Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Enviado: Qui Out 02, 2014 12:37 pm
Pergunto aos senhores, qual a alternativa?
Velho dilema malufista/tiririca:"Pior do que tá não fica" ou "Rouba mas faz".prp escreveu:Pergunto aos senhores, qual a alternativa?
Volte aos planos do Lula pre-2008.prp escreveu:Pergunto aos senhores, qual a alternativa?
Economista prevê que próximo governo pode ter metas fiscais plurianuais
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RIO - Vivendo há mais de dez anos em Washington, onde trabalhou no Banco Interamericano de Desenvolvimento e como diretor-executivo do Banco Mundial, Otaviano Canuto é citado como um possível ministro da Fazenda num eventual segundo mandato de Dilma Rousseff. Canuto, que foi secretário de Assuntos Internacionais da Fazenda no primeiro governo Lula, não comenta o assunto. Mas, em entrevista por telefone, faz um diagnóstico detalhado da economia brasileira e defende mudanças na política fiscal, nos gastos sociais e na política industrial.
Esta semana, o dólar bateu R$ 2,50. Há um clima de pessimismo no mercado e entre os empresários. Qual é a percepção do país no exterior?
Quando olhamos para a Bolsa, é onde há uma correlação maior entre o noticiário político e o preço dos ativos. No câmbio, aí a correlação parece maior com movimentos da economia global. Quem tem investimentos produtivos está em compasso de espera para ver os desdobramentos das eleições. E há uma percepção de que essa mudança de patamar de dólar era esperada diante da evolução do déficit em conta corrente. Isso vai colocar desafios de natureza inflacionária. E toda a atenção será dirigida à política fiscal, que será chamada a colaborar para evitar que os juros tenham que subir muito. A margem de manobra é estreita. O próximo governo poderá fazer algum tipo de comprometimento plurianual, além do curto prazo, do tipo: “Olha, a margem que eu tenho para aumentar meu superávit primário neste momento é essa, mas, se faço isso por algum tempo, consigo o efeito que vocês todos estão esperando”.
As pesquisas apontam a provável reeleição de Dilma. Como fica a credibilidade de uma política fiscal plurianual se, no último governo, metas anuais foram descumpridas?
Não vou fazer argumentos sobre o governo específico. Mas, no geral, a trajetória fiscal brasileira não aponta para um colapso. E as políticas são vistas não apenas a partir do contexto em que são implementadas, mas também a partir dos encarregados de executá-las. É uma questão de comunicação.
O clima de pessimismo já leva a comparações com 2002. Será preciso algum tipo de compromisso dos candidatos?
Uma Carta ao Povo Brasileiro?
Ou a definição de nomes da equipe.
Há uma diferença essencial. A dúvida em 2002 não era se haveria ou não a manutenção do grau de investimento. A discussão era calote ou não calote. Então, em 2002, os compromissos dos candidatos foram divisores de água. Não é o caso hoje.
Hoje a questão é se vamos perder ou não o grau de investimento?
Hoje há um certo desconforto, e descrevo o que escuto, com a incerteza sobre qual é o tamanho da dívida. A transparência é fundamental, não por uma questão de bom-mocismo. Os credores sabem fazer conta. Ela é importante em si mesma porque é um valor apreciado pela democracia, e também para quem decide se compra ou não um papel da dívida.
O governo Lula conviveu com um cenário externo muito favorável. Agora, as perspectivas são diferentes?
Do lado externo, vários dos presentes caídos do céu não estarão presentes. Teremos que voltar à agenda de reformas.
Nossa transição para um crescimento baseado em investimentos ainda não ocorreu. Será mais difícil?
Depende da qualidade da política econômica. Vou dar um exemplo concreto. Se a política de concessões em infraestrutura tivesse alcançado mais rapidamente o perfil que assumiu no ano passado, o país já poderia estar usufruindo dos efeitos de uma onda de investimentos em infraestrutura.
Um modelo mais próximo da parceria público-privada? Que não tenha 51% da Infraero nos aeroportos, por exemplo?
Sem 51% de ninguém, sem tabelamento de taxa de retorno. E com uma divisão mais clara de atribuições entre poder público e iniciativa privada. Com um detalhe: as regras do jogo são fundamentais, a confiança na estabilidade.
O crescimento mais baixo pode pôr em risco algumas conquistas sociais?
Ameaçar o que está conquistado, eu não creio. Mas torna mais difícil a melhoria na margem. Enquanto havia uma ociosidade no trabalho e um espaço enorme para ganhos via formalização, foi possível ter salários, inclusive o mínimo, crescendo a um ritmo bem maior do que a produtividade. Agora será mais difícil. E o que se pode fazer? Reformar os gastos, como algumas pensões que não se justificam. E como podem os gastos com abono e seguro-desemprego estarem tão elevados com a taxa de desemprego baixa?
E reformas para produtividade?
Há uma coisa óbvia: a qualidade da educação. As outras três são interconectadas: infraestrutura, custo Brasil e qualidade do gasto público. E é preciso rever a política comercial. Hoje o produtor brasileiro tem a sua competitividade prejudicada por não ter acesso ao que há de melhor lá fora. O paradigma deveria ser a Embraer. Ou a Petrobras antes de ser submetida a uma política drástica de conteúdo nacional.
Seu nome tem sido citado como um possível ministro da Fazenda se a presidente Dilma for reeleita...
Soube disso pelos jornais. E, como funcionário do Banco Mundial, sou proibido de fazer qualquer comentário de natureza política em relação a qualquer um dos países membros.
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Meta fiscal poderá ser plurianual’, diz brasileiro consultor do Banco Mundial
RIO — Vivendo há mais de 10 anos em Washington, onde trabalhou no Banco Interamericano de Desenvolvimento e como diretor-executivo do Banco Mundial, Otaviano Canuto é um dos citados como possível ministro da Fazenda num eventual segundo mandato de Dilma Rousseff. Canuto, que foi secretário de Assuntos Internacionais da Fazenda no primeiro governo Lula, não comenta o assunto. Mas, em entrevista por telefone, faz um diagnóstico detalhado da economia brasileira e defende mudanças na política fiscal, nos gastos sociais e na política industrial.
Esta semana, o dólar bateu R$ 2,50, o país registrou o maior déficit comercial para setembro desde 1998, o resultado as contas públicas veio muito ruim, sobretudo no governo central. Há um clima de pessimismo muito grande no mercado financeiro e entre os empresários brasileiros. Como o senhor vê a percepção no exterior em relação ao Brasil?
Há dois tipos diferentes de volatilidade no que diz respeito aos ativos financeiros no Brasil. Isso é importante diferenciar. Quando olhamos para a Bolsa ou para ativos domésticos, é onde há uma correlação maior entre o noticiário político e o preço dos ativos. No que diz respeito a ingresso e saída de recursos, a dinheiro de portfolio, conforme manifesto na curva de juros e na taxa de câmbio, aí a correlação parece que é maior com movimentos que estão ocorrendo na economia global. Já desde agosto estamos vendo uma saída de aplicações em fundos para mercados emergentes. É um movimento parecido com o que tinha ocorrido no verão do ano passado, em reação ao anúncio, feito em abril, de que haveria a retirada dos estímulos do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) no futuro. E também parecido com o que ocorreu em janeiro deste ano, quando a causa maior foram as dúvidas sobre a aterrissagem chinesa, se seria suave ou abrupta. Então, eu acho que no caso de câmbio e no caso de balança de pagamentos, tem a ver mais com o noticiário externo do que interno. Não quer dizer que o noticiário interno não afete, é claro que a intensidade do ajuste vai depender de como os agentes percebem. Mas o que eu escuto é que estão dando o benefício da dúvida. Eu apostaria que alguma parte desse pessoal já tem a sua estratégia pronta para diversos cenários possíveis, o que inclui evidentemente o cenário de que, se não gostarem, intensifiquem o ajuste que está ocorrendo. Isso da perspectiva de quem compra ativos financeiros.
Quem tem investimentos pelo lado produtivo está em compasso de espera para ver quais serão os desdobramentos das eleições em termos de políticas econômicas futuras, em que medida elas vão apontar na direção de alguma retomada do potencial de crescimento do Brasil, se não imediatamente após as eleições, se não no início do ano que vem, em algum momento do futuro previsível. É claro que este ano é um ano de baixo desempenho, em parte porque, na medida em que todos os investidores do lado do real dão uma parada para analisar, ao fazerem isso em conjunto, o nível de investimentos como um todo cai. Não surpreende que este seja um momento em que a economia esteja parada. E tem uma percepção, aí eu estou sendo descritivo, eu estou descrevendo o que eu escuto, de que essa mudança de patamar de dólar que já está começando a acontecer agora era algo que já estava mais ou menos esperado. Quando você olha a evolução do déficit em conta corrente observa que o déficit agora, ao contrário de anos anteriores, está acima daquilo que o investimento direto externo pode financiar. O patamar do dólar vigente até antes das últimas semanas era um no qual só era sustentável com o ingresso de capital de portfólio. Como o sinal agora mudou, e há uma tendência de reajuste para baixo na disposição para mercados emergentes, era de se esperar uma pressão de desvalorização do real, que provavelmente só não está ocorrendo com mais força por causa da ação do Banco Central, através de leilões de swaps, para reduzir a volatilidade. Só que, ao reduzir a volatilidade, na verdade o Banco Central também está segurando um pouquinho o câmbio. Então todo mundo espera, o que eu escuto um quase um consenso, que estava na conta alguma mudança no patamar cambial no Brasil. Em certa medida, o que está ocorrendo é uma antecipação disso. O efeito disso deverá ser uma atenuação da perda de competitividade do sistema produtivo, em particular a indústria manufatureira, que tem estado imprensada, por um lado, pelo real bem valorizado e, de outro, pelos custos salariais crescentes. Isso é o lado de oportunidade desse movimento quase inevitável do câmbio.
Por outro lado, isso vai colocar desafios de natureza inflacionária. Principalmente na medida em que ele também vai vir com um provável realinhamento gradual de preços administrados que estão defasados. Já tem ocorrido uma correção gradual, mas não o suficiente para colocar os preços administrados em patamares sustentáveis. Então vai ocorrer algum realinhamento de preços no futuro, a maneira se vai seguir regras ou não, se vai ser gradual ou não, é algo que nós vamos saber depois das eleições, depois de que haja alguém encarregado de formular a política econômica futura. Isso vai se juntar com a desvalorização cambial, para provavelmente criar um pavio de elevação da inflação. O Banco Central já claramente, pela linguagem no relatório de inflação último, está meio que pronto para “vamos fazer o que for necessário para cumprir com a meta”. Isso leva a que toda a atenção seja dirigida para o lado da política fiscal, que terá que ser chamada a colaborar com a política monetária no ano que vem, de uma maneira que evite que os juros tenham que subir de maneira mais elevada. E aí a variável chave de decisão para o novo governo, ou o mesmo governo, ou qualquer que seja o governo que ganhe as eleições, vai estar na variável fiscal, que não tem graus de liberdade muito amplos. Há algumas despesas não-recorrentes que não precisarão ser feitas, mas também não haverá algumas das receitas não-recorrentes que têm sido usadas pelo governo. Mas o sentimento prevalecente entre aqueles que olham as contas é que tem uma margem de manobra estreita.
O próximo governo poderá fazer algum tipo de comprometimento plurianual, que vá além do curto prazo, que diga assim: “Olha, a margem que eu tenho para aumentar meu superávit primário neste momento é essa aqui, mas se eu faço isso por algum tempo eu consigo o efeito que vocês todos estão esperando”. No fundo o que o próximo governo vai fazer, o que é perfeitamente natural, é limpar o terreno de uma série de coisas a ser feita no curto prazo, para inclusive abrir o espaço para se enfrentar uma agenda de mais longo prazo, uma agenda de reformas, que tem um alcance para além do arbítrio do executivo, uma reforma tributária, mexer com a qualidade do clima de investimentos no Brasil, com o custo Brasil, avançar na agenda de infraestrutura que permita daqui a dois três anos, se permita ter efeitos da infraestrutura melhor sobre a oferta. Esse é um cenário que, se visto com credibilidade, por parte de todo mundo, e aí isso se aplica não apenas a agentes do mercado financeiro, mas também a investidores do lado real, dos ativos físicos, o que se espera que ocorra para poder perseguir uma travessia das turbulências inevitáveis do ano que vem no mundo no lado do Brasil.
As pesquisas eleitorais apontam hoje como o cenário mais provável o de reeleição da presidente Dilma. Como ficaria a credibilidade de uma política fiscal plurianual se, durante o último governo, as metas anuais foram sistematicamente descumpridas ou ajustadas?
Eu não vou fazer argumentos sobre o governo específico. O que eu posso dizer que, no geral, a trajetória fiscal brasileira não é uma trajetória que aponte para um colapso. E, como o próprio governo tem dito, houve um manejo anticíclico da política fiscal no período imediatamente posterior à crise. E as políticas inclusive são vistas não apenas a partir do contexto em que são implementadas, mas também a partir das pessoas que são encarregadas de executá-las. É uma questão de comunicação, de reconhecimento de compromisso das autoridades.
O clima de pessimismo já leva a comparações com 2002, quando em determinado momento, foi preciso, antes mesmo de uma definição nas urnas, que os candidatos fizessem um compromisso para reverter a espiral de expectativas ruins. O senhor acha que hoje isso é necessário?
Uma Carta ao Povo Brasileiro?
Ou uma definição de nomes da nova equipe.
Há uma diferença essencial. A dúvida em 2002, antes da Carta ao Povo Brasileiro, era quanto a uma probabilidade de um calote do Brasil. Eu me lembro que ainda era professor, na Unicamp ou na USP, quando saíram dois papers de dois economistas de um instituto aqui de Washington, o Peterson Institute for International Economics. O paper de Morris Goldstein atribuía uma probabilidade 70% de calote para o Brasil. John Williamson apostava que o Brasil não iria decretar um calote. Esses dois papers fizeram muito sucesso nos circuitos da época, justamente porque eram dois respeitados economistas que apontavam na direção de conclusões completamente opostas, e embora o John Williamson acabasse sendo vencedor pelos fatos, é verdade que, se os juros continuassem se elevando ao ritmo que se fazia necessário naquele momento, e com a aposta contrária de alguns grandes fundos, como o Pimco, a trajetória da dívida brasileira era então explosiva. Naquela época, a discussão não era manutenção ou preservação de grau de investimento. A discussão era calote ou não calote, se Brasil seguiria a Argentina (que entrou em moratória em 2001) ou não. Então, num certo sentido, os compromissos dos candidatos com o acordo com o Fundo (Monetário Internacional) foram divisores de água numa trajetória que, em termos mecânicos, apontavam na direção de um calote. Não é o caso hoje.
Hoje a questão é se vamos perder ou não o grau de investimento?
Hoje há um certo desconforto, e eu estou aqui descrevendo o que escuto, há um certo desconforto com a incerteza em relação a qual é o tamanho adequado a ser levado em conta do estoque da dívida. E também do saldo. De modo que a gente possa depurar o que é despesa estável e permanente e o que é receita estável e permanente. Independentemente do resultado dessa revisita às contas públicas, enquanto ela não acontece, o desconforto é grande por conta da incerteza. E tenho quase certeza de que, num momento em que você tem um número que é tomado como crível pelo mercado e se tem a garantia de uma trajetória de superávit primário, que supondo taxas de juros razoáveis, apontam na direção de estabilidade ou queda da dívida bruta, mesmo que haja necessidade de correção para cima no momento zero, tornará mais fácil absorver. Esse é um momento no qual o exercício concreto de política econômica é que vai contar mais.
Neste sentido, o resultado apresentado esta semana pelo governo nas suas contas públicas, em que foram explicitadas despesas até então represadas, mesmo que o resultado final mostre um número pior, o fato de ser mais transparente é percebido como positivo?
Certamente. A transparência é fundamental não por uma questão de bom-mocismo, não. É porque, francamente, a quem interessa o exame mais acurado e detalhado das contas públicas, e certamente não é o grande público, são os credores, esse pessoal sabe fazer conta. E só se sente seguro com a capacidade de fazer conta. Quanto menos transparência há nisso, mais desconfortável e mais isso é colocado no preço por aqueles que sabem fazer conta. Eu me lembro muito bem que, alguns anos atrás, o governo brasileiro foi classificado num estudo do Fundo Monetário como o país mais transparente fiscalmente da América Latina, mais até do que o Chile. E essa transparência é importante não apenas em si mesma, porque isso é um valor apreciado pela sociedade civil, pela democracia, pelo direito de acesso à informação e a julgamento, como também é um valor para qualquer um que é obrigado a decidir se compra ou se não compra um papel brasileiro, se compra ou não compra um papel da dívida pública. Então a transparência tem que ser uma meta perseguida e garantida a todo tempo.
O governo Lula conviveu com um cenário externo muito favorável. Mas agora as perspectivas são diferentes. Será mais difícil, então, para o país retomar o crescimento econômico?
O Brasil vai ter que contar mais com os fatores domésticos de crescimento do que com os ventos de cauda que prevaleceram até recentemente. O Brasil, como o resto da região toda e boa parte do mundo, esteve sujeito a dois grandes choques no começo do milênio para cá. Um deles é o sucesso de boa parte do mundo em integrar pessoas que estavam fora da economia do mercado, que estavam ocupadas em atividades próximas da subsistência e que, por conta das mudanças tecnológicas, por conta dos processos de integração que seus países decidiram fazer, e aí a China é apenas o grande exemplo, mas não é o único, houve uma incorporação enorme de mão de obra não qualificada na oferta global de trabalho. Esse choque cria dificuldades para a sustentação do emprego manufatureiro na região, no Brasil, na periferia da Europa e, segundo alguns, junto com a tecnologia, esvaziando também a classe média nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, esse mesmo processo de transformação acelerada criou um choque de demanda expresso nos preços das commodities. Mas tudo isso foi também potencializado pela fantástica máquina de geração endógena, por dentro, do nada, de liquidez, em torno do sistema financeiro americano, que é o que possibilitou não apenas o grande consumo e o excesso de endividamento do lado americano, como deu algum derrame para todos os emergentes em geral. Não é que isso vá se reverter, mas passa a ocorrer em ritmos diferentes. A máquina de liquidez se manteve, não é tão exuberante como antes, mas as políticas monetárias não-convencionais americanas mantiveram o patamar de liquidez bem elevados, não gerando as pirâmides de ativos como até 2007, mas no que diz respeito a países como o Brasil, ainda liquidez abundante. Mas alguém pode dizer, temos lá o Japão e temos a Europa também entrando no seu turno de políticas monetárias não-convencionais agressivas, só que nem o Japão e muito menos a Europa poderão substituir o sistema financeiro americano nessa capacidade de transbordar liquidez para nós. Então, este cenário deve mudar. Não vai mudar abruptamente, mesmo com o fim do quantative easing. Mas, se tem algum sinal para a liquidez externa, este é um sinal de menos exuberância do que foi até aqui.
Da mesma maneira, para a recuperação americana, ninguém está prevendo uma retomada do ritmo de crescimento americano pré-2007. A China, por sua vez, está transitando para uma nova fase no seu processo de crescimento e desenvolvimento, que já era esperada, de uma fase associada a um crescimento menor, porque o crescimento exuberante chinês anterior, essa oportunidade de crescer com saldos comerciais gigantescos em relação ao resto do mundo, foi uma janela durante a qual, enquanto o consumo era comprimido, enquanto os salários ficaram lá embaixo, a taxa de investimento como proporção do PIB alcançava taxas gigantescas como 50% do PIB. Eles já sabiam que esse modelo iria chegar a uma exaustão, porque estava causando certos desequilíbrios e principalmente, iria se esgotar, porque a partir do momento que a transferência de mão de obra começa a exaurir o estoque disponível (de trabalhadores), os salários começam a crescer. Então, para continuar avançando, a China precisa adquirir competitividade em segmentos que são mais intensivos em tecnologia com algum conteúdo local, com adaptação criativa mais forte. E no setor de serviços, porque agora o PIB deles começa a depender mais de serviços. E aí o desafio é de outra natureza, não é um desafio que se enfrenta simplesmente com a combinação de salários baixos e câmbio desvalorizado. Ao mesmo tempo, eles sabiam que o novo padrão de crescimento será mais dependente também do consumo doméstico, o que é incompatível com investimento de 50% do PIB. Então, o ritmo de crescimento da China tende a se acomodar num patamar bem mais baixo do que os 10% 11% do período anterior. Os cenários possíveis de uma queda gradual no crescimento para os próximos 10 anos estão em 5%, e os cenários otimistas em 6%, 7%. Vai ter uma transformação continuada em outras partes da Ásia e da África que podem absorver partes das atividades que não sejam mais competitivas na China, mas isso não será suficiente. E esse crescimento novo chinês, embora num ritmo menor, ele é até socialmente mais estável, porque a percepção da população de usufruir os frutos do crescimento será maior, porque virá via consumo doméstico. Então, temos a acomodação chinesa para baixo, estou abstraindo aqui as dificuldades da China de deglutir a bolha imobiliária que se formou de 1988 para cá, quando eles usaram a construção como uma maneira de mitigar o fim do modelo anterior e a chegada do novo. E não preciso falar das dificuldades da economia europeia.
Então, de fato, do lado externo, vários dos presentes caídos do céu que a América do Sul e o Brasil tiveram não vão estar aí presentes. Então, a gente vai ter que reencontrar fontes domésticas de crescimento. Quando olhamos as fontes de crescimento do PIB brasileiro dos anos 90 para cá, observamos que, até metade da década passada, o ritmo de crescimento do PIB dependeu principalmente de aumentos da produtividade, que foram derivados de reformas que o país implementou, inclusive as reformas que permitiram o alcance da estabilidade macroeconômica. Quando olhamos a segunda metade da década passada, aí os fatores principais a propulsionar o crescimento vieram de fora, vieram da evolução favorável dos termos de troca. Então, agora, teremos que voltar à agenda de reformas, já que o cenário externo não vai ser tão benévolo quanto foi, do ponto de vista de crescimento do PIB, na primeira década do milênio.
A China hoje cresce baseada em investimentos e terá que crescer baseada em consumo. A nossa transição ao contrário, de um crescimento baseado em consumo para um crescimento baseado em investimentos, ainda não ocorreu. A nossa transição será mais difícil?
Não sei se é mais demorada ou mais difícil, é difícil falar no abstrato, porque depende muito da qualidade da política econômica. Vou dar um exemplo concreto. Se a política governamental no que diz respeito a concessões na área de infraestrutura tivesse alcançado mais rapidamente o perfil que assumiu no ano passado, se tivesse sido adotada e implementada dois anos antes, o país já poderia agora estar usufruindo os efeitos de uma onda de investimentos em infraestrutura. Já no caso chinês, transformar a família chinesa em consumidora, vai exigir a construção de um arcabouço mínimo de proteção social que não existe lá para assegurar às famílias chinesas que elas não tenham que poupar. Porque lá, hoje, quem não poupar não pode pôr os filhos na escola, nem tem saúde, nem aposentadoria na velhice. Essa reforma institucional chinesa, até gerar uma mudança de comportamento das famílias, não é algo que se faça da noite para o dia.
No nosso caso, o senhor se refere a um modelo de concessão na área de infraestrutura mais próximo da parceria público-privada?
Isso.
Um modelo que não tenha 51% da Infraero nos aeroportos, por exemplo?
Sem 51% de ninguém, sem tabelamento de taxa de retorno. E com uma divisão mais clara. E o que tem que ser feito, e ninguém precisa ser especialista em cada setor da infraestrutura, e por isso eu me arvoro a dizer, e aí é a minha opinião, em cada um deles, transportes, energia, comunicações, você abre a caixinha e constrói a cadeia de geração de valor de cada um desses setores, e decompõe as etapas e as responsabilidades. E vai perceber que, em algumas coisas, o setor privado é melhor gerente; em outras, o setor público é melhor líder. E isso muda com o tempo. Há algumas coisas nas quais o setor público pode ser líder em algum momento e, uma vez, limpado o terreno, pode ser transitado para o setor privado, que gerencia melhor, isso vale desde a construção, a manutenção, a operação. Tem que ser feito um exame, algumas áreas têm que ser compartilhadas. Uma vez que os investimentos em infraestrutura se tornem minimamente maturados, estejam de pé operando, o que na linguagem do pessoal do ramo é passar de greenfield para groundfield, aí o perfil do financiamento pode mudar completamente, pode passar a depender do financiamento privado, e não do público. O que é preciso é ser pragmático e estabelecer uma divisão de responsabilidades entre os setores públicos e privado, com cada um deles fazendo o que faz melhor dentro dessa cadeia. Com um detalhe: as regras do jogo são fundamentais, a confiança de que haverá estabilidade. Esse é o caminho para o qual tende o mundo inteiro. Haverá diferenças na fronteira entre público e privado entre várias dessas áreas, mas, se há um modelo de convergência no mundo inteiro, é para a partilha de responsabilidades.
Mesmo que essa transição para um crescimento doméstico mais baseado em infraestrutura se acelere, o cenário que se vislumbra para o Brasil é de crescimento mais baixo, não é?
Sim, não existem milagres econômicos.
Um crescimento mais baixo pode pôr em risco algumas das conquistas sociais das últimas décadas? Os últimos dados da Pnad mostraram um leve aumento no número de brasileiros miseráveis e a desigualdade caindo mais lentamente.
Ameaçar o que está conquistado, eu não creio. O que se expressa hoje é resultado de conquistas alcançadas que não têm porque serem revertidas. Mas esse quadro torna mais difícil a melhoria na margem. Algumas coisas que puderam ser acionadas nos últimos 10 anos que ajudaram, agora, não se poderá ter. Por exemplo, durante algum período, enquanto havia uma margem de ociosidade no trabalho e enquanto havia um espaço enorme para ganhos via formalização, foi possível ter salários, não apenas o mínimo, mas aqueles que dependem do mínimo, crescendo a um ritmo bem maior do que a produtividade. Isso agora será mais difícil.
Inclusive para o mínimo?
Sim, inclusive para o salário-mínimo. E o que se pode fazer? Justamente para proteger esses ganhos e procurar espaço para melhoras, é preciso fazer reformas. Reformar os gastos. A questão é que vários desse uso benigno, do ponto de vista da redução da pobreza, do gasto público, foi feito sem que se mexesse em algumas outras características do gasto público brasileiro que beneficiam pessoas que não são pobres. Os novos gastos foram adicionados aos anteriores. A única maneira de continuar encontrando espaço para aumentar o gasto com os pobres vai ser revendo várias coisas que estão lá dentro e que permaneceram intocadas.
Como, por exemplo, o quê?
Algumas pensões que não se justificam por critérios de assistência social nem por questão de contribuição. Há coisas absurdas e que ninguém consegue explicar: como podem os gastos com abono e seguro-desemprego estarem tão elevados num contexto em que a taxa de desemprego é baixa? Tem que abrir cada caixinha dessas. E são medidas dolorosas, porque vão afetar direitos que as pessoas veem como adquiridos, mesmo pessoas que estão lá no topo. A grande verdade é que, se por um lado, as políticas sociais melhoram muito em qualidade e em volume de recursos nos últimos 10 anos, quando a gente faz uma avaliação do impacto social da estrutura de tributação e do gasto público brasileiro, o caráter benigno dos Bolsas Famílias da vida é revertido, porque o resultado final é um resultado que é concentrador de renda.
O problema maior está nos gastos ou no modelo de tributação ou em ambos?
Em ambos. Na verdade, as agendas estão interconectadas, é preciso ter uma agenda pelo lado tributário e de gastos. Porque pelo lado tributário, a agenda poderia permitir a simplificação de tributos e ganhos no lado do custo Brasil.
A agenda tributária se tenta implantar há muitos anos e não se consegue espaço político.
Pelo lado técnico, é inclusive relativamente fácil hoje encontrar propostas bem delineadas de coisas que seriam factíveis. Mas a questão é a decisão de apostar capital político nisso e também a margem de manobra do governo federal para eventualmente ajudar no enfrentamento de resistência dos estados.
De certa forma, reformas, algumas delas dolorosas, tradicionalmente são implantadas em momentos de adversidade econômica como agora?
Sim, é verdade, e elas também são mais fáceis de serem perseguidas em começos de governo. Maquiavel já disse isso.
É preciso adotar reformas para acelerar a produtividade também?
Há uma coisa óbvia, que é tão óbvia que não estamos nem abordando aqui, que é a qualidade da educação. Um dos fatores importantes para a queda da pobreza no Brasil na década passada foi a melhora no acesso à educação, não o acesso à educação de qualidade, mas a simples melhora na escolaridade da população pobre foi um fator importante na redução da pobreza. Essa é uma agenda óbvia. As outras três estão interconectadas: infraestrutura, custo Brasil e qualidade do gasto público. A melhora no custo Brasil deve acontecer com investimento maior na infraestrutura física. E, por sua vez, a simplificação dos processos, que é algo que pertence ao domínio do custo Brasil, também facilita o investimento em infraestrutura e o investimento em geral. A agenda do gasto público e a agenda do custo Brasil também estão interligadas, porque o processo tributário não precisa ser tão violentamente contributivo para o custo Brasil como é. E reformas que se façam na operação do setor público que introduzam uma maior relação entre resultados concretos na área de educação, de saúde e, por sua vez, o rendimento dos funcionários. E isso está provado ser um fator poderoso de melhora na eficiência dos gastos públicos, o que melhora o ambiente de negócios. É preciso também rever a política comercial. Hoje o Brasil é um país fechado, o fato concreto é que, quando comparamos o Brasil com países comparáveis, o Brasil é mais fechado. E não se trata de transformar o Brasil numa economia com coeficiente de exportação e importação comparáveis a de outros mercados emergentes. Mas certamente hoje o produtor brasileiro tem a sua competitividade e a sua capacidade de aprendizado tecnológico prejudicada por não ter acesso ao que há de melhor como insumo e como equipamento lá fora. O paradigma de para onde a gente deveria evoluir é a Embraer. A Embraer só é a Embraer porque é boa em determinado segmento da cadeia de valor da produção do avião e com liberdade para se abastecer onde quer que queira no mundo nos demais componentes. Eu creio que um mecanismo óbvio de ter um ganho de produtividade e de aprendizado tecnológico no Brasil é mover, na medida possível, nosso sistema produtivo em direção a um modelo como é o modelo exitoso da Embraer. E como foi o da Petrobras antes de ser submetida a uma política drástica de conteúdo nacional.
Mas algum grau de conteúdo nacional seria desejável?
Tem formas e formas de dar esses incentivos. Certamente a elevação de tarifas e o impedimento de acesso a insumos não é o caso. Eu concordo que é importante que o país adquira capacidade competitiva em segmentos-chaves de algumas cadeias de valor. Não tem que ser em todas as cadeias de valor, porque nenhum país consegue fazer isso. E, se for implementar um objetivo assim, isso acaba sendo destrutivo, porque um impede a competitividade do outro. Seria uma estupidez o custo de querer ser bom em tudo, querer ter inserção nobre em tudo, seria autodefecting. Tem algumas áreas, áreas que tem a ver com recursos naturais, onde o país pode garantir o domínio de pontos da cadeia de valor, chaves e importantes, mas nem em todos.
No caso da Petrobras, seria dominar só parte da cadeia do pré-sal?
Sim, poderia ser a capacidade de prospecção, ou a capacidade de gerência.
O senhor vai voltar para Brasília? O seu nome tem sido citado frequentemente como um possível ministro da Fazenda se a presidente Dilma for reeleita.
Eu soube disso pelos jornais. E, como funcionário do Banco Mundial, eu sou proibido de fazer qualquer comentário de natureza política em relação a qualquer um dos países membros.
Read more: http://oglobo.globo.com/economia/meta-f ... z3FES0Pknv
Aécio divulga programa econômico
Fonte: http://www.valor.com.br/eleicoes2014/37 ... -economico
BRASÍLIA - O programa econômico do candidato Aécio Neves, do PSDB, intitulado “Desenvolvimento Econômico - Crescimento Sustentável com Justiça Social”, recém divulgado, traz uma radiografia, compromissos e propostas para a macroeconomia, política de crédito e mercado de capitais, política comercial, agricultura, tecnologia e inovação, infraestrutura e logística, política industrial, entre outros.
Na macroeconomia, o primeiro compromisso é com o tripé econômico: inflação na meta, superávit primário sem artifícios e câmbio flutuante, para recolocar a economia nos trilhos da estabilidade e do crescimento e reverter a tendência atual à estagflação.
Dentre as propostas estão: a autonomia operacional do Banco Central que levará, sem artificialismos, a inflação para a meta de 4,5% ao ano e, uma vez atingida no prazo de até três anos, o candidato se compromete com a redução da meta para 3% e da banda de flutuação de 2 pontos percentuais para 1,5 p.p; em um prazo de dois anos começar a produzir superávit primário das contas públicas suficiente para reduzir, gradualmente, tanto a dívida líquida como a dívida bruta co mo proporção do PIB. Em ambos os casos, na convergência da inflação para a meta e na obtenção de superávit, é preciso atenção aos ciclos econômicos.
No caso da meta fiscal, o programa se compromete com a inclusão de todas as despesas, subsídios e desonerações, na conta do gasto público não só para dar transparência à gestão da política mas, sobretudo, por entender que um orçamento real e transparente e condição básica para o “funcionamento da democracia”.
Para que a carga tributária pare de crescer será imperativo que o gasto público não aumente mais do que a taxa de crescimento do PIB. Há uma definição das linhas básicas de uma reforma tributária que passa pelas seguintes sugestões: adotar a sistemática de crédito financeiro para os tributos federais, ao invés do crédito físico; instituir o cadastro fiscal único, criar o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), dentre outros. O IVA seria um imposto único que agregaria tanto o ICMS estadual quanto todos os impostos e contribuições que recaem sobre o faturamento ou a receita das empresas.
O programa do candidato do PSDB traz, ainda, uma vasta gama de propostas para uma nova política comercial, destinada a uma economia mais aberta; para a agricultura, aumento da competitividade da economia, política indus trial, infraestrutura e regulação, dentre outras. Propõe, para a indústria, uma nova agenda.
Com relação ao que o Lula fez existem diferenças enormes. O Lula praticamente não mexeu na estrutura tributária, ignorou solenemente a própria existência da indústria, tomou medidas que resultaram em maior fechamento da economia (como a exigência de conteúdo local nos equipamentos da Petrobras e a mudança do marco regulatório da exploração de petróleo), interrompeu os programas de infraestrutura que dependiam das empresa privadas (o programa de privatizações) e não acrescentou nenhuma novidade em nenhum campo além da expansão dos programas sociais.Bourne escreveu:Um beijo molhado da Marina para quem identificar a diferença do programa econômico do Aécio para Lula (I e II) e a nova política econômica que falam nos corredores do PT para 2015.![]()
DispensoBourne escreveu:queres um beijo molhado da marina?
Ou seja, teria começado mais de 5 ANOS atrás, no finalzinho do governo Lula, e estaria começando a funcionar só agora. E nos 8 anos do Lula, nada? Porque então ele é apresentado como bom exemplo? É exatamente isso a que me refiro, as INTENÇÕES declaradas são sempre lindas e maravilhosas, mas um governo veio, se estendeu mais 4 anos, acabou, e o seguinte teve que correr 4 anos para alguma coisa acontecer. E ainda assim com os percalços que vemos, ainda vai demorar algum tempo para a coisa engrenar de vez, isso se o próximo governo não decidir mudar tudo de novoNo primeiro paragrafo, as afirmações tem uma enorme incoerência
"(...)ignorou solenemente a própria existência da indústria, tomou medidas que resultaram em maior fechamento da economia (como a exigência de conteúdo local nos equipamentos da Petrobras e a mudança do marco regulatório da exploração de petróleo)(...)"
O programa de parcerias público privadas, concessão de estradas e outras obras de infraestrutura começaram a funcionar em 2008/2009. Agora que estão decolando.
Estes foram parte dos tais puxadinhos da dona Dilma, fechar mercados específicos e dar rios de dinheiro do BNDES para quem ela e sua equipe acham que pode talvez quem sabe ajudar em alguma coisa (incluindo figuras como o Eike). Coisa de compadres e não de planejamento econômico sério, não admira que quem fica de fora não entenda nada.Além da conta do BNDES que o tesouro anda pagando, aquela montanha de programas pro-industria, protecionismo e subsídios dizem que existem a preocupação com a industria na Dilma I. O questionável é se está indo para o lugar certo e se funciona. O pessoal da Unicamp e que ocupou o BNDES diz que é perfeito. Os empresários e o mundo do grande capital que não entendeu ainda.
As promessas são sempre as mesmas, afinal todo mundo sabe o que precisa ser feito. O problema é na hora de realmente arregaçar as mangas e fazer...Compare os programas e verás que as promessas são as mesmas. O programa do Aécio e Lula (I e II) são política fiscal e BC são iguais. E, apesar de não admitir, o PT na Dilma II propõe o mesmo devido as circunstâncias.
Pode parecer estranho, mas eles acreditam nisso. Faz parte da "nova matriz econômica" da Dilma que hoje não tem pai e é rejeitado pela mãe.LeandroGCard escreveu:Estes foram parte dos tais puxadinhos da dona Dilma, fechar mercados específicos e dar rios de dinheiro do BNDES para quem ela e sua equipe acham que pode talvez quem sabe ajudar em alguma coisa (incluindo figuras como o Eike). Coisa de compadres e não de planejamento econômico sério, não admira que quem fica de fora não entenda nada.
Leandro G. Card