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Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sáb Abr 28, 2012 11:51 am
por Sávio Ricardo
O Ministério da Defesa deslocou uma tropa para o município de Capixaba (AC), a 70 quilômetros de Rio Branco, após o Exército da Bolívia ter retomado o processo de expulsão de brasileiros que vivem em seu território.

Na semana passada, antes de expulsarem um colono brasileiro, os militares bolivianos circularam por Capixaba portando pistolas e armas de grosso calibre, fizeram compras no comércio local e até abasteceram seus veículos num posto da cidade.

A tropa do Exército Brasileiro, que conta com apoio da Polícia Federal, tem a missão de guardar a fronteira e impedir novas entradas não autorizadas de militares bolivianos em território nacional.

O Ministério da Defesa movimentou o Exército e a Polícia Federal após o governador do Acre, Tião Viana (PT), ter informado ao Gabinete de Segurança Institucional que colonos brasileiros estão sendo expulsos de suas casas e suas terras estão sendo ocupadas por soldados bolivianos.

Existem mais de 500 colonos brasileiros na região do Alto Acre, que abrange os municípios de Capixaba, Acrelândia, Plácido de Castro, Epicilância, Brasiléia e Assis Brasil. Além dos colonos, existem 50 produtores rurais com pequenas fazendas, que variam de 100 a 300 hectares de pastagens.

O colono José Carlos Caldas, expulso pelos bolivianos, perdeu a plantação e a pequena criação de gado, além de outros bens. Parte do gado teria sido abatida pelos militares para alimentar a tropa boliviana.

O colono registrou o caso na delegacia da Polícia Federal de Epitaciolândia e pediu ajuda do governo brasileiro. A propriedade que ele ocupava na Bolívia pertencia ao pai dele há mais de 40 anos.

- O grave é que a Bolívia não parece empenhada em manter boas relações diplomáticas. Qualquer ação militar que envolva os exércitos dos dois países na fronteira deve ser comunicada, mas nem o Exército Brasileiro, nem o Itamaraty e nem o Governo do Acre foram informados da operação. A situação exige por parte da diplomacia brasileira um protesto forte junto aos diplomatas bolivianos – disse ao Blog da Amazônia o secretário Nilson Mourão, de Justiça e Direitos Humanos do Acre, após participar de uma reunião em Capixaba com a presença do ministro Eduardo Paes Sabóia, da Embaixada do Brasil na Bolívia.

Mourão adiantou que ele e o ministro estão elaborando um relatório em que sugerem que a Bolívia seja tolerante com a presença dos colonos brasileiros até o final do ano. Até lá, o os colonos serão assentados pelo Incra em território brasileiro.

- No povoado boliviano de Vila Bella, com cerca de 60 casas, não existe energia elétrica. Estamos dispostos, como sinal de boa vontade, a oferecer energia do Luz para Todos que passa no lado brasileiro da rua que divide os dois países. Estamos sugerindo, ainda, que haja um entendimento envolvendo a diplomacia dos dois países em relação aos 50 proprietários que possuem fazendas de 100 a 300 hectares na Bolívia, na região do município de Capixaba – acrescentou Mourão.
Rio Branco Net


Durante toda a manhã desta sexta-feira, 27, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Nilson Mourão estará reunido com o governador Tião Viana para traçar ações emergenciais.

O clima de tensão e pavor envolvendo brasileiros e bolivianos está instalado em Capixaba, mais especificamente no entorno dos rios Caramano, Chipamano e Abunã. O conflito simboliza um retrato da discórdia que vem sendo alimentada por décadas. Há exatos três dias, o Exército boliviano acena para um fim dos acordos internacionais envolvendo a ocupação de brasileiros.

Famílias brasileiras que residem em terras bolivianas relataram as autoridades acreanas que o exército boliviano tem usado de força, ameaçando e incendiando propriedades, a fim de forçá-los a sair das terras.

Milhares de famílias se instalaram na faixa de fronteira da Bolívia, às margens do rio Acre, sendo que a grande maioria reside há pelo menos 30 anos em terras bolivianas, onde constituíram patrimônio, criação de gados e pequenos animais.

O Governador do Estado, Tião Viana informou que foram adotadas medidas necessárias. Por meio de sua página na internet, Viana informou que o problema já foi comunicado ao Itamaraty e ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, além do Exército Brasileiro, para que estes interfiram no caso.

Segundo informações, o Comandante do 1º Batalhão do Exército da Fronteira Boliviana ainda continua na região próxima ao seringal Fortaleza no intuito de retirar famílias brasileiras do país. A Marinha Boliviana monitora uma faixa de 18 km na fronteira com Capixaba desde o Rio Abunã até o Arapiraca no Seringal Santa Fé. Mais de 60 homens fazem parte da operação chamada Reassentamento.

No ano passado, mais de cem famílias foram repatriadas para os municípios de Plácido de Castro e Capixaba. Um acordo havia sido firmado entre o ex-presidente Lula e Evo Morales para que as famílias permanecem no local, seguindo algumas exigências estabelecidas pelo governo boliviano.

Conforme informações, equipes da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos em conjunto com o INCRA, estão na área de conflito para tentar solucionar o problema.

INCRA tenta recuperar o tempo perdido e promete repatriar acreanos

“A prioridade é assentar um mil e trezentas famílias, entre as quais estão as da faixa de fronteira com a Bolívia”, disse superintendente.

A Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária no Acre – INCRA – iniciou ontem (26) o primeiro dia de reunião com representantes dos núcleos do INCRA em todos os municípios do Estado. O encontro será encerrado hoje (27) na Escola da Floresta.

Segundo o superintendente do INCRA no Acre, João Thaumaturgo, o encontro visa construir um plano de ações para este ano para que sejam encaixadas as prioridades regionais em concordância, com o plano nacional do INCRA estabelecido em Fevereiro deste ano. A prioridade para o Acre em 2012, segundo ele, é assentar as famílias brasileiras que estão em áreas de conflito na fronteira com a Bolívia.

“A prioridade é assentar um mil e trezentas famílias, entre as quais estão as da faixa de fronteira com a Bolívia. Outra prioridade também é a questão indígena do Rio Amônia, cujo caso já está sendo tratado pelo Ministério Público.” Ressaltou Thaumaturgo.

O Superintendente revela ainda que está sendo estudado junto ao Governo do Estado, um convênio que visa melhorar a infraestrutura dos ramais e dar acesso ao ano inteiro para escoar a produção. Questionado sobre o planejamento tardio das ações do INCRA/AC para 2012, Thaumaturgo, revela que a demora se deu pela dificuldade de liberação dos recursos por parte do Governo Federal, mas destaca que as ações não serão prejudicadas.

João destaca ainda que a partir da próxima segunda feira (30), o INCRA já inicia suas atividades práticas e reforma agrária, com base nas ações estabelecidas durante o encontro.

Quanto aos créditos, o superintendente destaca que o Instituto oferece os procedimentos normais, os quais já eram oferecidos pela instituição. A ideia para 2012, de acordo com ele, é dobrar o número de projetos já existentes e envolver novas parcerias dentro das modalidades já existentes.
Fonte: http://www.defesanet.com.br/fronteiras/ ... rasileiras

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sáb Abr 28, 2012 12:26 pm
por Marino
O Globo             
MUNDO
Brasil protesta contra ação militar boliviana
Exército desloca pelotão para área de fronteira após relatos de maus-tratos a colonos brasileiros
Janaina Lage


O governo brasileiro fez um protesto formal ao Ministério de Relações Exteriores da Bolívia contra o que considera ser uma "ação inaceitável" das Forças Armadas do país vizinho na região de fronteira próxima da cidade de Capixaba, no Acre, afirmou ontem o encarregado de negócios da Embaixada do Brasil em La Paz, Eduardo Sabóia.

Militares fardados do Exército boliviano invadiram casas de ao menos dez famílias de colonos brasileiros na Bolívia. Eles expulsaram famílias, se apropriaram de bens, mataram animais e atearam fogo a uma das casas. O grupo permanece agora na região em acampamentos e deu um ultimato de 15 dias para que os brasileiros deixem o local. Segundo o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão, os membros do Exército chegaram a entrar em território brasileiro fardados e armados em busca de combustível e alimentos, o que contraria a legislação internacional, que impede essa movimentação sem notificação prévia ao país.

O Exército Brasileiro deslocou um pelotão da cidade de Brasileia para a região de fronteira para evitar a repetição da entrada de militares sem autorização.

- Queremos saber quem deu a ordem, não fomos avisados. E mesmo que tivéssemos sido informados, não concordamos com esse procedimento - disse Sabóia, que esteve na cidade de Capixaba para averiguar os fatos e conversou com famílias de colonos, além de se reunir com autoridades do Acre e representantes do Incra e do Exército para tratar da operação militar de caráter intimidatório.

Os brasileiros se instalaram em região proibida pela legislação da Bolívia, que veta a moradia de estrangeiros em uma faixa de até 50km da fronteira. O grupo é formado por pequenos agricultores, que vivem da castanha e do açaí e também por criadores de gado. O reassentamento destas famílias já havia sido acordado entre os governos do Brasil e da Bolívia e vinha sendo colocado em prática de modo gradual. Cerca de 160 famílias já se mudaram, mas ainda existe um total estimado em 300 famílias na região.

País enfrentou 123 protestos em março
Segundo Mourão, o governo brasileiro fez uma doação de US$ 10 milhões para que o país vizinho invista em desenvolvimento rural. - O Incra já adquiriu terra para assentar cerca de 150 agricultores familiares, o que deve ser feito nos próximos meses - disse. Enquanto a situação não se resolve, os moradores buscaram abrigo nas casas de parentes e amigos em Capixaba. Um estudo divulgado ontem pela Fundação Unir mostra que conflitos sociais estão se mostrando cada vez mais frequentes na Bolívia. O governo do presidente Evo Morales registrou em março uma média de sete conflitos diários e ao menos 68 pessoas feridas.

No mês passado, foram realizados 123 protestos, o equivalente a um aumento de 35% em relação a fevereiro. Predominaram as demandas motivadas por aumentos de preços, pedidos salariais e problemas de gestão administrativa. Um dos mais recentes conflitos envolve um decreto aprovado pelo presidente que eleva a carga horária dos médicos do serviço público de 6h para 8h/ dia, o que motivou uma série de manifestações.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sáb Abr 28, 2012 1:37 pm
por Sávio Ricardo
Enviem 4 Sabres e um pelotão de Comandos com oque nós temos de melhor em equipamento. :twisted:

Isso ai não vai dar em nada mesmo, vamos pelo menos mostrar os musculos... :twisted:

:mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sáb Abr 28, 2012 1:44 pm
por Marino
Postei em lugar errado.
Já existe um tópico sobre o assunto.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sáb Abr 28, 2012 9:24 pm
por Marino
Ex-ministro prevê conflitos, mas diz que recursos naturais e população controlada garantem crescimento brasileiro de 5%
GILBERTO SCOFIELD JR.
Publicado:
28/04/12 - 20h07
Atualizado:
28/04/12 - 20h07



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Delfim Neto, em seu escritório no Pacaembu
AGÊNCIA O GLOBO / MARCOS ALVES
SÃO PAULO — Na casa de dois andares ao lado do estádio do Pacaembu, em São Paulo, onde o economista e ex-ministro Delfim Netto, 84 anos, mantém a sua consultoria Ideias, uns 20 periquitos e outra dúzia de pássaros variados fazem um barulho infernal no jardim arborizado. Delfim não liga. Eles estão ali demarcando território e usando seus recursos para sobreviver, diz ele, como o homem há milênios. A mesma lógica ele aplica para embasar suas expectativas para a Rio+20. Ainda que a preocupação ambiental tenha crescido, os diferentes estágios econômicos, o crescimento populacional e a disponibilidade de recursos naturais é que definem até que limite os países podem crescer sem destruir o meio ambiente. Conflitos serão inevitáveis. Não há como o planeta sustentar nove bilhões de pessoas com renda de US$ 20 mil cada. Mas ele é otimista com o Brasil, que pode crescer 5% sem degradar a natureza por causa da abundância de recursos, energia renovável e com uma população que aumenta menos de 1% ao ano.
O GLOBO: Na época em que o senhor era ministro no governo militar, falava-se em sustentabilidade?
DELFIM NETTO: Não se falava. A primeira vez que se tocou nesta questão foi na construção de Carajás. O presidente do Banco Mundial, o ex-secretário de Defesa dos EUA Robert McNamara, depois daquele estrago no Vietnã e acho que num processo de autopunição, introduziu o conceito de conservação do meio ambiente para aprovar qualquer projeto. Carajás foi o primeiro projeto que seguiu as condições que, naquela época, eram consideradas o mínimo necessário para um projeto ser considerado sustentável.
É possível crescer a taxas necessárias para tirar da miséria milhões e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente?
DELFIM: O american way of life acaba sendo o objetivo do mundo inteiro, não vamos ter ilusão. Mas neste tema, temos um problema grave, porque uns (países) estão muito avançados e outros, não. Você não pode dizer que o Brasil agora tem que permanecer no nível que está. O Brasil tem mais recursos que os outros e pode de fato crescer mais que os outros. Você tende a caminhar para um mundo onde as tensões serão muito mais visíveis. Não é à toa que o Brasil sabe que precisa de uma Força Militar dissuasiva. Porque toda a potência tem que ter três autonomias: alimentar, energética e militar. O Brasil não precisa de autonomia militar, mas de autonomia alimentar e energética.
Os EUA vão bem?
DELFIM: O país perdeu a autonomia energética e está reconstruindo-a agora. Eles avançaram dramaticamente nos últimos dois anos e estão buscando a sua independência energética, desenvolvendo a economia nesta direção e resolvendo dois problemas ao mesmo tempo. Manter um oleoduto com o Oriente Médio custa aos EUA 300 mil barris de petróleo por dia, que é o quanto gastam as tropas americanas fora dos EUA para garantir a chamada pax americana, o que, por sua vez, mantém o oleoduto. Os EUA estão fazendo uma revolução da produção energética na direção da sustentabilidade.
E China?
DELFIM: A China sabe que tem limitações importantes. Eles têm uma reserva de carvão gigantesca e estão descobrindo petróleo, mas são fontes de crescimento altamente poluidoras. A China não tem as condições para produzir energias renováveis. Para produzir energia usando o sol, você precisa do sol e de água. Sol provavelmente ela tem. Água, não. Aliás, a água vai ser o negócio mais crítico nesse processo. As relações entre Índia, China e Paquistão estão muito misturadas com as disputas pelo controle das fontes de água na região.
A previsão é de conflitos?
DELFIM: Não tenho dúvida. É difícil convencer as pessoas, simplesmente, de que não cabe todo mundo no mundo. Nós temos hoje sete bilhões de habitantes. Não cabem no mundo nove bilhões com US$ 20 mil de nível de renda per capita. Tem que comprar um outro planeta Terra.
E como se resolvem os conflitos entre a pretensão de crescimento dos emergentes e o histórico de poluição dos países ricos, que também não abrem mão de crescer?
DELFIM: Você precisa ter uma enorme crença na racionalidade para imaginar que isso vai ser feito conversando, né? A situação é muito complicada, mas eu acho também que há um pouco de exagero. O Brasil não precisa crescer mais a 7% ao ano porque quando ele crescia a 7,5%, a população crescia a 3%. Hoje, se ele cresce 5%, a população está crescendo menos de 1%. É o mesmo ritmo de crescimento per capita. Quer dizer, o Brasil tem algumas vantagens e o que ele precisa é preservar essas vantagens.
O Brasil tem condições de ser um dos protagonistas dessa discussão ambiental?
DELFIM: O Brasil tem uma vantagem, porque temos menos restrições ecológicas do que outros. Temos condições muito melhores seguramente em uso de fontes de energia renováveis. E a consciência ecológica chegou no Brasil de maneira muito interessante. Quando tinha 12 anos, meu avô tinha um pequeno terreno na Vila Carrão — que dava a impressão de ser Minas Gerais de tão longe —, onde a gente caçava passarinho para comer. Hoje, se contar para o meu neto que você vai caçar um passarinho para comer, ele te mata, te considera um troglodita e te expulsa da família. Brasil mudou, num processo de educação, um processo civilizatório. Temos mais consciência ecológica.
E a diferença entre os países a que o senhor se referiu?
DELFIM: O que eu estou dizendo é que, para alguns países, é compatível e para outros, não. O Brasil tem 200 milhões de habitantes, terra, sol, água, petróleo e recursos naturais adequados, de modo que o Brasil pode crescer 5% ao ano nos próximos nos, mesmo porque sua população já está atingindo seu pico. O país é dos poucos que têm dimensão territorial, nível de recursos naturais e população que obviamente é menor que aquela que seria sustentável com esse nível de recursos naturais. Então, com um pouco de inteligência, o Brasil pode manter esse nível de crescimento.
Os EUA também se encaixam dentro dessa definição?
DELFIM: Os EUA também. Já a China tem um problema de água. O Brasil tem outras vantagens. Somos um país muito mais tranquilo, temos uma Constituição que está funcionando. Dizer que o país não tem projeto é conversa mole. O projeto está na Constituição de 88, que diz claramente o seguinte: eu quero uma sociedade onde se aumente o bem-estar das pessoas, que seja republicana — ou seja, todo mundo é sujeito à mesma lei, inclusive o governo —, que seja democrática — onde eu elejo um sujeito, posso reelegê-lo, mas também dispensá-lo no meio — e que seja uma sociedade aberta, que usa o mercado como um processo alocativo. É isso que está na Constituição e é o projeto nacional. Esse é o objetivo desejável porque a Constituição implica em igualdade de oportunidades. Não interessa se eu fui produzido na suíte presidencial do hotel Waldorf Astoria ou se eu fui produzido num sábado à noite por um acaso no bairro do Ipiranga. Uma vez que eu fui produzido, eu sou portador de direitos.
Crescimento com redistribuição de renda e sustentabilidade são compatíveis?
DELFIM: Sem dúvida. Você tem duas instituições: o mercado e a urna. O mercado é muito bom porque permite a liberdade individual, o sujeito usar a sua capacidade de iniciativa e produzir com relativa eficiência. Mas o mercado não produz igualdade. E não adianta: o sujeito se sente melhor com menor desigualdade. Então o Estado vem e corrige esse problema do mercado. Quando o Estado é muito distributivo, o ritmo de crescimento é menor, porque se você distribuir muito mais hoje, significa que você vai investir menos e crescer um pouco menos amanhã. Então essa combinação de crescimento com distribuição é uma coisa que precisa ser feita com muito cuidado. Quem joga essa dialética é na verdade a urna e o mercado. Se vem o governo querer distribuir o que não foi produzido, no próximo round o mercado acaba com ele e, em seguida, a urna. Se o mercado é propriedade dos economistas que querem um crescimento rápido, grosseiro, não importa a distribuição, mas a eficiência, vem a urna e toca eles para a rua. Então esse jogo entre os dois é que provoca esse crescimento um pouco mais virtuoso. O Brasil pode crescer de uma forma sustentável e usando de forma eficiente os seus recursos.
Num mundo onde organismos multilaterais enfrentam pressões por mudanças, qual o fórum ideal para discutir grandes questões de sustentabilidade?
DELFIM: Tem que expor esse processo claramente. No fundo, cada um vai ter que se confrontar com o que tem hoje e com o que é capaz. O caso dos EUA é fundamental, porque é a recuperação mais rápida e na direção correta. Ele está na verdade substituindo energia do petróleo por energia mais limpa e avança nessa direção. E o homem vai avançar nessa direção. Há energia eólica, solar. O homem está voltando para onde começou. Quando começou, colhia frutas e plantas, queimava um pouco de madeira, usava as águas do rio para mover a roda. Quando se olha, é sempre na mesma direção de libertar o homem para realizar a sua humanidade. As coisas estão caminhando numa direção bastante razoável. Mas há países que vão ter que se conformar com menos. E não é uma coisa simples dizer para o sujeito: olha, infelizmente você ocupou um terreno que não sustenta esse nível de crescimento. Mas o comércio internacional é uma solução muito interessante.
Em que sentido?
DELFIM: O comércio é troca. Eu tenho abundância de certos recursos, troco com quem tem menos esse tipo de recurso, mas tem outra coisa sobrando. É parte da solução do dilema. Onde está dificuldade? A gente sabe que um pouco de comércio é melhor que nenhum comércio. Você não sabe é como se distribui as vantagens do comércio. Mas eu não vejo fim trágico para isso, porque confio na racionalidade do homem. E nas novas tecnologias.
Qual a sua expectativa para a Rio+20?
DELFIM: Não vamos ter a ilusão que daqui vai sair alguma conclusão muito importante. Nessa reunião, você vai subir um degrau na compreensão de que o mundo é finito. E a compreensão de que o Brasil está cumprindo seu papel. Todos esses novos projetos protegem o meio ambiente. Na verdade, não há nenhum projeto que não destrua um pedaço do meio ambiente. O que tem que fazer é com a maior eficiência possível. É destruir menos para produzir o mesmo resultado. Estamos quase no estado da arte na produção do único substituto de combustível líquido que tem 70% da energia do petróleo mas que pode ser produzido enquanto o sol durar. Como provavelmente o sol vai durar ainda uns dez bilhões de anos, temos aí um tempinho razoável para ajustar.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Abr 29, 2012 8:47 am
por marcelo l.
10 -

A democracia está sob ataque em os EUA O fosso entre ricos e pobres está aumentando eo dinheiro é necessário para exercer o poder político. Enquanto isso, os cidadãos de todo o mundo têm elogiado modelo autoritário da China. Isto significa que a revolução dos direitos individuais pode reverter ou parar.

Read more: http://www.businessinsider.com/daron-ac ... z1tQeTp4pO

Uma das previsões do Daron Acemoglus...e ser modelo sempre é importância para uma potência ainda mais quando se redesenha o mapa das forças mundiais.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Abr 29, 2012 11:16 am
por Sterrius
Governos sempre foram altos e baixos entre Liberdade individual vs Obediência total.

O povo vai sempre vai para o sistema que aparentemente lhe oferece as melhores condições de viver o dia a dia. Se isso significa deixar de falar sobre certos assuntos a maioria faz de bom grado.

Agora obviamente a certos valores que populações não abdicam por nada. O valor pode até estar totalmente corrompido mas a percepção de que ele funciona tem que existir.

Logo a palavra chave sempre é percepção!

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Abr 29, 2012 11:26 am
por Túlio
Acho que estamos esquecendo o BÁSICO: o primeiro e mais importante interesse do Povo - qualquer um - é o BOLSO! Por que o PT está ganhando todas fácil? Porque melhorou nessa parte para quem vota - ou ao menos a maioria, que é quem decide eleição. Tem mensalão, montes de Ministros de Estado caindo, escândalos pipocando a toda hora e que diferença isso faz? O que importa ao Eleitor é poder consumir e ter crédito para consumir mais. É o ovo de Colombo e é por isso que não temos oposição credível: vivem em outra era, quando éramos subordinados aos interesses dos EUA e cuidadosamente programados para NÃO CRESCER, tendo uma pequena classe rica, classe média pouco maior e uma ampla maioria de pobres! Bastou mexer neste paradigma e agora eleição majoritária é favas contadas. Basta lembrar ao Eleitor que o Brasil era um "antes", pobre e estagnado, e se tornou outro "depois", em crescimento e enriquecendo. O cara olha para todas as coisas a que teve e tem acesso e, se tem idade, lembra como era para, por exemplo, comprar um carro zero ou telefone até o fim do século passado. Quem vai arriscar a querer voltar para aquele tempo? E o marketing faz o resto... :wink: 8-]

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Abr 29, 2012 11:38 am
por henriquejr
Mas é bom lembrar que essa realidade começou a partir de 1994, com o advento do Plano Real! E muitos dos programas sociais que hoje são carros chefes do atual governo foram criados no governo FHC (que hj pertence a oposição). O principal diferencial, ao meu ver, foi que a esquerda soube utilizar o marketing muito bem, primeiro criando a imagem do pobre operário que chegou a presidência da república e depois utilizando uma técnica que os antigos faraós egípcios já utilizavam a mais de 4000 anos atrás, que é apagar da memória do povo tudo que o governo (ou faraó) anterior fez e tomando para si tudo de bom que foi feito antes dele! Não é a toa que o presidente Lula ficou muito conhecido por utilizar a frase "Nunca na historia deste país" quando se referia a feitos do governo, até mesmo quando se referia a coisas que já existia desde o governo passado!!! Eles conseguiram vender para a sociedade que o Brasil só começou a dar certo a partir de 2002, quando o atual governo assumiu!

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Abr 29, 2012 12:03 pm
por delmar
Por que o PT está ganhando todas fácil? Porque melhorou nessa parte para quem vota - ou ao menos a maioria, que é quem decide eleição.
Em compensação está tornando-se um partido mais conservador, de centro, para representar esta nova classe de pequenos burgueses, a classe média baixa.
Como exemplo, se há um grupo de 10 pessoas em que uma tem 15 vacas e as outras nove não tem nada, é fácil vender a ideia de que as vacas deveriam ser desapropriadas e passarem a ser de todos, ou seja do estado, e a produção de leite e carne distribuída igualmente entre todos.
Agora se a situação melhora, quem tem 15 vacas aumenta para 30 seu rebanho, mas as demais nove também conseguem adquirir 3 ou quatro vacas cada um, elas não vão concordar em nenhuma hipótese em abrir mão delas para o estado. Assim mesmo que os ricos fiquem mais ricos se a vida dos pobres melhorar as ideias socialista radicais perdem o encanto. No caso brasileiro ficam com o PSTU, PCO, PSOL, e outros nanicos cada vez mais longe do poder e movimentos como o MST ficam cada dia mais isolados.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Abr 29, 2012 12:49 pm
por Túlio
Concordo integralmente com os dois posts anteriores: a diferença foi principalmente de MARKETING mesmo, tanto contra (PT depreciando PSDB e minimizando seu papel na construção do Brasil de hoje) quanto a favor (PT apregoando tudo que presta como obra exclusivamente dele e tudo o que não presta como obra do PSDB). É do jogo, nada de ilícito aí, ao menos não aos olhos do beneficiário, o ELEITOR!

E lembrar que ninguém é mais conservador do que aquele que pouco ou nada tinha e agora passou a ter um pouco. São as três ou quatro vacas do conterrâneo Delmar... :wink: 8-]

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Abr 29, 2012 1:12 pm
por Marino
ENTREVISTA - Robert Kagan
“O mundo seria pior sem o domínio dos EUA” :lol: :lol: :lol:
O assessor de política externa de Mitt Romney e expoente do pensamento conservador americano
diz que o declínio da superpotência é um mito
CARLOS ALBERTO JR., DE WASHINGTON
Não só os republicanos são influenciados pelas ideias de Robert Kagan, de 53 anos.
O historiador americano é um dos gurus do neoconservadorismo e assessora a campanha presidencial
de Mitt Romney. Seu último livro, The world America made (O mundo que os Estados Unidos fizeram,
sem previsão de lançamento no Brasil), também foi lido e comentado pelo presidente Barack Obama, o
rival democrata nas eleições de novembro. Na obra, Kagan refuta a ideia de que os EUA vivem um
declínio gradual, um tema que Romney tenta explorar ao associar essa visão pessimista à política
externa de Obama – e o presidente tentou usar o livro exatamente para rebater os republicanos. Kagan
disse a ÉPOCA que o Brasil merece uma cadeira no Conselho de Segurança das Nações Unidas e não
vê a China em condições de suplantar a supremacia americana.
ÉPOCA – Como é este mundo que os Estados Unidos “fizeram”?
Robert Kagan – Um mundo bagunçado... (Risos.) Digo no livro que o mundo certamente não é
perfeito e os Estados Unidos não o fizeram sozinhos, obviamente. Mas, se você pensar sobre a ordem
mundial que existe desde o fim da Segunda Guerra Mundial, esse é basicamente um período de
predominância americana. Comparada a outros períodos do passado, essa ordem tem algumas
qualidades especiais. O primeiro ponto que destacaria é que tem sido mais próspera para o mundo
inteiro que qualquer outra na história humana. O Produto Interno Bruto (PIB) global tem crescido cerca
de 4% ao ano, principalmente fora dos Estados Unidos e da Europa. Ao longo da maior parte da história
do planeta, o crescimento do PIB mundial foi nulo ou em torno de 1%. O resultado é que 4 bilhões de
pessoas ao redor do mundo saíram da pobreza. O segundo ponto é que houve enorme crescimento no
número de democracias no mundo. Em 1939, às vésperas da Segunda Guerra, havia provavelmente dez
democracias. Agora, há cerca de 120. Quero deixar claro que isso não aconteceu porque os EUA estão
sempre espalhando democracia por aí. Sabemos, particularmente na América Latina e em outras
regiões, que os EUA apoiaram ditaduras e ainda apoiam. Mas, na maioria das vezes, nosso poderio
produziu mais democracias. O terceiro ponto é que não houve guerras entre grandes potências. Não
tenho certeza se isso vai durar para sempre, mas temos um longo período de paz entre as potências. E,
mais uma vez, apenas para deixar claro: isso não significa que não haja guerras nem que os EUA não
tenham iniciado uma série de guerras por conta própria. Mas não houve aquele tipo de guerra
cataclísmica.
ÉPOCA – O declínio americano é um mito ou é apenas imperceptível pela ausência de
outras potências interessadas em assumir o lugar dos EUA?
Kagan – A cada dez ou 15 anos, os americanos e talvez outros ao redor do mundo passam por
essas fases de acreditar que os EUA, finalmente, estão em declínio. Os EUA atravessam uma recessão
que obviamente fortalece tal visão. Mas, se você olhar as medidas básicas de poder militar ou
econômico, os EUA estão numa posição muito especial, e seu competidor mais provável, que todo
mundo aponta como sendo a China, tem muitas dificuldades para suplantar ou mesmo se equiparar.
ÉPOCA – Por que os americanos então têm tanto receio da China? Que tipo de mundo
teríamos se a China fosse a superpotência?
Kagan – Os americanos se preocupam com o surgimento de qualquer outra potência. Lembre-se
de como os EUA ficaram preocupados na década de 1980 e início dos anos 1990, quando havia vários
filmes sobre os japoneses assumindo o controle do país. Eles chegaram a comprar o Rockefeller Center
(famoso complexo de prédios comerciais em Nova York). Antes deles, a preocupação era a União
Soviética. Os americanos têm uma tendência a se preocupar com qualquer um que pareça ser o próximo
competidor. É preciso entender que um mundo dominado pela China não seria este mundo. Poderia ter
outras qualidades, mas não teria essas que conhecemos. Em primeiro lugar, a China não é um governo
liberal e não acredita em economia liberal. Tem um sistema capitalista, mas de capitalismo estatal. É
pesadamente dirigida pelo Estado. O objetivo da ordem econômica chinesa é manter o governo, ou pelo
menos o partido, no poder. A maneira como a China se move no cenário internacional é um pouco
diferente do simples capitalismo de livre mercado porque o país possui basicamente empresas estatais.
A pergunta a fazer é se a China continuaria a apoiar o livre-comércio global do qual todos nos
beneficiamos se fosse a potência número um. A ironia é que a China também se beneficia desse
sistema. Outro ponto que destaco no livro é que esse livre mercado é raro na história mundial. Aconteceu
apenas duas vezes: durante o domínio britânico no século XIX e depois da Segunda Guerra, com a
supremacia dos EUA.
ÉPOCA – Então o mundo seria pior com uma China dominante?
Kagan – O mundo seria pior com uma China dominante, mas não porque a China seja
necessariamente o demônio. Apenas porque o mundo que desfrutamos atualmente é muito característico
e difícil de reproduzir por causa de certas qualidades que, num mundo multipolar, não poderíamos
repetir.
ÉPOCA – Mesmo o candidato republicano Mitt Romney, do qual o senhor é um dos
principais assessores, diz que os EUA não serão mais vistos como uma nação em declínio se ele
for eleito...
Kagan – Ele tem alertado que o presidente Barack Obama está conduzindo a América para o
declínio.
ÉPOCA – Romney não consegue convencer nem seu próprio partido de que é o melhor
candidato. Como ele poderá então convencer o resto do mundo de que seu país não está mais
frágil?
Kagan – Aconteceu um aspecto muito peculiar nesse processo das primárias republicanas. Uma
pequena percentagem dos eleitores republicanos que votam nas primárias, que representa uma parcela
muito pequena do total de eleitores republicanos e ainda muito menor do total de eleitores americanos,
decidiu que Romney não era conservador o bastante para eles, que era necessário ir atrás de algum
herói conservador. Mas isso não significa que Romney não conseguirá os votos. Ele obterá enorme
apoio do Partido Republicano. Haverá uma tremenda unidade partidária. Ele também conseguirá muito
apoio entre os eleitores independentes, que têm mudado de lado nas eleições mais recentes. Em 2008,
Obama conquistou o voto dos independentes. Em 2010, nas eleições legislativas, os republicanos
levaram os votos dos independentes. Romney está em boa posição para conseguir o apoio deles
novamente.
ÉPOCA – Quais são seus conselhos a Romney sobre como lidar com o Brasil e os outros
países da América Latina, como Cuba?
Kagan – O mais importante, pelo menos como primeiro objetivo, é aprovar os acordos
comerciais com a região que não avançaram nos últimos anos. O comércio é o elemento mais importante
da relação. O hemisfério ocidental está se tornando quase autossuficiente em energia. Todo mundo
reconhece esse fato. Romney reconhece que o Brasil também desempenha papel crítico no mundo e
tem de ser um parceiro importante dos EUA, assim como Indonésia e Índia. Em relação a Cuba, é fácil
dizer: “Vamos suspender o embargo e seguir em frente”. O problema é que não estou convencido de que
o governo cubano, mesmo hoje, queira fazer o tipo de reformas que considero essenciais para os
cubanos. E, mesmo se você acabar com o embargo, o governo estará no controle. Todo mundo tem
essa imagem de que, se você suspender o embargo, capitalismo e liberdade inundarão Cuba. Mas não é
assim que as coisas funcionam.
ÉPOCA – Que papel o Brasil pode exercer no cenário global?
Kagan – O Brasil pode desempenhar um papel muito importante porque é uma democracia
vibrante e uma economia bem-sucedida. Ao contrário de outras potências emergentes, como a Índia, o
Brasil não tem qualquer rivalidade estratégica em particular para se preocupar. Ao contrário também da
Turquia, o Brasil não está cercado por algumas das vizinhanças mais perigosas do mundo. O momento é
realmente oportuno. Mas, em termos de política externa, o país precisa determinar que identidade
pretende ter. Há duas vertentes. Uma relaciona-se com a questão Norte-Sul, porque todo país latinoamericano
tem um ressentimento compreensível em relação ao poder do Norte. O Brasil quer se
diferenciar dos EUA e talvez isso explique a relação excessivamente amigável com Mahmoud
Ahmadinejad (presidente do Irã) e com outras pessoas como ele. A segunda vertente reflete a existência
de uma economia avançada, moderna e democrática. Gostaria de ver o Brasil se comportando no palco
internacional como uma grande potência democrática, não necessariamente como um anti-imperialista
pós-colonial numa época em que isso já não é relevante. Estava um pouco preocupado com o caminho
para o qual o ex-presidente Lula levava o país. Ele não serviu aos interesses do Brasil muito bem ao lidar
com o Irã.
ÉPOCA – No caso do Irã, não é melhor manter boas relações com seu governo até para
que se possa exercer alguma influência?
Kagan – Se a influência for benéfica, sim, mas, se essa relação for usada para impedir o
isolamento internacional... Todos concordam que o Irã tem de se sentir isolado para fazer concessões.
Se perceber que tem amigos como o Brasil ou a Venezuela, não se moverá.
ÉPOCA – O que o Brasil precisa fazer para ser aceito no Conselho de Segurança das
Nações Unidas?
Kagan – Os EUA não são um obstáculo à ampliação do Conselho de Segurança. Eu seria
favorável à expansão, que deveria incluir Brasil, Índia, Japão e outras nações. No momento em que
tomamos esse caminho, porém, os chineses se opõem. Além disso, os três europeus (Reino Unido,
França e Alemanha) deveriam ocupar um assento único reservado à União Europeia (hoje há duas
cadeiras, ocupadas por Reino Unido e França), mas os próprios europeus se opõem a isso também.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Abr 29, 2012 1:15 pm
por delmar
E lembrar que ninguém é mais conservador do que aquele que pouco ou nada tinha e agora passou a ter um pouco. São as três ou quatro vacas do conterrâneo Delmar...

Matou a pau! A nossa pequena burguesia recém formada é profundamente conservadora. Com o aumento do número de evangélicos e de católicos carismáticos, vamos acabar numa sociedade igual a do "cinturão da bíblia" no Estados Unidos. A bancada evangélica no congresso vai crescer de ano pra ano.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Abr 29, 2012 2:24 pm
por Sterrius
“O mundo seria pior sem o domínio dos EUA”
Pros EUA com certeza. Alguns perdem, outros ganham. Isso é Fato!

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Abr 29, 2012 2:33 pm
por marcelo bahia
Uma triste verdade, Delmar!! :(

Tenho um exemplo muito próximo. Um menino que ajudei a estudar, fazer um curso técnico gratuito, bolsa do governo, agora acha que chegou onde chegou por causa de Deus. Foi trabalhar numa obra da Petrobras na refinaria Landulfo Alves como caldeireiro industrial e lá os pastores atuaram com muita força e "garimparam" muitos trabalhadores. A mesma coisa está acontecendo em Pernambuco, em Suape. Ou o GF intervém para educar e politizar essa parte da população, ou vamos criar uma bomba relógio que explodirá em nosso colo. :roll:

Esses trabalhadores acham que suas conquistas não se devem às conquistas da sociedade, estão certos que Deus operou o milagre. Tentei explicar de forma racional o processo que o transformou de "bolsa familiarista" em trabalhador qualificado, mas ele retrucou -com agressividade- que eu estaria indo de encontro à "palavra de Deus". Isso ainda vai dar em merda!

Sds.