Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Sáb Mar 12, 2011 8:01 pm
Descobriram o plano secreto da PresidentA. Falei demais
Caro amigo LeandroLeandroGCard escreveu:Caro amigo Marino,Marino escreveu:O Lynx adiantou a notícia e eu confirmo que somente UM navio está na mira da MB.
Podemos até ouvir propostas, mas aceitá-las é outra questão.
Leandro, seu pensamento é idêntico ao que está definido na END: a defesa e o desenvolvimento industrial estão ligados de maneira inseparável. Procure nas primeiras páginas da END a citação correta. E veja que a MB está seguindo religiosamente esta idéia.
Sei que a END prevê exatamente isso, o desenvolvimento da capacidade militar e industrial/tecnológica em conjunto, na verdade é um dos motivos pelos quais insisto nesta idéia. Mas não tenho certeza do quão religiosamente a MB está seguindo este conceito, talvez até porque nunca vi o detalhamento dos planos dela no longo prazo, no máximo uma lista crua indicando o número de meios desejados e as suas características mais básicas como categorias e deslocamentos. Só com isso não dá para avaliar muita coisa.
No caso dos submarinos por exemplo a adesão às diretrizes da END parece bem clara, está-se construindo a capacidade não apenas de construção mas de projeto local (embora a compra de 4 Scorpènes seja contra-producente neste sentido, a menos que se persiga realmente a meta de pelo menos 12 subs convencionais novos e operacionais até de 2025 e os IKL-204 não estiverem contados nestes 12), com o treinamento de engenheiros e a busca de fornecedores no Brasil, uma grande empresa já envolvida pelo menos na parte civil das obras (e pode se envolver mais depois com a própria construção dos meios). O projeto do SBN também parece bem encaminhado, pois embora o reator já seja de projeto antigo e o projeto do casco seja estrangeiro está-se prevendo apenas uma unidade deste modelo por enquanto, dando margem a versões aperfeiçoadas logo na sequência. Isto é o que consegui concluir com as informações a que tive acesso até agora, a maioria aqui mesmo no fórum.
Já no caso dos escoltas a situação parece bem menos condizente com a END, por tudo que já ouvi e li a MB está pensando apenas na construção local de um projeto já existente, em números muito maiores do que o adequado para a verdadeira absorção do conhecimento de projeto/construção (o mínimo que vi até agora foram 5 unidades, mas tem gente falando até em 10!). E também se fala bastante em apenas uma classe de escoltas para a MB, em princípio para obter uma pretensa redução de custos. Um programa assim mataria qualquer possibilidade de desenvolvimento de novos navios militares, os estaleiros envolvidos fariam no máximo a montagem dos projetos aqui, pagando a maior parte do que recebessem como royalties para os desenvolvedores do projeto (não vamos por enquanto entrar nos detalhes dos armamentos e sistemas), e seria praticamente eliminada qualquer chance de exportação de navios de guerra no futuro, o que restringiria o mercado apenas às unidades que a própria MB pudesse absorver. Do ponto de vista da MB pode ser ótimo, mas do ponto de vista industrial isto não faz o menor sentido.
Outro problema sério que vejo é a divulgação de listas com o total de navios pretendidos, o que passa a impressão de gastos astronômicos com os quais poucos governantes sérios teriam a coragem de se comprometer. Falar hoje em 30 escoltas induz a mídia e a oposição (política e empresarial) a fazer a multiplicação de 30x 500 milhões e dizer quer o programa é um projeto faraônico de no mínimo 15 bilhões, quando o país tem muitas outras prioridades maiores onde gastar este dinheiro (estádios para a copa e as olimpíadas por exemplo). Mas se o plano fosse apresentado como a montagem e manutenção de linhas de construção continuada de modelos diferentes o custo a ser discutido e aprovado em cada governo seria de apenas 500 milhões a cada dois anos, muito mais fácil de apresentar no orçamento. Sei que na prática é absolutamente a mesma coisa, mas politicamente e para a mídia a diferença é gigantesca, aprovar 15 bilhões com boa parte a ser paga a empresas estrangeiras ou 500 milhões a cada dois anos para manter empresas nacionais.
E algo parecido está ocorrendo também no programa de navios-patrulha, compra de projetos estrangeiros e produção local espalhada por pequenos estaleiros, impedindo a formação de blocos político/industriais fortes que apóiem o programa e matando as chances de exportações (aí aparece o interesse de uma Guiné-Equatorial e tudo o que temos a oferecer é uma Barroso estripada, um barco de concepção já antiga e muito além da capacidade da marinha daquele país absorver).
E enquanto estes projetos de dezenas de bilhões não são aprovados (e duvido mesmo que o serão tão cedo) os navios existentes vão ficando obsoletos, a ponto de se pensar novamente em compras de oportunidades de unidades usadas, sendo que muitas delas não são absolutamente melhores do que o que já se poderia estar produzindo aqui mesmo.
Na falta de informações mais detalhadas sobre os planos da MB estas são as impressões que tenho sobre os programas. Posso estar muito enganado, mas não tenho como chegar a outras conclusões com as informações disponíveis. Por isso minha posição um tanto quanto crítica à MB.
Um grande abraço,
Leandro G. Card
P44, quem que é esta beleza aí na sua assinatura......bota um vídeo dela la no "Gerais"P44 escreveu:então, mas respondam lá, têm 20M USD para custos de operação anuais de um AB, ou não?????
“É a eles, portanto, meus Fuzileiros Navais, que, neste momento
de despedida, julgo relevante dirigir-me pela última vez como seu
Comandante, em particular, aos jovens moços que recém ingressaram
em nossas fileiras. Afastem-se dos desanimados, daqueles
que trazem o olhar opaco e a alma fria, pois lhes faltam o brilho do
entusiasmo e o calor da motivação, que possibilitam realizar com
perfeição qualquer tarefa, por mais difícil que possa parecer...”.
E a vinda deste meio significa que a type 26 venceu a licitação?Marino escreveu:Sim, vamos torcer.