Mundo Árabe em Ebulição
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Acho que o Patriota já foi mesmo por que o Brasil destoar das posições do Chaves é até estranho...
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 9925,0.htm
BRASÍLIA - O Brasil condenou o massacre ocorrido no vilarejo de Tremseh por forças sírias, na última quinta-feira, 12. De acordo com opositores do presidente Bashar Assad, 220 pessoas foram mortas durante o bombardeio por helicópteros e tanques de forças aliadas ao regime.
O Governo brasileiro, por meio de nota, afirmou estar preocupado com o uso de armamento pesado contra civis e pediu que o Governo sírio interrompa "imediatamente quaisquer ações militares contra civis desarmados". Além disso, o Brasil reiterou seu apoio às decisões da Conferência de Grupo de Ação sobre a Síria, realizada em Genebra.
"O Brasil condena veementemente a repressão violenta contra civis desarmados e recorda os compromissos do Governo sírio, contidos no Plano de Paz de seis pontos do Enviado Especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, de cessar imediatamente toda movimentação de tropas e o uso de armamento pesado em áreas urbanas", diz a nota.
Em Genebra, as potências que participaram da reunião, chegaram a um acordo para tentar impor a formação de um governo de transição na Síria como forma de acabar com a violência. Mas, diante da inflexibilidade da Rússia e China, não definiram o destino do presidente Bashar Assad.
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 9925,0.htm
BRASÍLIA - O Brasil condenou o massacre ocorrido no vilarejo de Tremseh por forças sírias, na última quinta-feira, 12. De acordo com opositores do presidente Bashar Assad, 220 pessoas foram mortas durante o bombardeio por helicópteros e tanques de forças aliadas ao regime.
O Governo brasileiro, por meio de nota, afirmou estar preocupado com o uso de armamento pesado contra civis e pediu que o Governo sírio interrompa "imediatamente quaisquer ações militares contra civis desarmados". Além disso, o Brasil reiterou seu apoio às decisões da Conferência de Grupo de Ação sobre a Síria, realizada em Genebra.
"O Brasil condena veementemente a repressão violenta contra civis desarmados e recorda os compromissos do Governo sírio, contidos no Plano de Paz de seis pontos do Enviado Especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, de cessar imediatamente toda movimentação de tropas e o uso de armamento pesado em áreas urbanas", diz a nota.
Em Genebra, as potências que participaram da reunião, chegaram a um acordo para tentar impor a formação de um governo de transição na Síria como forma de acabar com a violência. Mas, diante da inflexibilidade da Rússia e China, não definiram o destino do presidente Bashar Assad.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
terra.com.br
Síria estaria movimentando armas químicas em meio ao caos
13 de julho de 2012 • 16h08 • atualizado às 16h25
A Síria parece estar retirando em sigilo parte de suas armas químicas dos locais de armazenamento, afirmaram autoridades israelenses e do Ocidente, mas não está claro se a operação é apenas uma precaução de segurança em meio ao caos da guerra ou outra coisa. Alguns analistas acreditam que a ação serve a um propósito duplo: manter as armas longe dos insurgentes e evitar que os inimigos ocidentais da Síria tenham qualquer desculpa para uma intervenção, alegando extravio de material perigoso.
O governo sírio nega a operação, divulgada inicialmente pelo Wall Street Journal, e não há certeza sobre os materiais envolvidos. O estoque não declarado da Síria supostamente inclui agente sarin, gás mostarda e cianureto. As notícias, no entanto, contribuem para a impressão de diminuição do controle do governo em partes da Síria e devem aumentar a preocupação internacional com a segurança sobre o que se acredita ser o maior estoque de armas químicas do Oriente Médio.
Uma autoridade israelense afirmou que os movimentos refletem uma tentativa do presidente Bashar al-Assad de tomar "medidas para garantir que as armas não caiam em mãos irresponsáveis". "Isso contribuiria ao pensamento de que esse assunto foi administrado com responsabilidade até agora." Em Washington, uma autoridade da segurança nacional confirmou que o governo norte-americano recebeu informações sobre a movimentação de armas químicas, mas não tinha certeza sobre os motivos.
Controle rígido
Uma segunda autoridade norte-americana afirmou que a movimentação relatada era "relativamente nova", mas não necessariamente muito assustadora. O porta-voz do Pentágono George Little disse que o Pentágono acredita que o regime de Assad mantém o controle sobre as armas químicas, mas os EUA e seus parceiros estão observando o assunto com atenção. "É óbvio que podemos adverti-los (os sírios) fortemente contra qualquer intenção de usar esses estoques. Isso ultrapassaria um limite sério", afirmou ele.
Os países do Ocidente acreditam que o governo sírio tenha o maior estoque do mundo de armas químicas não declaradas --incluindo o gás mostarda e o agente neurotóxico VX. O arsenal poderia dar a Assad os meios de mostrar força internamente e na região, além de contrabalançar as armas nucleares não declaradas por Israel.
Síria estaria movimentando armas químicas em meio ao caos
13 de julho de 2012 • 16h08 • atualizado às 16h25
A Síria parece estar retirando em sigilo parte de suas armas químicas dos locais de armazenamento, afirmaram autoridades israelenses e do Ocidente, mas não está claro se a operação é apenas uma precaução de segurança em meio ao caos da guerra ou outra coisa. Alguns analistas acreditam que a ação serve a um propósito duplo: manter as armas longe dos insurgentes e evitar que os inimigos ocidentais da Síria tenham qualquer desculpa para uma intervenção, alegando extravio de material perigoso.
O governo sírio nega a operação, divulgada inicialmente pelo Wall Street Journal, e não há certeza sobre os materiais envolvidos. O estoque não declarado da Síria supostamente inclui agente sarin, gás mostarda e cianureto. As notícias, no entanto, contribuem para a impressão de diminuição do controle do governo em partes da Síria e devem aumentar a preocupação internacional com a segurança sobre o que se acredita ser o maior estoque de armas químicas do Oriente Médio.
Uma autoridade israelense afirmou que os movimentos refletem uma tentativa do presidente Bashar al-Assad de tomar "medidas para garantir que as armas não caiam em mãos irresponsáveis". "Isso contribuiria ao pensamento de que esse assunto foi administrado com responsabilidade até agora." Em Washington, uma autoridade da segurança nacional confirmou que o governo norte-americano recebeu informações sobre a movimentação de armas químicas, mas não tinha certeza sobre os motivos.
Controle rígido
Uma segunda autoridade norte-americana afirmou que a movimentação relatada era "relativamente nova", mas não necessariamente muito assustadora. O porta-voz do Pentágono George Little disse que o Pentágono acredita que o regime de Assad mantém o controle sobre as armas químicas, mas os EUA e seus parceiros estão observando o assunto com atenção. "É óbvio que podemos adverti-los (os sírios) fortemente contra qualquer intenção de usar esses estoques. Isso ultrapassaria um limite sério", afirmou ele.
Os países do Ocidente acreditam que o governo sírio tenha o maior estoque do mundo de armas químicas não declaradas --incluindo o gás mostarda e o agente neurotóxico VX. O arsenal poderia dar a Assad os meios de mostrar força internamente e na região, além de contrabalançar as armas nucleares não declaradas por Israel.
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Acho que citei o Pierre Piccinnin
Antes quando tinha as mordomias do al-assad...
Relato posterior quando não foi bem tratado.
http://www.pierrepiccinin.eu/pages/syri ... 90737.html
cont.
Até agora, na medida em que a Síria vai Eu sempre defendeu os princípios do direito Vestefália e os da soberania nacional e não de intervenção. Eu tenho denunciado neo-coloniais guerras no Afeganistão, no Iraque ou na Líbia, liderada por motivos econômicos e considerações geoestratégicas, cuja "humanitária" objetivos não eram mais do que grosseiramente vestido-up pretextos.
Mas tendo em conta o horror que testemunhou, para cada um desses homens que eu vi atrozmente mutilado pelos bárbaros que servem uma ditadura cujo ultrajes e grau de ferocidade que eu nunca poderia ter imaginado, eu agora juntar-se em seu apelo para uma intervenção militar na Síria, que vai derrubar o regime Baath abominável: mesmo que o país tem que afundar em uma guerra civil, se essa descida terrível é necessário, que deve ser perseguido, a fim de pôr fim a quarenta e dois anos de um terror organizado, de cujas proporções que eu tinha nenhuma idéia.
cont.
Antes quando tinha as mordomias do al-assad...
Relato posterior quando não foi bem tratado.
http://www.pierrepiccinin.eu/pages/syri ... 90737.html
cont.
Até agora, na medida em que a Síria vai Eu sempre defendeu os princípios do direito Vestefália e os da soberania nacional e não de intervenção. Eu tenho denunciado neo-coloniais guerras no Afeganistão, no Iraque ou na Líbia, liderada por motivos econômicos e considerações geoestratégicas, cuja "humanitária" objetivos não eram mais do que grosseiramente vestido-up pretextos.
Mas tendo em conta o horror que testemunhou, para cada um desses homens que eu vi atrozmente mutilado pelos bárbaros que servem uma ditadura cujo ultrajes e grau de ferocidade que eu nunca poderia ter imaginado, eu agora juntar-se em seu apelo para uma intervenção militar na Síria, que vai derrubar o regime Baath abominável: mesmo que o país tem que afundar em uma guerra civil, se essa descida terrível é necessário, que deve ser perseguido, a fim de pôr fim a quarenta e dois anos de um terror organizado, de cujas proporções que eu tinha nenhuma idéia.
cont.
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
http://portuguese.ruvr.ru/2012_07_14/Ma ... lta-Alaed/
Marinha russa elaborou plano de escolta de navio Alaed
O grupo de navios de guerra da Marinha russa que se dirige para o Mar Mediterrâneo está pronto a garantir a segurança do navio de carga Alaed, que transporta helicópteros reparados Mi-25 destinados à Síria, ao longo de todo o percurso, informou este sábado o Estado-Maior General da Marinha.
O Estado-Maior não informou os detalhes da possível operação mas assegurou que, mesmo na pior das hipóteses, a embarcação sob bandeira russa será efetivamente protegida por navios da Marinha russa.
Marinha russa elaborou plano de escolta de navio Alaed
O grupo de navios de guerra da Marinha russa que se dirige para o Mar Mediterrâneo está pronto a garantir a segurança do navio de carga Alaed, que transporta helicópteros reparados Mi-25 destinados à Síria, ao longo de todo o percurso, informou este sábado o Estado-Maior General da Marinha.
O Estado-Maior não informou os detalhes da possível operação mas assegurou que, mesmo na pior das hipóteses, a embarcação sob bandeira russa será efetivamente protegida por navios da Marinha russa.
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
quero ver agora os "valentões" tentarem algo contra o navio.
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Nem era preciso. Agora tem bandeira russa.
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Curioso até agora da reação as mortes de Tremseh é que a maioria das mortes são homens e adultos em uma guerra civil como a da Síria era esperado.
http://www.estadao.com.br/noticias/gera ... 0199,0.htm
Após horas de negociação entre as partes em conflito, uma equipe de observadores da ONU na Síria conseguiu entrar neste sábado, 14, na cidade de Tremseh, palco de um massacre na última quinta-feira, 12. Os observadores, que vieram da capital Damasco em três veículos, se uniram a outro grupo que estava em Hama, reduto opositor no centro do país, e juntos seguiram a Tremseh, que fica na mesma província.
Opositores haviam denunciado que mais de 200 pessoas morreram nesta região rural, que foi sitiada e bombardeada pelas tropas do regime de Bashar al Assad, assim como atacada pelos "shabiha" (milicianos governamentais). Na versão do exército sírio, o combate aconteceu porque supostos grupos terroristas teriam destruído casas e cometido assassinatos e sequestros.
O chefe da missão de observadores, general Robert Mood, afirmou na sexta-feira, 13, que a equipe estava disposta a ir a Tremseh para investigar o episódio e verificar se houve um cessar-fogo. Mood também confirmou que as tropas governamentais haviam colocado tanques e helicópteros a postos na cidade.
Os observadores da ONU chegaram ao país em abril para supervisionar a aplicação do plano de paz do mediador internacional Kofi Annan. Entre os seis tópicos deste plano estão o fim da violência, a retirada de tropas das cidades, a libertação dos detidos em protestos e o início de um diálogo nacional.
Na sexta-feira, 13, o Brasil condenou de forma veemente, o massacre de 220 pessoas ocorrido no vilarejo de Tremseh por forças sírias, na última quinta. Opositores do presidente Bashar Assad, bombardeios foram feitos por helicópteros e tanques de forças aliadas ao regime.
Por meio de nota divulgada, o governo brasileiro afirmou estar "preocupado" com o uso de armamento pesado contra civis e pediu que o governo sírio interrompa "imediatamente quaisquer ações militares contra civis desarmados". Além disso, o Itamaraty reiterou seu apoio às decisões da Conferência de Grupo de Ação sobre a Síria, realizada em Genebra.
"O Brasil condena veementemente a repressão violenta contra civis desarmados e recorda os compromissos do governo sírio, contidos no Plano de Paz de seis pontos do enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, de cessar imediatamente toda movimentação de tropas e o uso de armamento pesado em áreas urbanas", diz a nota.
Atentado. Na madrugada deste sábado, um carro-bomba explodiu junto a um quartel militar na cidade de Mahrada, no reduto opositor de Hama, no centro da Síria. O atentado causou a morte de várias vítimas, segundo informações de grupos opositores.
Em comunicado, ativistas Comitês de Coordenação Local assinalaram que foram encontrados os corpos de sete pessoas pela explosão em uma zona da Segurança Militar. Já o Observatório Sírio de Direitos Humanos, por sua vez, afirmou que o carro-bomba explodiu junto a um quartel e informou que as vítimas seriam, no mínimo, quatro pessoas./Com agências internacionais
http://www.estadao.com.br/noticias/gera ... 0199,0.htm
Após horas de negociação entre as partes em conflito, uma equipe de observadores da ONU na Síria conseguiu entrar neste sábado, 14, na cidade de Tremseh, palco de um massacre na última quinta-feira, 12. Os observadores, que vieram da capital Damasco em três veículos, se uniram a outro grupo que estava em Hama, reduto opositor no centro do país, e juntos seguiram a Tremseh, que fica na mesma província.
Opositores haviam denunciado que mais de 200 pessoas morreram nesta região rural, que foi sitiada e bombardeada pelas tropas do regime de Bashar al Assad, assim como atacada pelos "shabiha" (milicianos governamentais). Na versão do exército sírio, o combate aconteceu porque supostos grupos terroristas teriam destruído casas e cometido assassinatos e sequestros.
O chefe da missão de observadores, general Robert Mood, afirmou na sexta-feira, 13, que a equipe estava disposta a ir a Tremseh para investigar o episódio e verificar se houve um cessar-fogo. Mood também confirmou que as tropas governamentais haviam colocado tanques e helicópteros a postos na cidade.
Os observadores da ONU chegaram ao país em abril para supervisionar a aplicação do plano de paz do mediador internacional Kofi Annan. Entre os seis tópicos deste plano estão o fim da violência, a retirada de tropas das cidades, a libertação dos detidos em protestos e o início de um diálogo nacional.
Na sexta-feira, 13, o Brasil condenou de forma veemente, o massacre de 220 pessoas ocorrido no vilarejo de Tremseh por forças sírias, na última quinta. Opositores do presidente Bashar Assad, bombardeios foram feitos por helicópteros e tanques de forças aliadas ao regime.
Por meio de nota divulgada, o governo brasileiro afirmou estar "preocupado" com o uso de armamento pesado contra civis e pediu que o governo sírio interrompa "imediatamente quaisquer ações militares contra civis desarmados". Além disso, o Itamaraty reiterou seu apoio às decisões da Conferência de Grupo de Ação sobre a Síria, realizada em Genebra.
"O Brasil condena veementemente a repressão violenta contra civis desarmados e recorda os compromissos do governo sírio, contidos no Plano de Paz de seis pontos do enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, de cessar imediatamente toda movimentação de tropas e o uso de armamento pesado em áreas urbanas", diz a nota.
Atentado. Na madrugada deste sábado, um carro-bomba explodiu junto a um quartel militar na cidade de Mahrada, no reduto opositor de Hama, no centro da Síria. O atentado causou a morte de várias vítimas, segundo informações de grupos opositores.
Em comunicado, ativistas Comitês de Coordenação Local assinalaram que foram encontrados os corpos de sete pessoas pela explosão em uma zona da Segurança Militar. Já o Observatório Sírio de Direitos Humanos, por sua vez, afirmou que o carro-bomba explodiu junto a um quartel e informou que as vítimas seriam, no mínimo, quatro pessoas./Com agências internacionais
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Por sinal, hoje a cruz vermelha aceita que a Síria está em guerra civil.
=================
E mais Síria.
http://www.telegraph.co.uk/news/worldne ... month.html
Sentado na caverna escura, fétida que lhe servia de prisão temporária, Mohammed confessou com a franqueza de um homem que sabia que não tinha fuga da morte. Para o equivalente de £ 300 por mês, mais um bônus de 100 libras para cada vítima, ele havia se tornado um matador de aluguel para o presidente Bashar al Assad, disse ele. O que era mais, ele tinha desfrutado cada minuto dela.
"Nós amamos Assad porque o governo nos deu todo o poder - se eu queria tomar alguma coisa, matar uma pessoa ou estuprar uma menina que pude", disse ele, numa voz calma e tranquila sem remorso.
cont.
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E mais Síria.
http://www.telegraph.co.uk/news/worldne ... month.html
Sentado na caverna escura, fétida que lhe servia de prisão temporária, Mohammed confessou com a franqueza de um homem que sabia que não tinha fuga da morte. Para o equivalente de £ 300 por mês, mais um bônus de 100 libras para cada vítima, ele havia se tornado um matador de aluguel para o presidente Bashar al Assad, disse ele. O que era mais, ele tinha desfrutado cada minuto dela.
"Nós amamos Assad porque o governo nos deu todo o poder - se eu queria tomar alguma coisa, matar uma pessoa ou estuprar uma menina que pude", disse ele, numa voz calma e tranquila sem remorso.
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Síria: Conflito sem fim à vista, sírios continuem a morrer enquanto a comunidade internacional discute
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, acusou o ocidente de fazer chantagem com a Rússia no que respeita à situação na Síria.
“Para nossa grande tristeza, detetamos elementos de chantagem. Dizem-nos que se nós não apoiarmos a aprovação da resolução [do CS da ONU] sobre o capítulo 7 da Carta da ONU, eles recusar-se-ão a prolongar o mandato da missão de observadores na Síria”, declarou Lavrov numa conferência de imprensa realizada antes do encontro com Kofi Annan.
O ministro sublinhou que Moscovo considera essa abordagem “absolutamente contraproducente e perigosa, porque é inadmissível utilizar os observadores como moeda de troca”.
Lavrov recordou que a missão de observadores da ONU na Síria consiste em fazer uma avaliação objetiva do que acontece no país, bem como em investigar incidentes como o ocorrido na aldeia síria de Tremse.
“Vamos insistir firmemente no prolongamento da missão de observadores da ONU na Síria”, frisou.
Serguei Lavrov considerou a situação na Síria “horrível”
“Não serei original se disser que o que acontece na Síria é horrível. Sente-se a falta de uma coisa: o desejo de pôr fim imediatamente à violência”, acrescentou.
Segundo ele, “é evidente que para pôr fim à violência é necessário obrigar todas as partes adversárias a pôr fim simultaneamente aos combates, sincronizar a retirada das cidades de armamento pesado e de todos os homens armados sob o controlo da missão da ONU”.
O chefe da diplomacia russa considera que o conflito na Síria adquire a dimensão de um conflito entre confissões religiosas e chama a atenção para “o aumento da ação da Al Qaieda no país”.
Lavrov reafirmou a posição de que Moscovo não apoia o presidente da Síria, Bashar Assad, mas a regularização pacífica da situação nesse país.
“Aceitaremos qualquer decisão do povo sírio sobre quem irá dirigir a Síria, mas essa decisão deve pertencer apenas aos sírios”, precisou.
“Nós esperamos uma conversa pormenorizada (com Kofi Annan) e informação de fontes diretas”, concluiu.
O enviado especial da ONU para a Síria chega hoje à Rússia para conversações ao mais alto nível. Hoje, encontra-se com Lavrov e, amanhã, com o Presidente Putin.
“O encontro de amanhã poderá constituir a última tentativa de Annan convencer a Rússia a deixar passar as sanções propostas no projeto de resolução do CS da ONU, mas as possibilidades de êxito são ínfimas”, declarou uma fonte diplomática à Lusa.
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, considera que a discussão sobre a regularização da situação na Síria ainda não entrou “num beco sem saída”.
“Eu não lhe chamaria beco sem saída. Ainda temos esperar de chegar a um acordo no quadro daquilo que foi acordado em Genebra, no quadro do que está escrito no comunicado de Genebra”, declarou ele numa conferência de imprensa antes do encontro com Kofi Annan.
Os países ocidentais propuseram no CS da ONU um projeto de resolução que prevê sanções diplomáticas e económicas contra a Síria caso o regime de Bashar Assad não cumpra, num prazo de dez dias, exigências como o fim do emprego de armas pesadas.
A Rússia responde que não não permitirá a aprovação de sanções e propõe o prolongamento por mais três meses da missão de observadores da CS da ONU.
O ministro russo apelou à união da oposição síria com vista a apresentar um interlocutor único.
“Não há um interlocutor da oposição. Esperamos muito que os Estados que têm influência na oposição a utilizem para que sejam nomeados interlocutores com vista à tomada de medidas para um cessar de fogo sincronizado e o início da retirada de tropas e armamentos das cidades”, acrescentou.
Serguei Lavrov defende que o Irão e a Arábia Saudita também devem participar na solução da crise síria.
“Consideramos que a Arábia Saudita e o Irão, por razões conhecidas, têm influência na situação... Alguns participantes dos encontros de Genebra, nomeadamente os nossos coleas americanos e alguns europeus-ocidentais, foram categoricamente contra a participação do Irão e, como “compensação”, não convidaram a Arábia Saudita”, acrescentou.
“Trata-se de uma atitude improdutiva e não ajuda à causa. Todos compreendem que é preciso conversar com o Irão e Arábia Saudita, o que Kofi Annan faz, mas seria mais útil... se eles estivessem à mesa das conversações e ajudassem a elaborar soluções viáveis”, concluiu.
Kofi Annan, enviado especial da ONU para a Síria, visita Moscovo, onde se irá encontrar com Lavrov e, amanhã, com o Presidente Vladimir Putin.
O Presidente russo Vladimir Putin reafirmará na terça-feira a intenção russa de apoiar uma nova reunião do Grupo de Ação sobre a Síria no encontro com Kofi Annan, emissário especial da ONU, anunciou hoje o serviço de imprensa do Kremlin.
“Temos intenção de apoiar a convocação de uma segunda reunião do Grupo de Ação sobre a Síria em Moscovo ou novamente em Genebra. A possibilidade de organização de um novo encontro do Grupo de Ação está previsto no comunicado final aprovado em Genebra no dia 30 de junho”, lê-se no comunicado.
Koffi Annan chegou a Moscovo para um visita de trabalho de dois dias. Hoje encontrou-se com Serguei Lavrov, ministro russo dos Negócios Estrangeiros, à porta fechada. Amanhã, será recebido por Putin, tratando-se do segundo encontro em quatro meses entre o Presidente russo e o enviado especial da ONU.
“O próximo encontro testemunha o apoio político que a Rússia dá ao plano de regularização do conflito sírio proposto por Annan, assim como a intenção russa de assegurar a realização das decisões tomadas no encontro ministerial de Genebra e apela ao lançamento do processo de paz na Síria”, acrescenta o Kremlin.
“O principal êxito saído do encontro de Genebra é o apelo a todas as partes do conflito de pôr fim imediato à violência e a iniciar o processo político, o reconhecimento da responsabilidade pelas partes sírias pelo futuro do seu Estado, a solução pelos próprios sírios, no quadro de um amplo diálogo, de todas as questões ligadas à reforma do sistema político do país”, defende o Kremlin.
O Plano de Annan falhou e os países ocidentais propuseram no CS da ONU um projeto de resolução que prevê sanções contra o regime sírio. A Rússia já anunciou que irá vetar essa proposta e propõe o prolongamento da missão de observadores da ONU na Síria.
*Resumindo, o mais provável é que o CS da ONU não consiga aprovar um documento que consiga tirar o conflito sírio da via sangrenta. O derrame de sangue apenas tende a aumentar.
http://darussia.blogspot.com.br/2012/07 ... irios.html
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, acusou o ocidente de fazer chantagem com a Rússia no que respeita à situação na Síria.
“Para nossa grande tristeza, detetamos elementos de chantagem. Dizem-nos que se nós não apoiarmos a aprovação da resolução [do CS da ONU] sobre o capítulo 7 da Carta da ONU, eles recusar-se-ão a prolongar o mandato da missão de observadores na Síria”, declarou Lavrov numa conferência de imprensa realizada antes do encontro com Kofi Annan.
O ministro sublinhou que Moscovo considera essa abordagem “absolutamente contraproducente e perigosa, porque é inadmissível utilizar os observadores como moeda de troca”.
Lavrov recordou que a missão de observadores da ONU na Síria consiste em fazer uma avaliação objetiva do que acontece no país, bem como em investigar incidentes como o ocorrido na aldeia síria de Tremse.
“Vamos insistir firmemente no prolongamento da missão de observadores da ONU na Síria”, frisou.
Serguei Lavrov considerou a situação na Síria “horrível”
“Não serei original se disser que o que acontece na Síria é horrível. Sente-se a falta de uma coisa: o desejo de pôr fim imediatamente à violência”, acrescentou.
Segundo ele, “é evidente que para pôr fim à violência é necessário obrigar todas as partes adversárias a pôr fim simultaneamente aos combates, sincronizar a retirada das cidades de armamento pesado e de todos os homens armados sob o controlo da missão da ONU”.
O chefe da diplomacia russa considera que o conflito na Síria adquire a dimensão de um conflito entre confissões religiosas e chama a atenção para “o aumento da ação da Al Qaieda no país”.
Lavrov reafirmou a posição de que Moscovo não apoia o presidente da Síria, Bashar Assad, mas a regularização pacífica da situação nesse país.
“Aceitaremos qualquer decisão do povo sírio sobre quem irá dirigir a Síria, mas essa decisão deve pertencer apenas aos sírios”, precisou.
“Nós esperamos uma conversa pormenorizada (com Kofi Annan) e informação de fontes diretas”, concluiu.
O enviado especial da ONU para a Síria chega hoje à Rússia para conversações ao mais alto nível. Hoje, encontra-se com Lavrov e, amanhã, com o Presidente Putin.
“O encontro de amanhã poderá constituir a última tentativa de Annan convencer a Rússia a deixar passar as sanções propostas no projeto de resolução do CS da ONU, mas as possibilidades de êxito são ínfimas”, declarou uma fonte diplomática à Lusa.
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, considera que a discussão sobre a regularização da situação na Síria ainda não entrou “num beco sem saída”.
“Eu não lhe chamaria beco sem saída. Ainda temos esperar de chegar a um acordo no quadro daquilo que foi acordado em Genebra, no quadro do que está escrito no comunicado de Genebra”, declarou ele numa conferência de imprensa antes do encontro com Kofi Annan.
Os países ocidentais propuseram no CS da ONU um projeto de resolução que prevê sanções diplomáticas e económicas contra a Síria caso o regime de Bashar Assad não cumpra, num prazo de dez dias, exigências como o fim do emprego de armas pesadas.
A Rússia responde que não não permitirá a aprovação de sanções e propõe o prolongamento por mais três meses da missão de observadores da CS da ONU.
O ministro russo apelou à união da oposição síria com vista a apresentar um interlocutor único.
“Não há um interlocutor da oposição. Esperamos muito que os Estados que têm influência na oposição a utilizem para que sejam nomeados interlocutores com vista à tomada de medidas para um cessar de fogo sincronizado e o início da retirada de tropas e armamentos das cidades”, acrescentou.
Serguei Lavrov defende que o Irão e a Arábia Saudita também devem participar na solução da crise síria.
“Consideramos que a Arábia Saudita e o Irão, por razões conhecidas, têm influência na situação... Alguns participantes dos encontros de Genebra, nomeadamente os nossos coleas americanos e alguns europeus-ocidentais, foram categoricamente contra a participação do Irão e, como “compensação”, não convidaram a Arábia Saudita”, acrescentou.
“Trata-se de uma atitude improdutiva e não ajuda à causa. Todos compreendem que é preciso conversar com o Irão e Arábia Saudita, o que Kofi Annan faz, mas seria mais útil... se eles estivessem à mesa das conversações e ajudassem a elaborar soluções viáveis”, concluiu.
Kofi Annan, enviado especial da ONU para a Síria, visita Moscovo, onde se irá encontrar com Lavrov e, amanhã, com o Presidente Vladimir Putin.
O Presidente russo Vladimir Putin reafirmará na terça-feira a intenção russa de apoiar uma nova reunião do Grupo de Ação sobre a Síria no encontro com Kofi Annan, emissário especial da ONU, anunciou hoje o serviço de imprensa do Kremlin.
“Temos intenção de apoiar a convocação de uma segunda reunião do Grupo de Ação sobre a Síria em Moscovo ou novamente em Genebra. A possibilidade de organização de um novo encontro do Grupo de Ação está previsto no comunicado final aprovado em Genebra no dia 30 de junho”, lê-se no comunicado.
Koffi Annan chegou a Moscovo para um visita de trabalho de dois dias. Hoje encontrou-se com Serguei Lavrov, ministro russo dos Negócios Estrangeiros, à porta fechada. Amanhã, será recebido por Putin, tratando-se do segundo encontro em quatro meses entre o Presidente russo e o enviado especial da ONU.
“O próximo encontro testemunha o apoio político que a Rússia dá ao plano de regularização do conflito sírio proposto por Annan, assim como a intenção russa de assegurar a realização das decisões tomadas no encontro ministerial de Genebra e apela ao lançamento do processo de paz na Síria”, acrescenta o Kremlin.
“O principal êxito saído do encontro de Genebra é o apelo a todas as partes do conflito de pôr fim imediato à violência e a iniciar o processo político, o reconhecimento da responsabilidade pelas partes sírias pelo futuro do seu Estado, a solução pelos próprios sírios, no quadro de um amplo diálogo, de todas as questões ligadas à reforma do sistema político do país”, defende o Kremlin.
O Plano de Annan falhou e os países ocidentais propuseram no CS da ONU um projeto de resolução que prevê sanções contra o regime sírio. A Rússia já anunciou que irá vetar essa proposta e propõe o prolongamento da missão de observadores da ONU na Síria.
*Resumindo, o mais provável é que o CS da ONU não consiga aprovar um documento que consiga tirar o conflito sírio da via sangrenta. O derrame de sangue apenas tende a aumentar.
http://darussia.blogspot.com.br/2012/07 ... irios.html
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Primavera Árabe expõe limites do TPI.
Era exatamente o tipo de caso que o Tribunal Penal Internacional foi criado para investigar: o líder autocrático do Iêmen mantinha-se no poder, reprimindo manifestantes civis desarmados.
Mas quando a ativista iemenita Tawakkol Karman, ganhadora do Nobel da Paz em 2011, viajou até Haia para pedir uma investigação, soube que antes o TPI precisaria obter aprovação do Conselho de Segurança da ONU.
Isso nunca aconteceu e, hoje, o ex-presidente Ali Abdullah Saleh vive confortavelmente na capital iemenita e ainda exerce influência política no país e na região.
Agora, há sinais de que também o presidente sírio, Bashar Assad, escapará de ser julgado, apesar das evidências de atrocidades na repressão à crescente rebelião na Síria.
Assad e Saleh não foram processados porque têm aliados poderosos no Conselho de Segurança. Isso ameaça o ainda frágil consenso internacional no qual se baseou a criação da corte, em 2002: que líderes devem ser responsabilizados por crimes contra o seu próprio povo.
A inação contra alguns governantes árabes já levou críticos a declararem que a justiça do Tribunal Penal Internacional está reservada a líderes párias, inclusive os de vários Estados africanos fracos.
"Temos a sensação de que a justiça internacional não é governada pelas leis", afirmou o ativista sírio exilado Rami Nakhla. "Depende da situação, depende de quão valiosa é essa pessoa. Isso não é uma justiça real."
Mas o sonho de um tribunal que julgue crimes contra a humanidade cometidos em qualquer lugar nunca esteve tão perto de virar realidade. Três ex-chefes de Estado estão sob custódia de cortes internacionais e um deles, Charles Taylor, já foi condenado. O TPI investigou alguns dos piores conflitos da última década, e condenou um réu, um líder guerrilheiro congolês que transformava meninos em assassinos. E agora um ex-general servo-bósnio, Ratko Mladic, é réu num tribunal criado para julgar acusados por crimes de guerra na ex-Iugoslávia.
Mas o tribunal só pode investigar crimes em nações signatárias do Estatuto de Roma, que criou a corte, a não ser que o Conselho de Segurança encaminhe um caso.
"Muitos crimes foram cometidos aqui", disse o ativista Nabeel Rajab, do Bahrein, onde a família real, com a ajuda da Arábia Saudita e aquiescência dos Estados Unidos, usou a força pra sufocar uma rebelião pró-democracia. "Mas, por causa da estreita relação entre potências ocidentais e o governo do Bahrein, como podemos esperar justiça?"
O Tribunal Penal Internacional tem 120 Estados membros, mas três dos cinco países com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU -os Estados Unidos, a Rússia e a China- não fazem parte dele. Apesar disso, o tribunal se tornou a pedra de toque para os que buscam Justiça. O Conselho de Segurança autorizou a corte a investigar o presidente do Sudão, Omar Hassan Bashir, indiciado por crimes de guerra supostamente ocorridos na região de Darfur, mas o TPI não foi capaz de detê-lo.
E, em fevereiro de 2011, o Conselho de Segurança pediu ao Tribunal Penal Internacional que investigasse o governo líbio, então dirigido por Muammar Gaddafi. O tribunal indiciou Gaddafi e várias autoridades de alto escalão, mas ele foi morto na Líbia antes que pudesse ser julgado.
Por outro lado, o tribunal não agiu em nenhuma outra rebelião árabe, em grande parte por causa dos laços entre os países envolvidos e os donos do poder de veto no Conselho de Segurança. O Bahrein e o Iêmen são aliados dos Estados Unidos, enquanto a China e a Rússia são próximas do governo sírio.
Há um debate sobre se o tribunal, ao impedir uma saída honrosa, não torna os ditadores mais propensos a lutarem até a morte.
Mas apoiadores dizem que o tribunal já conseguiu mais do que se esperava. "A suposição era de que a corte iria levar anos para se tornar efetiva", disse Darryl Robinson, que já deu assessoria à promotoria do Tribunal Penal Internacional. "E que, quando estivesse em vigor, ela seria essa corte com jurisdição sobre o Canadá e a Noruega, sem nada para investigar."
Em vez disso, grande parte do mundo aderiu, e manifestantes no Iêmen, no Bahrein, na Líbia e na Síria têm exigido que seus líderes sejam enviados a Haia para serem julgados. A questão mais profunda é se o fracasso em processar os autocratas da Primavera Árabe irá abalar a fé no movimento rumo a um sistema internacional de justiça.
Como disse Richard Dicker, da entidade de direitos humanos Human Rights Watch: "Para que a justiça seja legítima, é essencial que ela seja aplicada igualmente a todos".
http://codinomeinformante.blogspot.com. ... o-tpi.html
Era exatamente o tipo de caso que o Tribunal Penal Internacional foi criado para investigar: o líder autocrático do Iêmen mantinha-se no poder, reprimindo manifestantes civis desarmados.
Mas quando a ativista iemenita Tawakkol Karman, ganhadora do Nobel da Paz em 2011, viajou até Haia para pedir uma investigação, soube que antes o TPI precisaria obter aprovação do Conselho de Segurança da ONU.
Isso nunca aconteceu e, hoje, o ex-presidente Ali Abdullah Saleh vive confortavelmente na capital iemenita e ainda exerce influência política no país e na região.
Agora, há sinais de que também o presidente sírio, Bashar Assad, escapará de ser julgado, apesar das evidências de atrocidades na repressão à crescente rebelião na Síria.
Assad e Saleh não foram processados porque têm aliados poderosos no Conselho de Segurança. Isso ameaça o ainda frágil consenso internacional no qual se baseou a criação da corte, em 2002: que líderes devem ser responsabilizados por crimes contra o seu próprio povo.
A inação contra alguns governantes árabes já levou críticos a declararem que a justiça do Tribunal Penal Internacional está reservada a líderes párias, inclusive os de vários Estados africanos fracos.
"Temos a sensação de que a justiça internacional não é governada pelas leis", afirmou o ativista sírio exilado Rami Nakhla. "Depende da situação, depende de quão valiosa é essa pessoa. Isso não é uma justiça real."
Mas o sonho de um tribunal que julgue crimes contra a humanidade cometidos em qualquer lugar nunca esteve tão perto de virar realidade. Três ex-chefes de Estado estão sob custódia de cortes internacionais e um deles, Charles Taylor, já foi condenado. O TPI investigou alguns dos piores conflitos da última década, e condenou um réu, um líder guerrilheiro congolês que transformava meninos em assassinos. E agora um ex-general servo-bósnio, Ratko Mladic, é réu num tribunal criado para julgar acusados por crimes de guerra na ex-Iugoslávia.
Mas o tribunal só pode investigar crimes em nações signatárias do Estatuto de Roma, que criou a corte, a não ser que o Conselho de Segurança encaminhe um caso.
"Muitos crimes foram cometidos aqui", disse o ativista Nabeel Rajab, do Bahrein, onde a família real, com a ajuda da Arábia Saudita e aquiescência dos Estados Unidos, usou a força pra sufocar uma rebelião pró-democracia. "Mas, por causa da estreita relação entre potências ocidentais e o governo do Bahrein, como podemos esperar justiça?"
O Tribunal Penal Internacional tem 120 Estados membros, mas três dos cinco países com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU -os Estados Unidos, a Rússia e a China- não fazem parte dele. Apesar disso, o tribunal se tornou a pedra de toque para os que buscam Justiça. O Conselho de Segurança autorizou a corte a investigar o presidente do Sudão, Omar Hassan Bashir, indiciado por crimes de guerra supostamente ocorridos na região de Darfur, mas o TPI não foi capaz de detê-lo.
E, em fevereiro de 2011, o Conselho de Segurança pediu ao Tribunal Penal Internacional que investigasse o governo líbio, então dirigido por Muammar Gaddafi. O tribunal indiciou Gaddafi e várias autoridades de alto escalão, mas ele foi morto na Líbia antes que pudesse ser julgado.
Por outro lado, o tribunal não agiu em nenhuma outra rebelião árabe, em grande parte por causa dos laços entre os países envolvidos e os donos do poder de veto no Conselho de Segurança. O Bahrein e o Iêmen são aliados dos Estados Unidos, enquanto a China e a Rússia são próximas do governo sírio.
Há um debate sobre se o tribunal, ao impedir uma saída honrosa, não torna os ditadores mais propensos a lutarem até a morte.
Mas apoiadores dizem que o tribunal já conseguiu mais do que se esperava. "A suposição era de que a corte iria levar anos para se tornar efetiva", disse Darryl Robinson, que já deu assessoria à promotoria do Tribunal Penal Internacional. "E que, quando estivesse em vigor, ela seria essa corte com jurisdição sobre o Canadá e a Noruega, sem nada para investigar."
Em vez disso, grande parte do mundo aderiu, e manifestantes no Iêmen, no Bahrein, na Líbia e na Síria têm exigido que seus líderes sejam enviados a Haia para serem julgados. A questão mais profunda é se o fracasso em processar os autocratas da Primavera Árabe irá abalar a fé no movimento rumo a um sistema internacional de justiça.
Como disse Richard Dicker, da entidade de direitos humanos Human Rights Watch: "Para que a justiça seja legítima, é essencial que ela seja aplicada igualmente a todos".
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Exército inflama chamas de guerra rural religiosa na Síria.
http://2.bp.blogspot.com/-u--Y_48CALs/U ... s-city.jpg
Rebeldes sírios patrulham uma rua na cidade Qusair, próxima a cidade de Homs
Há relatos que forças leais ao presidente sírio, Bashar al-Assad, massacraram mais de 200 pessoas na aldeia de Tremseh. Vídeos no YouTube indicam que uma guerra religiosa selvagem está ocorrendo em algumas zonas rurais –e que os soldados estão incitando as chamas do ódio.
Imagens assustadoras voltaram a surgir da Síria. Novamente, as pessoas estão tentando descobrir quem cometeu os crimes terríveis. A oposição síria acusa o regime de matar mais de 220 homens, mulheres e crianças na aldeia de Tremseh, no centro da Síria. Algumas teriam sido atingidas por bombardeios do exército sírio, enquanto outras foram mortas por capangas pró-governo de aldeias próximas.
O enviado internacional Koffi Annan disse na sexta-feira (13) que ficou provado que artilharia, helicópteros e tanques foram usados em Tremseh. Ele acrescentou que isso comprovava que o exército sírio havia violado seriamente o plano de paz que deveria pôr fim à crise de 16 meses na Síria, que deixou milhares de mortos. Enquanto isso, a Organização da Conferência Islâmica (OIC) pediu que a ONU usasse todos os meios para intervir no conflito.
Como tantas vezes tem ocorrido neste conflito sangrento, é quase impossível confirmar as informações em relação ao massacre. Uma razão para isso é o fato da ONU ter retirado seus observadores por preocupações de segurança. Outra é que o regime sírio se recusa a permitir que representantes da Comissão de Direitos Humanos da ONU, jornalistas e autoridades de organizações internacionais examinem o que está acontecendo no país de forma livre e independente.
Uma versão apenas, mas reveladora
Os vídeos amadores que os ativistas sírios vêm carregando no YouTube contam apenas um lado da história. Mesmo assim, são reveladores, pois sugerem que o conflito nas regiões rurais do centro da Síria, onde pessoas de diferentes crenças moram em aldeias próximas, porém separadas, está se tornando uma guerra religiosa brutal. E mais, as chamas dessa guerra parecem estar sendo inflamadas pelo exército sírio, cujas ações só vêm ajudando a provocar as tensões religiosas.
Tremseh é uma pequena aldeia que fica aproximadamente 15 km a noroeste de Hama, mas não é a primeira vez que chega às manchetes. Os primeiros vídeos gravados na aldeia chegaram ao YouTube no dia 5 de julho de 2011. Eles mostram uma procissão de manifestantes cantando: “O povo quer que o regime caia”.
Nos meses que se passaram desde então, uma série de novos vídeos de protestos desse tipo foram parar no YouTube. Algumas imagens mostram as pessoas em celebração. Algumas centenas de pessoas –homens, mulheres e crianças- falam e dançam enquanto um homem grita a palavra de ordem: “Bashar, vá embora!” Quando se dirigem dessa forma ao ditador sírio Bashar Assad, fica claro o lado dos manifestantes.
As primeiras imagens de cadáveres apareceram no dia 2 de dezembro de 2011. Elas mostram dois rapazes em macas em uma sala. Um levou um tiro no abdome, enquanto o outro tem uma grande ferida suturada no estômago. Eles teriam sido mortos por defensores do regime. Um vídeo gravado no dia seguinte mostra a bandeira da oposição sobre a procissão funeral.
Apesar das vítimas, as manifestações continuaram. Um vídeo que teria sido gravado em dezembro de 2011 mostra protestos sob o título: “Vamos continuar até o regime cair!” No dia 15 e 19 de fevereiro de 2012, novamente imagens de pessoas mortas por um grupo de 10 defensores do regime de vilas próximas.
Política ou religião?
Um pouco mais tarde no mesmo mês, o exército sírio aparentemente lançou sua primeira ofensiva contra Tremseh. Vídeos mostram as casas cheias de buracos de tiros e um minarete que foi destruído por fogo de artilharia, no que se equipara a uma provocação religiosa consciente. No vídeo, um ativista grita: “Deus é maior que você, Bashar!”
De fato, não é a primeira vez que os soldados de Assad ofendem os sunitas. Por exemplo, no ano passado, o exército iniciou intencionalmente uma ofensiva de forma a coincidir com o início do Ramadã, mês sagrado de jejum muçulmano. Mas o que é novo é que o exército –ou o que sobrou dele após as deserções- está abertamente do lado dos alawis, membros da seita religiosa muçulmana que compõe menos de 10% da população do país, mas tem virtualmente o monopólio das principais posições de poder político e militar. Já em maio, havia relatos que o exército se associou a mercenários alawis para cometer o massacre de Houla.
O vídeo do dia 28 de março de 2012 é chocante. Ele mostra a saída do exército sírio de Tremseh. Nele, os soldados estão em ônibus brancos, caminhonetes e caminhões cheios de caixotes. Uma caminhonete está enfeitada com a palavra “Bashar!” O comboio também inclui reboques puxando carros. De fato, parece mais que os soldados estavam em uma missão de pilhagem do que deixando uma batalha contra insurgentes.
O vídeo também mostra pessoas saudando a passagem do exército pelas ruas. “Eles estão saindo de Tremseh!”, grita um deles. Os soldados buzinam, enquanto as pessoas nas ruas cumprimentam os soldados que passam. A legenda do vídeo indica que as pessoas na rua vêm de uma das aldeias vizinhas a Tremseh.
Em certa altura, o vídeo mostra uma mulher de cabelo claro e rabo de cavalo; em outro, uma mulher alta com rabo de cavalo escuro. Nas regiões rurais da Síria, é incomum mulheres sunitas não cobrirem o cabelo. Isso leva a pessoa a crer que os habitantes dessas aldeias próximas pertencem a uma das religiões minoritárias da Siria. Presumivelmente, são alawis, como Assad e a maioria do aparato de segurança do país. Assim parece que motivos religiosos conscientes estavam por trás das ações dos soldados sírios.
Este é o cenário desse massacre, que segundo os relatos teve vizinhos matando vizinhos. A perspectiva do outro lado é desconhecida. Será que os moradores de Tremseh haviam ameaçado, roubado ou matado alawis da aldeia próxima? Não se pode ter certeza. Mas, de qualquer forma, parece que o conflito agora se tornou uma guerra religiosa impiedosa nas pequenas aldeias do centro da Síria.
http://codinomeinformante.blogspot.com. ... rural.html
http://2.bp.blogspot.com/-u--Y_48CALs/U ... s-city.jpg
Rebeldes sírios patrulham uma rua na cidade Qusair, próxima a cidade de Homs
Há relatos que forças leais ao presidente sírio, Bashar al-Assad, massacraram mais de 200 pessoas na aldeia de Tremseh. Vídeos no YouTube indicam que uma guerra religiosa selvagem está ocorrendo em algumas zonas rurais –e que os soldados estão incitando as chamas do ódio.
Imagens assustadoras voltaram a surgir da Síria. Novamente, as pessoas estão tentando descobrir quem cometeu os crimes terríveis. A oposição síria acusa o regime de matar mais de 220 homens, mulheres e crianças na aldeia de Tremseh, no centro da Síria. Algumas teriam sido atingidas por bombardeios do exército sírio, enquanto outras foram mortas por capangas pró-governo de aldeias próximas.
O enviado internacional Koffi Annan disse na sexta-feira (13) que ficou provado que artilharia, helicópteros e tanques foram usados em Tremseh. Ele acrescentou que isso comprovava que o exército sírio havia violado seriamente o plano de paz que deveria pôr fim à crise de 16 meses na Síria, que deixou milhares de mortos. Enquanto isso, a Organização da Conferência Islâmica (OIC) pediu que a ONU usasse todos os meios para intervir no conflito.
Como tantas vezes tem ocorrido neste conflito sangrento, é quase impossível confirmar as informações em relação ao massacre. Uma razão para isso é o fato da ONU ter retirado seus observadores por preocupações de segurança. Outra é que o regime sírio se recusa a permitir que representantes da Comissão de Direitos Humanos da ONU, jornalistas e autoridades de organizações internacionais examinem o que está acontecendo no país de forma livre e independente.
Uma versão apenas, mas reveladora
Os vídeos amadores que os ativistas sírios vêm carregando no YouTube contam apenas um lado da história. Mesmo assim, são reveladores, pois sugerem que o conflito nas regiões rurais do centro da Síria, onde pessoas de diferentes crenças moram em aldeias próximas, porém separadas, está se tornando uma guerra religiosa brutal. E mais, as chamas dessa guerra parecem estar sendo inflamadas pelo exército sírio, cujas ações só vêm ajudando a provocar as tensões religiosas.
Tremseh é uma pequena aldeia que fica aproximadamente 15 km a noroeste de Hama, mas não é a primeira vez que chega às manchetes. Os primeiros vídeos gravados na aldeia chegaram ao YouTube no dia 5 de julho de 2011. Eles mostram uma procissão de manifestantes cantando: “O povo quer que o regime caia”.
Nos meses que se passaram desde então, uma série de novos vídeos de protestos desse tipo foram parar no YouTube. Algumas imagens mostram as pessoas em celebração. Algumas centenas de pessoas –homens, mulheres e crianças- falam e dançam enquanto um homem grita a palavra de ordem: “Bashar, vá embora!” Quando se dirigem dessa forma ao ditador sírio Bashar Assad, fica claro o lado dos manifestantes.
As primeiras imagens de cadáveres apareceram no dia 2 de dezembro de 2011. Elas mostram dois rapazes em macas em uma sala. Um levou um tiro no abdome, enquanto o outro tem uma grande ferida suturada no estômago. Eles teriam sido mortos por defensores do regime. Um vídeo gravado no dia seguinte mostra a bandeira da oposição sobre a procissão funeral.
Apesar das vítimas, as manifestações continuaram. Um vídeo que teria sido gravado em dezembro de 2011 mostra protestos sob o título: “Vamos continuar até o regime cair!” No dia 15 e 19 de fevereiro de 2012, novamente imagens de pessoas mortas por um grupo de 10 defensores do regime de vilas próximas.
Política ou religião?
Um pouco mais tarde no mesmo mês, o exército sírio aparentemente lançou sua primeira ofensiva contra Tremseh. Vídeos mostram as casas cheias de buracos de tiros e um minarete que foi destruído por fogo de artilharia, no que se equipara a uma provocação religiosa consciente. No vídeo, um ativista grita: “Deus é maior que você, Bashar!”
De fato, não é a primeira vez que os soldados de Assad ofendem os sunitas. Por exemplo, no ano passado, o exército iniciou intencionalmente uma ofensiva de forma a coincidir com o início do Ramadã, mês sagrado de jejum muçulmano. Mas o que é novo é que o exército –ou o que sobrou dele após as deserções- está abertamente do lado dos alawis, membros da seita religiosa muçulmana que compõe menos de 10% da população do país, mas tem virtualmente o monopólio das principais posições de poder político e militar. Já em maio, havia relatos que o exército se associou a mercenários alawis para cometer o massacre de Houla.
O vídeo do dia 28 de março de 2012 é chocante. Ele mostra a saída do exército sírio de Tremseh. Nele, os soldados estão em ônibus brancos, caminhonetes e caminhões cheios de caixotes. Uma caminhonete está enfeitada com a palavra “Bashar!” O comboio também inclui reboques puxando carros. De fato, parece mais que os soldados estavam em uma missão de pilhagem do que deixando uma batalha contra insurgentes.
O vídeo também mostra pessoas saudando a passagem do exército pelas ruas. “Eles estão saindo de Tremseh!”, grita um deles. Os soldados buzinam, enquanto as pessoas nas ruas cumprimentam os soldados que passam. A legenda do vídeo indica que as pessoas na rua vêm de uma das aldeias vizinhas a Tremseh.
Em certa altura, o vídeo mostra uma mulher de cabelo claro e rabo de cavalo; em outro, uma mulher alta com rabo de cavalo escuro. Nas regiões rurais da Síria, é incomum mulheres sunitas não cobrirem o cabelo. Isso leva a pessoa a crer que os habitantes dessas aldeias próximas pertencem a uma das religiões minoritárias da Siria. Presumivelmente, são alawis, como Assad e a maioria do aparato de segurança do país. Assim parece que motivos religiosos conscientes estavam por trás das ações dos soldados sírios.
Este é o cenário desse massacre, que segundo os relatos teve vizinhos matando vizinhos. A perspectiva do outro lado é desconhecida. Será que os moradores de Tremseh haviam ameaçado, roubado ou matado alawis da aldeia próxima? Não se pode ter certeza. Mas, de qualquer forma, parece que o conflito agora se tornou uma guerra religiosa impiedosa nas pequenas aldeias do centro da Síria.
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
A monarquia Saudita meda nojo como tambem as outras monarquias do Golfo Pérsico, são os maiores financiadores do terrorismo no Caucaso e na Àsia Central ou seja em praticamente toda Eurásia onde tenha problemas envolvendo religião que envolve o islamismo e se acham o supremos defensores da liberdade e da palavra divina.
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Conflito sírio gera ‘bate-boca’ com Arábia Saudita
16/07/2012
Konstantin Volkov, Izvéstia
Indignação da Arábia Saudita com o depoimento do representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia para questões dos direitos humanos, da democracia e da supremacia do direito, Konstantin Dolgov, indica o aumento da tensão nas relações entre os dois países. Segundo especialistas, o principal motivo são as divergências sobre a questão síria.
http://nl.media.rbth.ru/web/br-rbth/ima ... ov_208.jpg
Representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia para questões dos direitos humanos, da democracia e da supremacia do direito, Konstantin Dolgov. Foto: Kommersant
Na semana passada, o site do Ministério das Relações Exteriores da Rússia publicou uma declaração de Dolgov, aconselhando as autoridades sauditas a normalizar a situação na província oriental do país.
O local vem sendo palco de grandes demonstrações de xiitas locais revoltados com a detenção do líder espiritual xeique Nimr an-Nimr e com a discriminação promovida pela maioria sunita.
De acordo com informações de diplomatas russos, duas pessoas foram mortas e mais de vinte acabaram feridas na dispersão de marchas pacíficas. Konstantin Dolgov também sugeriu a Arábia Saudita a garantir os direitos humanos dos xiitas, incluindo a liberdade de expressão.
“A Arábia Saudita ficou muito surpresa com os comentários do representante do ministério russo, que consistem em flagrante ingerência nos assuntos internos do país”, afirmou a nação árabe em comunicado oficial.
Os sauditas afirmaram ainda que não houve nenhuma dispersão de manifestantes e os dois corpos são de vítimas de assassinos não identificados. Além disso, “Riad nunca interferiu nos assuntos internos da Rússia, embora distúrbios internos no país tenham resultado em numerosas vítimas”.
O Departamento de Política Externa saudita manifestou esperança de que a “estranha declaração” de Moscou não esteja relacionada com uma tentativa de desviar a atenção do assassinato em massa da população promovido pelo regime sírio “com apoio de determinados países”.
Tudo leva a crer que essa situação não levará ao rompimento das relações diplomáticas entre Moscou e Riad. Entretanto, os diferentes pontos de vista para solução da crise síria são capazes de esfriar significativamente as relações entre os dois países. Ou, mais precisamente, entre os três países, uma vez que o Catar compartilha a mesma posição da Arábia Saudita.
Outros motivos
A atual desavença é apenas um detalhe das relações entre os dois países divulgado publicamente, explica o especialista em assuntos do Oriente do Instituto de Avaliação e Análise Estratégica, Serguêi Demidenko.
Segundo ele, a questão mais delicada nas relações entre Moscou e Riad atualmente é a Síria, uma vez que os sauditas apoiam a oposição armada e a Rússia, o regime de Assad.
No entanto, essa enérgica reação à declaração de Moscou também deve-se ao fato de que a Rússia tocou em um dos pontos mais críticos da Arábia Saudita. A província oriental do país, onde vivem os xiitas (cerca de 20% da população nacional), é a principal região de extração de petróleo.
Considerando que, de acordo com dados revelados pelo Wikileaks no início de 2011, as reservas de petróleo sauditas comprovadas são 40% inferiores ao anunciado oficialmente, qualquer tensão nessa área pode prejudicar o trabalho das empresas petrolíferas, afetando as condições financeiras do país. Além disso, os xiitas exigem parte dos lucros do petróleo.
Gerenciando conflitos
Nos últimos 18 meses desde o início das revoluções árabes, o rei Abdullah bin Abdul Aziz teve de gastar cerca de 130 bilhões de dólares, retirados, inclusive, dos recursos da família real, para reprimir a oposição e garantir a lealdade das instituições regionais.
Para a Arábia Saudita, isso é especialmente importante porque há uma grande quantidade de islamistas radicais que considera o poder saudita pouco comprometido com as normas muçulmanas e está pronta a tomar ações drásticas contra o rei.
Nesse contexto, o proselitismo é outro motivo da insatisfação de Moscou com as ações de Riad. “Não é segredo que os sauditas trabalham ativamente em associações muçulmanas na Rússia”, lembra Demidenko.
“A manifestação da Rússia, nesse caso, é inteiramente oportuna”, diz o especialista do Instituto de Estudos Orientais da Academia Russa de Ciências, Boris Dolgov.
Ele explica que “ao apoiar a oposição síria, a Arábia Saudita está ditando como a Síria deve viver. Enquanto isso, em sua própria casa, há uma grande quantidade de problemas, e o Ministério das Relações Exteriores da Rússia chamou atenção para isso”.
Texto original em russo no site izvestia.ru
http://gazetarussa.com.br/articles/2012 ... 14843.html
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Conflito sírio gera ‘bate-boca’ com Arábia Saudita
16/07/2012
Konstantin Volkov, Izvéstia
Indignação da Arábia Saudita com o depoimento do representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia para questões dos direitos humanos, da democracia e da supremacia do direito, Konstantin Dolgov, indica o aumento da tensão nas relações entre os dois países. Segundo especialistas, o principal motivo são as divergências sobre a questão síria.
http://nl.media.rbth.ru/web/br-rbth/ima ... ov_208.jpg
Representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia para questões dos direitos humanos, da democracia e da supremacia do direito, Konstantin Dolgov. Foto: Kommersant
Na semana passada, o site do Ministério das Relações Exteriores da Rússia publicou uma declaração de Dolgov, aconselhando as autoridades sauditas a normalizar a situação na província oriental do país.
O local vem sendo palco de grandes demonstrações de xiitas locais revoltados com a detenção do líder espiritual xeique Nimr an-Nimr e com a discriminação promovida pela maioria sunita.
De acordo com informações de diplomatas russos, duas pessoas foram mortas e mais de vinte acabaram feridas na dispersão de marchas pacíficas. Konstantin Dolgov também sugeriu a Arábia Saudita a garantir os direitos humanos dos xiitas, incluindo a liberdade de expressão.
“A Arábia Saudita ficou muito surpresa com os comentários do representante do ministério russo, que consistem em flagrante ingerência nos assuntos internos do país”, afirmou a nação árabe em comunicado oficial.
Os sauditas afirmaram ainda que não houve nenhuma dispersão de manifestantes e os dois corpos são de vítimas de assassinos não identificados. Além disso, “Riad nunca interferiu nos assuntos internos da Rússia, embora distúrbios internos no país tenham resultado em numerosas vítimas”.
O Departamento de Política Externa saudita manifestou esperança de que a “estranha declaração” de Moscou não esteja relacionada com uma tentativa de desviar a atenção do assassinato em massa da população promovido pelo regime sírio “com apoio de determinados países”.
Tudo leva a crer que essa situação não levará ao rompimento das relações diplomáticas entre Moscou e Riad. Entretanto, os diferentes pontos de vista para solução da crise síria são capazes de esfriar significativamente as relações entre os dois países. Ou, mais precisamente, entre os três países, uma vez que o Catar compartilha a mesma posição da Arábia Saudita.
Outros motivos
A atual desavença é apenas um detalhe das relações entre os dois países divulgado publicamente, explica o especialista em assuntos do Oriente do Instituto de Avaliação e Análise Estratégica, Serguêi Demidenko.
Segundo ele, a questão mais delicada nas relações entre Moscou e Riad atualmente é a Síria, uma vez que os sauditas apoiam a oposição armada e a Rússia, o regime de Assad.
No entanto, essa enérgica reação à declaração de Moscou também deve-se ao fato de que a Rússia tocou em um dos pontos mais críticos da Arábia Saudita. A província oriental do país, onde vivem os xiitas (cerca de 20% da população nacional), é a principal região de extração de petróleo.
Considerando que, de acordo com dados revelados pelo Wikileaks no início de 2011, as reservas de petróleo sauditas comprovadas são 40% inferiores ao anunciado oficialmente, qualquer tensão nessa área pode prejudicar o trabalho das empresas petrolíferas, afetando as condições financeiras do país. Além disso, os xiitas exigem parte dos lucros do petróleo.
Gerenciando conflitos
Nos últimos 18 meses desde o início das revoluções árabes, o rei Abdullah bin Abdul Aziz teve de gastar cerca de 130 bilhões de dólares, retirados, inclusive, dos recursos da família real, para reprimir a oposição e garantir a lealdade das instituições regionais.
Para a Arábia Saudita, isso é especialmente importante porque há uma grande quantidade de islamistas radicais que considera o poder saudita pouco comprometido com as normas muçulmanas e está pronta a tomar ações drásticas contra o rei.
Nesse contexto, o proselitismo é outro motivo da insatisfação de Moscou com as ações de Riad. “Não é segredo que os sauditas trabalham ativamente em associações muçulmanas na Rússia”, lembra Demidenko.
“A manifestação da Rússia, nesse caso, é inteiramente oportuna”, diz o especialista do Instituto de Estudos Orientais da Academia Russa de Ciências, Boris Dolgov.
Ele explica que “ao apoiar a oposição síria, a Arábia Saudita está ditando como a Síria deve viver. Enquanto isso, em sua própria casa, há uma grande quantidade de problemas, e o Ministério das Relações Exteriores da Rússia chamou atenção para isso”.
Texto original em russo no site izvestia.ru
http://gazetarussa.com.br/articles/2012 ... 14843.html
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Paul Conroy - fotografo, entrevista.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Rússia bloqueia declaração do CS sobre a Síria.
A Rússia bloqueou, nesta segunda-feira, uma proposta de declaração sobre o massacre na vila síria de Treimsa, informaram diplomatas. Enviados russos se opuseram à declaração alegando que os acontecimentos não estão claros, afirmaram as fontes, em condição de anonimato.
O rascunho da declaração dizia que o ataque à vila, na quinta-feira, foi uma "violação" dos compromissos do governo sírio com o enviado especial da Liga Árabe e da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, de não usar armamentos pesados. Mas a Rússia não permitiu a divulgação do documento.
Dezenas de pessoas foram mortas em Treimsa por tropas do presidente Bashar Assad, afirmam ativistas. O governo nega qualquer envolvimento.
A Rússia convocou o major-general Robert Mood, chefe da Missão da ONU de Supervisão na Síria (UNSMIS) para falar ao conselho sobre os assassinatos.
O porta-voz da ONU, Martin Nesirky, disse que a UNSMIS ainda tenta verificar o que aconteceu em Treimsa, mas disse que "é bastante perceptível que algo terrível aconteceu lá e que armas pesadas foram usadas".
Diplomatas ocidentais disseram que provavelmente deixarão de fazer pressão pela aprovação da declaração. Os 15 membros do conselho poderão se concentrar na negociação de uma resolução formal sobre o futuro da missão da ONU na Síria e devem chegar a um acordo até sexta-feira.
Reino Unido, França, Estados Unidos, Alemanha e Portugal querem uma resolução que inclua ameaças de sanções não-militares se Assad não interromper o uso de armamento pesado. No entanto, a resolução proposta está sob o Capítulo 7 da ONU, que permite que as sanções sejam impostas militarmente. Moscou opõem-se a qualquer resolução que possa ser imposta através da força e rejeita a ameaça de sanções.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 1116,0.htm
A Rússia bloqueou, nesta segunda-feira, uma proposta de declaração sobre o massacre na vila síria de Treimsa, informaram diplomatas. Enviados russos se opuseram à declaração alegando que os acontecimentos não estão claros, afirmaram as fontes, em condição de anonimato.
O rascunho da declaração dizia que o ataque à vila, na quinta-feira, foi uma "violação" dos compromissos do governo sírio com o enviado especial da Liga Árabe e da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, de não usar armamentos pesados. Mas a Rússia não permitiu a divulgação do documento.
Dezenas de pessoas foram mortas em Treimsa por tropas do presidente Bashar Assad, afirmam ativistas. O governo nega qualquer envolvimento.
A Rússia convocou o major-general Robert Mood, chefe da Missão da ONU de Supervisão na Síria (UNSMIS) para falar ao conselho sobre os assassinatos.
O porta-voz da ONU, Martin Nesirky, disse que a UNSMIS ainda tenta verificar o que aconteceu em Treimsa, mas disse que "é bastante perceptível que algo terrível aconteceu lá e que armas pesadas foram usadas".
Diplomatas ocidentais disseram que provavelmente deixarão de fazer pressão pela aprovação da declaração. Os 15 membros do conselho poderão se concentrar na negociação de uma resolução formal sobre o futuro da missão da ONU na Síria e devem chegar a um acordo até sexta-feira.
Reino Unido, França, Estados Unidos, Alemanha e Portugal querem uma resolução que inclua ameaças de sanções não-militares se Assad não interromper o uso de armamento pesado. No entanto, a resolução proposta está sob o Capítulo 7 da ONU, que permite que as sanções sejam impostas militarmente. Moscou opõem-se a qualquer resolução que possa ser imposta através da força e rejeita a ameaça de sanções.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 1116,0.htm