EUA x Irã
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Re: EUA x Irã
Amorim diz que acordo sobre o Irã não pode ser ignorado
Video:
http://noticias.uol.com.br/ultnot/multi ... Id=3775653
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Re: EUA x Irã
19/05/2010 - 15h16
Brasil e Turquia enviam carta ao Conselho de Segurança da ONU
Após o acordo tripartite firmado entre Brasil, Turquia e Irã sobre o programa nuclear iraniano, uma declaração conjunta assinada pelos chanceleres da Turquia e Brasil foi enviada ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), nesta quarta-feira (19), esclarecendo detalhes da troca de urânio enriquecido por combustível nuclear e reiterando aos membros do Conselho o compromisso dos três países em manter os termos do acordo. A carta pede que os países do Conselho evitem as sanções e deem uma chance às negociações pacíficas.
Leia íntegra:
"Excelência,
Nós temos o prazer de encaminhar em anexo uma cópia da 'Declaração Conjunta emitida por Irã, Turquia e Brasil', redigida pela Sua Excelência Mahmoud Ahmadinejad, presidente da República Islâmica do Irã, Sua Excelência Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil e Sua Excelência Recep Tayyip Erdogan, primeiro-ministro da República da Turquia, em Teerã no dia 17 de maio de 2010.
A Declaração Conjunta foi assinada pela Sua Excelência Manucher Mottaki, ministro das Relações Exteriores da República Islâmica do Irã, Sua Excelência Ahmet Davutoglu, ministro de Assuntos Estrangeiros da República da Turquia e Sua Excelência Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores da República Federativa do Brasil.
A Declaração Conjunta destaca o direito de desenvolver pesquisa, produção e uso de energia nuclear para fins pacíficos e ao mesmo tempo sublinha a forte convicção dos três países de que a troca de combustível nuclear providenciará uma oportunidade para dar início a um processo que visa futuramente objetivar a criação de uma atmosfera positiva, construtiva e não-confrontacional levando a uma era de interação e cooperação.
A Declaração reflete, neste contexto, a clara concordância do Irã em depositar 1.200 quilogramas de urânio enriquecido (LEU, na sigla em inglês) na Turquia. Ela também determina um mapa de atuação realista e atingível levando aos acordos e medidas necessários que devem ser negociados entre as partes diretamente envolvidas, dentro de prazos específicos, para a provisão de 120 quilogramas de combustível nuclear necessários ao Reator de Pesquisa de Teerã (TRR, na sigla em inglês), em troca do urânio enriquecido depositado.
Nós temos plena confiança de que o P5 + 1 revisará a Declaração Conjunta com a visão de concretizar o caminho tanto para o reabastecimento do Reator de Pesquisa de Teerã (TRR) da maneira mais eficiente e efetiva e considerando assuntos relacionados com o programa nuclear iraniano quanto os assuntos mais amplos de interesse mútuo, através de um diálogo construtivo.
O Brasil e a Turquia estão convencidos de que é chegada a hora de dar uma chance às negociações para evitar medidas que são prejudiciais à uma solução pacífica para esta questão.
Por favor aceite, Sua Excelência, as garantias de nossa mais alta consideração".
Celso Amorim - Ministro das Relações Exteriores da República Federativa do Brasil
Ahmet Davutoglu - Ministro de Assuntos Estrangeiros da República da Turquia
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 7541.shtml
Brasil e Turquia enviam carta ao Conselho de Segurança da ONU
Após o acordo tripartite firmado entre Brasil, Turquia e Irã sobre o programa nuclear iraniano, uma declaração conjunta assinada pelos chanceleres da Turquia e Brasil foi enviada ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), nesta quarta-feira (19), esclarecendo detalhes da troca de urânio enriquecido por combustível nuclear e reiterando aos membros do Conselho o compromisso dos três países em manter os termos do acordo. A carta pede que os países do Conselho evitem as sanções e deem uma chance às negociações pacíficas.
Leia íntegra:
"Excelência,
Nós temos o prazer de encaminhar em anexo uma cópia da 'Declaração Conjunta emitida por Irã, Turquia e Brasil', redigida pela Sua Excelência Mahmoud Ahmadinejad, presidente da República Islâmica do Irã, Sua Excelência Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil e Sua Excelência Recep Tayyip Erdogan, primeiro-ministro da República da Turquia, em Teerã no dia 17 de maio de 2010.
A Declaração Conjunta foi assinada pela Sua Excelência Manucher Mottaki, ministro das Relações Exteriores da República Islâmica do Irã, Sua Excelência Ahmet Davutoglu, ministro de Assuntos Estrangeiros da República da Turquia e Sua Excelência Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores da República Federativa do Brasil.
A Declaração Conjunta destaca o direito de desenvolver pesquisa, produção e uso de energia nuclear para fins pacíficos e ao mesmo tempo sublinha a forte convicção dos três países de que a troca de combustível nuclear providenciará uma oportunidade para dar início a um processo que visa futuramente objetivar a criação de uma atmosfera positiva, construtiva e não-confrontacional levando a uma era de interação e cooperação.
A Declaração reflete, neste contexto, a clara concordância do Irã em depositar 1.200 quilogramas de urânio enriquecido (LEU, na sigla em inglês) na Turquia. Ela também determina um mapa de atuação realista e atingível levando aos acordos e medidas necessários que devem ser negociados entre as partes diretamente envolvidas, dentro de prazos específicos, para a provisão de 120 quilogramas de combustível nuclear necessários ao Reator de Pesquisa de Teerã (TRR, na sigla em inglês), em troca do urânio enriquecido depositado.
Nós temos plena confiança de que o P5 + 1 revisará a Declaração Conjunta com a visão de concretizar o caminho tanto para o reabastecimento do Reator de Pesquisa de Teerã (TRR) da maneira mais eficiente e efetiva e considerando assuntos relacionados com o programa nuclear iraniano quanto os assuntos mais amplos de interesse mútuo, através de um diálogo construtivo.
O Brasil e a Turquia estão convencidos de que é chegada a hora de dar uma chance às negociações para evitar medidas que são prejudiciais à uma solução pacífica para esta questão.
Por favor aceite, Sua Excelência, as garantias de nossa mais alta consideração".
Celso Amorim - Ministro das Relações Exteriores da República Federativa do Brasil
Ahmet Davutoglu - Ministro de Assuntos Estrangeiros da República da Turquia
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 7541.shtml
Re: EUA x Irã
IRÃ: A SINTONIA ENTRE FALCÕES E TUCANOS
A atabalhoada reação norte-americana ao acordo com o Irã, negando uma proposta que há seis meses vocalizava como imperativo da paz, demonstra que a prioridade da Casa Branca não é, nunca foi, conter a proliferação nuclear no Oriente Médio.
Seu objetivo agora explícito, ao preconizar uma escalada de sanções que incluem a interceptação de navios iranianos em alto mar e a devassa no Banco Central do país, é a rendição incondicional de Teerã à hegemonia dos EUA e a de seus aliados na região.
A paz é secundária nesse jogo de xadrez em que Washington só aceita o xeque-mate a seu favor. O termo 'rendição incondicional' foi apropriadamente utilizado pela arguta analista da Folha, Claudia Antunes, para descrever a estratégia de guerra embutida no vocabulário da paz expresso nos movimentos públicos e reservados de Obama e da secretaria Hillary Clinton nos últimos dias.
Obama ligou para Medvedev e tentou catequizá-lo por uma hora e 30 minutos para sabotar a iniciativa brasileira de paz pouco antes do desembarque de Lula em Moscou.
Fez o mesmo com o principado do Qatar, horas antes da chegada da comitiva brasileira. Desnuda-se à opinião pública mundial que o Departamento de Estado norte-americano opera para derrubar governo iraniano, sendo o Tratado de Não Proliferação Nuclear mero adereço de mão desse desfile bélico.
As 'armas de destruição em massa' cumpriram papel semelhante na pavimentação do ataque desastrado ao Iraque que jogou os EUA em um novo atoleiro no Oriente Médio.
O desenlace desta vez --se 'bem sucedido', o que é a cada dia mais controverso-- seria possivelmente instalar em Teerã um regime da estrita confiança de Washington, a exemplo das notáveis 'democracias' reinantes na 'liberal' Arábia Saudita ou no Qatar.
É a sintonia sabuja com essa lógica de isolamento e golpe que o candidato da coalizão demotucana, José Serra, expressou recentemente em entrevista à RBS, ao dizer: " 'Eu não receberia, nem visitaria Ahmadinejad'. A subserviência soa como música aos ouvidos dos falcões de Washington nesses dias.
Fica claro, porém, em mais esse aspecto, que o Brasil de hoje não é o de ontem; e que Serra não é, nunca foi, nem poderia ser um continuador da política de Lula, tanto no plano doméstico, quanto no cenário internacional.
(Carta Maior e o confronto entre dois projetos de país e de soberania;19-05)
A atabalhoada reação norte-americana ao acordo com o Irã, negando uma proposta que há seis meses vocalizava como imperativo da paz, demonstra que a prioridade da Casa Branca não é, nunca foi, conter a proliferação nuclear no Oriente Médio.
Seu objetivo agora explícito, ao preconizar uma escalada de sanções que incluem a interceptação de navios iranianos em alto mar e a devassa no Banco Central do país, é a rendição incondicional de Teerã à hegemonia dos EUA e a de seus aliados na região.
A paz é secundária nesse jogo de xadrez em que Washington só aceita o xeque-mate a seu favor. O termo 'rendição incondicional' foi apropriadamente utilizado pela arguta analista da Folha, Claudia Antunes, para descrever a estratégia de guerra embutida no vocabulário da paz expresso nos movimentos públicos e reservados de Obama e da secretaria Hillary Clinton nos últimos dias.
Obama ligou para Medvedev e tentou catequizá-lo por uma hora e 30 minutos para sabotar a iniciativa brasileira de paz pouco antes do desembarque de Lula em Moscou.
Fez o mesmo com o principado do Qatar, horas antes da chegada da comitiva brasileira. Desnuda-se à opinião pública mundial que o Departamento de Estado norte-americano opera para derrubar governo iraniano, sendo o Tratado de Não Proliferação Nuclear mero adereço de mão desse desfile bélico.
As 'armas de destruição em massa' cumpriram papel semelhante na pavimentação do ataque desastrado ao Iraque que jogou os EUA em um novo atoleiro no Oriente Médio.
O desenlace desta vez --se 'bem sucedido', o que é a cada dia mais controverso-- seria possivelmente instalar em Teerã um regime da estrita confiança de Washington, a exemplo das notáveis 'democracias' reinantes na 'liberal' Arábia Saudita ou no Qatar.
É a sintonia sabuja com essa lógica de isolamento e golpe que o candidato da coalizão demotucana, José Serra, expressou recentemente em entrevista à RBS, ao dizer: " 'Eu não receberia, nem visitaria Ahmadinejad'. A subserviência soa como música aos ouvidos dos falcões de Washington nesses dias.
Fica claro, porém, em mais esse aspecto, que o Brasil de hoje não é o de ontem; e que Serra não é, nunca foi, nem poderia ser um continuador da política de Lula, tanto no plano doméstico, quanto no cenário internacional.
(Carta Maior e o confronto entre dois projetos de país e de soberania;19-05)
Re: EUA x Irã
Gostei dessa notícia de Moscou se mostrando preocupado com a reação dos Americanos. Eu estava achando que haviamos sido ignorados pelos Americanos e pelo CS, e que as ações no Irã haviam sido desprezadas. Mas agora parece que o tal esboço aprovado por todo mundo na verdade era um rascunho pré-acordo, e que os americanos, focados na sua visão do Irã, tentaram detonar o acordo antes que o Irã o submeta à ONU.(isso sem a concordância de China e Rússia, e possívelmente, da França, apesar que essa última deve ficar do lado dos americanos por hora)
Se for fato que Moscou não apoia o acordo no momento, o Brasil conseguiu o seu intento, que é mostrar que os EUA e o CS como estão hoje não tem mais legitimidade na representação dos interesses da ONU, e que o CS precisa ser mudado.
Allan
Se for fato que Moscou não apoia o acordo no momento, o Brasil conseguiu o seu intento, que é mostrar que os EUA e o CS como estão hoje não tem mais legitimidade na representação dos interesses da ONU, e que o CS precisa ser mudado.
Allan
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Re: EUA x Irã
Terça feira vai pegar fogo. (Dia da votação).
A expectativa do proximo capitulo ta maior que a de series etc . Muitas discussões acaloradas em varios foruns e muita gente pra ensinar que geopolitica é mais do que escutar analista da globo.
A expectativa do proximo capitulo ta maior que a de series etc . Muitas discussões acaloradas em varios foruns e muita gente pra ensinar que geopolitica é mais do que escutar analista da globo.
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Re: EUA x Irã
Não sei se já foi postado...
Acordo nuclear para o Irã: comentário em destaque
18 de maio de 2010, em Análise, Opinião, Política, Relações Internacionais, Tecnologia, Tecnologias Sensíveis, por Nunão
http://www.forte.jor.br/2010/05/18/acor ... -destaque/
Reproduzimos aqui o comentário da leitora Elizabeth, enviado em 18/05/2010, às 2:30, na matéria “Israel diz que Irã enganou Brasil e Turquia“. Uma análise que coloca em perspectiva aspectos técnicos, políticos e estratégicos muito interessantes a respeito do acordo de troca de material nuclear para o Irã, costurado pela diplomacia brasileira e turca.
“Deixa-me rapidamente explicar a questão da “bomba iraniana”, um assunto complexo altamente resumido.
Para você ter uma bomba atômica é necessário dois tipos de combustível. Urânio acima de 90% ou Plutônio.
Enriquecer Urânio a 90% é caríssimo e demora, foi utilizado no projeto Manhattan como pulverização de risco, não se sabia ao certo se uma bomba de plutônio com a tecnológica da época seria possível nem se urânio a 90% seria viável, então se tentou as duas coisas e ambas deram certo, gerando duas bombas tecnicamente distintas, Fat Man (plutônio) e Litlle Boy (Urânio).
Desde os anos 50, o caminho pelo qual quase todas as bombas atômicas são feitas é pelo uso de plutônio. Para obter este combustível você coloca urânio e um reator e dentro de algum tempo ele produz plutônio.
A questão é que tipo de Urânio você precisa colocar em função do modelo de reator.
Reatores água leve pressurizada: Coloca-se urânio enriquecido.
Reatores água pesada ou grafite: Coloca-se urânio natural (sem enriquecimento).
Os engenheiros iranianos assim como seus colegas do projeto Manhattan sabem que tem muitos desafios técnicos proporcionais a sua tecnologia disponível, então decidiram partir por dois caminhos diferentes.
Caminho 1. O urânio é retirado de três minas na região central do país e levado a uma localidade chamada Ardacam, lá é purificado e gerado o Yellow Cake, depois em Fasa é feita a conversão para hexafluoreto de urânio que é enriquecido em Ramandeh. Este urânio volta para Fasa onde são montados os conjuntos de combustível e estes irão abastecer a usina de Bushehr. Esta usina esta em operação inicial desde o ano passado.
Este é um caminho muito análogo ao Brasileiro deste a mineração a usina o processo é eminentemente civil. O único jeito de construir uma bomba por este caminho é retirar plutônio da usina de Bushehr que é fiscalizada pelos russos e nem mesmo os EUA tem desconfianças quando a honestidade russa neste processo.
Caminho 2. Este é o caminho da bomba iraniana. O caminho do urânio é o mesmo desde as minas na região central até a conversão em Yellow Cake em Ardacam. Porem em Arak, próximo a Teerã há a um reator de água pesada sendo construído, este tipo de reator utiliza urânio natural (que não passa por enriquecimento e portando por controle de nenhum país externo), utiliza água pesada que é fabricada em Kondabh (também próximo a Teerã), ao fabricar água pesada o Ira não precisa de negociar com exportadores deste tipo de insumo da industria nuclear como Argentina e Canadá.
O reator presente em Arak tem algumas características digamos “suspeitas”,
O primeiro é a sua pequena potencia. Ele tem 40MW de potencia térmica o que dá menos de 5MW de potencia útil, se fosse utilizado para gerar eletricidade forneceria o suficiente para uma cidade de apenas 40.000 habitantes.
O segundo é a utilização de urânio natural, por ser moderado a água pesada (livre portando dos percalços políticos e tecnológicos associados ao enriquecimento de urânio).
O terceiro é a sua proximidade com Teerã, um local com pouca estabilidade sísmica (onde normalmente não se constrói reatores por motivos óbvios), mas que é mais facilmente defendido de um ataque aéreo pela proximidade com a capital. O reator de Bushehr por exemplo, esta a 1300Km de Teerã, as margens do golfo não é um lugar fácil de ser atingido por um inimigo, mas é construído em um dos únicos lugares sismicamente estáveis do Irã, por ser um reator comercial não é um algo militar legítimo.
O atual acordo de troca de urânio enriquecido em solo turco muda algo no “caminho da bomba”, na pratica não porque ele esta associado ao “caminho 1” onde os fins são a usina de Bushehr que tem a Rússia como fiadora e utilizações médicas e cientificas de material nuclear enriquecido.
Já o caminho 2, aquele que passa pelo reator de Arak este em nada é afetado, porque como vimos este tipo de reator opera com urânio natural.
EUA e Rússia sabem disto, que esta ofensiva diplomática brasileira dá ao Irã um credito político junto a comunidade internacional, porque afinal de contas o “Irã cedeu” em alguma coisa.
Cedeu porem em um aspecto que nada influencia seu “caminho da bomba”. E tenham certeza esta pirotecnia diplomática brasileira em muito irritou aos países que defendem sanções ao Irã, porque em nada impede o Irã de seguir o caminho da bomba.
Em muito ajuda ganhar tempo ao governo de Teerã.
Porque EUA e Rússia não criticam o Brasil abertamente? Em um primeiro momento para não parecer que estão com dor de cotovelo diplomático, até porque não estão; o que Lula fez foi ajudar Mahmoud Ahmadinejad a parecer mais “flexivel” perante o mundo enquanto seu plano da bomba continua inalterado.
O reator de Arak fica pronto daqui a 12 meses bem como a fabricação de água pesada em Kondabh. Estes são os alvos mais estratégicos para um ataque contra o Irã.
Até 2015 haverá plutônio suficiente para a produção das primeiras ogivas. A bomba atômica do Irã esta com seu make-up de engenharia pronto, falta o combustível e o iniciador de nêutrons.
Informações da Casa Branca, tendenciosas como aquelas produzidas contra o Iraque em 2003?
Não, isto são dados da inteligência russa, país que mais coopera com o Irã hoje em programas nucleares civis, mas que tem colocado mais energia política e diplomática nos últimos 5 anos para evitar um Irã nuclear.
Sabedoria política que sobra em Moscou, mas que falta em Brasília.”
Elizabeth
IMAGEM (complexos em Arak, no Irã, e Kushab, no Paquistão): Global Security
Obs – a imagem foi escolhida pela editoria do Blog, não pela autora do comentário.
Acordo nuclear para o Irã: comentário em destaque
18 de maio de 2010, em Análise, Opinião, Política, Relações Internacionais, Tecnologia, Tecnologias Sensíveis, por Nunão
http://www.forte.jor.br/2010/05/18/acor ... -destaque/
Reproduzimos aqui o comentário da leitora Elizabeth, enviado em 18/05/2010, às 2:30, na matéria “Israel diz que Irã enganou Brasil e Turquia“. Uma análise que coloca em perspectiva aspectos técnicos, políticos e estratégicos muito interessantes a respeito do acordo de troca de material nuclear para o Irã, costurado pela diplomacia brasileira e turca.
“Deixa-me rapidamente explicar a questão da “bomba iraniana”, um assunto complexo altamente resumido.
Para você ter uma bomba atômica é necessário dois tipos de combustível. Urânio acima de 90% ou Plutônio.
Enriquecer Urânio a 90% é caríssimo e demora, foi utilizado no projeto Manhattan como pulverização de risco, não se sabia ao certo se uma bomba de plutônio com a tecnológica da época seria possível nem se urânio a 90% seria viável, então se tentou as duas coisas e ambas deram certo, gerando duas bombas tecnicamente distintas, Fat Man (plutônio) e Litlle Boy (Urânio).
Desde os anos 50, o caminho pelo qual quase todas as bombas atômicas são feitas é pelo uso de plutônio. Para obter este combustível você coloca urânio e um reator e dentro de algum tempo ele produz plutônio.
A questão é que tipo de Urânio você precisa colocar em função do modelo de reator.
Reatores água leve pressurizada: Coloca-se urânio enriquecido.
Reatores água pesada ou grafite: Coloca-se urânio natural (sem enriquecimento).
Os engenheiros iranianos assim como seus colegas do projeto Manhattan sabem que tem muitos desafios técnicos proporcionais a sua tecnologia disponível, então decidiram partir por dois caminhos diferentes.
Caminho 1. O urânio é retirado de três minas na região central do país e levado a uma localidade chamada Ardacam, lá é purificado e gerado o Yellow Cake, depois em Fasa é feita a conversão para hexafluoreto de urânio que é enriquecido em Ramandeh. Este urânio volta para Fasa onde são montados os conjuntos de combustível e estes irão abastecer a usina de Bushehr. Esta usina esta em operação inicial desde o ano passado.
Este é um caminho muito análogo ao Brasileiro deste a mineração a usina o processo é eminentemente civil. O único jeito de construir uma bomba por este caminho é retirar plutônio da usina de Bushehr que é fiscalizada pelos russos e nem mesmo os EUA tem desconfianças quando a honestidade russa neste processo.
Caminho 2. Este é o caminho da bomba iraniana. O caminho do urânio é o mesmo desde as minas na região central até a conversão em Yellow Cake em Ardacam. Porem em Arak, próximo a Teerã há a um reator de água pesada sendo construído, este tipo de reator utiliza urânio natural (que não passa por enriquecimento e portando por controle de nenhum país externo), utiliza água pesada que é fabricada em Kondabh (também próximo a Teerã), ao fabricar água pesada o Ira não precisa de negociar com exportadores deste tipo de insumo da industria nuclear como Argentina e Canadá.
O reator presente em Arak tem algumas características digamos “suspeitas”,
O primeiro é a sua pequena potencia. Ele tem 40MW de potencia térmica o que dá menos de 5MW de potencia útil, se fosse utilizado para gerar eletricidade forneceria o suficiente para uma cidade de apenas 40.000 habitantes.
O segundo é a utilização de urânio natural, por ser moderado a água pesada (livre portando dos percalços políticos e tecnológicos associados ao enriquecimento de urânio).
O terceiro é a sua proximidade com Teerã, um local com pouca estabilidade sísmica (onde normalmente não se constrói reatores por motivos óbvios), mas que é mais facilmente defendido de um ataque aéreo pela proximidade com a capital. O reator de Bushehr por exemplo, esta a 1300Km de Teerã, as margens do golfo não é um lugar fácil de ser atingido por um inimigo, mas é construído em um dos únicos lugares sismicamente estáveis do Irã, por ser um reator comercial não é um algo militar legítimo.
O atual acordo de troca de urânio enriquecido em solo turco muda algo no “caminho da bomba”, na pratica não porque ele esta associado ao “caminho 1” onde os fins são a usina de Bushehr que tem a Rússia como fiadora e utilizações médicas e cientificas de material nuclear enriquecido.
Já o caminho 2, aquele que passa pelo reator de Arak este em nada é afetado, porque como vimos este tipo de reator opera com urânio natural.
EUA e Rússia sabem disto, que esta ofensiva diplomática brasileira dá ao Irã um credito político junto a comunidade internacional, porque afinal de contas o “Irã cedeu” em alguma coisa.
Cedeu porem em um aspecto que nada influencia seu “caminho da bomba”. E tenham certeza esta pirotecnia diplomática brasileira em muito irritou aos países que defendem sanções ao Irã, porque em nada impede o Irã de seguir o caminho da bomba.
Em muito ajuda ganhar tempo ao governo de Teerã.
Porque EUA e Rússia não criticam o Brasil abertamente? Em um primeiro momento para não parecer que estão com dor de cotovelo diplomático, até porque não estão; o que Lula fez foi ajudar Mahmoud Ahmadinejad a parecer mais “flexivel” perante o mundo enquanto seu plano da bomba continua inalterado.
O reator de Arak fica pronto daqui a 12 meses bem como a fabricação de água pesada em Kondabh. Estes são os alvos mais estratégicos para um ataque contra o Irã.
Até 2015 haverá plutônio suficiente para a produção das primeiras ogivas. A bomba atômica do Irã esta com seu make-up de engenharia pronto, falta o combustível e o iniciador de nêutrons.
Informações da Casa Branca, tendenciosas como aquelas produzidas contra o Iraque em 2003?
Não, isto são dados da inteligência russa, país que mais coopera com o Irã hoje em programas nucleares civis, mas que tem colocado mais energia política e diplomática nos últimos 5 anos para evitar um Irã nuclear.
Sabedoria política que sobra em Moscou, mas que falta em Brasília.”
Elizabeth
IMAGEM (complexos em Arak, no Irã, e Kushab, no Paquistão): Global Security
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Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: EUA x Irã
Agora a china...dei uma olhada no artigo da the economist apenas, mensagens positivas ao acordo são mais de 80%...
Esse é de três semanas atrás, mas a India não mudou de opinião...
Esse é de três semanas atrás, mas a India não mudou de opinião...
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: EUA x Irã
Se este acordo não altera em nada o programa Iraniano poque ele foi proposto no ano passado? Tem alguma coisa errada nessa histórinha aí.
- marcelo l.
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Re: EUA x Irã
Ahmadinejad diz “obrigado América”
Immanuel Wallerstein
As relações entre o Irã e os Estados Unidos têm sido turbulentas durante quase 60 anos. Antes da Segunda Guerra Mundial, o xá do Irã, Reza Xá Pahlevi, tentou manobrar entre as exigências e as pressões externas da Grã Bretanha, da União Soviética e Alemanha. Quando explodiu a guerra, ele declarou a neutralidade do Irã. Isto levou à invasão aliada soviético-britânica em 1941. Os aliados forçaram o xá a abdicar em favor de seu filho.
As forças soviéticas permaneceram no norte do Irã e, em 1946, exigiram uma concessão petrolífera aí. Os britânicos consideravam que o Irã era parte de sua esfera de influência e controlavam a muito rentável Companhia Anglo-Iraniana de Petróleo (AIOC). A guerra fria havia começado e os britânicos se negaram a admitir a pretensão soviética. As forças soviéticas se retiraram do Irã, mais ou menos como parte do acordo firmado em Yalta no qual haveria uma divisão de esferas de influência.
No entanto, em 1951, Mohammed Mossadegh assumiu o cargo de primeiro ministro, como chefe do Partido Nacionalista, e nacionalizou a AIOC, uma jogada à qual se opôs o xá, Mohammed Reza Pahlevi. Na luta entre ambos, Mossadegh obteve o suficiente respaldo popular para marginar o xá e forçá-lo a um exílio de fato.
Nesse momento, os britânicos, com efeito, estavam cedendo seu papel aos Estados Unidos em todo o Oriente Médio. Foi então que a CIA orquestrou um golpe de Estado no Irã em 16 de agosto de 1953 e fez arranjos para que o xá regressasse a Teerã e assumisse de novo o controle político pleno. A nacionalização do petróleo foi cancelada e se reinstalou a empresa britânica no Irã.
O xá do Irã se tornou um firme aliado dos Estados Unidos e suprimiu toda a oposição política. Nesse momento, os Estados Unidos não se opunham às ambições nucleares do xá, e tampouco Israel o fazia. O regime do xá se tornou mais e mais opressivo e isto resultou eventualmente em uma revolução nacionalista em 1979 encabeçada pelo aiatolá Khomeini. Para os revolucionários, um dos principais agravos era a subordinação dos interesses nacionais do Irã às políticas estadunidenses, como ocorreu após o golpe orquestrado pela CIA em 1953.
O xá caiu e logo, em novembro de 1979, foi invadida a embaixada estadunidense. Os diplomatas que se achavam em seu interior foram tomados como reféns pelo regime iraniano. Estiveram como reféns 444 dias. Desde então, têm sido hostis as relações entre ambos os países. Em 1980, o governo iraquiano de Saddam Hussein atacou o Irã, com o respaldo material do governo estadunidense.
A guerra foi longa e sangrenta e terminou oito anos depois mais ou menos empatada. Pouco depois o Iraque invadiu o Kuwait, em parte para aliviar os custos da guerra. O Iraque esperava que os Estados Unidos entendessem estas ações, mas em lugar disso se viu mergulhado na primeira Guerra do Golfo.
Os Estados Unidos se encontraram ao mesmo tempo enfrentado o Iraque e o Irã. Quando Al Qaeda lançou seu ataque em 11 de setembro, o governo de Bush acusou o Iraque e o Irã de estar em conluio com Al Qaeda ainda que esta fosse hostil a ambos os regimes. Os Estados Unidos invadiu o Afeganistão em 2001 e o Iraque em 2003 com a suposta esperança de conseguir regimes amigáveis em ambos os países que lhe deram respaldo em sua luta continuada com o Irã, que havia empreendido sérios esforços para obter armas nucleares.
Isto posto, onde estamos hoje? Os iraquianos realizaram eleições e estão, no momento, negociando o futuro governo. Quando os vários partidos de forte base xiitas quiseram levar a cabo diálogos de negociação, foram a Teerã. Uma das razões aludidas foi que não queriam que os Estados Unidos os ouvissem com seus dispositivos de escuta. Parece que não lhes preocupava que os ouvissem os dispositivos de escuta iranianos. O maior partido, que tem um forte respaldo nas áreas sunitas, anunciou recentemente que também visitará o Irã. E o governo iraniano obrigou aos partidos xiitas a que incluam políticos sunitas em qualquer governo que se forme.
Não se trata de que o Irã esteja controlando a política iraquiana. Longe está disso, mas após uma prolongada ocupação estadunidense ocorre que o Irã tem mais influência no Iraque que os Estados Unidos. O Irã está especialmente agradecido aos Estados Unidos por haver eliminado o inimigo mais temido que tinha no Iraque: Saddam Hussein.
No Afeganistão, os Estados Unidos colocou no poder Hamid Karzai. Do ponto de vista estadunidense, ele era a pessoa ideal, de fato o único que tinha a possibilidade de resistir com êxito aos talibãs e manter unido o Afeganistão. Ele mesmo procede da etnia pashtún e é alguém desejoso de fazer acordos com os vários senhores da guerra que dominam as zonas onde não há pashtunes.
Depois das recentes eleições, houve acusações de que Karzai havia manipulado os resultados e que era muito tolerante com a corrupção e o cultivo de drogas. Os Estados Unidos lhe pôs forte pressão para que modificasse algumas de suas políticas. Quê foi o que ele fez? Convidou Ahmadinejad a visitar Kabul, disse que ele mesmo poderia unir-se aos talibãs, e abertamente denunciou os militares estadunidenses por suas horríveis matanças de civis.
Devido a que os Estados Unidos não têm ninguém que possa substituí-lo, teve que reconsiderar e tentar restabelecer relações com Karzai. O general McChrystal, comandante das forças estadunidenses aí, investiu muito para conseguir pelo menos uma vitória parcial sobre os talibãs. Depois de nove anos de envolvimento estadunidense (e da OTAN) no Afeganistão, seu aliado mais seguro joga a carta iraniana contra Washington, e não parece que haja muito que possa fazer os Estados Unidos a respeito.
Entretanto, Ahmadinejad enfrenta forte oposição no interior do país e tem estado trabalhando duro para suprimi-la. E os Estados Unidos estão em uma campanha importante para alcançar sanções contra o Irã devido a sua negativa a abandonar o desenvolvimento de reatores nucleares. Quais são os resultados da campanha de sanções (e mais) encabeçada pelos Estados Unidos e respaldada com vociferação por parte de Israel?
No Irã, fortaleceu-se muito a mão política de Ahmadinejad no interior, e lhe permite assumir a posição de defensor da soberania iraniana. E apesar de toda a pressão que tem posto os Estados Unidos, parece duvidoso que a Rússia e a China (em especial a China) respaldem sanções sérias (isto é, que não sejam só nominais). Entretanto, os israelitas expressam, corretamente, que o tempo está do lado do Irã em sua tentativa de converter-se uma potência nuclear.
Trinta anos de política exterior estadunidense contra o Irã tem mostrado ser contraproducente. (Ou talvez devamos falar de quase 60 anos.) O Irã é mais forte hoje que nunca, em grande parte, devido às políticas estadunidenses. Se vocês fossem Ahmadinejad, não diriam “obrigado América?”
Tradução: Ramón Vera Herrera/Rosalvo Maciel
Original em La Jornada
Immanuel Wallerstein
As relações entre o Irã e os Estados Unidos têm sido turbulentas durante quase 60 anos. Antes da Segunda Guerra Mundial, o xá do Irã, Reza Xá Pahlevi, tentou manobrar entre as exigências e as pressões externas da Grã Bretanha, da União Soviética e Alemanha. Quando explodiu a guerra, ele declarou a neutralidade do Irã. Isto levou à invasão aliada soviético-britânica em 1941. Os aliados forçaram o xá a abdicar em favor de seu filho.
As forças soviéticas permaneceram no norte do Irã e, em 1946, exigiram uma concessão petrolífera aí. Os britânicos consideravam que o Irã era parte de sua esfera de influência e controlavam a muito rentável Companhia Anglo-Iraniana de Petróleo (AIOC). A guerra fria havia começado e os britânicos se negaram a admitir a pretensão soviética. As forças soviéticas se retiraram do Irã, mais ou menos como parte do acordo firmado em Yalta no qual haveria uma divisão de esferas de influência.
No entanto, em 1951, Mohammed Mossadegh assumiu o cargo de primeiro ministro, como chefe do Partido Nacionalista, e nacionalizou a AIOC, uma jogada à qual se opôs o xá, Mohammed Reza Pahlevi. Na luta entre ambos, Mossadegh obteve o suficiente respaldo popular para marginar o xá e forçá-lo a um exílio de fato.
Nesse momento, os britânicos, com efeito, estavam cedendo seu papel aos Estados Unidos em todo o Oriente Médio. Foi então que a CIA orquestrou um golpe de Estado no Irã em 16 de agosto de 1953 e fez arranjos para que o xá regressasse a Teerã e assumisse de novo o controle político pleno. A nacionalização do petróleo foi cancelada e se reinstalou a empresa britânica no Irã.
O xá do Irã se tornou um firme aliado dos Estados Unidos e suprimiu toda a oposição política. Nesse momento, os Estados Unidos não se opunham às ambições nucleares do xá, e tampouco Israel o fazia. O regime do xá se tornou mais e mais opressivo e isto resultou eventualmente em uma revolução nacionalista em 1979 encabeçada pelo aiatolá Khomeini. Para os revolucionários, um dos principais agravos era a subordinação dos interesses nacionais do Irã às políticas estadunidenses, como ocorreu após o golpe orquestrado pela CIA em 1953.
O xá caiu e logo, em novembro de 1979, foi invadida a embaixada estadunidense. Os diplomatas que se achavam em seu interior foram tomados como reféns pelo regime iraniano. Estiveram como reféns 444 dias. Desde então, têm sido hostis as relações entre ambos os países. Em 1980, o governo iraquiano de Saddam Hussein atacou o Irã, com o respaldo material do governo estadunidense.
A guerra foi longa e sangrenta e terminou oito anos depois mais ou menos empatada. Pouco depois o Iraque invadiu o Kuwait, em parte para aliviar os custos da guerra. O Iraque esperava que os Estados Unidos entendessem estas ações, mas em lugar disso se viu mergulhado na primeira Guerra do Golfo.
Os Estados Unidos se encontraram ao mesmo tempo enfrentado o Iraque e o Irã. Quando Al Qaeda lançou seu ataque em 11 de setembro, o governo de Bush acusou o Iraque e o Irã de estar em conluio com Al Qaeda ainda que esta fosse hostil a ambos os regimes. Os Estados Unidos invadiu o Afeganistão em 2001 e o Iraque em 2003 com a suposta esperança de conseguir regimes amigáveis em ambos os países que lhe deram respaldo em sua luta continuada com o Irã, que havia empreendido sérios esforços para obter armas nucleares.
Isto posto, onde estamos hoje? Os iraquianos realizaram eleições e estão, no momento, negociando o futuro governo. Quando os vários partidos de forte base xiitas quiseram levar a cabo diálogos de negociação, foram a Teerã. Uma das razões aludidas foi que não queriam que os Estados Unidos os ouvissem com seus dispositivos de escuta. Parece que não lhes preocupava que os ouvissem os dispositivos de escuta iranianos. O maior partido, que tem um forte respaldo nas áreas sunitas, anunciou recentemente que também visitará o Irã. E o governo iraniano obrigou aos partidos xiitas a que incluam políticos sunitas em qualquer governo que se forme.
Não se trata de que o Irã esteja controlando a política iraquiana. Longe está disso, mas após uma prolongada ocupação estadunidense ocorre que o Irã tem mais influência no Iraque que os Estados Unidos. O Irã está especialmente agradecido aos Estados Unidos por haver eliminado o inimigo mais temido que tinha no Iraque: Saddam Hussein.
No Afeganistão, os Estados Unidos colocou no poder Hamid Karzai. Do ponto de vista estadunidense, ele era a pessoa ideal, de fato o único que tinha a possibilidade de resistir com êxito aos talibãs e manter unido o Afeganistão. Ele mesmo procede da etnia pashtún e é alguém desejoso de fazer acordos com os vários senhores da guerra que dominam as zonas onde não há pashtunes.
Depois das recentes eleições, houve acusações de que Karzai havia manipulado os resultados e que era muito tolerante com a corrupção e o cultivo de drogas. Os Estados Unidos lhe pôs forte pressão para que modificasse algumas de suas políticas. Quê foi o que ele fez? Convidou Ahmadinejad a visitar Kabul, disse que ele mesmo poderia unir-se aos talibãs, e abertamente denunciou os militares estadunidenses por suas horríveis matanças de civis.
Devido a que os Estados Unidos não têm ninguém que possa substituí-lo, teve que reconsiderar e tentar restabelecer relações com Karzai. O general McChrystal, comandante das forças estadunidenses aí, investiu muito para conseguir pelo menos uma vitória parcial sobre os talibãs. Depois de nove anos de envolvimento estadunidense (e da OTAN) no Afeganistão, seu aliado mais seguro joga a carta iraniana contra Washington, e não parece que haja muito que possa fazer os Estados Unidos a respeito.
Entretanto, Ahmadinejad enfrenta forte oposição no interior do país e tem estado trabalhando duro para suprimi-la. E os Estados Unidos estão em uma campanha importante para alcançar sanções contra o Irã devido a sua negativa a abandonar o desenvolvimento de reatores nucleares. Quais são os resultados da campanha de sanções (e mais) encabeçada pelos Estados Unidos e respaldada com vociferação por parte de Israel?
No Irã, fortaleceu-se muito a mão política de Ahmadinejad no interior, e lhe permite assumir a posição de defensor da soberania iraniana. E apesar de toda a pressão que tem posto os Estados Unidos, parece duvidoso que a Rússia e a China (em especial a China) respaldem sanções sérias (isto é, que não sejam só nominais). Entretanto, os israelitas expressam, corretamente, que o tempo está do lado do Irã em sua tentativa de converter-se uma potência nuclear.
Trinta anos de política exterior estadunidense contra o Irã tem mostrado ser contraproducente. (Ou talvez devamos falar de quase 60 anos.) O Irã é mais forte hoje que nunca, em grande parte, devido às políticas estadunidenses. Se vocês fossem Ahmadinejad, não diriam “obrigado América?”
Tradução: Ramón Vera Herrera/Rosalvo Maciel
Original em La Jornada
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: EUA x Irã
prp escreveu:Se este acordo não altera em nada o programa Iraniano poque ele foi proposto no ano passado? Tem alguma coisa errada nessa histórinha aí.
17/05/2010 09h42 - Atualizado em 17/05/2010 12h42
Irã seguirá enriquecendo urânio a 20%, diz chefe de agência nuclear
Não há relação entre acordo mediado pelo Brasil e enriquecimento.
Agora, 'bola está na quadra das potências', diz funcionário iraniano.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/ ... clear.html
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19.05.2010
Europeus são a favor de novas sanções contra o Irã
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5589957,00.html
Conselho de Segurança da ONU ainda vê necessidade de sanções contra o Irã mesmo após negociações mediadas pelo Brasil e vistas com ceticismo por europeus e norte-americanos.
Apesar do compromisso assumido pelo Irã, sob mediação do Brasil, de enriquecer parte do urânio do país na Turquia, as divergências entre Teerã e o Ocidente acerca do programa nuclear iraniano continuam mais presentes que nunca.
O Conselho de Segurança da ONU analisou um novo esboço de resolução, apresentado pelos países com poder de veto dentro do conselho, contendo sanções mais graves contra o Irã. Da lista de sanções constam limitações no comércio de tanques e navios de guerra, bem como de armas.
O esboço de resolução apresentado pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, contém uma ameaça concreta ao Irã de bloqueamento de contas bancárias no exterior e uma maior vigilância acirrada das transações bancárias do país.
Aumenta a pressão
Desta forma, a comunidade internacional aumenta a pressão contra Teerã, o que, contudo, não parece surtir qualquer efeito sobre o governo do país. "Vamos, como nos casos anteriores, esperar, pois eles [as potências mundiais] não vão nos atingir com uma nova resolução", afirmou Ali-Akbar Khabar Salehi, diretor da Agência Iraniana de Energia Atômica.
"As sanções são uma tentativa vã de desacreditar regras internacionais reconhecidas", rebate Salehi, para quem deverá haver "gente inteligente o suficiente para impedir que isso aconteça".
Sanções unilaterais
O governo russo alertou os EUA e a União Europeia (UE) a respeito de eventuais sanções contra Teerã no atual contexto. "Há informações de que os EUA e a UE não irão se limitar a uma posição comum no Conselho de Segurança da ONU e irão adotar sanções adicionais unilaterais", afirmou Sergei Lavrov, ministro russo do Exterior, em conversa telefônica com sua colega norte-americana de pasta.
O novo pacote de sanções poderá ser despachado em breve pelo Conselho de Segurança, pois para isso é necessário apenas um quorum de 15 votos, caso nenhum dos membros permanentes – EUA, Rússia, China, Reino Unido e França – vetem a resolução. Como são exatamente esses países que a terão redigido, é pouco provável que se oponham.
"Essa resolução escolheu uma linguagem que conseguimos aceitar. As sanções não prejudicam as relações comerciais normais com outros países", afirmou Vitali Tschurkin, embaixador russo na ONU. Seu colega chinês manifestou otimismo, mas demonstrou cautela: "Isso não significa que o caminho para as relações diplomáticas esteja bloqueado".
Claro sinal
Gerard Arnaud, embaixador francês na ONU, viu o esboço de resolução apresentado por Clinton como um "sinal claro" ao Irã. O embaixador britânico na agremiação, Mark Lyall, elogiou o esboço como "equilibrado".
Na última segunda (17/05), o Irã anunciou, após negociações mediadas pelo Brasil, que iria deixar parte de seu urânio – até 20% - ser enriquecido no exterior, mais precisamente na Turquia. "Temos a impressão de que surgiu uma nova situação", avalia Maria Luiza Ribeira, embaixadora brasileira na ONU.
Insatisfação com resultados
Os países ocidentais vêem o resultado dessas mediações com ceticismo, principalmente porque o acordo só diz respeito ao urânio destinado a pesquisas e não toca no enriquecimento do urânio enriquecido dentro do país.
Teerã continua apostando em seu direito de conduzir um programa nuclear próprio. "As potências mundiais só estão enraivecidas porque alguns países independentes não têm mais a necessidade de acompanhá-las", apontou Salehi.
Uma entre muitas
A nova resolução da ONU contra o Irã dá continuidade a uma série de medidas compulsórias, através das quais a comunidade internacional quer forçar Teerã a modificar seu programa nuclear. Nos últimos anos, tentou-se, em vão, principalmente dentro das Nações Unidas, pressionar o governo em Teerã a mudar sua conduta.
O Ocidente vê como suspeito o enriquecimento do urânio iraniano, temendo que o país utilize o material para a construção de bombas. Desde dezembro de 2006, o Conselho de Segurança da ONU já aplicou três sanções contra o Irã.
SV/afp/dpa
Revisão: Roselaine Wandscheer
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Carlo M. Cipolla
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Re: EUA x Irã
Como já foi comentado em outro tópico (Pressão nuclear sobre o Brasil) sobre este mesmo texto, a justificativa técnica está correta, mas não significa que o Irã esteja com ele querendo a bomba (vide a Argentina que também usa urânio natural em todas suas instalações nucleares) e a justificativa política é simplista.Santiago escreveu:Não sei se já foi postado...
Acordo nuclear para o Irã: comentário em destaque
18 de maio de 2010, em Análise, Opinião, Política, Relações Internacionais, Tecnologia, Tecnologias Sensíveis, por Nunão
http://www.forte.jor.br/2010/05/18/acor ... -destaque/
(...)
[]'s a todos.
Aos europeus e outros, falta-lhes senso crítico, não conseguem pensar sem a orientação dos EUA...(...)
Os países ocidentais vêem o resultado dessas mediações com ceticismo, principalmente porque o acordo só diz respeito ao urânio destinado a pesquisas e não toca no enriquecimento do urânio enriquecido dentro do país.
(...)
O TNP não impede que o Irã, nem qualquer outro pais signatário, enriqueça urânio em seu território. Tem que repetir isso sem parar, é difícil para eles entenderem o que está escrito. Acho que assinaram sem ler, só pode!!
[]'s a todos.
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Re: EUA x Irã
LIANE CANTANHÊDE
19/05/2010
Teste nuclear
Apesar de o embaixador americano, Thomas Shannon, tentar passar panos quentes e dizer que não, a questão do Irã provocou um confronto direto e aberto entre Brasília e Washington.
Enquanto o presidente Lula, o chanceler Celso Amorim e o assessor Marco Aurélio Garcia tentam comemorar o acordo com o Irã e com a Turquia para a troca de urânio levemente enriquecido por combustível, o presidente Obama e a secretária de Estado, Hillary Clinton, mobilizam o Conselho de Segurança da ONU para ignorar o acordo e impor uma nova rodada de sanções ao regime iraniano.
O momento é de imensa tensão. Se os EUA conseguiram o apoio incondicional de França e Inglaterra, o Brasil ainda se esforça para impedir as sanções acionando os dois outros membros do Conselho: Rússia e China, que são considerados por Hillary como votos pró-sanções e por Amorim como votos contra elas. O mundo aguarda ansiosamente o posicionamento dos russos e chineses, diretamente, sem intermediários e interpretações.
Durma-se com um barulho desses, e em cima de um perigo nada desprezível: a decisão do Irã de construir, ou não, a bomba atômica. Já imaginou um Kamenei e um Ahmadinejad com um artefato desses nas mãos? Não apenas o Oriente Médio, mas todo o mundo estaria numa zona de risco incalculável.
O acordo Irã-Brasil-Turquia, como não cansa de repetir Amorim, foi pautado nos termos que os próprios EUA e seus seguidores propuseram aos iranianos no final do ano passado. Naquele momento, deu em nada. Agora, com a intervenção brasileira, avançou.
O problema, como diz Hillary Clinton, está em duas questões não especificados nos termos do acordo: a possibilidade de inspeções da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), ponto fundamental de segurança; e a declaração (ameaça?) de um ministro iraniano de que, com acordo ou sem acordo, o Irã continuará enriquecendo urânio a 20%. Ou seja, dando o dito pelo não dito e cristalizando a sensação de que o acordo é acessório, mas não elimina a ameaça de boma.
Como disse o embaixador Shannon, que está no meio do furacão, o esforço brasileiro tem méritos, mas o resultado "é insuficiente" para eliminar dúvidas e temores.
O Brasil se meteu nessa pela ânsia de ocupar um lugar de liderança no cenário internacional e acabou batendo de frente com os Estados Unidos. Será que o objetivo era brigar com os grandes para se sentir um deles?
Eliane Cantanhêde é colunista da Folha, desde 1997, e comenta governos, política interna e externa, defesa, área social e comportamento. Foi colunista do Jornal do Brasil e do Estado de S. Paulo, além de diretora de redação das sucursais de O Globo, Gazeta Mercantil e da própria Folha em Brasília.
E-mail: elianec@uol.com.br
19/05/2010
Teste nuclear
Apesar de o embaixador americano, Thomas Shannon, tentar passar panos quentes e dizer que não, a questão do Irã provocou um confronto direto e aberto entre Brasília e Washington.
Enquanto o presidente Lula, o chanceler Celso Amorim e o assessor Marco Aurélio Garcia tentam comemorar o acordo com o Irã e com a Turquia para a troca de urânio levemente enriquecido por combustível, o presidente Obama e a secretária de Estado, Hillary Clinton, mobilizam o Conselho de Segurança da ONU para ignorar o acordo e impor uma nova rodada de sanções ao regime iraniano.
O momento é de imensa tensão. Se os EUA conseguiram o apoio incondicional de França e Inglaterra, o Brasil ainda se esforça para impedir as sanções acionando os dois outros membros do Conselho: Rússia e China, que são considerados por Hillary como votos pró-sanções e por Amorim como votos contra elas. O mundo aguarda ansiosamente o posicionamento dos russos e chineses, diretamente, sem intermediários e interpretações.
Durma-se com um barulho desses, e em cima de um perigo nada desprezível: a decisão do Irã de construir, ou não, a bomba atômica. Já imaginou um Kamenei e um Ahmadinejad com um artefato desses nas mãos? Não apenas o Oriente Médio, mas todo o mundo estaria numa zona de risco incalculável.
O acordo Irã-Brasil-Turquia, como não cansa de repetir Amorim, foi pautado nos termos que os próprios EUA e seus seguidores propuseram aos iranianos no final do ano passado. Naquele momento, deu em nada. Agora, com a intervenção brasileira, avançou.
O problema, como diz Hillary Clinton, está em duas questões não especificados nos termos do acordo: a possibilidade de inspeções da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), ponto fundamental de segurança; e a declaração (ameaça?) de um ministro iraniano de que, com acordo ou sem acordo, o Irã continuará enriquecendo urânio a 20%. Ou seja, dando o dito pelo não dito e cristalizando a sensação de que o acordo é acessório, mas não elimina a ameaça de boma.
Como disse o embaixador Shannon, que está no meio do furacão, o esforço brasileiro tem méritos, mas o resultado "é insuficiente" para eliminar dúvidas e temores.
O Brasil se meteu nessa pela ânsia de ocupar um lugar de liderança no cenário internacional e acabou batendo de frente com os Estados Unidos. Será que o objetivo era brigar com os grandes para se sentir um deles?
Eliane Cantanhêde é colunista da Folha, desde 1997, e comenta governos, política interna e externa, defesa, área social e comportamento. Foi colunista do Jornal do Brasil e do Estado de S. Paulo, além de diretora de redação das sucursais de O Globo, Gazeta Mercantil e da própria Folha em Brasília.
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Carlo M. Cipolla
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Re: EUA x Irã
Tinha que ser ELA!!O Brasil se meteu nessa pela ânsia de ocupar um lugar de liderança no cenário internacional e acabou batendo de frente com os Estados Unidos. Será que o objetivo era brigar com os grandes para se sentir um deles?
Só faltou dizer que escrevia o texto ajoelhada no milho pedindo perdão pela "ousadia" brasileira. "Perdão, ó supremo ditador dos destinos mundiais... Minha culpa! Minha máxima culpa!" Chicoteia, chicoteia "Tio"!!
Coitada! O cérebro de râmister (sendo simpático, mode on) não à ajuda enxergar que o Brasil não é mais o mesmo...
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Re: EUA x Irã
É bom o Sr. estar bem certo do que está falando, porque se a Elisabeth estiver correta na sua análise(e eu acho que está), se um artefato tático for detonado em alguma cidade Isralelense, estaremos seriamente encrencados e desacreditados perante a opinião pública mundial.
Grande abraço
Grande abraço
Re: EUA x Irã
Cada um está livre para acreditar no que quiser! Não sou o dono da verdade, apenas digo o que EU penso.juarez castro escreveu:É bom o Sr. estar bem certo do que está falando, porque se a Elisabeth estiver correta na sua análise(e eu acho que está), se um artefato tático for detonado em alguma cidade Isralelense, estaremos seriamente encrencados e desacreditados perante a opinião pública mundial.
Grande abraço
Podemos, então, abrir uma outra hipótese: E SE Israel usar as suas (que já estão prontas há tempos) primeiro???
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