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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sáb Mar 12, 2011 11:12 am
por Corsário01
Simples. Toda vez que um fabricante encerra a produção de uma classe de navio, aparece um sujeito cheio de boas intenções e o mesmo compra todo o estoque de peças daquela classe existente. Afinal, para determinada marinha as mesmas não serão mas uteis.

Bom, o navio é vendido para outra marinha e a mesma é óbvio, irá precisar de peças para manter o mesmo em operação. Em muitos casos os fabricantes nem possuem mais a linha de montagem de determinadas peças, o que impossibilita o re-fabrico das mesmas.

Na porta de quem o novo operador do navio irá bater? Uma bala pra quem adivinhar. :roll:

E é assim que os custos de navios velhos sobre astronomicamente.

No caso ( se for factivel mesmo) que o US Navy abra mão desses 4 AB Flight II ( foram oferecidos esses pq o Flight I não possui hangar para os Seahawk e Super Lynx da MB), não teriamos esse problema, pois essa classe ainda está em construção.

Sigo com meus espelhinhos! :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sáb Mar 12, 2011 11:23 am
por joao fernando
Humm...e as peças, sofrem embargos na venda ou não? Qualquer um pode chegar no leilão e arrematar o lote?

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sáb Mar 12, 2011 12:07 pm
por Corsário01
Essa info eu não tenho, mas sempre tem um Qi e não é só no Brasil que se tem este tipo de coisa. 8-]

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sáb Mar 12, 2011 12:33 pm
por AlbertoRJ
Os Srs., pergunto se, mesmo sendo uma necessidade premente, as compras de ocasião resolveriam de forma imediatista um grande problema das FFAA mas teriam um lado perverso de contribuir para a manutenção de uma dependência externa e do fraco apoio para ampliação do orçamento para projetos industriais localizados, com absorção de tecnologia e construção no país de sistemas e partes?
Faço esse questionamento porque isso poderia ser uma válvula de escape para a recorrente falta de apoio orçamentário para esses projetos, concordando com os excelentes posts do LeandroGCard, já que as FFAA estariam, bem ou mal, supridas das suas necessidades. Levando-se em conta a relativa ausência de ameças e o atual distanciamento do tema.

Só uma questão.

Abraços

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sáb Mar 12, 2011 12:35 pm
por Super Flanker
Mas viu, a compra desses navios americanos só seria permitido CASO o F-18 ganhe a concorrencia do FX-2, não?

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sáb Mar 12, 2011 12:36 pm
por joao fernando
SE vier F18, de quebra virão brindes, espelhinhos e pentes de marfin

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sáb Mar 12, 2011 12:36 pm
por Marino
Navy gap cure sought from Brits
* Ian McPhedran
* From: The Courier-Mail

HMS Largs Bay

A ship of the same class as HMS Largs Bay, a troop and helicopter-
carrying assault ship being considered as an emergency replacement for
Australia's failed HMAS Manoora and Kanimbla assault vessels. Source:
AdelaideNow

DEFENCE Minister Stephen Smith will travel to London in an attempt to
lease a replacement assault ship.

Australia is involved in a four-way tussle with Brazil, Chile and
India to obtain the mothballed 16,000-tonne Bay Class amphibious
assault ship Largs Bay from the Royal Navy
.

The British-built vessel would fill a major capability gap for the
navy in the wake of the decommissioning of the amphibious assault ship
HMAS Manoora and the 18-month docking of HMAS Kanimbla that has left
it with virtually no heavy-lift or emergency-response capability.

Largs Bay can carry 350 fully equipped troops, two helicopters, up to
150 light trucks and three landing craft.

Australia's "special" relationship with Britain will feature strongly
in the bidding process but it will not buy the Government any "mates'
rates".

Start of sidebar. Skip to end of sidebar.

End of sidebar. Return to start of sidebar.

The hard-nosed British Defence Sales Authority is treating Australia
the same as the other bidders as the process draws to a close on March
17. The winning bidder will be announced in mid-April.

The Largs Bay was commissioned in December 2006 and was due to be
mothballed next month. It features ultra-modern propulsion and
navigation systems that allow it to remain in the one spot on the
ocean's surface indefinitely, regardless of wind or current.

The ship was built for about $300 million and would still be valued
close to that now.

The British Treasury is keen to sell her outright, but the Ministry of
Defence favours a lease deal to keep the option of putting it back
into Royal Navy service in future.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sáb Mar 12, 2011 12:48 pm
por Super Flanker
Essa é a hora do Brasil decidir o que pretende no futuro, sou a favor de compras de oportunidade, pois precisamos de MAIS navios para ontem, mas também não podemos ficar eternamente comprando navios de segunda mão.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sáb Mar 12, 2011 12:51 pm
por Marino
O Lynx adiantou a notícia e eu confirmo que somente UM navio está na mira da MB.
Podemos até ouvir propostas, mas aceitá-las é outra questão.

Leandro, seu pensamento é idêntico ao que está definido na END: a defesa e o desenvolvimento industrial estão ligados de maneira inseparável. Procure nas primeiras páginas da END a citação correta. E veja que a MB está seguindo religiosamente esta idéia.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sáb Mar 12, 2011 1:02 pm
por AlbertoRJ
Complementando, não seria o momento de se aproveitar a existência de uma estratégia de Estado (ou de governo) que nortearia o tema para uma mudança de paradigma, ainda que implicasse em se prolongar o estado de absolescência?

[]'s

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sáb Mar 12, 2011 1:05 pm
por Matheus
P44 escreveu:custos de operação de um AB, alguém sabe??????

edit:

encontrei isto
Unit Operating Cost Annual Average, $20000000 [source: [FY1996 VAMOSC]
20M USD, a preços de 1996

nesta página bastante completa sobre a classe:
http://www.fas.org/programs/ssp/man/usw ... burke.html
mas isso pouco importa, o que interessa e massagear as bolas dos americanos...

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sáb Mar 12, 2011 1:49 pm
por LeandroGCard
Marino escreveu:O Lynx adiantou a notícia e eu confirmo que somente UM navio está na mira da MB.
Podemos até ouvir propostas, mas aceitá-las é outra questão.

Leandro, seu pensamento é idêntico ao que está definido na END: a defesa e o desenvolvimento industrial estão ligados de maneira inseparável. Procure nas primeiras páginas da END a citação correta. E veja que a MB está seguindo religiosamente esta idéia.
Caro amigo Marino,

Sei que a END prevê exatamente isso, o desenvolvimento da capacidade militar e industrial/tecnológica em conjunto, na verdade é um dos motivos pelos quais insisto nesta idéia. Mas não tenho certeza do quão religiosamente a MB está seguindo este conceito, talvez até porque nunca vi o detalhamento dos planos dela no longo prazo, no máximo uma lista crua indicando o número de meios desejados e as suas características mais básicas como categorias e deslocamentos. Só com isso não dá para avaliar muita coisa.

No caso dos submarinos por exemplo a adesão às diretrizes da END parece bem clara, está-se construindo a capacidade não apenas de construção mas de projeto local (embora a compra de 4 Scorpènes seja contra-producente neste sentido, a menos que se persiga realmente a meta de pelo menos 12 subs convencionais novos e operacionais até de 2025 e os IKL-204 não estiverem contados nestes 12), com o treinamento de engenheiros e a busca de fornecedores no Brasil, uma grande empresa já envolvida pelo menos na parte civil das obras (e pode se envolver mais depois com a própria construção dos meios). O projeto do SBN também parece bem encaminhado, pois embora o reator já seja de projeto antigo e o projeto do casco seja estrangeiro está-se prevendo apenas uma unidade deste modelo por enquanto, dando margem a versões aperfeiçoadas logo na sequência. Isto é o que consegui concluir com as informações a que tive acesso até agora, a maioria aqui mesmo no fórum.

Já no caso dos escoltas a situação parece bem menos condizente com a END, por tudo que já ouvi e li a MB está pensando apenas na construção local de um projeto já existente, em números muito maiores do que o adequado para a verdadeira absorção do conhecimento de projeto/construção (o mínimo que vi até agora foram 5 unidades, mas tem gente falando até em 10!). E também se fala bastante em apenas uma classe de escoltas para a MB, em princípio para obter uma pretensa redução de custos. Um programa assim mataria qualquer possibilidade de desenvolvimento de novos navios militares, os estaleiros envolvidos fariam no máximo a montagem dos projetos aqui, pagando a maior parte do que recebessem como royalties para os desenvolvedores do projeto (não vamos por enquanto entrar nos detalhes dos armamentos e sistemas), e seria praticamente eliminada qualquer chance de exportação de navios de guerra no futuro, o que restringiria o mercado apenas às unidades que a própria MB pudesse absorver. Do ponto de vista da MB pode ser ótimo, mas do ponto de vista industrial isto não faz o menor sentido.

Outro problema sério que vejo é a divulgação de listas com o total de navios pretendidos, o que passa a impressão de gastos astronômicos com os quais poucos governantes sérios teriam a coragem de se comprometer. Falar hoje em 30 escoltas induz a mídia e a oposição (política e empresarial) a fazer a multiplicação de 30x 500 milhões e dizer quer o programa é um projeto faraônico de no mínimo 15 bilhões, quando o país tem muitas outras prioridades maiores onde gastar este dinheiro (estádios para a copa e as olimpíadas por exemplo). Mas se o plano fosse apresentado como a montagem e manutenção de linhas de construção continuada de modelos diferentes o custo a ser discutido e aprovado em cada governo seria de apenas 500 milhões a cada dois anos, muito mais fácil de apresentar no orçamento. Sei que na prática é absolutamente a mesma coisa, mas politicamente e para a mídia a diferença é gigantesca, aprovar 15 bilhões com boa parte a ser paga a empresas estrangeiras ou 500 milhões a cada dois anos para manter empresas nacionais.

E algo parecido está ocorrendo também no programa de navios-patrulha, compra de projetos estrangeiros e produção local espalhada por pequenos estaleiros, impedindo a formação de blocos político/industriais fortes que apóiem o programa e matando as chances de exportações (aí aparece o interesse de uma Guiné-Equatorial e tudo o que temos a oferecer é uma Barroso estripada, um barco de concepção já antiga e muito além da capacidade da marinha daquele país absorver).

E enquanto estes projetos de dezenas de bilhões não são aprovados (e duvido mesmo que o serão tão cedo) os navios existentes vão ficando obsoletos, a ponto de se pensar novamente em compras de oportunidades de unidades usadas, sendo que muitas delas não são absolutamente melhores do que o que já se poderia estar produzindo aqui mesmo.

Na falta de informações mais detalhadas sobre os planos da MB estas são as impressões que tenho sobre os programas. Posso estar muito enganado, mas não tenho como chegar a outras conclusões com as informações disponíveis. Por isso minha posição um tanto quanto crítica à MB.


Um grande abraço,


Leandro G. Card

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sáb Mar 12, 2011 1:56 pm
por Matheus
Se bem que com a falta de continuidade nos investimentos talvez seja melhor ter 4 AB na mão que 5 Freem "voando". Seria interessante saber se a proposta preve um downgrade das capacidades, quais mísseis e em que quantidades viriam e os "repuestos"...

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sáb Mar 12, 2011 2:14 pm
por Paisano
A possível "oferta" dessas Arleigh Burke está com toda pinta de ser uma "bala de prata" apontada bem no coração da END.

Ou como dizia a minha saudosa avó: Quando esmola é demais, o santo desconfia.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sáb Mar 12, 2011 2:30 pm
por Boss
Achei que a bala de prata no coração da END já tivesse sido lançada pelo GF.