mal identificado.
Assim, é fundamental que os dois lados retornem ao Memorando de Acordo de 2000 para
construir um centro russo-americano de intercâmbio de dados sobre sistemas de alerta antecipado e
lançamentos de mísseis para evitar a confusão sobre se um lançamento de míssil é nuclear o não
nuclear. Esse é um importante projeto conjunto que fortaleceria a confiança e daria um grande impulso à
iniciativa de controle.
Mas, a questão maior e mais importante colocada pelo lado russo foi seu bicho-papão favorito:
defesa antimíssil. Basta lembrar das incontáveis declarações feitas ao longo do ano passado pelo
primeiro-ministro Vladimir Putin, o presidente Dimitri Medvedev e a alta cúpula militar sobre como a
defessa antimíssil americana "enfraqueceria forças estratégicas da Rússia" e com isso poderia, em
teoria, permitir que Washington fizesse um primeiro ataque nuclear contra a Rússia e ficar totalmente
protegido contra uma retaliação - ou, no mínimo, permitir que Washington usasse sua "vantagem nuclear
avassaladora" para "chantagear" Moscou.
O lado americano - e o russo também - sabe perfeitamente que o "sistema estratégico de defesa
antimíssil" dos EUA, que consiste em meros 30 interceptadores no Alasca e na Califórnia, é inútil contra
os 800 veículos de entrega e 1.550 ogivas da Rússia, os limites do novo Start. Mesmo os planos mais
ambiciosos para modernizar o sistema de defesa antimísseis regional americano na Europa está
programado para 2020, na melhor hipótese, o ano em que expira o novo Start. Portanto, vincular o Start
à defesa antimíssil americana era um argumento falso desde o início.
Então, por que todas as objeções fabricadas sobre a defesa antimíssil se, no fim, a Rússia saiu
de sua posição para incluir um limite "vinculante" ao posicionamento do escudo americano no tratado?
Na verdade, a defesa antimíssil foi apenas um blefe e uma tática de obstrução. O verdadeiro benefício de
colocar a defesa antimíssil como suposta condição "tudo-ou-nada" foi fazer o papel de sabotador nas
conversações sobre o novo Start - ao menos pelo tempo que a Rússia pudesse sustentá-lo.
A Rússia compreendeu que Obama desejava muito ter o tratado assinado até 5 de dezembro,
quando expirava o velho Start, ou 10 de dezembro, quando ele receberia o Prêmio Nobel da Paz.
Mas a Rússia era movida por mais que o desejo de jogar areia na farofa de Obama. Ela queria se
assegurar de que Washington teria de dar duro para obter o consentimento de Moscou. Talvez isso
mostre que a eterna dúvida russa ("Você me respeita?") é tão importante quando diplomatas experientes
estão negociando um importante acordo sobre controle de armas como quando amigos estão sentados
bebendo vodca.
Relações públicas. Mas a Rússia levou o jogo da obstrução um pouco longe de mais. Em
fevereiro, os negociadores já haviam acertado que a mudança da defesa antimíssil de Obama de sua
"terceira posição" na Polônia e na República Checa para um sistema regional bem menor com base na
Romênia era aceitável, e aparentemente abandonaram sua objeção ao posicionamento da defesa
antimíssil. De fato, em 14 de fevereiro, durante uma visita à Nicarágua, o chanceler russo Serguei Lavrov
disse que as duas partes haviam alcançado um acordo sobre "97%" do tratado.
Aí, como um raio de céu azul, a Rússia recolocou a pretensa questão da defesa antimíssil. Um
Obama frustrado ligou para Medvedev em 13 de março e disse basicamente: "Ok, Dimitri. O jogo acabou.
Chega de manobras: você e eu estaremos ambos na conferência sobre o Tratado de Não-proliferação
em Nova York em maio. Agora precisamos tratar a sério da assinatura do novo Start." Duas semanas
depois, em 26 de março, o acordo final foi anunciado.
No fim das contas, ambos os lados alegarão vitórias de relações públicas. De mais a mais, a
Rússia pode alegar algumas pequenas vitórias suas. Ela está feliz porque o novo regime de inspeção de
lançamentos de teste de mísseis é bem menos intrusivo que nos termos do antigo Start. Segundo, o
Kremlin pode dizer que recebeu um "condicionamento relativo à defesa antimíssil" no preâmbulo do
tratado, embora a linguagem dele seja vaga e teórica, e não impeça de maneira alguma que os EUA
desenvolvam as tais defesas antimíssil.
Mas, o mais importante de tudo talvez tenha sido que a Rússia experimentou a agradável
nostalgia dos acordos de controle de armas da época da Guerra Fria - uma das poucas áreas em que
Moscou ainda pode projetar sua influência global como superpotência. Agora, com um pouco de
interpretação imaginativa, a Rússia pode ir à conferência de Não-proliferação em maio como parceira de
igual para igual com os EUA e dizer que cumpriu sua responsabilidade pelo desarmamento global como
"a outra superpotência nuclear".
A Rússia que aproveite o momento enquanto ele durar.
"O novo acordo será o último da série de tratados do período da Guerra Fria", disse o analista
político Fyodor Lukyanov no diário online Kommersant. "A segurança nuclear num mundo multipolar não
será mais decidida entre Estados Unidos e Rússia." Se Lukyanov estiver certo, negociar o novo Start foi
o último bailado da Rússia no palco do mundo nuclear. Agora o Kremlin terá de buscar suas ambições a
superpotência noutros cantos. /
TRADUÇÃO CELSO PACIORNIK
*É EDITOR DE OPINIÃO DO JORNAL
O acordo EUA-Rússia para reduzir arsenais atômicos tem números [br]inflados e truques baratos.
Ao final, os cortes serão modestos, de até 7%
*MICHAEL BOHM, THE MOSCOW TIMES - O Estado de S.Paulo
Joseph Stalin disse, certa vez, "não é importante como as pessoas votam, mas quem está
contando os votos". Isso poderia se aplicar também à contagem das ogivas no novo Tratado de Redução
de Armas Estratégicas. Apesar de todo o falatório sobre "reduções de 30%" das armas nucleares no que
o presidente Barack Obama chamou de "o mais abrangente acordo de controle de armas em quase duas
décadas", as reduções de fato nos arsenais nucleares de ambos os lados são, na melhor hipótese,
modestas.
Como o New York Times, Rússia e EUA concordaram em aplicar uma "contabilidade criativa"
para inflar as reduções de ambos lados até obter a muito desejada cifra de 30% - ao menos no papel.
Por exemplo, um truque foi contar as 20 ogivas em bombardeiros B-52 como apenas uma. No fim das
contas, os cortes líquidos, segundo Hans Kristenson da Federação de Cientistas Americanos, serão de
apenas 100 ogivas americanas e 190 russas.
Com base nos números de Kristenson de ogivas atualmente posicionadas do lado dos EUA
(2.100) e do lado russo (2.600), o arsenal será reduzido apenas 5% e 7%, respectivamente. A
contabilidade criativa produziu um desarmamento criativo.
Mas esse não foi o único truque de prestidigitação nuclear. Quando os dois anunciaram o
número final - 1.550 ogivas posicionadas - o qualificador chave é "posicionadas". As cerca de 2.000
ogivas não posicionadas armazenadas em depósitos militares americanos não foram incluídas no novo
Start. (A Rússia possui bem menos ogivas guardadas.) Essas ogivas guardadas podem ser remontadas
em veículos de transporte estratégicos americanos numa questão de semanas. Se os EUA levassem a
sério o desarmamento, teriam incluído as ogivas armazenadas no novo acordo.
Durante as conversações de 16 meses, as objeções da Rússia se concentravam em duas
questões: recondicionar lançadores estratégicos com armas convencionais e defesa antimíssil.
Os russos deixaram claro que o novo Start devia limitar veículos de lançamento de médio e longo
alcance (ditos estratégicos), independentemente de carregarem ou não armas nucleares. O velho Start
de 1991 tratava todos os lançadores estratégicos como nucleares a priori. Mas, de 1991 para cá, os EUA
desenvolveram a capacidade de reequipar seus veículos lançadores com armas convencionais. A
principal posição americana foi que o novo Start - como o velho - devia concentrar-se só nas armas
nucleares, não nas convencionais.
Reequipar lançadores estratégicos extras (acima do limite de 800) com armas convencionais de
alta precisão é um objetivo militar chave dos EUA. A Rússia é contra a manobra, principalmente porque
ela não está reequipando seus próprios lançadores. Curiosamente, a Rússia listou essas armas de alta
geração como a quarta maior ameaça externa do país em sua nova doutrina militar, divulgada em
fevereiro.
Desastres. Ao mesmo tempo, é legítima a preocupação da Rússia com a possibilidade de se
equivocar com um submarino nuclear classe Ohio, por exemplo, que tenha sido reequipado com mísseis
convencionais - possibilidade com consequências potencialmente apocalípticas para ambos os lados no
caso de um lançamento mal identificado.
Assim, é fundamental que os dois lados retornem ao Memorando de Acordo de 2000 para
construir um centro russo-americano de intercâmbio de dados sobre sistemas de alerta antecipado e
lançamentos de mísseis para evitar a confusão sobre se um lançamento de míssil é nuclear o não
nuclear. Esse é um importante projeto conjunto que fortaleceria a confiança e daria um grande impulso à
iniciativa de controle.
Mas, a questão maior e mais importante colocada pelo lado russo foi seu bicho-papão favorito:
defesa antimíssil. Basta lembrar das incontáveis declarações feitas ao longo do ano passado pelo
primeiro-ministro Vladimir Putin, o presidente Dimitri Medvedev e a alta cúpula militar sobre como a
defessa antimíssil americana "enfraqueceria forças estratégicas da Rússia" e com isso poderia, em
teoria, permitir que Washington fizesse um primeiro ataque nuclear contra a Rússia e ficar totalmente
protegido contra uma retaliação - ou, no mínimo, permitir que Washington usasse sua "vantagem nuclear
avassaladora" para "chantagear" Moscou.
O lado americano - e o russo também - sabe perfeitamente que o "sistema estratégico de defesa
antimíssil" dos EUA, que consiste em meros 30 interceptadores no Alasca e na Califórnia, é inútil contra
os 800 veículos de entrega e 1.550 ogivas da Rússia, os limites do novo Start. Mesmo os planos mais
ambiciosos para modernizar o sistema de defesa antimísseis regional americano na Europa está
programado para 2020, na melhor hipótese, o ano em que expira o novo Start. Portanto, vincular o Start
à defesa antimíssil americana era um argumento falso desde o início.
Então, por que todas as objeções fabricadas sobre a defesa antimíssil se, no fim, a Rússia saiu
de sua posição para incluir um limite "vinculante" ao posicionamento do escudo americano no tratado?
Na verdade, a defesa antimíssil foi apenas um blefe e uma tática de obstrução. O verdadeiro benefício de
colocar a defesa antimíssil como suposta condição "tudo-ou-nada" foi fazer o papel de sabotador nas
conversações sobre o novo Start - ao menos pelo tempo que a Rússia pudesse sustentá-lo.
A Rússia compreendeu que Obama desejava muito ter o tratado assinado até 5 de dezembro,
quando expirava o velho Start, ou 10 de dezembro, quando ele receberia o Prêmio Nobel da Paz.
Mas a Rússia era movida por mais que o desejo de jogar areia na farofa de Obama. Ela queria se
assegurar de que Washington teria de dar duro para obter o consentimento de Moscou. Talvez isso
mostre que a eterna dúvida russa ("Você me respeita?") é tão importante quando diplomatas experientes
estão negociando um importante acordo sobre controle de armas como quando amigos estão sentados
bebendo vodca.
Relações públicas. Mas a Rússia levou o jogo da obstrução um pouco longe de mais. Em
fevereiro, os negociadores já haviam acertado que a mudança da defesa antimíssil de Obama de sua
"terceira posição" na Polônia e na República Checa para um sistema regional bem menor com base na
Romênia era aceitável, e aparentemente abandonaram sua objeção ao posicionamento da defesa
antimíssil. De fato, em 14 de fevereiro, durante uma visita à Nicarágua, o chanceler russo Serguei Lavrov
disse que as duas partes haviam alcançado um acordo sobre "97%" do tratado.
Aí, como um raio de céu azul, a Rússia recolocou a pretensa questão da defesa antimíssil. Um
Obama frustrado ligou para Medvedev em 13 de março e disse basicamente: "Ok, Dimitri. O jogo acabou.
Chega de manobras: você e eu estaremos ambos na conferência sobre o Tratado de Não-proliferação
em Nova York em maio. Agora precisamos tratar a sério da assinatura do novo Start." Duas semanas
depois, em 26 de março, o acordo final foi anunciado.
No fim das contas, ambos os lados alegarão vitórias de relações públicas. De mais a mais, a
Rússia pode alegar algumas pequenas vitórias suas. Ela está feliz porque o novo regime de inspeção de
lançamentos de teste de mísseis é bem menos intrusivo que nos termos do antigo Start. Segundo, o
Kremlin pode dizer que recebeu um "condicionamento relativo à defesa antimíssil" no preâmbulo do
tratado, embora a linguagem dele seja vaga e teórica, e não impeça de maneira alguma que os EUA
desenvolvam as tais defesas antimíssil.
Mas, o mais importante de tudo talvez tenha sido que a Rússia experimentou a agradável
nostalgia dos acordos de controle de armas da época da Guerra Fria - uma das poucas áreas em que
Moscou ainda pode projetar sua influência global como superpotência. Agora, com um pouco de
interpretação imaginativa, a Rússia pode ir à conferência de Não-proliferação em maio como parceira de
igual para igual com os EUA e dizer que cumpriu sua responsabilidade pelo desarmamento global como
"a outra superpotência nuclear".
A Rússia que aproveite o momento enquanto ele durar.
"O novo acordo será o último da série de tratados do período da Guerra Fria", disse o analista
político Fyodor Lukyanov no diário online Kommersant. "A segurança nuclear num mundo multipolar não
será mais decidida entre Estados Unidos e Rússia." Se Lukyanov estiver certo, negociar o novo Start foi
o último bailado da Rússia no palco do mundo nuclear. Agora o Kremlin terá de buscar suas ambições a
superpotência noutros cantos. /
TRADUÇÃO CELSO PACIORNIK
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"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
- Marino
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
ESP:
EUA criticam Brasil por posição sobre Irã
Subsecretária de Estado para Controle de Armas cobra apoio brasileiro contra Teerã e mais[br]compromisso com o TNP
Patrícia Campos Mello
Nenhum país preocupado com a proliferação de armas nucleares deveria querer adiar sanções contra o Irã. Esse foi o recado dado ontem para o governo brasileiro pela subsecretária de Estado para Controle de Armas dos EUA, Ellen Tauscher.
Respondendo a uma pergunta do Estado, Ellen disse que não há mais espaço para adiar ou suspender possíveis sanções contra o Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas, por causa do programa nuclear de Teerã. O presidente Luís Inácio Lula da Silva propôs a seu colega americano, Barack Obama, na semana passada, que seja dado mais tempo ao Irã, permitindo uma solução negociada.
"Nós achamos que ninguém no mundo que esteja preocupado com proliferação nuclear deva pensar em adiar sanções (contra o Irã)", disse Ellen. "Já houve muita demora por parte do Irã, com sua falta de transparência, e eles precisam dar confiança à comunidade internacional sobre o que eles estão fazendo."
A subsecretária de Estado americana deixou claro que os EUA esperam que o Brasil assine o protocolo adicional ao Tratado de Não-Proliferação (TNP), em maio, durante o encontro de revisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em Nova York.
"O presidente Obama espera que todos os países firmem o protocolo adicional e o TNP", disse. O documento estabelece inspeções abrangentes em instalações nucleares, incluindo visitas de surpresa. O Brasil é um dos poucos que não assinaram o protocolo. A posição do governo é de rejeitar novos compromissos dentro do TNP, até que os países detentores de armas nucleares cumpram sua parte no tratado, que é o desarmamento.
PARA ENTENDER
O protocolo adicional ao Tratado de Não-Proliferação (TNP) permite que a Agência Internacional de Energia Atômica faça inspeções mais rígidas e exija informações mais detalhadas sobre os programas nucleares de seus signatários. Elaborado em 1997, ele foi ratificado por 93 dos 189 membros do TNP.
EUA criticam Brasil por posição sobre Irã
Subsecretária de Estado para Controle de Armas cobra apoio brasileiro contra Teerã e mais[br]compromisso com o TNP
Patrícia Campos Mello
Nenhum país preocupado com a proliferação de armas nucleares deveria querer adiar sanções contra o Irã. Esse foi o recado dado ontem para o governo brasileiro pela subsecretária de Estado para Controle de Armas dos EUA, Ellen Tauscher.
Respondendo a uma pergunta do Estado, Ellen disse que não há mais espaço para adiar ou suspender possíveis sanções contra o Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas, por causa do programa nuclear de Teerã. O presidente Luís Inácio Lula da Silva propôs a seu colega americano, Barack Obama, na semana passada, que seja dado mais tempo ao Irã, permitindo uma solução negociada.
"Nós achamos que ninguém no mundo que esteja preocupado com proliferação nuclear deva pensar em adiar sanções (contra o Irã)", disse Ellen. "Já houve muita demora por parte do Irã, com sua falta de transparência, e eles precisam dar confiança à comunidade internacional sobre o que eles estão fazendo."
A subsecretária de Estado americana deixou claro que os EUA esperam que o Brasil assine o protocolo adicional ao Tratado de Não-Proliferação (TNP), em maio, durante o encontro de revisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em Nova York.
"O presidente Obama espera que todos os países firmem o protocolo adicional e o TNP", disse. O documento estabelece inspeções abrangentes em instalações nucleares, incluindo visitas de surpresa. O Brasil é um dos poucos que não assinaram o protocolo. A posição do governo é de rejeitar novos compromissos dentro do TNP, até que os países detentores de armas nucleares cumpram sua parte no tratado, que é o desarmamento.
PARA ENTENDER
O protocolo adicional ao Tratado de Não-Proliferação (TNP) permite que a Agência Internacional de Energia Atômica faça inspeções mais rígidas e exija informações mais detalhadas sobre os programas nucleares de seus signatários. Elaborado em 1997, ele foi ratificado por 93 dos 189 membros do TNP.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Ficou claro agora para quem certos grupos "brasileiros" trabalham ou a gente precisa desenhar???Marino escreveu:ESP:
EUA criticam Brasil por posição sobre Irã
Subsecretária de Estado para Controle de Armas cobra apoio brasileiro contra Teerã e mais[br]compromisso com o TNP
Patrícia Campos Mello
Nenhum país preocupado com a proliferação de armas nucleares deveria querer adiar sanções contra o Irã. Esse foi o recado dado ontem para o governo brasileiro pela subsecretária de Estado para Controle de Armas dos EUA, Ellen Tauscher.
Respondendo a uma pergunta do Estado, Ellen disse que não há mais espaço para adiar ou suspender possíveis sanções contra o Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas, por causa do programa nuclear de Teerã. O presidente Luís Inácio Lula da Silva propôs a seu colega americano, Barack Obama, na semana passada, que seja dado mais tempo ao Irã, permitindo uma solução negociada.
"Nós achamos que ninguém no mundo que esteja preocupado com proliferação nuclear deva pensar em adiar sanções (contra o Irã)", disse Ellen. "Já houve muita demora por parte do Irã, com sua falta de transparência, e eles precisam dar confiança à comunidade internacional sobre o que eles estão fazendo."
A subsecretária de Estado americana deixou claro que os EUA esperam que o Brasil assine o protocolo adicional ao Tratado de Não-Proliferação (TNP), em maio, durante o encontro de revisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em Nova York.
"O presidente Obama espera que todos os países firmem o protocolo adicional e o TNP", disse. O documento estabelece inspeções abrangentes em instalações nucleares, incluindo visitas de surpresa. O Brasil é um dos poucos que não assinaram o protocolo. A posição do governo é de rejeitar novos compromissos dentro do TNP, até que os países detentores de armas nucleares cumpram sua parte no tratado, que é o desarmamento.
PARA ENTENDER
O protocolo adicional ao Tratado de Não-Proliferação (TNP) permite que a Agência Internacional de Energia Atômica faça inspeções mais rígidas e exija informações mais detalhadas sobre os programas nucleares de seus signatários. Elaborado em 1997, ele foi ratificado por 93 dos 189 membros do TNP.
- Marino
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Raízes do apoio ao Irã
O apoio brasileiro ao Irã tem fortes raízes na preservação do programa nuclear nacional, por mais estranho que possa parecer. Antes de insistir na maior necessidade de diálogo com o regime teocrático de Teerã, o Itamaraty obteve indícios para desconfiar das boas intenções de parte do Clube Atômico - formado por Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e República Popular da China. Por isso recusa-se a assinar o Protocolo Adicional ao Tratado de Não-Proliferação, que permite inspeções irrestritas e sem aviso prévio, às instalações nucleares. Os pontos principais, manifestos por diplomatas ligados ao chanceler Celso Amorim, seriam:
1. O Brasil é o único país que abriu mão constitucionalmente do uso militar da energia nuclear. Além disso, é signatário do TNP, do Tratado de Tlatelolco e do Acordo de Cooperação para o Desenvolvimento e a Aplicação dos Usos Pacíficos da Energia Nuclear entre o Brasil e a Argentina. Apesar disso, não recebe tratamento diferenciado nas inspeções. Pelo contrário. Alguns inspetores agiram de maneira invasiva em visitas à unidade de Resende;
2. Em sondagens, diplomatas de algumas nações do Clube Atômico insistiram que a posição brasileira de produzir seu próprio combustível nuclear é insensata sob o ponto de vista econômico.
3. Os mesmos países que insistem no desmonte do programa nuclear brasileiro recusam-se a acatar os termos do TNP que determinam o fim dos arsenais atômicos. Ao mesmo tempo, também não permitem que inspecionem suas instalações.
O Brasil, e isso é posição de Estado desde o governo Fernando Henrique, considera que a aplicação do TNP é desigual. Entende que os países do Clube Atômico deveriam implementar uma política clara e inequívoca para o desmonte de seus arsenais antes de imporem restrições a países que se restringem a programas de uso pacífico da energia nuclear. Em particular, diplomatas reclamam que o objetivo das grandes potências é monopolizar a produção de combustível para reatores, deixando para o Terceiro Mundo, a produção de matéria-prima processada, o chamado yellow cake (óxido de urânio).
Desenvolvendo um programa próprio, a partir de tecnologia alemã da década de 1950, a CNEN, apoiada pela Marinha, desenvolveu um método economicamente viável para a produção de urânio enriquecido a até 3%, suficiente para alimentar reatores para geração de energia elétrica. Basicamente, usa ultracentrífugas de projeto nacional. A primeira geração, empregada em Aramar, no Estado de São Paulo, é mecânica. A segunda, eletromagnética, atraiu a atenção estrangeira para a Usina de Resende.
Para defender patrimônio intelectual brasileiro, a CNEN só aceitou inspeções da AIEA em Resende depois de impor condições. As comitivas só são recebidas depois de aviso prévio. Painéis de madeira são montados para impedir que se vejam as ultracentrífugas eletromagnéticas. A tubulação de entrada e saída permanece visível, para que fique clara a inexistência de desvios de combustível nuclear. Não há qualquer restrição de acesso aos estoques.
Essas medidas limitam o acesso à tecnologia, sem impedir a fiscalização dos fluxos e da produção, o que deveria ser suficiente para atender às exigências da AIEA. Apesar disso, um dos inspetores, de nacionalidade norte-americana, causou um sério incidente ao tentar espiar, nos estertores do governo Fernando Henrique, por baixo dos tapumes. Um físico da CNEN, que pratica artes marciais, impediu-o, pressionando sua cabeça contra o chão com o pé. A Agência Atômica estrilou. O governo brasileiro fez ouvidos moucos.
Onde entra o Irã na história? Bom, a república islâmica é signatária do Protocolo Adicional do TNP, aquele que permite inspeções irrestritas. Se Teerã, que permite a ação indiscriminada dos fiscais da AIEA, sofre sanções, seria questão de tempo sua aplicação contra nós, que condicionamos a ação das comitivas da Agência. Para o Itamaraty, e esse é um ponto diferencial entre governo e oposição no Brasil, antes de impor ações contra o regime dos aiatolás, deveriam ser esgotadas as tentativas de uma solução negociada. O chanceler Celso Amorim também considera necessária a comprovação de que o país asiático rompeu as regras do TNP e busca a produção de armas nucleares.
Para a oposição brasileira, as declarações do presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, deixam clara sua intenção de impor uma guerra de extermínio contra Israel. O Estado Judeu possui 200 ogivas nucleares e meios para lançá-las, embora não o admita publicamente, e não é signatário do TNP. Seria necessário deter o uso militar do programa nuclear iraniano de maneira a evitar um novo holocausto, que atingiria toda a Ásia Menor e parte da África e da Europa.
Os opositores consideram que o apoio irrestrito ao Irã contamina a justa posição brasileira de defesa de sua tecnologia nuclear, de uso pacífico. Lembram, também, de que já surgiram indícios de contravenções iranianas ao TNP, como a sonegação de uma unidade de enriquecimento aos inspetores da AIEA. Por último, reclamam, com boa dose de razão, do crescente endurecimento do regime islâmico, que, por semana, executa 15 opositores. Esses pontos foram destacados pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE), Eduardo Azeredo, que, em recente nota à imprensa, alertou para os riscos de isolamento internacional do Brasil.
O chanceler Celso Amorim, ao lado de seu colega turco, insiste na necessidade de negociação entre o Clube Atômico e o Irã. Ambos propuseram trabalhar como fiéis garantes para 1.200 quilos de urânio enriquecido, a 2%, por Teerã. Coincidência ou não, o ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, viajou hoje para a Europa. No roteiro, Paris, Roma e Ancara. É bom lembrar que o estoque necessitaria de proteção contra ações terroristas, que poderia incluir soldados brasileiros para dar um caráter multinacional ao destacamento de guarda.
Postado por Pedro Paulo Rezende
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O apoio brasileiro ao Irã tem fortes raízes na preservação do programa nuclear nacional, por mais estranho que possa parecer. Antes de insistir na maior necessidade de diálogo com o regime teocrático de Teerã, o Itamaraty obteve indícios para desconfiar das boas intenções de parte do Clube Atômico - formado por Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e República Popular da China. Por isso recusa-se a assinar o Protocolo Adicional ao Tratado de Não-Proliferação, que permite inspeções irrestritas e sem aviso prévio, às instalações nucleares. Os pontos principais, manifestos por diplomatas ligados ao chanceler Celso Amorim, seriam:
1. O Brasil é o único país que abriu mão constitucionalmente do uso militar da energia nuclear. Além disso, é signatário do TNP, do Tratado de Tlatelolco e do Acordo de Cooperação para o Desenvolvimento e a Aplicação dos Usos Pacíficos da Energia Nuclear entre o Brasil e a Argentina. Apesar disso, não recebe tratamento diferenciado nas inspeções. Pelo contrário. Alguns inspetores agiram de maneira invasiva em visitas à unidade de Resende;
2. Em sondagens, diplomatas de algumas nações do Clube Atômico insistiram que a posição brasileira de produzir seu próprio combustível nuclear é insensata sob o ponto de vista econômico.
3. Os mesmos países que insistem no desmonte do programa nuclear brasileiro recusam-se a acatar os termos do TNP que determinam o fim dos arsenais atômicos. Ao mesmo tempo, também não permitem que inspecionem suas instalações.
O Brasil, e isso é posição de Estado desde o governo Fernando Henrique, considera que a aplicação do TNP é desigual. Entende que os países do Clube Atômico deveriam implementar uma política clara e inequívoca para o desmonte de seus arsenais antes de imporem restrições a países que se restringem a programas de uso pacífico da energia nuclear. Em particular, diplomatas reclamam que o objetivo das grandes potências é monopolizar a produção de combustível para reatores, deixando para o Terceiro Mundo, a produção de matéria-prima processada, o chamado yellow cake (óxido de urânio).
Desenvolvendo um programa próprio, a partir de tecnologia alemã da década de 1950, a CNEN, apoiada pela Marinha, desenvolveu um método economicamente viável para a produção de urânio enriquecido a até 3%, suficiente para alimentar reatores para geração de energia elétrica. Basicamente, usa ultracentrífugas de projeto nacional. A primeira geração, empregada em Aramar, no Estado de São Paulo, é mecânica. A segunda, eletromagnética, atraiu a atenção estrangeira para a Usina de Resende.
Para defender patrimônio intelectual brasileiro, a CNEN só aceitou inspeções da AIEA em Resende depois de impor condições. As comitivas só são recebidas depois de aviso prévio. Painéis de madeira são montados para impedir que se vejam as ultracentrífugas eletromagnéticas. A tubulação de entrada e saída permanece visível, para que fique clara a inexistência de desvios de combustível nuclear. Não há qualquer restrição de acesso aos estoques.
Essas medidas limitam o acesso à tecnologia, sem impedir a fiscalização dos fluxos e da produção, o que deveria ser suficiente para atender às exigências da AIEA. Apesar disso, um dos inspetores, de nacionalidade norte-americana, causou um sério incidente ao tentar espiar, nos estertores do governo Fernando Henrique, por baixo dos tapumes. Um físico da CNEN, que pratica artes marciais, impediu-o, pressionando sua cabeça contra o chão com o pé. A Agência Atômica estrilou. O governo brasileiro fez ouvidos moucos.
Onde entra o Irã na história? Bom, a república islâmica é signatária do Protocolo Adicional do TNP, aquele que permite inspeções irrestritas. Se Teerã, que permite a ação indiscriminada dos fiscais da AIEA, sofre sanções, seria questão de tempo sua aplicação contra nós, que condicionamos a ação das comitivas da Agência. Para o Itamaraty, e esse é um ponto diferencial entre governo e oposição no Brasil, antes de impor ações contra o regime dos aiatolás, deveriam ser esgotadas as tentativas de uma solução negociada. O chanceler Celso Amorim também considera necessária a comprovação de que o país asiático rompeu as regras do TNP e busca a produção de armas nucleares.
Para a oposição brasileira, as declarações do presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, deixam clara sua intenção de impor uma guerra de extermínio contra Israel. O Estado Judeu possui 200 ogivas nucleares e meios para lançá-las, embora não o admita publicamente, e não é signatário do TNP. Seria necessário deter o uso militar do programa nuclear iraniano de maneira a evitar um novo holocausto, que atingiria toda a Ásia Menor e parte da África e da Europa.
Os opositores consideram que o apoio irrestrito ao Irã contamina a justa posição brasileira de defesa de sua tecnologia nuclear, de uso pacífico. Lembram, também, de que já surgiram indícios de contravenções iranianas ao TNP, como a sonegação de uma unidade de enriquecimento aos inspetores da AIEA. Por último, reclamam, com boa dose de razão, do crescente endurecimento do regime islâmico, que, por semana, executa 15 opositores. Esses pontos foram destacados pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE), Eduardo Azeredo, que, em recente nota à imprensa, alertou para os riscos de isolamento internacional do Brasil.
O chanceler Celso Amorim, ao lado de seu colega turco, insiste na necessidade de negociação entre o Clube Atômico e o Irã. Ambos propuseram trabalhar como fiéis garantes para 1.200 quilos de urânio enriquecido, a 2%, por Teerã. Coincidência ou não, o ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, viajou hoje para a Europa. No roteiro, Paris, Roma e Ancara. É bom lembrar que o estoque necessitaria de proteção contra ações terroristas, que poderia incluir soldados brasileiros para dar um caráter multinacional ao destacamento de guarda.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Caro Pepê:
Tive que cortar o nome do Chanceler turco no artigo acima, pois os caracteres diferentes não permitiam a postagem.
Tive que cortar o nome do Chanceler turco no artigo acima, pois os caracteres diferentes não permitiam a postagem.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Olha acreditar que o Brasil vai ficar isolado é no mínimo esquisito...para não dizer estranho, se alguém pegar todos os textos desse tópico verá que:
África do Sul, India, China, Russia, Brasil, Turquia são contra, ou seja, os países que hoje aumentam as regiões de influência encima do espaço deixado pelos americanos.
Acreditar que a França irá optar isolar o Brasil pelo Irã, é não conhecer o Sarco ou a própria França. A própria Europa vai ficar mergulhada em seus problemas internos, não vai querer arrumar sarna, com um país moderado como o nosso.
O Reino Unido está seriamente afetado pela crise na zona do Euro, tudo indica que não compraria uma briga contra África do Sul, Brasil e Turquia nesse momento.
No fundo EUA, Israel e Arabia Saudita estão sozinhos nessa cruzada, e o resultado dela pode ser uma Turquia como a força regional mais poderosa do OM...por isso, é bom colarmos neles.
Edit: O caso de Israel é peculiar por ter uma balança comercial favorável e muitos interesses no Brasil, deve continuar com uma campanha na mídia brasileira contra o Irã.
África do Sul, India, China, Russia, Brasil, Turquia são contra, ou seja, os países que hoje aumentam as regiões de influência encima do espaço deixado pelos americanos.
Acreditar que a França irá optar isolar o Brasil pelo Irã, é não conhecer o Sarco ou a própria França. A própria Europa vai ficar mergulhada em seus problemas internos, não vai querer arrumar sarna, com um país moderado como o nosso.
O Reino Unido está seriamente afetado pela crise na zona do Euro, tudo indica que não compraria uma briga contra África do Sul, Brasil e Turquia nesse momento.
No fundo EUA, Israel e Arabia Saudita estão sozinhos nessa cruzada, e o resultado dela pode ser uma Turquia como a força regional mais poderosa do OM...por isso, é bom colarmos neles.
Edit: O caso de Israel é peculiar por ter uma balança comercial favorável e muitos interesses no Brasil, deve continuar com uma campanha na mídia brasileira contra o Irã.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Já tinha lido ou ouvido algo sobre isso, mas pensei que tinha sido um chute no posterior do indivíduo. Ou talvez o "chute na bunda" tivesse sido usado metaforicamente.Apesar disso, um dos inspetores, de nacionalidade norte-americana, causou um sério incidente ao tentar espiar, nos estertores do governo Fernando Henrique, por baixo dos tapumes. Um físico da CNEN, que pratica artes marciais, impediu-o, pressionando sua cabeça contra o chão com o pé. A Agência Atômica estrilou. O governo brasileiro fez ouvidos moucos.
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Um apanhado muito lúcido da situação atual.Marino escreveu:Raízes do apoio ao Irã
O apoio brasileiro ao Irã tem fortes raízes na preservação do programa nuclear nacional...
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
A notícia abaixo mostra a reação de um pais que não possue armanento nuclear; face a um que o possui.
Podem chamar reação sul-coreana face ao ataque a sua Armada de tímida; cautelosa; prudente ou qualquer outro adjetivo que se queira.
Na verdade não trata-se de qual tipo de reação deveria ou não ser o correto... Trata-se da absoluta INCAPACIDADE de um pais sem artefatos nucleares retaliar um "inimigo nuclear".
Eles torpedearam nosso navio... Mataram nossa gente covardemente... sem aviso... E agora ???
Eu nunca gostaria de ver o nosso Brasil em uma postura dessas... Rabo entre as pernas.
A constatação desta situação pode desencadear nos paises nuclearmente desarmados, uma nova corrida visando o equilibrio nuclear face aos seus desafetos ou justamente para prevenir que esses possíveis desafetos não venham a surgir.
Segue a notícia...
SEUL (Reuters) - Os militares sul-coreanos acreditam que um torpedo disparado pela Coreia do Norte provocou o naufrágio de um navio no mês passado, com base em informações reunidas em conjunto com os Estados Unidos, disse a agência de notícias Yonhap nesta quinta-feira.
Se confirmado, terá sido um dos incidentes mais graves entre os dois rivais desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), e colocará mais pressão política sobre o presidente sul- coreano, Lee Myung-bak -- embora analistas não antevejam um conflito armado.
Logo após o incidente, o braço de inteligência dos militares notificou ao governo um "certo" envolvimento norte-coreano, segundo relato de uma fonte militar à Yonhap.
Lee tem sido criticado por um suposto excesso de cautela no trato com a Coreia do Norte. O governo exigiu uma minuciosa investigação do naufrágio, que teria matado até 46 marinheiros.
A reação comedida da Coreia do Sul tranquilizou os mercados, e o ministério da Defesa disse que não comentaria o assunto.
"Os submarinos da Coreia do Norte estão todos armados com torpedos pesados, com ogivas de 200 quilos, disse a fonte militar à Yonhap. "A avaliação da inteligência militar é de que o Norte atacou com um torpedo pesado."
A embarcação militar Cheonan naufragou perto de um trecho de fronteira marítima disputada entre as duas Coreias. O governo pretende içar em breve a metade frontal da embarcação de 1.200 toneladas, e só depois disso irá se manifestar oficialmente sobre a causa da explosão que a afundou.
Mesmo se a culpa for atribuída a Pyongyang, há pouco que Seul possa fazer, segundo analistas, porque uma reação militar poderia prejudicar a rápida recuperação econômica sul-coreana, além de fortalecer internamente o regime comunista norte-americano.
Sob o governo de Lee, a Coreia do Sul abandonou a ajuda incondicional ao Norte, de modo a pressionar o miserável vizinho a abrir mão de suas armas, especialmente as atômicas.
"A questão nuclear ainda não foi resolvida. Isso e o incidente do Cheonan servem para infligir um impacto negativo sobre o governo Lee", disse o analista político Lee Nam- young, da Universidade Sejong, em Seul.
A reclusa Coreia do Norte negou envolvimento com o naufrágio na costa oeste da península, cenário de duas letais batalhas navais na última década. Pyongyang acusou Lee de usar o incidente para obter benefícios políticos antes das eleições locais sul-coreanas de junho.
Podem chamar reação sul-coreana face ao ataque a sua Armada de tímida; cautelosa; prudente ou qualquer outro adjetivo que se queira.
Na verdade não trata-se de qual tipo de reação deveria ou não ser o correto... Trata-se da absoluta INCAPACIDADE de um pais sem artefatos nucleares retaliar um "inimigo nuclear".
Eles torpedearam nosso navio... Mataram nossa gente covardemente... sem aviso... E agora ???
Eu nunca gostaria de ver o nosso Brasil em uma postura dessas... Rabo entre as pernas.
A constatação desta situação pode desencadear nos paises nuclearmente desarmados, uma nova corrida visando o equilibrio nuclear face aos seus desafetos ou justamente para prevenir que esses possíveis desafetos não venham a surgir.
Segue a notícia...
SEUL (Reuters) - Os militares sul-coreanos acreditam que um torpedo disparado pela Coreia do Norte provocou o naufrágio de um navio no mês passado, com base em informações reunidas em conjunto com os Estados Unidos, disse a agência de notícias Yonhap nesta quinta-feira.
Se confirmado, terá sido um dos incidentes mais graves entre os dois rivais desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), e colocará mais pressão política sobre o presidente sul- coreano, Lee Myung-bak -- embora analistas não antevejam um conflito armado.
Logo após o incidente, o braço de inteligência dos militares notificou ao governo um "certo" envolvimento norte-coreano, segundo relato de uma fonte militar à Yonhap.
Lee tem sido criticado por um suposto excesso de cautela no trato com a Coreia do Norte. O governo exigiu uma minuciosa investigação do naufrágio, que teria matado até 46 marinheiros.
A reação comedida da Coreia do Sul tranquilizou os mercados, e o ministério da Defesa disse que não comentaria o assunto.
"Os submarinos da Coreia do Norte estão todos armados com torpedos pesados, com ogivas de 200 quilos, disse a fonte militar à Yonhap. "A avaliação da inteligência militar é de que o Norte atacou com um torpedo pesado."
A embarcação militar Cheonan naufragou perto de um trecho de fronteira marítima disputada entre as duas Coreias. O governo pretende içar em breve a metade frontal da embarcação de 1.200 toneladas, e só depois disso irá se manifestar oficialmente sobre a causa da explosão que a afundou.
Mesmo se a culpa for atribuída a Pyongyang, há pouco que Seul possa fazer, segundo analistas, porque uma reação militar poderia prejudicar a rápida recuperação econômica sul-coreana, além de fortalecer internamente o regime comunista norte-americano.
Sob o governo de Lee, a Coreia do Sul abandonou a ajuda incondicional ao Norte, de modo a pressionar o miserável vizinho a abrir mão de suas armas, especialmente as atômicas.
"A questão nuclear ainda não foi resolvida. Isso e o incidente do Cheonan servem para infligir um impacto negativo sobre o governo Lee", disse o analista político Lee Nam- young, da Universidade Sejong, em Seul.
A reclusa Coreia do Norte negou envolvimento com o naufrágio na costa oeste da península, cenário de duas letais batalhas navais na última década. Pyongyang acusou Lee de usar o incidente para obter benefícios políticos antes das eleições locais sul-coreanas de junho.
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Na verdade foi um belo pisão no ouvido mesmo...Junker escreveu:Já tinha lido ou ouvido algo sobre isso, mas pensei que tinha sido um chute no posterior do indivíduo. Ou talvez o "chute na bunda" tivesse sido usado metaforicamente.Apesar disso, um dos inspetores, de nacionalidade norte-americana, causou um sério incidente ao tentar espiar, nos estertores do governo Fernando Henrique, por baixo dos tapumes. Um físico da CNEN, que pratica artes marciais, impediu-o, pressionando sua cabeça contra o chão com o pé. A Agência Atômica estrilou. O governo brasileiro fez ouvidos moucos.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Lula : "Só loucura leva a armas nucleares"
Renata Giraldi, Agência Brasil
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou hoje (22) que, ao defender o direito de o Irã desenvolver seu próprio programa nuclear, esteja colocando em risco sua biografia. Lula também rebateu as críticas sobre ameaças à segurança em decorrência das suspeitas de que os iranianos supostamente escondem a fabricação de bomba atômica. Para ele, a expectativa é que ninguém tenha momento de loucura e utilize a tecnologia nuclear para fabricar armamentos.
Por isso que acreditamos que os fóruns multilaterais vão decidir essa garantia [de segurança a todos os governos por meio de tratados, acordos e documentos] para todos nós, sempre na expectativa de que ninguém tenha momento de loucura e queira utilizar para outra coisa, afirmou Lula após receber o presidente do Líbano, Michel Sleiman, no Itamaraty.
Para Lula, o governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, tem os mesmos direitos dados ao governo brasileiro. Em busca de uma solução pacífica que impeça eventuais sanções por parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Lula envia hoje o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para Teerã (Irã), Istambul (Turquia) e Moscou (Rússia).
Segundo Lula, é obrigação de todos buscar um acordo de paz e preservar o direito de cada país de ter seu programa de desenvolvimento de energia nuclear por representar o caminho para a preservação do meio ambiente e também para vários projetos pacíficos. O risco maior que eu poderia ter era me omitir achando que só alguns países podem cuidar da paz, disse ele.
O presidente ressaltou que a polêmica em torno do Irã põe em dúvida se o programa nuclear do país é para fins pacíficos ou vai ser desenvolvido para a fabricação de bombas atômicas. Segundo ele, o esforço é para compatibilizar o discurso e tentar evitar o acirramento da crise. No discurso durante almoço oferecido ao presidente libanês, Lula disse que as indefinições sobre o Irã ameaçam a paz, depois explicou que é necessário buscar um discurso único: Nós queremos compatibilizar um só discurso, uma só voz e uma só paz.
Lula reiterou sua confiança na palavra de Ahmadinejad que nega as acusações de fabricação de armamentos e informa que o programa nuclear iraniano tem fins pacíficos. Segundo o presidente, Irã e Brasil têm direitos iguais. Nós defendemos a utilização de energia nuclear para fins pacíficos, queremos para o Irã o que queremos para o Brasil, afirmou. Nós temos autoridade moral e política para discutir este assunto com quem quer que seja. A paz não é privilégio de um ou outro país, todos praticam cotidianamente a paz.
Repetindo o que afirmou durante almoço oferecido ao presidente libanês, Lula disse que para buscar uma solução para a paz é fundamental resolver pendências entre palestinos e israelenses, no Oriente Médio, e a pressão no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Para que se construa a paz é preciso resolver problemas no Oriente Médio e entre o Conselho de Segurança e o Irã. Por isso queremos encontrar uma saída negociada, afirmou.
Renata Giraldi, Agência Brasil
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou hoje (22) que, ao defender o direito de o Irã desenvolver seu próprio programa nuclear, esteja colocando em risco sua biografia. Lula também rebateu as críticas sobre ameaças à segurança em decorrência das suspeitas de que os iranianos supostamente escondem a fabricação de bomba atômica. Para ele, a expectativa é que ninguém tenha momento de loucura e utilize a tecnologia nuclear para fabricar armamentos.
Por isso que acreditamos que os fóruns multilaterais vão decidir essa garantia [de segurança a todos os governos por meio de tratados, acordos e documentos] para todos nós, sempre na expectativa de que ninguém tenha momento de loucura e queira utilizar para outra coisa, afirmou Lula após receber o presidente do Líbano, Michel Sleiman, no Itamaraty.
Para Lula, o governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, tem os mesmos direitos dados ao governo brasileiro. Em busca de uma solução pacífica que impeça eventuais sanções por parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Lula envia hoje o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para Teerã (Irã), Istambul (Turquia) e Moscou (Rússia).
Segundo Lula, é obrigação de todos buscar um acordo de paz e preservar o direito de cada país de ter seu programa de desenvolvimento de energia nuclear por representar o caminho para a preservação do meio ambiente e também para vários projetos pacíficos. O risco maior que eu poderia ter era me omitir achando que só alguns países podem cuidar da paz, disse ele.
O presidente ressaltou que a polêmica em torno do Irã põe em dúvida se o programa nuclear do país é para fins pacíficos ou vai ser desenvolvido para a fabricação de bombas atômicas. Segundo ele, o esforço é para compatibilizar o discurso e tentar evitar o acirramento da crise. No discurso durante almoço oferecido ao presidente libanês, Lula disse que as indefinições sobre o Irã ameaçam a paz, depois explicou que é necessário buscar um discurso único: Nós queremos compatibilizar um só discurso, uma só voz e uma só paz.
Lula reiterou sua confiança na palavra de Ahmadinejad que nega as acusações de fabricação de armamentos e informa que o programa nuclear iraniano tem fins pacíficos. Segundo o presidente, Irã e Brasil têm direitos iguais. Nós defendemos a utilização de energia nuclear para fins pacíficos, queremos para o Irã o que queremos para o Brasil, afirmou. Nós temos autoridade moral e política para discutir este assunto com quem quer que seja. A paz não é privilégio de um ou outro país, todos praticam cotidianamente a paz.
Repetindo o que afirmou durante almoço oferecido ao presidente libanês, Lula disse que para buscar uma solução para a paz é fundamental resolver pendências entre palestinos e israelenses, no Oriente Médio, e a pressão no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Para que se construa a paz é preciso resolver problemas no Oriente Médio e entre o Conselho de Segurança e o Irã. Por isso queremos encontrar uma saída negociada, afirmou.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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